Um pequeno Milagre
A caminho de um indesejado casamento além-mar, a nobre beldade francesa, Lady Tessa Dousseau reza por um milagre de Natal.
Ela tem seu desejo atendido da forma mais inesperada, quando é sequestrada pelo devastadoramente viril pirata: Red Fox[1]. Entretanto, mares revoltos e mesmo um pirata ainda mais áspero, não podem impedir um milagre de acontecer.
Capítulo Um
— Santo Jesus, Maria e José! — Anna Maria clamou, terror profundo brilhando em seus olhos cinzentos enquanto olhava as ondas brancas diante delas. — Aquele é um navio pirata; veja como a caveira balança solidamente em seu mastro! — Ela se benzeu uma vez, então de novo, e ainda mais uma vez. — Querido Senhor, nos salve!
Tessa Dousseau, em pé com Anna Maria na proa do armado veleiro francês, Mademoiselle, estreitou seus olhos e olhou através das ondas, sentindo tremores de medo, excitação e o terror percorrendo sua espinha.
De fato, o navio parecia ser um navio pirata, dirigindo-se até eles rápida e velozmente, independentemente das nuvens cinzentas, do céu ameaçador, independentemente das selvagens e temerárias ondas de pontas brancas, como se tivessem sido tocadas pela neve.
O Mademoiselle era um bom veleiro, e enquanto estava sendo construído, pretendia-se que carregasse trinta canhões e uma tripulação de mais de cem marujos robustos para os operar. Mas, de alguma forma, ele deixou o porto com uma baixa de quinze canhões e dezenas de homens.
Não houve tempo para equipá-lo apropriadamente, não com o inverno tão próximo de chegar. E, o pai de Tessa, o Conde de la Verre, estava muito determinado em que Tessa chegasse à ilha francesa de Dejere bem antes das festas de Natal – pois ela era, na mente dele, um presente para um amigo.
Era quase primeiro de novembro agora, e eles estavam a menos de vinte e quatro horas de distância de seu porto. Enfrentando um navio pirata...
— Oh, querido Deus, por favor! — Anna Maria começou novamente, e Tessa observou sua criada ajoelhar-se na proa do barco.
Os dedos de Tessa se fecharam mais fortemente ao redor do arco de madeira do barco enquanto se lembrava o quanto ela rezou aquelas mesmas palavras, uma vez e outra, por todo o caminho em alto-mar. Querido Senhor, por favor. Querido Senhor, por favor... Ela tinha estado implorando e rezando para que um milagre a libertasse da barganha de seu pai.
Dia após dia, hora após hora. Ela considerou pular no mar, não para tirar sua própria vida, mas para nadar para algum lugar distante na costa. Mas agora parecia que suas preces estavam prestes a ser atendidas, e da forma mais desagradável e aterrorizante. Havia um navio pirata vindo em direção a eles, estava equipado com uma bandeira inglesa – e uma outra com a caveira e os ossos cruzados – ambas tremulando fortemente contra o vento a partir do mastro do navio.
— Ladies!