
Um grande amor que desafiou o antigo ódio entre dois clãs Escócia, de 1372 a 1382.
Homem de temperamento ardente e paixões arrebatadoras, Micheil, líder do clã Gunn, sentiu-se enfeitiçado pela estonteante beleza de Seana MacKay.
Mas Micheil fez uma terrível descoberta: a adorada Seana era inimiga do clã Gunn, e ele teria de usá-la como instrumento de sua vingança final contra o clã MacKay!
Capítulo Um
O Início.
Castelo de Halberry, 1372.
As vigas enegrecidas pela fumaça estremeceram ao som vibrante das gaitas de fole no amplo salão da fortaleza Gunn.
O castelo de Halberry ocupava o promontório que se projetava no mar em Mid Clyth, na costa norte de Caithness.Ingram, chefe do clã dos Gunn e príncipe herdeiro de Caithness, reinava ali. Os servos apressavam-se a manter cheios os cálices de ouro e prata incrustados de pedras preciosas sobre a grande mesa.
Movido por seu imenso amor pela filha Bridget, Ingram ofereceu o primeiro brinde de parabéns aos noivos.
Beber à saúde de Liam, do clã MacKay, noivo e inimigo, era algo que o amargurava.
Porém, ressentia-se do fato de seus homens hesitarem em celebrar a ocasião com alegria.
Aquele casamento asseguraria a paz entre os dois clãs.
As guerras constantes estavam acabando com os bens de ambos.
O novo compromisso entre seu filho mais velho, Micheil, com Seana, filha única de MacKay, garantiria a paz para sempre.
Dentro de Ingram ardia a mágoa de saber que não mais ouviria, naquele salão, o grito de guerra contra os MacKay. Bridget e Liam haviam unido os clãs poderosos, tornando-os aliados por afinidade.
Sentado à direita dos noivos, Ingram sentiu o clima tenso que se propagava no ar como névoa sobre o lago.
O sangue quente e as lembranças dos escoceses estavam imersos em brigas de famílias.
Poucos dos homens ali presentes iriam um dia esquecer aqueles que haviam morrido pelas adagas e espadas de seus inimigos.
As sobrancelhas arqueadas de Ingram, que emolduravam olhos penetrantes, de um azul profundo, esquadrinharam as mesas apinhadas.
Não prestou atenção à riqueza do linho puro que as cobria, nem às tapeçarias que revestiam as paredes de pedra.
Pela primeira vez, achou natural a abundância de comida servida em pratos dignos de um rei.
Sua riqueza viera, em parte, de Malcolm, duque de Caithness, e Angus, cuja filha Maud casara-se com sir Albert de Umfraville, da antiga casa baronial normanda. Essa aliança trouxera mais riquezas ao clã.
Seu olhar errante deparou com o de Heth, chefe dos MacKay, que possuíam Strathnaver, toda a parte nordeste das terras escocesas.
Em honra da filha de Heth, Ingram disfarçou um sorriso quando o outro tocou no imblema da família, uma planta chamada giesta com poucas folhas e flores amarelas.
Ao ouvir o riso de Bridget, Ingram desviou o olhar orgulhoso para ela, compreendendo que fora pela filha que recolocara a espada na bainha. Bridget, a primogênita, voltou-se para ele e elogiou a festa.
- Está contente, minha menina?
- Oh, se estou! Você tornou realidade o meu maior desejo.
- Oxalá eu sempre possa fazer isso.
Sim, realmente dera à filha o que ela desejava. Mas não tivera escolha.
Só houve paz depois que ele concordou com o casamento. Não que Bridget ou Liam precisassem de seu consentimento, ou do de Heth. Sabia que Bridget teria fugido com o herdeiro dos MacKay.
Porém, tinha que admitir, Liam era um homem íntegro e insistira no casamento. Com um suspiro, expressou o cansaço do homem que fora dominado e vencido pelo belo sexo.
Bridget, apesar do físico delicado, não era nenhuma florzinha tímida.
Era sangue de seu sangue, o mesmo dos reis nórdicos, homens do mar. Como ele, Bridget jamais desviava de um objetivo.
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