Geoffrey não admitirá ser derrotado pela petulante senhorita Wayborn, nem acusado de um crime que não cometeu.
Se Juliet fosse homem, ele não hesitaria em acertar-lhe um belo soco no nariz.
Porém, como sem dúvida nenhuma ela é mulher, e que mulher!... ele apela para a segunda melhor opção, que é beijá-ja.
Ele a beija uma vez, e outra... E de repente, Geoffrey se surpreende desejando mais do que a vitória sobre a jovem que se declarou sua inimiga...
Tudo o que ele quer, é que Juliet se renda a seu poder de sedução!
Juliet Wayborn não hesita em se vingar do homem que agrediu seu irmão num beco de Londres, principalmente depois de saber quem foi o mandante.
Na primeira oportunidade ela confronta o notório Geoffrey Swale. Mojs humilhá-lo em público é um pecado para o qual não existe perdão.
Ele é o tipo de cavalheiro que não admite perder... Um homem que jura, com toda a frieza, desafiar cada tentativa dela de arruiná-lo...
Um homem que se revela perigosamente... sedutor
Capítulo Um
Cary Wayborn era uma figura inconfundível.
Trajava um paletó púrpura, com muitos botões dourados, e seu chapéu, também púrpura, tinha três bicos e era totalmente fora de moda.
Não bastasse isso, as lentes de seus óculos eram esverdeadas. N
unca passaria despercebido, nem mesmo sob a densa neblina das noites de Londres.
Foi, portanto, com muita facilidade que dois homens seguiram Wayborn sorrateiramente desde o clube, na St. James Street, de onde ele saíra em companhia do amigo Eustace Calverstock. Depois que os amigos se despediram, os dois indivíduos atacaram Wayborn por trás e o arrastaram até uma viela, a fim de completarem o serviço.
Por ter bebido um pouco além da conta, Wayborn não conseguiu evitar a chuva de golpes que se seguiu ao primeiro ataque, e foi surrado até cair no chão, em estado de semi-inconsciência.
Sua bengala estava fora de alcance.
O braço esquerdo parecia quebrado, e apenas o retorno inesperado de Eustace salvou seu braço direito.
Correndo e gritando pelo vigilante noturno, Calverstock aproximou-se do amigo a tempo de ouvir um dos agressores falando com o inconfundível sotaque da periferia de Londres:
— Um presente do meu senhor, lorde Swale, com a certeza de que Cary Wayborn não correrá com os seus alazões amanhã cedo! Cary ainda recebeu um último pontapé nas costelas, antes que os malfeitores desaparecessem em meio à neblina da noite.
—Você ouviu, Stacy? — Wayborn gritou, caído no chão. — Swale mandou acabar comigo!
— Ele pagará por isso — assegurou Stacy enquanto ajudava o amigo a sentar-se.
O sangue escorria de um ferimento na cabeça de Cary.
— Seu braço parece quebrado.
— Eu sei. — Com a mão direita, Cary tentou desfazer o nó da gravata, talvez para improvisar uma tipóia.
Antes que Stacy pudesse ajudá-lo, ouviram o sino do vigilante noturno. Stacy franziu o cenho.
Viu o chapéu e a bengala de Cary jogados na rua, e correu para recolhê-los.
— Ajude-me a levantar, pelo amor de Deus! — Cary gritou, apoiando a mão direita no chão. Com grande esforço, conseguiu ficar em pé. — Tire-me daqui antes que o vigilante... Ele se calou ao ver uma figura emergir da neblina, balançando uma lanterna.
— O que aconteceu? — Nada de importante — Stacy disse com aspereza. — Pode ir.
— Esse senhor não parece bem. Faltaria com a minha responsabilidade se...
— Tem razão — Stacy interrompeu-o. — Meu amigo está doente. Caiu e bateu a cabeça. Vou levá-lo para casa. Boa noite.
— Com Cary apoiado pesadamente em seu ombro, fez menção de afastar-se. — Espere um pouco, rapaz. Stacy praguejou em voz baixa e Cary forçou um sorriso. — Sim, vigilante? — Estes óculos são seus? Cary esticou a mão direita para pegar os óculos que, milagrosamente, estavam intactos. — Obrigado, vigilante — ele agradeceu com voz fraca, mas firme. — Apenas cumpri meu dever, senhor.
— Sim, sim. — Stacy atirou-lhe uma moeda. Depois, sustentando com dificuldade um cambaleante Wayborn, saiu da viela e seguiu em direção a Piccadilly. — Você precisa de um médico.
— Tem razão, eu preciso. Mas quando eu puser as mãos em Swale, ele precisará de um coveiro! — Para onde devo levá-lo? Não de volta ao White's, suponho.
— Céus, não! Leve-me... para a minha irmã. Para... Julie
DOWNLOAD