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11 de março de 2019

Somente Você

Série Oeste I
Eve Starr está sozinha no mundo. 

A família que a acolheu quando era uma menina, foi brutalmente assassinada por alguns foragidos que procuravam um mapa que conduzia a uma mina de ouro. Desesperada, encontrou a maneira de se vingar dos dois assassinos e de recuperar o mapa em uma mesa de pôquer. E, sem nada mais para apostar exceto sua inocência, a bonita e experiente jogadora reparte a mão ganhadora com um atraente e perigoso pistoleiro chamado Reno e alheio a todo o ocorrido, que entrara na partida atraído apenas pela beleza da jovem. Quando a requintada tentação cujo corpo ganhara nas cartas foge com o restante de seus lucros, Matthew Reno Moran jura persegui-la e prendê-la, decidido a reclamar tudo o que é seu por direito... incluindo a temperamental mulher a quem ele não se atreve a amar..., mas a quem deseja com toda sua alma. O que não suspeita é que seu destino será unir forças com a fugitiva em uma azarada procura pelo ouro escondido, na qual Eve se apaixonará sem solução pelo duro pistoleiro. 

Capítulo Um

Canyon City, Colorado Final do verão de 1867 
Sem dinheiro, sem sorte, sozinha e assustada, a jovem a qual todos conheciam como Evening Starr fez a única coisa que lhe ocorreu para conseguir continuar jogando pôquer. Apostou a si mesma. Mas, primeiro, Eve embaralhou as cartas com deslumbrante velocidade, dispondo sutilmente as cartas tal como Donna Lyon lhe ensinara. Enquanto o fazia, tentou não olhar para o bonito forasteiro de cabelos escuros que se sentara em sua mesa sem aviso prévio. Seu aspecto de homem duro e inflexível era inquietante. Com foragidos como Raleigh King e Jericho Slater, qualquer mulher já teria o suficiente. Não precisava de um estranho com um físico imponente que fizesse tremer suas mãos doloridas. Eve respirou secretamente para relaxar e disse com voz controlada: 
— Mão de cinco cartas. Quais são as apostas iniciais? 
— Um momento, jovenzinha. — Raleigh protestou. — Está sem banca. Onde está sua aposta? 
— Aqui sentada. 
— Como? 
— Eu sou a aposta, senhor King. 
— Está apostando a você mesma? — Perguntou o foragido incrédulo. Reno Moran não precisou perguntar. Já havia lido a determinação na postura feminina quando se sentou e pegou suas cartas. Na verdade, fora a combinação do brilho tranquilo de seus olhos e os lábios levemente trêmulos que o haviam atraído do outro extremo da sala. Qualquer coisa que acontecesse, sabia que a mulher que estava à sua frente falava muito seriamente. 
— Sim. — Eve olhou as joias e as moedas sobre a mesa em frente a cada um de seus oponentes na partida e acrescentou: — Valho tanto quanto qualquer coisa que esteja em jogo neste momento. Após dizer aquilo, deu um brilhante sorriso sem sombra de humor e continuou embaralhando. 
O silêncio se estendeu da mesa de pôquer a todo o salão, seguido quase no instante por uma avalanche de sussurros quando os que observavam a partida começaram a perguntar uns aos outros se tinham ouvido bem. Os murmúrios indicaram a Reno que muitos deles desejaram a jovem, mas que nenhum havia conseguido. Um cínico sorriso alterou a fina linha que seus lábios perfeitamente cinzelados traçavam. Não havia nada diferente naquela jogada em particular. 
Com curiosidade, Reno passeou o olhar das mãos que embaralhavam as cartas, para o rosto da mulher que havia posto em jogo seu próprio corpo. No interior do escuro salão, seus olhos haviam adquirido uma estranha cor âmbar que contrastava com a luz do lampião que se refletia em seus cabelos castanhos avermelhados. 
O corte de seu vestido era bastante recatado, mas estava confeccionado com uma seda vermelha para deixar um homem interrogando como seria desabotoar todos os reluzentes botões negros que mantinham a peça em seu lugar, e acariciar a sedosa pele que havia sob o tecido. 
A direção que seus pensamentos tomavam irritou Reno. Se passaram muitos anos desde que ele fora provocado e enganado por uma das melhores professoras da arte da sedução que as mulheres utilizavam. E se alguma coisa ficara bem clara para ele, era que nunca mais deixaria aquilo voltar a acontecer. Olhando para Reno, Slater remexeu as pérolas e as moedas de ouro que acabara de ganhar de Eve. 
— Imagino que isto se igualará ao seu anel, — espetou — e vale muito mais que esse seu diário. — Acrescentou, dirigindo-se a Raleigh. 
— Não sabe o que diz!








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