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20 de janeiro de 2017

Olhos de Anjo

A última coisa que Justin Connor esperava encontrar era uma jovem mulher adormecida na areia, lançada pelo mar na agreste costa da Nova Zelândia. 

Embora não estivesse disposto a renunciar à solidão a que havia-se refugiado nessa ilha, Justin se sentiu obrigado a resgatar essa misteriosa náufraga, sem se dar conta de que, com sua radiante beleza e sua valentia, ela terminaria destruindo a paz que tanto lhe havia custado conseguir. 
Ainda mais quando a jovem é nada menos que Emily, uma nobre órfã e despojada de sua herança que percorreu meio mundo para encontrar o homem que havia prometido a seu pai cuidar dela, e que, em vez disso, a deixara interna em uma escola da Inglaterra. 
Confusa e presa de uma voragem de emoções, Emily está decidida a vingar-se de Justin por seus anos de solidão, embora para isso deva romper-lhe o coração.

Capítulo Um

Minha querida filha, rezo para que quando receba esta carta se encontre bem…
Nova Zelândia, Ilha do Norte, 1872
— Se há alguma moça atrevida a quem falta uma boa surra, essa é Emily Claire Scarborough! — Barney reprimiu um grunhido e quase provocou o riso em Emily. Ela se voltou, apoiando as costas na proa do pequeno vapor. Olhava para ela exibindo um gesto de ódio com seu rosto marcado pela varíola. Flexionou suas mãos secas no corrimão do barco e murmurou: — E eu sou a pessoa que deveria dá-la. Doreen agarrou seu irmão pela orelha e a retorceu com a mesma destreza que fizera com que se convertesse no terror das alunas do Colégio para Senhoritas de Foxworth.
— Ai, irmã! — Gritou Barney. — Solte-me! Não lhe coloquei a mão encima, pelo menos até esse momento…
— Mas quer lhe dar uma surra… creio que o que gostaria é de se deitar com ela. Ontem vi como a fitava enquanto a metíamos em seu vestido elegante.
Emily riu e Doreen torceu mais forte a orelha. Se havia enraivecido ainda mais ao perceber que, por um lapso, usara o sotaque suburbano. Todos sabiam que havia conquistado um lugar ao sol na escola graças à sua habilidade de fazer gozações com a forma refinada de falar das classes altas. Isso e o rápido desmoronamento das finanças da senhorita Winters.
Barney afastou sua mão.
— A estar com vocês duas, menininhas, preferiria estar cego e surdo até chegar à Nova Zelândia. Mulheres!
Cuspiu, depois de ter incluído de má vontade sua irmã em seu áspero comentário.
Eram uns furões raivosos, pensou Emily.
Tinha sido arrastada por meio mundo por um par de furões raivosos. Caminhavam como bípedes e usavam chapéus e guarda-sóis, mas, mesmo vestidos com sedas e diamantes, não podiam dissimular sua verdadeira… ―furonidade !! Esfregou os braços. Estavam avermelhados pelos beliscões de Doreen. Estava certa que a morderia se não fosse por temer que ao capitão lhe parecesse pouco civilizado. Ou talvez porque pensava que ela poderia lhe responder com outra mordida.
Suspirou. A pequena barcaça resfolegava pela água, deixando um rastro no mar de cor azul forte.
Barney coçou o pescoço. O terno de lã que a srta. Winters lhe havia comprado antes de sua saída era adequado para o vento fresco de Londres no outono, mas não para as brisas quentes da Nova Zelândia. Ademais, o terno, evidentemente, era dois números menor que o seu.
Secou o suor da testa:
— Este país não é normal. É como ter chegado ao inferno antes do tempo — apontou para Emily com o olho bom — e, se isso for verdade, esta estúpida é a cadela do diabo. Olhe para ela. Parece que é a dona deste maldito barco a vapor, e também do Mar da Tasmânia.
Sua irmã não olhou para Emily, mas para a cabina de comando. O velho capitão estava caído, meio adormecido sobre o timão.
— Ela poderá ser a dona quando a deixemos nos braços de seu rico tutor — disse Doreen. — Esse pretensioso herdeiro do duque tem que pagar todo o dinheiro que deve à pobre srta. Winters por cuidar desta pequena bruxa todos esses anos. E 10% disso vai para nós dois.
-Deveria ser a metade — murmurou Barney enquanto tocava o brilhante hematoma que tinha debaixo do olho. Emily se sentiu tentada a lhe dar razão.
Na segunda tinha molhado com salmoura suas comidas.
Na terça jogado fora o whisky de Barney, e trocado pelo conteúdo do penico de sua irmã.
Na quarta lançou sua única muda de roupa pela murada, fazendo com que fosse obrigado a nadar atrás dele completamente nu. Enquanto isso, Emily se fez um corte no dedo para jogar seu sangue no mar com a esperança de atrair tubarões. Doreen e o foguista tinham tido dificuldade em controlá-lo para evitar que a atirasse ao mar. Essa mesma manhã lhe havia deixado com um olho roxo com um soco quando ele e Doreen estavam tirando seu avental humilde para lhe colocar um vestido.
— Nem sequer tem a decência de usar um guarda-sol — grunhiu Barney.
Tinha a cara cheia de espinhas e a de Doreen, após cada dia de viajem, estava cada dia mais pálida. Em troca, Emily tinha a ousadia de expor sua cara ao sol e estava ficando morena como uma castanha.
— Ao menos finalmente conseguimos que esse pequeno demônio com jeito de rapaz use um vestido apropriado — respondeu Doreen.
O olhar de Barney percorreu de cima abaixo o corpo de Emily, conseguindo fazer com que estremecesse. Emily sabia que não a achava assim tão masculinizada, embora odiasse admiti-lo. Ainda lhe doíam os seios pela pressão que tinha exercido com seu ossudo corpo enquanto a agarrava para que Doreen pudesse atar as fitas da armação do vestido. Então se pôs no extremo da sacada, o mais longe dele que a coberta do barco lhe permitia. Enquanto Barney a fitava dissimuladamente, ajeitava as calças. Emily desejou estrangulá-lo. Doreen lhe bateu nas orelhas.
— Mantenha suas mãos sujas onde eu possa vê-las. Não podemos estragar tudo agora. Nos deram este trabalho somente porque a srta. Amélia não podia se permitir o luxo de enviar outros investigadores.
Barney lhe respondeu com um queixume, que foi interrompido pelo grito do capitão:
— Terra à vista!
 


23 de outubro de 2015

A Tentação de seu Toque

Série Irmãos Burke

Maximillian Burke sempre se orgulhou de ser o homem que toda mãe gostaria que sua filha se casasse. Mas depois que o canalha do seu irmão foge com a noiva de Max, ele descobre que é mais satisfatório ser um ladino do que o perfeito cavalheiro. Forçado a fugir de Londres depois de um duelo que deu errado, ele busca refúgio na Mansão Cadgwyck, na costa solitária da Cornualha, um lugar selvagem e primitivo como seu temperamento atual. A mansão decadente vem com seu próprio fantasma, mas por incrível que pareça, não é a Dama Branca de Cadgwyck que assombra os sonhos acalorados de Max - mas sua sensata empregada doméstica.

A última coisa que a governanta Anne Spencer precisa é de um novo mestre, especialmente um tão infeliz e lindo como o Conde de Dravenwood. Mesmo enquanto ela planeja se livrar de seu novo empregador, se vê irresistivelmente atraída por seus braços fortes e musculosos. Quando Max promete resolver o mistério do fantasma de Cadgwyck, ele não percebe que vai colocar ambos os seus corações em risco e tentá-los a se render a um prazer tão delicioso quanto perigoso.

Capítulo Um

Maximillian Burke era um homem muito mau.
Enquanto observava um fio de fumaça que subia do cano da arma em punho tentou descobrir exatamente quando ele assumiu o papel de vilão nessa farsa em que havia se tornado sua vida. Ele sempre tinha sido honrado, formal, que pesava tudo, cada passo que e o cuidando de evitar até mesmo a possibilidade de um tropeço. Ele passara a vida todo esforço para ser o filho que qualquer pai teria ficado orgulhoso. 
O homem com quem qualquer mãe quer ver sua filha casada.
Pelo menos, isso é o que todos pensavam.
Era seu irmão mais novo Ashton, que estava lá fora, entrando em brigas, desafiando para um duelo gritando bêbado, e ele ocasionalmente havia enfrentado um pelotão de fuzilamento por roubar uma relíquia preciosa, ou uma mulher, um potentado Oriente Médio. 
Agora, no entanto, Ash estava abrigado em Dryden Hall, a casa ancestral da família, com sua esposa amorosa e filha pequena tagarela e bonita. Uma filha que, dizia-se, tinha sido agraciada com cabelos loiros e olhos verdes sorridentes de sua mãe. A filha que devia ter sido a sua.
Maximillian fechou os olhos por um instante, como se isso pudesse apagar a imagem da sobrinha que nunca conheceria.
Enquanto seu irmão desfrutava da felicidade doméstica que ele deveria ter compartilhado com a mulher que ele amou a maior parte de sua vida, ele estava em um prado gelado ao amanhecer no Hyde Park, com botas de luxo afundado na grama molhada e o homem que tinha disparado
deitado no chão, gemendo, vinte pés de distância. Ash teria rido de sua situação, apesar de que a causa eram as mentiras derramadas por um bêbado sobre o bom nome de sua irmã.
Max parecia incapaz de se lembrar que já não o preocupava defender a honra de Clarinda.
Quando ele abriu os olhos, os olhos cinzentos pareciam duros como diamante.
-Levante- se! E pare de choramingar, cretino! Disse ao homem que estava chafurdando na grama. A ferida não é mortal. Eu só atingi o ombro.
Agarrando o braço com os dedos manchados de sangue, o jovem dândi olhou para si próprio. Sua respiração ofegante e os tremores de seu lábio inferior que Max temia, estava prestes a quebrar a chorar.
-Não há necessidade de ser tão rude, meu senhor. Ainda dói no momento.
Max soltou um suspiro exasperado, e entregou a arma para o tenente da Companhia das Índias Orientais, que tinha convencido, quase forçado a ser seu padrinho e atravessou a grama em ritmo firme e tranqüilo.
Ele ajudou o ferido a levantar, fazendo um enorme esforço para não apertar sua mão.
-Vai doer-lhe ainda mais se ficar aqui, choramingando, até um xerife vir e nos prender em Newgate por duelarmos. E provavelmente será infectado com tanta imundície que acabará por perder o braço.
Quando cruzaram a relva molhada, o jovem se apoiou pesadamente sobre ele.
-Não era minha intenção ofendê-lo, meu senhor. Pensei que me agradeceria, em vez de atirar por ter a audácia de dizer em voz alta o que todo mundo leva tempo resmungando às suas costas. É verdade que a senhora em questão o deixou aos pés do altar. E por seu irmão, nem menos!
Max sua voz deliberadamente despojou- se de toda a emoção, ciente do efeito paralisante que surtia sempre entre seus subordinados.
-Minha cunhada é uma mulher de extraordinária coragem e fibra moral excepcional. Se eu o ouvir voltar a falar mal dela, mesmo não mais que um sussurro, irei atrás você de e terminarei o que começamos aqui hoje.

Série Irmãos Burke
1 - O Prazer de seu Beijo
2 - A Tentação de seu Toque
Série Concluída










31 de março de 2013

O Prazer De Seu Beijo

Série Irmãos Burke


Ashton Burke é um lendário aventureiro que passou os últimos dez anos de sua vida percorrendo o mundo, para esquecer a mulher que deixou para trás.

Sua vida miserável é interrompida quando é contratado para resgatar a noiva de seu irmão, que foi sequestrada e se encontra prisioneira no harém de um sultão.
Muito tarde, descobre que ela é Clarinda Cardew, a mulher que feriu seu coração.
A última coisa que Clarinda deseja é estar cativa em um palácio de prazeres sensuais com o homem cujos beijos irresistíveis atormentam suas noites insones.
Embora ele jure que está apenas cumprindo sua missão, Clarinda não demora a perceber que se permitir que Ashton a salve, seu coração vai estar em um perigo ainda maior.
Em uma viagem através das deliciosas intrigas da corte de um sultão até os salões exuberantes de Londres, Ashton e Clarinda reiniciam os passos dessa dança perigosa e descobrem que o prazer mais sedutor de todos, pode ser o amor.

Comentário revisora Marilda: Como eu já esperava, a autora fez mais um livro maravilhoso. Envolvente, divertido, emocionante e com a dose certa de erotismo. Um amor verdadeiro que resiste a distância e ao tempo. Para minha alegria, ainda temos um romance secundário que é muito bacana. Imperdível!

Capítulo Um

1834 
— Oh, Clarinda! Você viu o último número do Snitch? Peguei um exemplar no porto antes de embarcar e há um artigo absolutamente fantástico sobre o Capitão Sir Ashton Burke! 
Clarinda Cardew sentiu que seus dedos cravaram involuntariamente na suave capa de couro do livro que estava lendo. Apesar da agradável e cálida brisa marinha que acariciava sua face, percebeu que seu rosto se congelava ao exibir a máscara de desinteresse calculado que adotava assim que Esse Nome era mencionado. Não era necessário um espelho para saber quão efetiva era. Ela teve nove longos anos para aperfeiçoá-la. 
— Ah, sim? — murmurou, sem levantar os olhos da página. 
Desgraçadamente, Poppy estava muito fascinada com o assunto para perceber a falta de entusiasmo de Clarinda. Poppy se inclinou para frente de sua cadeira ajustando seus óculos de aro metálico, empoleirados na ponta de seu nariz. 
— Segundo este artigo, ele fala fluentemente mais de quinze idiomas, incluindo o francês, o italiano, o latim, o árabe e o sânscrito, e passou a última década viajando de um canto ao outro da terra. 
— Falando corretamente — disse Clarinda secamente — a terra não tem cantos. É redonda. 
Poppy continuou sem se intimidar: 
— «Depois de conseguir uma impressionante vitória na guerra da Birmânia com seu regimento do exército da Companhia das Índias Orientais, foi agraciado com o título de Cavalheiro pelo rei. Devido a sua habilidade feroz no combate, os homens que estavam às suas ordens o apelidaram de: Sir Selvagem.» 
— Muito mais intimidante do que Sir Infalivelmente Cortês. 
Sentindo-se bastante selvagem também, Clarinda virou a página seguinte do livro e ficou olhando cegamente as palavras que bem poderiam estar escritas em sânscrito ou em algum outro idioma antigo. 
— «Contam os rumores que enquanto estava na Índia resgatou uma linda princesa hindu dos bandidos que a tinham sequestrado de seu palácio. Quando seu pai ofereceu a mão dela em casamento e uma fortuna em ouro e joias como recompensa, Burke lhe disse que se contentaria simplesmente com um beijo.» 
— O pai dela deve beijar muito bem — replicou Clarinda levantando o livro para cobrir seu rosto completamente. 
Poppy desviou seu olhar encantado do Snitch o suficiente para lhe lançar um olhar irritado. 
— Do pai não, boba. Da princesa. Segundo o artigo, as façanhas românticas do Capitão Burke são quase tão lendárias quanto as militares. 
Também diz que depois que solicitou sua baixa no exército, foi contratado pela Associação Africana para comandar uma expedição às profundezas do continente. 
Sua aliança com a associação foi abruptamente interrompida há três anos ao retornar da África com muitas informações sobre os costumes carnais das tribos primitivas que conheceu lá. 
Inclusive os mais sofisticados eruditos se escandalizaram pela descrição detalhada que seus descobrimentos continham. Houve quem se atrevesse a insinuar que ele mesmo participou desses rituais!


Série Irmãos Burke
1 - O Prazer de seu Beijo
2 - A Tentação de seu Toque
Série Concluída

14 de outubro de 2012

A Conquistadora

Ele é Conn, das Cem Batalhas, o rei guerreiro que forjou uma nação numa terra de clãs isolados. 

Na qualidade de rei supremo da Irlanda, dirige o lendário Fianna, o grupo de guerreiros de elite. 
Mas o misterioso assassinato de vários dos melhores homens de Conn ameaça o trono. Ele parte sozinho em busca de um inimigo aparentemente invencível, sem saber que vai enfrentar uma mulher de olhos verde-esmeralda e cabelos cor de fogo... 
Empunhando uma espada chamada Vingança, Gelina O’Monaghan jura derrotar o homem que considera o responsável pela ruína da sua família. 
Nunca imaginou que ele pudesse vencê-la em combate... 
E ao mesmo tempo conquistar o seu coração. 
A sua paixão proibida se transforma numa guerra travada entre espadas e beijos, promessas e traições, e a rendição será apenas o início... 

Capítulo Um 

O dia estava cinzento, tão sombrio e calmo como os rostos que enchiam o salão da entrada. 
As nuvens que se acumulavam no céu do fim da tarde prometiam chuva; a tensão pairava no ar e não parecia querer desaparecer tão cedo. 
Mer-Nod franziu o sobrolho, vincando mais as rugas que lhe marcavam a testa, enquanto contemplava a rara tristeza que se abatera sobre a corte naquele dia melancólico. 
Não se ouviam vozes arrebatadas discutindo. 
Não se ouviam gargalhadas, música, as histórias dos poetas. 
Uma espessa camada de apreensão pousava sobre as línguas das pessoas, reduzindo centenas de vozes a um murmúrio.
Os poetas sentavam-se aos pés de Mer-Nod, identificando-o como o seu chefe apesar do seu silêncio. Encostadas às paredes de teixo macio, as harpas continuavam por tocar, como brinquedos esquecidos. 
Pelo salão circulavam criados que enchiam as taças de cerveja e os ouvidos de boatos. 
Com a cabeça inclinada para trás e os olhos fechados numa prece muda a Morigu, um malabarista sentado no chão de pernas cruzadas embalava as nove maçãs douradas que tinha no colo. 
Mer-Nod puxou para trás o cabelo longo e escuro que lhe caía sobre os ombros. 
Madeixas grisalhas emolduravam-lhe o rosto, suavizando a severidade do seu nariz aquilino e dos seus olhos escuros e penetrantes. 
Um lábio inferior carnudo contradizia a solenidade do queixo proeminente, onde despontava a barba grisalha de um dia. Assentou um pé na cadeira e olhou por cima da multidão. 
Uma pequena onda de ansiedade atravessava o ar agreste como as lâminas reluzentes enfiadas nas bainhas dos homens, que se empertigavam em todos os pontos de observação do salão. 
Nos seus rostos queimados pelo sol desenhavam-se as linhas finas que só o vento sabe gravar. Gibões justos sem mangas expunham corpos sólidos e musculosos sem um grama de gordura. 
Os guerreiros espalhavam-se pelo salão de entrada, alguns fazendo a corte às jovens, outros conversando em voz baixa com camponeses e pastores. 
Quando atravessaram o salão, foram recebidos com palmadinhas nas costas e palavras de estímulo da multidão que abrira caminho para lhes dar passagem. 
Eram os membros do Fianna, os protetores e adoradores de Erin. Guerreiros e caçadores, que percorriam a ilha fazendo amor e criando lendas a cada hora dos seus dias errantes. 
E agora muitos deles morriam, um a um, os seus corpos mutilados apodrecendo na umidade dos bosques. Mer-Nod suspirou e fechou os olhos, sabendo que assim ninguém ousaria dirigir-lhe a palavra. 
Todos partiriam do princípio de que ele estava compondo. Como gostaria de agradar-lhes! 
A sua mão ansiava por uma pena.
Que história vitoriosa haveria sobre a vitória de Kevin sobre o monstro!


 

1 de setembro de 2012

Escândalo Na Noite

Série Irmãs Farleigh

Decoro nunca foi uma das qualidades de Carlotta Anne Fairleigh 
- nem mesmo hoje, quando a linda e impetuosa moça está finalmente por fazer seu debut na sociedade. 

Enquanto ela aguarda sua entrada, não pode deixar de perguntar-se sobre a casa escura ao lado, a casa supostamente abandonada de Hayden St. Clair, ao qual a sociedade tinha apelidado de 
"Marquês Assassino." 
Certamente uma pequena espiada pela janela, antes das festividades seria inofensivo... 
E, naturalmente, esta última "aventura" termina em desastre, comprometendo a reputação da jovem debutante e deixando-a, de repente numa situação das mais escandalosas! 
Logo ela está a caminho dos confins da Cornualha, na companhia do marquês belo e misterioso, cuja simples menção do nome a fazia oscilar entre o medo e a repugnância. 
 Não entanto, há algo emocionante e surpreendente sobre seu noivo, sombrio e inacessível: o desejo nos olhos dele é inegável. 
Mas antes de Lottie se render aos anseios de seu coração, ela precisa desvendar os segredos do passado de Hayden, não importa o quanto possam ser escandalosos e perigosos. 

Comentário revisora Ana Catarina: A mocinha era conhecida como Diabinha, por suas diabruras, linda, encantadora, curiosa, metida a escritora, enfim uma das mocinhas de minha maior preferência. 
Porém ela não teve um par a altura. O mocinho é um homem atormentado pela morte de sua primeira mulher e, portanto, ainda apaixonado por ela. 
Odeio. Enfim ele casa e enterra minha amada mocinha num mausoléu que chama de casa...........odiei. 
No fim, aquela mocinha do inicio da historia até ressurgi. É quando melhora a conversa. 
Vale ler, pois a mocinha é ótima, com sua imaginação fértil e sua curiosidade, me fez rolar de rir. 
Boa leitura. 

Capítulo Um 

Londres, 1825 
Essa noite era a apresentação na sociedade de Carlotta Anne Farleigh. Por desgraça, a apresentação que estava fazendo nesse momento era a de seu precioso vestido de baile fora de uma janela do primeiro andar da mansão de sua tia Diana no Mayfair. 
E isto poderia ter conseguido sem nenhum contratempo se os volantes de seda que adornavam o corpete do vestido não tivessem ficado enganchados na cabeça de um prego que se sobressaía do batente. 
—Harriet! —chamou Lottie, desesperada, em um sussurro — Harriet, onde está? Estou em um apuro e necessito urgentemente sua ajuda. 
Esticou o pescoço para olhar a acolhedora sala de estar em que tinha estado comodamente instalada só fazia uns minutos. 
Um peludo gato branco estava dormindo junto à lareira, mas Harriet como toda sua boa sorte, parecia haver desaparecido. 
—Onde terá se metido essa tola? Enquanto tentava soltar o babado do prego, o escorregadio revestimento de seus sapatos dançava deslizando pelo ramo de árvore que chegava bem debaixo dela, procurando em vão firmar-se. 
A contra gosto olhou para baixo por cima do ombro. 
O terraço pavimentado, que fazia uns momentos tinha parecido tão perto e fácil de alcançar de um salto, agora parecia estar a léguas de distância. 
Passou-lhe pela cabeça a ideia de gritar chamando um lacaio, mas se conteve, porque poderia ser seu irmão quem a acudisse correndo e a surpreendesse nessa situação difícil. 
Embora George fosse só dois anos mais velho que ela, não fazia muito tempo que tinha retornado de sua primeira Grande Viagem pelo Continente e estava impaciente para comandar sua irmã menor com sua recém-descoberta elegância. 
Das portas de vidro do lado norte da casa chegavam as dissonantes notas dos instrumentos de corda que os componentes do quarteto de músicos estavam afinando. 
Não demoraria muito em ouvir os ruídos de rodas de carruagens e o murmúrio de vozes e risadas de boas-vindas, quando começasse a chegar à nata da aristocracia londrina para celebrar sua estreia na sociedade. Não teriam maneira de saber que a convidada de honra estava pendurada em uma janela do piso superior, fracassando em sua tentativa de ser respeitável. 
Talvez não se encontrasse nessa desesperada situação se seu cunhado e tutor, Sterling Harlow, tivesse celebrado a festa de sua apresentação na sociedade na casa de Devonbrooke, sua imensa mansão no setor oeste.
Mas sua prima Diana o tinha convencido, com gestos e adulações, que cedesse essa honra a ela. 
Não precisava esticar muito sua hiperativa imaginação para visualizar os convidados de sua tia congregados junto ao seu corpo destroçado estendido sobre os paralelepípedos. 
As mulheres levariam seus lenços perfumados aos lábios para afogar os soluços enquanto os homens emitiriam « tss—tss» e «tut—tut» em voz baixa, resmungando que terrível pena era verem-se privados para sempre de sua alegre companhia. 
Olhou pesarosa a deliciosa saia de popelina violeta; se o vestido não sofresse muito com a queda, talvez sua família pudesse enterrá-la com ele.

Série Irmãs Farleigh
1 - Um Beijo Inesquecível
2 - Escândalo na Noite
Série Concluída

22 de julho de 2012

Desejo Selvagem

Série Some Like It
Era para ser seu maior disfarce...

Pamela Darby precisa de um homem, de preferência um rude escocês com mais força do que cérebro.
Decidida a salvar sua irmã, impedindo que tenha que vender sua virtude, a esperta beldade precisa contar com um musculoso espécime que se faça passar pelo herdeiro desaparecido de um ducado.
Pamela planeja cobrar uma generosa recompensa e após isso, se afastar dele.
Por sorte para a descarada beldade, pode ser que o sedutor ladrão de olhos prateados, que acaba de deter sua carruagem seja seu homem…
Connor Kincaid renunciou a seu sonho de reinstaurar a honra de seu clã.
E agora esta valente inglesa lhe pede que tome parte em uma perigosa charada que poderia fazer com que ambos acabassem na forca.
Connor, que nunca foi homem capaz de resistir a um bom desafio ou a atração de uma bela mulher, faz um pacto com o diabo que poderia selar o destino dos dois.
O ladrão e a beldade viajam a Londres como inimigos e aliados.

Comentário revisora  Ana Julia: Realmente o livro é uma graça, a leitura flui, é um florzinha que conta a história do irmão da mocinha do livro anterior, Connor, que se faz passar pelo filho perdido de um duque por sua herança, e Pamela nossa mocinha, filha de uma atriz que o coloca “nessa enrascada”.
O livro é divertido, envolvente, cativante. Boa leitura.

Capítulo Um

Highlands escocesas 1814.
 —Não necessito de um homem. — declarou Pamela Darby. Disse com a mesma naturalidade e convicção com que poderia ter dito «Necessito um pedaço de fita para arrumar a borda de meu vestido» ou «Necessito um nabo fresco para o guisado desta noite».
Sentada no assento de frente do carro, sua meia-irmã Sophie levantou a vista do desgastado exemplar de La Belle Assemblée.
A revista já estava antiga após duas temporadas, mas isso não impedia Sophie de suspirar olhando os coloridos modelos de vestidos ou ler atentamente as recomendações sobre o tom de ruge que faria mais atraentes as bochechas de uma dama.
—O que preciso —continuou Pamela — «precisamos» — emendou — não é um homem qualquer, a não ser um moço escocês alto e forte que tenha mais força muscular que cérebro. Um moço — acrescentou, enrouquecendo a voz e imitando tão bem o cantante e miserável acento escocês que teria orgulhado a Bonnie, o príncipe Carlos — que se deixe dirigir por duas ardilosas moças mais espertas que ele.
—E essas moças seríamos nós, suponho? —disse Sophie, arqueando uma sobrancelha em gesto de cumplicidade; enrugou o nariz e se moveu inquieta no desgastado assento, pois o carro iniciou outro lance pedregoso do caminho que lhes insultava a inteligência chamando-se assim
— E como pensa encontrar? Pedimos ao chofer que pare no seguinte povoado e coloque um folheto? Compreendendo que sua irmã lhe seguiria o jogo com essa tola ideia,
Pamela mordeu o lábio, pensativa:
—Mmm, não é má ideia. Não tinha me ocorrido à questão do folheto. Por exemplo, um que diga: «Procura-se: Escocês lerdo, de pescoço gordo, para que se faça passar pelo herdeiro de um duque perdido há muitos anos». Talvez poderíamos colocar um na praça do mercado de cada povoado que vamos passando.
—Como o que vimos no último povoado, advertindo que há um perigoso bandoleiro, com um preço por sua cabeça, que aterroriza estas mesmas estradas, roubando viajantes e violando mulheres inocentes?
As burlonas palavras de Sophie fizeram cair bruscamente Pamela do voo da fantasia às duras pedras da realidade. Recordava muito bem o folheto.
Acompanhava o tosco desenho de um homem mascarado de mandíbula dura, uma pistola na mão e um brilho de crueldade nos olhos.
Sem querer se sentiu atraída e passou brandamente as pontas dos dedos pela bochecha direita seguindo o contorno de uma atrativa covinha incongruente com o resto dos traços.
Não pôde evitar pensar o que podia levar um homem a desafiar a lei e os mandamentos de Deus roubando o que desejava em lugar de comprá-lo. 
Quando Sophie se aproximou se apressou a dar as costas ao folheto, não fora que esta descobrisse na acerado olhar do bandoleiro um reflexo do crescente desespero que ela sentia. 
A lembrança desse olhar lhe fez baixar um estremecimento pela espinha. 
Sabia angustiosamente bem que duas mulheres sozinhas viajando por essas terras inóspitas de clima cru se expunham a ser alvos bem mais que olhadas desconfiadas e desaprovadoras. 
Mas careciam dos meios para empregar criados que lhes dessem um ar de respeitabilidade ou a cavaleiros que protegessem o carro que alugaram ao desembarcar da diligência pública em Edimburgo. 
Simplesmente teriam que confiar no ancião chofer e seu velho mosquete para que lhes defendesse a vida e a virtude. 
Obrigou-se a esboçar um alegre sorriso. 
—Pelo que me disseram destes selvagens highlanders, inclinam-se mais a violar suas ovelhas que às mulheres. 

Série Some Like It
1 - Paixão Diabólica
2 - Desejo Selvagem
Série Concluída

30 de junho de 2012

Paixão Diabólica

Série Some Like It
A alguns excita o perigo... 

À beldade das Highlands, Catriona Kincaid, não é importante o decoro, e inclusive sua própria segurança, quando irrompe nos domínios da prisão de Newgate. 
Decidida a retornar a Escócia e restaurar a honra de seu clã, busca a ajuda de sir Simon Wescott, um nobre caído em desgraça e célebre libertino. Está disposta a lhe oferecer riqueza e liberdade, mas nunca imaginou que o perverso libertino teria a audácia de lhe exigir um preço muito mais sensual por sua ajuda. 
A outros excita a sedução... 
Simon se surpreende ao descobrir que a menina que mais parecia um garoto, que conhecia há anos, converteu-se em uma obstinada e sedutora mulher. 
Levando em conta ter renunciado aos seus sonhos de converter-se em herói, não pode resistir a fazer o papel de cavalheiro errante para Catriona. 
A ambos aguardam aventuras e perigos em seu lar escocês, onde arriscarão a vida para vencer seus inimigos... 
E arriscarão o coração para descobrir uma paixão que supera seus sonhos mais selvagens. 

Comentário revisora Kelly : Livro lindo, história ótima, com um enredo emocionante, é um luvinha com cara de espadão, com um par romântico maravilhoso, com muitos momentos hots de dar água na boca. 
Estou louca para ler o próximo. 
Leiam e confiram 

Capítulo Um 

Inglaterra, 1805 
Um gemido feminino e gutural perturbou a aprazível privacidade do palheiro. 
Quando Catriona Kincaid, sobressaltada, levantou a cabeça, o preguiçoso bichano enroscado a sua nuca soltou um estridente miado. 
Por sorte, o protesto do gatinho ficou afogado por outro gemido proveniente da parte inferior do estábulo, sublinhado neste caso por uma rouca risada de cumplicidade que provocou um quente comichão na coluna de Catriona. 
Ainda segurando o livro que estava lendo, apoiou-se nos cotovelos para impulsionar-se sobre o estômago em meio dos raios enviesados de sombras e sol que atravessavam as cavalariças enquanto o gatinho começava a brincar com sua cabeleira com a ferocidade de um filhotinho de leão. 
Outra risada insípida chegou flutuando até seus ouvidos, acompanhada dos ritmos intrigantes de uma respiração dificultosa, e então Catriona decidiu inclinar-se para pegar um olho à generosa fresta aberta entre duas madeiras. 
Inclusive sob a débil luz, o cabelo de sua prima reluzia como um desordenado halo loiro em torno de seu rosto ruborizado. 
Alice estava apanhada contra a porta de um compartimento situado frente ao palheiro, presa entre os braços fervorosos de um oficial da Armada Real de Sua Majestade. 
Enquanto o marinheiro pegava sua boca aberta ao pescoço pálido de sua prima, ela inclinava a cabeça para trás, deixando ver seus olhos fechados e os úmidos lábios separados com certa ânsia indefinível. 
Catriona também abriu a boca. Nunca tinha visto sua frívola prima tão pouco preocupada que a maquiagem se danificasse ou se rasgasse a cauda de sua bata de jardim. Este novo e bonito pretendente devia criar um feitiço poderoso, sem dúvida. 
O olhar curioso de Catriona se deslocou às costas do galã. A casaca azul escuro do jovem oficial estava pendurada de qualquer maneira em uma porta próxima ao compartimento, jogada ali com urgência. 
Sua deslumbrante camisa branca se adaptava a seus amplos ombros enquanto o colete se pegava à magra cintura. 
Levava umas calças brancas rodeadas aos seus magros quadris, que se estreitavam sobre as panturrilhas e coxas musculosas até desaparecer por dentro de um par de reluzentes e negras botas. 
Não foi a beleza esculpida destes quadris que atraiu de novo o olhar de Catriona, a não ser o movimento sutil que acompanhava cada um de seus ataques contra o pescoço de sua prima. 
Aquele movimento provocador conseguia tal equilíbrio delicado entre persuasão e exigência que era como se seu corpo magro e hábil tivesse sido criado por Deus do céu para tais atividades perversas. 
Quando deslocou seus ávidos cuidados da garganta aos lábios separados de sua prima, Catriona soltou um ofego, hipnotizada. 
Nem sequer em seus sonhos mais escandalosos tinha imaginado tal maneira de beijar! 
Aquilo não guardava relação alguma com os beijos pouco generosos na bochecha que sua tia permitia a seu tio cada noite antes de retirar-se a seus dormitórios separados. 
Tampou seus lábios trementes com as pontas dos dedos, perguntando-se o que sentiria enquanto alguém os devorava com tal terno ardor. 
Seus pais tinham sido generosos em abraços e beijos, mas desde que tinha vindo viver com a família de seu tio não tinha recebido muito mais que algum beijo seco na testa. O insolente descarado se aproveitou da distração de sua prima para afundar seus dedos largos e magros no decote de encaixe do vestido. 
Alice murmurou um protesto desinteressado.

Série Some Like It
1 - Paixão Diabólica
2 - Desejo Selvagem
Série Concluída

3 de junho de 2012

Como Conquistar O Diabo


Uma mulher inocente…Emmaline Marlowe está a ponto de casar-se com um ancião, patriarca dos Hepburn, para salvar seu pai da prisão quando o inimigo do clã, Jamie Sinclair, irrompe na abadia no lombo de um magnífico cavalo negro e a leva dali.

Amie é tudo o que não é seu prometido: jovem, bonito, viril… 
E uma perigosa tentação para seu coração. 
Um homem perigoso… 
Jamie espera que Emma seja uma inglesinha pacata, não uma beleza com caráter que lhe desafiará a todo o momento. 
Todos seus planos de utilizá-la como peão na antiga inimizade entre os clãs desaparecem quando a paixão surge entre eles. 
Um homem pode raptar uma noiva, mas é possível que lhe roube a inocência sem perder seu coração?

Comentário revisora Carol: O livro é uma graça, bem escrito, história envolvente, mocinha decidida, mocinho cheio de mágoas e decidido a esclarecer o passado. 
Não tem como não se apaixonar pelo Jamie... 
Boa leitura  

Capítulo Um 
—Note, está como um pudim! Ai, a moça treme de alegria. —E quem vai culpá-la? Seguramente leva toda a vida sonhando com este dia. 
—Mas claro, não é o sonho de toda menina, casar-se com um senhor rico que possa pagar todos seus caprichos? 
—Deveria considerar-se afortunada de ter apanhado tão bom partido. Com todas essas sardas, não é que seja uma grande beleza. 
—Atreveria apostar que nem todo um pote do Gowland’s Lotion poderia dissimulá-la! E esse tom acobreado do cabelo lhe dá um aspecto um tanto vulgar, não te parece? Ouvi que o conde a conheceu em Londres durante sua terceira e última temporada, quando já quase tinha perdido toda esperança de encontrar marido. E é que, caramba, dizem que já tem vinte e um. 
—Não pode ser tão velha! 
—Sim, isso ouvi. Estava a ponto de ficar para titia, assim claro, quando nosso senhor a descobriu, sentada com as solteironas empedernidas, mandou um de seus homens que a tirasse para dançar. 
Embora Emmaline Marlowe mantivesse o olhar para frente e se esforçava com valentia em fazer ouvidos surdos aos ávidos cochichos das duas mulheres do primeiro banco da abadia, não podia negar a verdade em suas palavras. 
Sim, levava toda a vida sonhando com este dia. 
Sonhando chegar um dia ao altar e prometer fidelidade eterna ao homem a quem adorava, e lhe entregar o coração. 
Nunca tinha conseguido ver com claridade seu rosto nesses sonhos vagos, mas não podia negar-se que a paixão ardia neste momento nos olhos do conde, enquanto jurava amá-la, honrá-la e respeitá-la o resto de seus dias. 
Baixou o olhar ao ramo de urze seco que tremia em sua mão, agradecida de que os sorridentes curiosos que enchiam as fileiras de bancos estreitos, a ambos os lados do corredor central da igreja, atribuíram seu tremor à espera gozosa própria de qualquer jovem noiva a ponto de contrair matrimônio. 
Ela era quão única sabia que em realidade respondia ao frio que parecia impregnar as pedras antigas da abadia. 
E seu coração. Deu um olhar furtivo ao cemitério, situado atrás das altas e estreitas janelas. 
O céu se estendia inquietante sobre o vale com uma cor estanha sem brunir, digno de um dia de pleno inverno mais que de uma jornada de meados de abril. 
Os ramos esqueléticos do carvalho e do olmo ainda não tinham dado um só broto verde. 
Do chão pedregoso surgiam instáveis lápides torcidas, com epitáfios gastos pelo assalto incessante do vento e a chuva. 
Emma se perguntava quantas noivas como ela dormia agora clandestinamente, em outros tempos jovens cheias de esperanças e sonhos, truncados muito cedo por decisões alheias e o inexorável passar do tempo. 
Os penhascos irregulares da montanha se elevavam sobre o cemitério como monumentos a uma era primitiva. Essas alturas rigorosas das Highlands, onde o inverno não cedia seu domínio obstinado, parecia outro mundo, sem nada a ver com as colinas de suave ondulação de Lancashire onde ela e suas irmãs desfrutavam pulando com completa despreocupação. 
Essas colinas agora estariam verdes e tenras com a promessa da primavera, acolhendo de retorno ao lar qualquer andarilho o bastante louco para abandoná-las. Meu lar, pensou Emma, com o coração atravessado por uma penetrante pontada de desejo. 
Um lugar ao que já não pertencia desde aquele dia. 
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29 de maio de 2011

Um Beijo Inesquecível

Série Irmãs Farleigh


A resposta às preces de Laura Fairleigh aparece como caída do céu, quando encontra, inconsciente no bosque, um homem incrivelmente bonito. 


Justamente o que necessitava: se não se casar em poucas semanas, perderá a casa onde vive que irá para seu anterior dono, o presunçoso duque de Devonbrooke.
Como em um conto de fadas, não pode evitar beijar ao desconhecido nos lábios, e o homem acorda…. Para descobrir que perdeu totalmente a memória.  Laura decide aproveitar a oportunidade, e lhe convence de que é sua prometida.
Um jogo que resultará muito perigoso, sobretudo tendo em conta a verdadeira identidade da assombração…


Comentário da Revisora Kelly: Adorei este livro.Tem humor, sensibilidade e muita diversão! Adoro mocinhas decididas! Ha tempos,queria inovar e ler algum livro que não fosse medieval…Este superou minhas expectativas. Excelente leitura.

Capítulo Um

Meu queridíssimo filho, tremem-me as mãos ao escrever esta carta...
Chegou o demônio ao Devonbrooke Hall.
Não chegou atirando por quatro cavalos brancos nem em meio de uma rajada de enxofre, a não ser na forma de Sterling Harlow, o sétimo duque do Devonbrooke, de cabelos dourados como o mel e rosto angélico.
Com passos largos, percorreu os corredores de mármore da mansão palaciana a que em seus vinte e um últimos anos tinha chamado lar, com dois mastins salpicados caminhando pegados a seus calcanhares com sua mesma agilidade leonina.
Com um despreocupado movimento da mão, ordenou aos cães que ficassem quietos, abriu a porta do estudo e ficou ali, apoiado no marco, calculando quanto tempo estaria sua prima fingindo não dar-se conta de sua presença.
A pluma dela continuou vários minutos arranhando a página do livro de contas, até que um violento movimento ao pôr de lado uma nota deixou uma feia mancha de tinta no papel.
Suspirando derrotada, olhou-o por cima de seus óculos de aros metálica.
– Vejo que Napoleão não conseguiu te ensinar boas maneiras.
– Justamente o contrário – respondeu ele com um sorriso preguiçoso.
– Eu ensinei a ele uma ou duas coisas. Dizem que abdicou depois de Waterloo só para escapar de mim.
– Agora que voltou para Londres, talvez eu considere a possibilidade de ir lhe fazer companhia em seu exílio.
Enquanto ele se aproximava, ela se manteve tão rígida como um manequim de costureira. Curiosamente, Diana era talvez a única mulher de Londres que não se via desconjurada atrás do esplendoroso escritório de mogno e couro.
Como sempre, vestia nos majestosos tons verde bosque e vinho em lugar das cores em tons pastéis e brancos virginais preferidos pelas beldades do momento.
Levava os cabelos escuros recolhidos em um singelo coque que acentuava a elegância de sua fronte com um gracioso cacho.
– Por favor, não me obrigue, Diana, querida – murmurou ele, inclinando-se para lhe beijar a bochecha. – Sou capaz de suportar a censura do mundo, mas a tua me fere até o fundo do coração.


Série Irmãs Farleigh
1 - Um Beijo Inesquecível
2 - Escândalo na Noite
Série Concluída

24 de abril de 2011

Tua Até o Amanhecer

Série Canalhas e Cavalheiros
As feridas que Gabriel sofreu na batalha de Trafalgar não só marcaram seu rosto e o deixaram cego: também o consumiram em uma amargura que desespera a todos os que o rodeiam. 
Foi à guerra para impressionar uma mulher: agora, está seguro de que nenhuma poderá voltar a olhar em seu rosto sem sentir mais que pena.
Quando chega Samantha, sua nova enfermeira, parece mais um animal selvagem que um nobre inglês, e ninguém espera que a jovem dure mais de um dia em sua companhia.
Entretanto, Samantha sabe ver, sob a couraça de ironia, o homem sedutor e apaixonado que segue vivo no interior de Gabriel.
Um duelo de vontades começa na mansão dos Fairchild, quando Samantha tenta que ele recupere o orgulho e a alegria de viver apesar das trevas.
Mas ninguém suspeita que ela guarda seu próprio segredo, um mais escuro e profundo que a negra noite da cegueira.
Seus olhos estavam cegos…
Como viver como um inválido, quando se teve o mundo a seus pés?
Gabriel era um homem privilegiado, um jovem aristocrata a quem a vida sorria.
Pelo amor de uma mulher embarcou na guerra e acompanhou ao almirante Nelson em sua última batalha.
Agora não é mais que um inválido, incapaz de mover-se em sua própria casa sem se chocar com os móveis, derrubar espelhos e romper vasos.
A compaixão de sua altiva família dói mais que os golpes, e trata de evitar o contato com outros.
Mas Samantha, como comprova logo, é diferente.
Ela é a primeira pessoa que volta a tratá-lo como a um homem, a primeira que lhe devolve a vontade de viver.
Uma jovem que o enfrenta quando ele a insulta e a escandaliza.
Gabriel sente que está se apaixonando, pela primeira vez em sua vida… pela primeira mulher a quem não pode ver...Mas seu coração também?
Samantha está disposta a fazer com que Gabriel volte a ser o guerreiro orgulhoso, o homem seguro de si mesmo que uma vez apaixonou às jovens de Londres.
Um trabalho no qual terá que lutar com a amargura dele, com o desdém de sua família e, o que é mais difícil, com suas próprias emoções.
Na solidão de sua mansão, em permanente penumbra, alegra-se de que ele não seja capaz de ver a expressão de seu rosto quando seus corpos estão perto… porque começa a sentir uma atração que muito pouco tem a ver com os cuidados pelos quais foi contratada.
Embora ambos tentem dissimular seus sentimentos e vivam em acaloradas discussões, parece que a paixão será capaz de impor-se à escuridão.
Mas só ela sabe que, no momento de maior alegria para Gabriel, ela terá que desaparecer de sua vida para sempre.

Comentário da Revisora Polly: Uma linda história de amor e superação!
Mostra a necessidade de arriscar e confiar na pessoa amada. Personagens fofos

Capítulo Um

Inglaterra, 1806
- Querida senhorita March,Rogo-lhe que me perdoe por ter o atrevimento de me pôr em contato com você de um modo tão pouco convencional…
— Me diga, senhorita Wickersham, tem alguma experiência?
Em algum lugar da extensa mansão jacobina soou um golpe tremendo.
Embora o corpulento mordomo que estava realizando a entrevista se encolheu e a governanta que permanecia atenta junto à mesinha de chá soltou um chiado audível, Samantha nem sequer piscou.
O que fez foi tirar uns pedaços de papéis do bolso lateral da desgastada mala de couro que tinha a seus pés com uma de suas luvas brancas.
— Estou segura de que encontrará minhas cartas de referência em ordem, senhor Beckwith.
Embora fosse meio-dia, no modesto salão havia uma luz abismal.
Os raios de sol que entravam pelas frestas das grosas cortinas de veludo se refletiam no suntuoso tapete turco de cor rubi.
As velas pulverizadas pelas mesas enchiam as esquinas de sombras trementes.
O quarto cheirava a mofo, como se não o tivessem ventilado durante séculos.
Não fosse pela ausência de festões negros sobre as janelas e os espelhos, Samantha teria jurado que uma pessoa muito querida tinha morrido recentemente.
O mordomo agarrou os papéis e os desdobrou.
Enquanto a governanta estirava seu comprido pescoço para olhar por cima de seu ombro, Samantha rezou para que a débil luz jogasse a seu favor e lhes impedisse de ver bem as assinaturas rabiscadas.
A senhora Philpot era uma mulher atrativa de idade indeterminável, tão elegante e magra como redondo era o mordomo.


Série Canalhas e Cavalheiros
1 - Tua até o Amanhecer
2 - Thief of Heart
3 - Once an Angel
4 - Nobody's Darling

30 de janeiro de 2011

A Maldição do Castelo

Série Contos de Fadas
Na pequena aldeia de Ballybliss os aldeãos estão atemorizados. 

O senhor e seu herdeiro e os cavalheiros do castelo de Weyrcraig, estão mortos e em seu lugar, o castelo foi tomado por um dragão temível que não cessa de fazer pedidos. Só resta uma solução: entregar uma jovem virgem para saciar sua sede de sangue jovem. Entretanto, a única mulher que ainda é virgem na aldeia é a rebelde Gwendolyn Wilder que já completou os vinte e cinco anos. 
Poderá Gwendolyn acalmar a ira do dragão? Ou cairá nas garras do herói que se esconde atrás do disfarce do sanguinário monstro? 
Um dragão com sede de vingança...Bernard MacCullough retornou a seu castelo em ruínas cheio de ira e ódio. Sabe que alguém da aldeia de Ballybliss traiu a seus pais os levando a morte pelas mãos dos ingleses. 
Quer encontrar ao traidor e ter sua vingança. Fazendo—se passar por um temível dragão, manteve aos aldeãos afastados do castelo e protegeu sua identidade. 
Entretanto, quando os homens de Ballybliss entregam como oferenda uma virgem descarada e roliça, seus planos começam a cair por terra e sente a tentação de se deixar levar pelo desejo de conquistar a sua prisioneira.  
Uma virgem disposta a conquistá—lo...Gwendolyn Wilder sonhou sempre em ver o amor de sua infância: Bernard MacCullough, o herdeiro do castelo de Weyrcraig, o homem para quem reservou secretamente sua virgindade, embora todo mundo o tenha dado como morto. Mas agora que os homens de sua aldeia a entregaram ao temível dragão do castelo está descobrindo que o que deveria ser um monstro horrível é um homem na verdade cheios de atrativos e sensual pelo qual estaria disposta a esquecer a seu amado Bernard.  
Comentário revisora Zel: Para pessoas românticas, como eu, esse livro é muito fofo! A História de Gwendolyn e o Dragão lembra a história de vários contos de fadas que conhecemos: a donzela que se sacrifica, o dragão furioso, as irmãs invejosas, os aldeões enfurecidos… Tem momentos engraçadas e quando estava quase perdendo as esperanças, teve seu momento “caliente”. Eu gostei muitíssimo de revisar este livro e espero que você goste também. 

Capítulo Um 

Highlands, 1761 
Passeando pelos parapeitos de sua guarida toda destruída, o Dragão de Weyrcraig reprimia o intenso desejo de jogar para trás a cabeça e soltar um rugido feroz. Tinha ficado muito tempo prisioneiro, preso longe da luz do dia. Só quando as sombras da noite envolviam Weyrcraig podia sair de suas cadeias e rondar livremente pelo labirinto de corredores do castelo. 
 Agora seu domínio era a escuridão, o único reino que sobrara. Contemplando o mar, o ar salubre fazia arder os olhos; mas a fria pontada do ar não penetrava pela armadura de sua pele. Desde que chegara a esse lugar, ficara insensível a quase todas as provocações mais difíceis de resistir. Uma palavra de carinho sussurrada, uma terna carícia, o sedoso calor do fôlego de uma mulher em sua pele já eram tão remotos e agridoces como a lembrança de um sonho. No horizonte estava caindo uma tormenta. 
 Levantou um forte vento, que açoitava as águas do Mar do Norte, dando a aparência de espuma borbulhante, e empurrando gigantescas ondas contra os escarpados. Os relâmpagos teciam sua rede de uma nuvem a outra, jogando um pouco de luz, mas deixando mais negra e impenetrável a escuridão depois. A iminente tormenta refletia sua selvageria como partes de um espelho quebrado. 
Os distantes retumbos dos trovões poderiam ter sido o fantasmal rugido de canhões ou o grunhido apanhado em sua garganta. Procurou em sua alma, mas não conseguiu encontrar nem um só vestígio de humanidade. 
Quando menino tinha temido à besta que dormia debaixo de sua cama, e ao chegar a esse lugar tinha descoberto que ele era a besta. Isso era o que tinham feito dele.

Série Contos de Fadas
1 - Duelo de Paixões
2 - A Maldição do Castelo
Série Concluída

22 de novembro de 2010

Duelo de Paixões

Série Contos de Fadas


O valente Lorde Bannor de Elsinore necessitava com urgência de uma mulher sensata que cuidasse de seus filhos órfãos e o mantivesse afastado da tentação carnal.

Enquanto isso, a jovem Willow sonhava com um príncipe encantado que a libertasse de sua mesquinha família. Ambos contraem matrimônio, mas nenhum dos dois encontra o que procurava.
Willow se sente como uma intrusa no castelo, com um aprumado marido que não a quer em seu leito.
Logo descobrirá que não é a indiferença o que está no coração do impetuoso guerreiro, a não ser um desejo tão real que acabará por derrubar todos os muros, uma paixão tão ardente que nada poderia apagá-la.
Entre o ardor da batalha
Aceitar uma oferta de matrimônio era a única maneira que tinha Willow de escapar de sua detestável família.
Como ia adivinhar que lorde Bannor, seu bonito marido, já era duas vezes viúvo e pai de uma penca de meninos, legítimos e naturais, dos quais ela teria que cuidar?
Decepcionada e ferida, convencida de que não tinha nenhum atrativo para seu marido, Willow se rebela.
Com feliz assombro, descobrirá que seu inimigo conta com armas secretas e é capaz de converter a rendição no maior dos prazeres.

Capítulo Um

Inglaterra, 1360
Sir Bannor o Audaz corria precipitadamente pelos escuros corredores de pedra do castelo.
O suor lhe escorria sobrancelhas abaixo e o coração pulsava desbocado no peito como um tambor de guerra.
Dobrou a esquina a toda pressa e se escondeu no oco de uma janela afundada no muro, lutando por acalmar a rouca respiração que não o permitia escutar se aproximavam seus perseguidores.
Durante um instante bendito, houve silêncio.
Depois ouviu o implacável golpear de seus pés contra o chão, seguido dos gritos selvagens que pressagiavam sua sorte.
A mão tremente dirigiu-se instintivamente ao punho da espada, antes que recordasse que a arma seria inútil contra eles.
Estava indefeso.
Se qualquer dos homens que tinham brigado a seu lado contra os franceses durante os últimos quatorze anos tivesse visto o calafrio de terror que percorreu seu volumoso corpo naquele momento, teria duvidado de seus próprios sentidos.
Tinham-lhe visto escalar a parede de um castelo sem mais ajuda que suas mãos, se esquivando do azeite que caía ardendo do céu como se tratasse de fogo do inferno. Tinham-lhe visto descer de um salto de seu cavalo e correr em meio de uma chuva mortal de flechas, para recolher a um homem cansado em combate sobre seu ombro e levá-lo a um lugar seguro.
Tinham visto romper a folha de uma espada francesa contra sua própria coxa, sem indício de vacilação a causa da dor, e depois usar essa mesma espada para acabar com o homem que o tinha atacado.
Para deleite do rei Edward, sabia-se que alguns de seus inimigos tinham deposto as armas e se renderam somente ante o rumor de que Sir Bannor se achava no campo de batalha.
Mas nunca antes enfrentou a um adversário tão formidável, tão carente de piedade e de compaixão cristã.
Enquanto passavam em correria diante de seu esconderijo, encolheu-se contra a parede, enquanto movia os lábios silenciosamente em uma oração, para que Deus, que sempre tinha estado ao seu lado nas batalhas, o resgatasse.


Série Contos de Fadas
1 - Duelo de Paixões
2 - A Maldição do Castelo
Série Concluída