Defendeu os seus até o último suspiro e assim devem acreditar os que te traíram. Mas este não é o seu fim, Niall MacGregor.
Quatro anos após o ataque a Meggernie, a feiticeira Morag sabe que chegou a hora de Niall retornar aos seus. Ele está perdido há muito tempo e deve retornar à Escócia para encontrar a vida que deixou para trás. A aparição inesperada de Lady Rosslyn Stewart, uma jovem que veio até ela em busca de um feitiço de amor, dá a Morag a chance de forçar Niall a seguir seu caminho de direito. No entanto, acompanhar este guerreiro de volta para casa não será uma tarefa fácil para Rosslyn. Descobrirá que o coração de Niall está cheio de medos e que ele não está preparado para enfrentar os acontecimentos do passado. Transformada em seu anjo da guarda, a jovem o ajudará a se reunir com sua família, sem perceber que a tarefa coloca seu próprio futuro em perigo. Seu destino é se casar com o homem que seu pai escolheu, mas como pode se resignar, depois de conhecer Niall MacGregor?
Quatro anos após o ataque a Meggernie, a feiticeira Morag sabe que chegou a hora de Niall retornar aos seus. Ele está perdido há muito tempo e deve retornar à Escócia para encontrar a vida que deixou para trás. A aparição inesperada de Lady Rosslyn Stewart, uma jovem que veio até ela em busca de um feitiço de amor, dá a Morag a chance de forçar Niall a seguir seu caminho de direito. No entanto, acompanhar este guerreiro de volta para casa não será uma tarefa fácil para Rosslyn. Descobrirá que o coração de Niall está cheio de medos e que ele não está preparado para enfrentar os acontecimentos do passado. Transformada em seu anjo da guarda, a jovem o ajudará a se reunir com sua família, sem perceber que a tarefa coloca seu próprio futuro em perigo. Seu destino é se casar com o homem que seu pai escolheu, mas como pode se resignar, depois de conhecer Niall MacGregor?
Capítulo Um
Ilha Rathlin, Irlanda
O caminho que levava ao topo da falésia era muito abrupto e muito íngreme. Tanto que os membros da pequena comitiva tiveram que descer de seus cavalos para que os animais não tivessem tanta dificuldade na subida. Ninguém queria que eles ficassem com as pernas machucadas ou seu cavaleiro jogado depois de algum tropeço prematuro.
—Quanto tempo ainda?— reclamou o mais velho de todos.
O homem era guardião temporário da filha do Lorde Stewart, a jovem que viajava com ele. O resto dessa comitiva era composta por um casal de damas de companhia e quatro soldados encarregados de vigiar e garantir sua segurança durante a viagem.
—Meu caro Mervin, já está cansado?— Lady Rosslyn perguntou, olhando para ele com um meio sorriso no rosto.
—Quando tiver a minha idade, não achará tão engraçado ter que escalar uma montanha a pé, puxando as rédeas de um preguiçoso que não quer seguir em frente.
Ela soltou uma risada que atraiu a atenção do resto dos membros do grupo. Sua risada, limpa e musical, tinha esse efeito nos outros. Embora, para ser honesta, não fosse apenas sua risada que a tornasse especial. Era toda luminosa. Tinha uma alegria interior que era contagiante, uma aura pura e gentil que se estendia além de si mesma e alcançava qualquer um que estivesse por perto. Também era uma jovem muito bonita. Tinha cabelos tão loiros que pareciam brancos, compridos até a cintura e sedosos ao toque. Seus olhos eram verde-esmeralda, brilhantes e cheios de vida. Sua pele era clara e suas feições harmoniosas. Sua figura, esbelta e graciosa, era como a das fadas que todos imaginavam habitando nas florestas irlandesas. E ainda assim, observando-a avançar e subir aquele caminho pedregoso, era evidente que não era meticulosa e que tinha a força necessária para realizar qualquer tarefa.
—Concordo com Mervin—, disse Grizela, uma das damas de companhia, que era tão jovem quanto, porém, por suas lufadas e bufadas, não tão resistente quanto sua lady. — É realmente necessário chegarmos ao topo do penhasco?
—Os aldeões nos disseram que a feiticeira mora lá, em uma cabana solitária com janelas que dão para o mar.
—Mas por que todos nós temos que subir?— Effie, a outra dama de companhia, um pouco mais velha que suas companheiras, apoiou a queixa. — Milady, poderia ter enviado Trevor ou Darian para executar esta tarefa, e o resto de nós poderia ter esperado por eles na pousada.
Os mencionados, que estavam à frente da procissão, olharam para trás quando ouviram seus nomes, mas não fizeram comentários. Sua senhora assumiu a responsabilidade de responder por eles.
— Essa tarefa é algo que devo fazer pessoalmente, não posso delegar a ninguém. E, se eu for lá procurar a feiticeira, o lógico é que meus acompanhantes e minhas damas de companhia venham comigo—, explicou, sem nenhum remorso por tê-los embarcado nessa aventura. — Além disso, imaginem as vistas que devem ter à beira do penhasco... Vai ser maravilhoso ver o pôr do sol de lá! — Exclamou excitada, enquanto acelerava o passo e ultrapassava seus companheiros por causa de sua impaciência para chegar o mais rápido possível.
Grizela trocou um olhar de desespero com Effie.
—Vamos passar a noite lá em cima, na casa de uma bruxa?
—Não teremos escolha—, disse o velho Mervin, alcançando-as. — Espero que essa mulher nos dê boas-vindas. Pelo menos a nós quatro. Os soldados podem dormir ao ar livre, mas meus ossos não servem mais para essas corridas e imagino que também não queiram passar a noite ao ar livre.
—Nós não—, confirmou Grizela, —mas Lady Rosslyn está disposta a se oferecer para dormir sob as estrelas se houver poucas camas lá dentro, verá.
Mervin suspirou e não poderia concordar mais com essa previsão. Sua jovem lady estava tão entusiasmada quanto uma garotinha por qualquer nova experiência, especialmente uma relacionada à natureza. Ver o pôr do sol da beira de um penhasco, por mais ventoso ou frio que esteja, dormir sob um manto de estrelas, caminhar por uma floresta que outros achariam sombria, nadar em um lago com águas profundas e geladas... Nada a assustou, muito pelo contrário. A jovem lady Rosslyn estava ansiosa por novas experiências e aventuras, e arrastava atrás de si todas as suas companheiras, mesmo que não estivessem tão animadas quanto ela. No entanto, eles raramente se recusavam a acompanhá-la, porque depois da infância que teve, era natural que ansiasse por esse tipo de liberdade. Rosslyn crescera na Irlanda, enclausurada dentro dos muros da casa de sua tia Brigit que, devido à sua natureza hermética e reservada, garantira que sua sobrinha não tivesse muito a ver com o mundo exterior. O pai de Rosslyn, Andrew Stewart, havia confiado a sua irmã e madrinha da menina para protegê-la e cuidar dela até que tivesse idade legal para se casar. Brigit, diante de tal pedido, havia lido nas entrelinhas que ela deveria garantir a pureza da menina e mantê-la a salvo de qualquer homem que a desejasse, pois era evidente que seu pai tinha planos para ela. E tia Brigit podia jurar, por todos os deuses da Irlanda, que havia realizado essa tarefa escrupulosamente. Rosslyn levou uma vida de solidão e reclusão, apenas aproveitando o ar livre no pequeno jardim que tinham.
Quando a comitiva enviada por seu pai chegou para resgatá-la de lá e acompanhá-la de volta à Escócia, a casa de sua família, a bolha de fantasia onde Rosslyn morava estourou. Tudo ao seu redor se tornou muito mais real. Assim que deixaram a casa e a tutela da tia Brigit para trás, a jovem descobriu o verdadeiro significado da liberdade.
E tinha sido para ela uma verdadeira explosão de novas sensações, novos cheiros, sabores e cores.
Não importava que seu destino fosse acabar em outra prisão, porque, durante a jornada à frente, Rosslyn era dona de sua vida e de suas circunstâncias. Esse pensamento tinha conseguido excitar suas entranhas de uma maneira que fez todos que a viram se apaixonarem.
Após a cansativa subida, finalmente chegaram ao topo. Logo avistaram, exatamente como haviam imaginado, a cabana de pedra na beira do penhasco. Atrás da construção avistaram um pomar, um curral que abrigava algumas galinhas e um pequeno estábulo para cavalos.
Duas pessoas saíram pela porta da frente ouvindo a comoção dos recém-chegados. Uma mulher mais velha que certamente era a pessoa que eles estavam procurando, e um homem de aparência mais velha que os olhava com curiosidade.
—Bom dia, senhores!
Ilha Rathlin, Irlanda
O caminho que levava ao topo da falésia era muito abrupto e muito íngreme. Tanto que os membros da pequena comitiva tiveram que descer de seus cavalos para que os animais não tivessem tanta dificuldade na subida. Ninguém queria que eles ficassem com as pernas machucadas ou seu cavaleiro jogado depois de algum tropeço prematuro.
—Quanto tempo ainda?— reclamou o mais velho de todos.
O homem era guardião temporário da filha do Lorde Stewart, a jovem que viajava com ele. O resto dessa comitiva era composta por um casal de damas de companhia e quatro soldados encarregados de vigiar e garantir sua segurança durante a viagem.
—Meu caro Mervin, já está cansado?— Lady Rosslyn perguntou, olhando para ele com um meio sorriso no rosto.
—Quando tiver a minha idade, não achará tão engraçado ter que escalar uma montanha a pé, puxando as rédeas de um preguiçoso que não quer seguir em frente.
Ela soltou uma risada que atraiu a atenção do resto dos membros do grupo. Sua risada, limpa e musical, tinha esse efeito nos outros. Embora, para ser honesta, não fosse apenas sua risada que a tornasse especial. Era toda luminosa. Tinha uma alegria interior que era contagiante, uma aura pura e gentil que se estendia além de si mesma e alcançava qualquer um que estivesse por perto. Também era uma jovem muito bonita. Tinha cabelos tão loiros que pareciam brancos, compridos até a cintura e sedosos ao toque. Seus olhos eram verde-esmeralda, brilhantes e cheios de vida. Sua pele era clara e suas feições harmoniosas. Sua figura, esbelta e graciosa, era como a das fadas que todos imaginavam habitando nas florestas irlandesas. E ainda assim, observando-a avançar e subir aquele caminho pedregoso, era evidente que não era meticulosa e que tinha a força necessária para realizar qualquer tarefa.
—Concordo com Mervin—, disse Grizela, uma das damas de companhia, que era tão jovem quanto, porém, por suas lufadas e bufadas, não tão resistente quanto sua lady. — É realmente necessário chegarmos ao topo do penhasco?
—Os aldeões nos disseram que a feiticeira mora lá, em uma cabana solitária com janelas que dão para o mar.
—Mas por que todos nós temos que subir?— Effie, a outra dama de companhia, um pouco mais velha que suas companheiras, apoiou a queixa. — Milady, poderia ter enviado Trevor ou Darian para executar esta tarefa, e o resto de nós poderia ter esperado por eles na pousada.
Os mencionados, que estavam à frente da procissão, olharam para trás quando ouviram seus nomes, mas não fizeram comentários. Sua senhora assumiu a responsabilidade de responder por eles.
— Essa tarefa é algo que devo fazer pessoalmente, não posso delegar a ninguém. E, se eu for lá procurar a feiticeira, o lógico é que meus acompanhantes e minhas damas de companhia venham comigo—, explicou, sem nenhum remorso por tê-los embarcado nessa aventura. — Além disso, imaginem as vistas que devem ter à beira do penhasco... Vai ser maravilhoso ver o pôr do sol de lá! — Exclamou excitada, enquanto acelerava o passo e ultrapassava seus companheiros por causa de sua impaciência para chegar o mais rápido possível.
Grizela trocou um olhar de desespero com Effie.
—Vamos passar a noite lá em cima, na casa de uma bruxa?
—Não teremos escolha—, disse o velho Mervin, alcançando-as. — Espero que essa mulher nos dê boas-vindas. Pelo menos a nós quatro. Os soldados podem dormir ao ar livre, mas meus ossos não servem mais para essas corridas e imagino que também não queiram passar a noite ao ar livre.
—Nós não—, confirmou Grizela, —mas Lady Rosslyn está disposta a se oferecer para dormir sob as estrelas se houver poucas camas lá dentro, verá.
Mervin suspirou e não poderia concordar mais com essa previsão. Sua jovem lady estava tão entusiasmada quanto uma garotinha por qualquer nova experiência, especialmente uma relacionada à natureza. Ver o pôr do sol da beira de um penhasco, por mais ventoso ou frio que esteja, dormir sob um manto de estrelas, caminhar por uma floresta que outros achariam sombria, nadar em um lago com águas profundas e geladas... Nada a assustou, muito pelo contrário. A jovem lady Rosslyn estava ansiosa por novas experiências e aventuras, e arrastava atrás de si todas as suas companheiras, mesmo que não estivessem tão animadas quanto ela. No entanto, eles raramente se recusavam a acompanhá-la, porque depois da infância que teve, era natural que ansiasse por esse tipo de liberdade. Rosslyn crescera na Irlanda, enclausurada dentro dos muros da casa de sua tia Brigit que, devido à sua natureza hermética e reservada, garantira que sua sobrinha não tivesse muito a ver com o mundo exterior. O pai de Rosslyn, Andrew Stewart, havia confiado a sua irmã e madrinha da menina para protegê-la e cuidar dela até que tivesse idade legal para se casar. Brigit, diante de tal pedido, havia lido nas entrelinhas que ela deveria garantir a pureza da menina e mantê-la a salvo de qualquer homem que a desejasse, pois era evidente que seu pai tinha planos para ela. E tia Brigit podia jurar, por todos os deuses da Irlanda, que havia realizado essa tarefa escrupulosamente. Rosslyn levou uma vida de solidão e reclusão, apenas aproveitando o ar livre no pequeno jardim que tinham.
Quando a comitiva enviada por seu pai chegou para resgatá-la de lá e acompanhá-la de volta à Escócia, a casa de sua família, a bolha de fantasia onde Rosslyn morava estourou. Tudo ao seu redor se tornou muito mais real. Assim que deixaram a casa e a tutela da tia Brigit para trás, a jovem descobriu o verdadeiro significado da liberdade.
E tinha sido para ela uma verdadeira explosão de novas sensações, novos cheiros, sabores e cores.
Não importava que seu destino fosse acabar em outra prisão, porque, durante a jornada à frente, Rosslyn era dona de sua vida e de suas circunstâncias. Esse pensamento tinha conseguido excitar suas entranhas de uma maneira que fez todos que a viram se apaixonarem.
Após a cansativa subida, finalmente chegaram ao topo. Logo avistaram, exatamente como haviam imaginado, a cabana de pedra na beira do penhasco. Atrás da construção avistaram um pomar, um curral que abrigava algumas galinhas e um pequeno estábulo para cavalos.
Duas pessoas saíram pela porta da frente ouvindo a comoção dos recém-chegados. Uma mulher mais velha que certamente era a pessoa que eles estavam procurando, e um homem de aparência mais velha que os olhava com curiosidade.
—Bom dia, senhores!
3- O Destino de Niall
Série concluída