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5 de julho de 2011

Samantha e o Caubói

Faithful, Texas - 1866

PROCURA-SE!  GAROTOS DE QUATORZE ANOS OU MAIS PARA CONDUZIR GADO PARA SEDÁLIA, MISSOURI. SERÃO PAGOS US$100 NO FIM DA VIAGEM.
SE INTERESSADO, VER O CHEFE da TRILHA ÀS 7H DA MANHÃ, EM FRENTE AO ARMAZÉM GERAL.

Com seu coração aos pulos, Samantha Reynolds lê o anúncio que alguém colocou no muro do armazém geral. Cem dólares pareciam uma fortuna. O que ela não daria para ser um garoto, pois assim poderia ter a oportunidade de ganhar aquele dinheiro para sua família! Aos dezesseis anos, ela mal podia se lembrar da última vez em que as moedas tinham tilintado nos seus dedos. Sr. Thomas, o dono do armazém geral, permitiu que sua família comprasse a fiado. Ele mantinha uma grande quantidade de provisões e anotava os débitos. Samantha não queria pensar no enorme tamanho em que estava se tornando seu caderno de débito. Já fazia meses que sua mãe não conseguia dar nenhum dinheiro ao Sr. Thomas. Neste exato momento seu irmão mais velho, Benjamin, estava colocando suas compras mais recentes na carroça. Com vinte anos, ele era velho o suficiente para ser contratado para conduzir o gado. Mas ela sabia que seria quase impossível convencê-lo a ir. Desde que ele tinha retornado da guerra que tinha devastado muitos dos estados do sul, ele estava relutante em fazer qualquer coisa que o levasse para longe de sua fazenda.
Sua irmã Amy tinha quatorze anos, tinha idade suficiente também. Mas, assim como Samantha, ela não era um garoto. Seu irmão mais jovem, Nate, tinha apenas doze. Não estava qualificado. Samantha pensou no tecido que tinha visto dentro da loja. Ela queria costurar um vestido novo mas o material era caro. Ela estava perdendo tempo desejando o tecido e querendo qualquer uma das outras roupas elegantes que o armazém geral estava aos poucos começando a estocar, agora que a guerra tinha terminado.
Ainda assim, ela desejava coisas. Ela queria a mesma vida que tinha antes da Guerra contra a Agressão do Norte, como a maioria do povo nestas bandas chamava. Ela desejava que as pessoas começassem a rir novamente. Ou, mesmo que elas não pudessem rir, que pelo menos sorrissem de vez em quando. Cem dólares não fariam a vida voltar a ser do jeito que era antes, mas pelo menos compraria vários tecidos, comidas enlatadas que durariam o inverno, uma nova enxada, algumas galinhas, uma vaca e muitas outras coisas importantes. Ela ficava atordoada com as possibilidades que passavam por sua mente.
- Eu acho que a gente devia ter uma dança da primavera. - A menina de pé ao lado dela disse.
Perdida em pensamentos, Samantha quase esqueceu que Mary Margaret Anderson tinha vindo com ela. Elas sempre foram às eternas melhores amigas. Elas se sentavam uma ao lado da outra na casa-escola de apenas uma sala até que, aos quatorze anos, elas passaram pelo exame que dizia que elas sabiam tudo que o tinha para saber. Elas compartilhavam confidências e sonhos.
- Nós finalmente temos alguns violinistas na área e a maior parte dos garotos aprendeu a tocar gaita enquanto estava fora - Mary Margaret acrescentou.