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2 de setembro de 2020

Triunfo

Série A velha Florida
A bravura na guerra pode assumir várias formas. 

Existe a bravura do sacrifício pelo seu país e do ataque diante de um exército oponente, mas também a bravura de arriscar sua vida para ajudar os outros. E é exatamente isso que Tia McKenzie faz pela causa rebelde. Ela se esgueira para o norte e escolta os soldados rebeldes de volta à segurança, usando um truque emprestado de Lady Godiva.
Felizmente, a defesa apaixonada e corajosa de Tia não passa despercebida. O soldado da União Taylor Douglas é imediatamente levado com sua beleza e força. Mas entre eles estão o abismo da guerra, as hostilidades de suas famílias e um casamento forçado com o homem errado. Trazendo toda a família McKenzie de volta, Triumph é o final explosivo e satisfatório que a série Old Florida, tanto merece.

Capítulo um

Uma casa dividida - Inverno, 1863-onze meses antes
Tia! Tia! Miss Tia! Tem alguém vindo!
Tia McKenzie congelou com o som de alarme na voz do soldado Jemmy Johnson, que era filtrada através das árvores.
- Senhora! Ele sussurrou desesperadamente. Ela o ouviu pigarrear. - Eu não pretendo interromper sua privacidade, mas... Ali estava ela, totalmente vulnerável, de uma maneira que raramente estava desde o início da guerra, e alguém estava chegando.
- Senhorita Tia, eu sei que você está... em um estado estranho, mas... Estranho? Para dizer o mínimo.
Ah, sim, pelada, nua, como os meninos chamavam o estado de completa falta de roupas. Ela pensara que eles estavam profundos o suficiente na floresta para evitar o contato de qualquer tropa, de fato, de qualquer ser humano do estado, muito menos o movimento de tropas inimigas.
Hoje em dia, aparentemente não era mais possível. Novas estratégias estavam em andamento. No momento em que estavam mais atormentados por doenças, desnutrição e falta de suprimentos médicos, o inimigo optou por fazer um novo ataque, na esperança de prejudicar o esforço de guerra mais importante do estado, alimentar um exército.
Ela viajava com um grupo patético e desorganizado. Três soldados tão verdes que mal tinham idade suficiente para fazer a barba e dois homens tristemente feridos, sendo este último a causa de sua repentina determinação, que ela tinha que se despir completamente para banhar a sujeira e o sangue incrustados que pareciam se agarrar ao seu corpo com maior vigor desde que começaram essa jornada apressada. 
A última ação do velho acampamento ao longo do rio havia deixado dois jovens, e eles não eram mais do que isso, na verdade, com ferimentos da bola de minié que eram com muita frequência fatais. 
O irmão dela, o coronel Julian McKenzie, havia realizado a cirurgia que até então salvara suas vidas, mas logo depois eles levantaram acampamento. 
Os companheiros que puderam fazê-lo puxaram um pouco para o norte, enquanto ela e Julian haviam decidido levá-los para uma trilha no sudoeste que os levaria a um antigo acampamento de Creek, onde poderiam procurar abrigo até que os companheiros se curassem o suficiente para retornar para a frente. 
Ela tinha mudado de roupa, um triste estado de coisas se ela olhasse para trás, mas agora parecia a hora dessa mudança. De fato, ela estaria perto de casa quando chegassem ao acampamento de Creek, e talvez houvesse tempo para a indulgência de retornar a Cimarron e se dedicar aos cuidados delicados de sua mãe, pai e outros entes queridos, até que ela voltasse ao campo para continuar a ajudar seu irmão.
- Tia! - A voz de Jemmy veio para ela novamente. Cada vez mais desesperado.
Ela tinha que pensar, tinha que descongelar!
Seu cavalo estava ao seu lado, mas suas roupas estavam na margem oposta. Ela estava encharcada da cabeça aos pés, embora ainda não tivesse tido a chance de lavar o cabelo, que ondulava nas costas e nos ombros como uma capa preta arrebatadora.
O soldado estaria na frente dela a qualquer segundo.
- Pare onde você está. Pegue os homens e vá! Ela ordenou, sua voz cheia de autoridade repentina.
- Ir?
- Sim vá! Afaste-se rapidamente. Eu vou a seguir.
- Nós não podemos deixar você! Jemmy disse freneticamente.
Ela o ouviu se movendo pelo caminho coberto de folhas em direção a ela. - Não se atreva a se aproximar, jovem! Leve nossos feridos e siga em frente. Eu conheço essas trilhas melhor do que qualquer um de vocês então se mexa. Vou ver quem vem e dar a volta para acompanhá-lo na trilha.
- Mas senhorita Tia..
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Série A velha Florida
1- Fugitiva
2- Prisioneira
3- Rebelde
4- Rendição
5- Glória
6- Triunfo
Série concluída

18 de agosto de 2020

Glória

Série A velha Florida
Quando um pelotão da Confederação é incapaz de retornar à sua base de milícias na Flórida, ele acampa em uma antiga casa de fazenda em ruínas.

Os homens logo descobrem a presença de uma jovem bela viúva, considerada uma bruxa pelos habitantes locais por causa de seus talentos naturais de cura e sua incrível capacidade de “ver” coisas que os outros não conseguem. Cativado por essa mulher misteriosa, o médico do pelotão se recusa a abandoná-la, apesar de suas simpatias com a União. Indiferente ao conflito em torno deles, o casal descobrirá um amor que não pode ser negado.

Capítulo Um

MacDougall estava morrendo.

Julian McKenzie carregou seu velho amigo robusto à frente dele na sela de um pônei cinza e magricela, com uma demonstração de coragem e um coração afundado. Se ele não levasse o sargento para algum abrigo decente em breve e tirasse a bala da sua perna e estancasse o fluxo de sangue, o homem quase certamente pereceria. Sua tropa desordeira de escaramuçadores, onze ao todo incluindo ele, um cirurgião, ostensivamente um não-combatente, cavalgou com força, ziguezagueando a uma boa distância de seu acampamento para evitar a descoberta por parte dos ianques que estavam em perseguição, e agora, embora parecesse que haviam iludido o inimigo, eles estavam muito longe de casa.
— Ali, senhor, ali em cima! — O soldado Jim Jones gritou, apontando através das árvores. — Uma casa!
O sol começara a se pôr há alguns minutos e isso, combinado com um leve nevoeiro de verão, dava uma aparência surreal à floresta de pinheiros que os rodeava — e o caminho para a casa da plantação à frente. Em estilo grego clássico, a casa ostentava uma grande varanda com seis enormes colunas brancas. Sua última demão de tinta provavelmente tinha sido branca, mas o tempo e os elementos tinham desbotado a sua cor primitiva para um cinza opaco que quase combinava com o crepúsculo e o nevoeiro. As florestas e a folhagem que cercavam a casa haviam se tornado selvagens e o lugar parecia estar abandonado.
— Graças a Deus! — Julian respirou, olhos azuis afiados na fachada diante dele. — Vamos levar Paddy para o abrigo, homens. O lugar parece vazio, mas espero encontrar um lugar confortável para Paddy para começar a trabalhar.
— Espere, senhor! Coronel, senhor!
Julian parou, olhando para trás. Liam Murphy, com apenas dezoito anos — se estava a dizer a verdade, e o mais novo recruta entre suas tropas — estava chamando-o ansiosamente. Julian percebeu, infelizmente, que todos os homens estavam olhando-o como se ele fosse um militar, treinado para estratégia. Seu irmão mais velho — o ianque, pensou ele com seco divertimento — foi quem foi a West Point. Ele, tinha ido para a faculdade de medicina.
Nervos firmes sob fogo e uma capacidade de assumir o comando quando os oficiais de campo morreram ao redor dele, fizeram com que, recentemente, tivesse sido promovido no campo de batalha para coronel de sua pequena unidade de milícia, que frequentemente o tornava o oficial no comando. Devido às estranhas condições sob as quais eles lutaram — poucos combatentes em um estado que havia sido despojado da maioria de suas tropas — ele se viu em situações de combate apesar de seu juramento de salvar vidas.
A culpa muitas vezes o atormentava à noite; os instintos de sobrevivência o faziam abrir fogo durante o dia.
— Eu não acho que devemos entrar, senhor, — Liam disse. Era um jovem magro, com olhos sérios, tão verdes quanto os campos do condado de Cork, de onde sua família vinha. Seu pai morrera no segundo Manassas, sua mãe, de febre ou de coração partido, e suas três jovens irmãs estavam agora espalhadas por parentes do sul. Ele não era amargo e não estava determinado a lutar por vingança, mas por justiça. Para um jovem, ele tinha uma boa cabeça em seus ombros, e Julian arqueou uma sobrancelha, pronto para ouvir o que ele tinha a dizer.
— Soldado Murphy, há um homem morrendo aqui, — disse Julian.
— Eu não penso que o lugar esteja vazio, senhor.
— Você conhece esta casa? — Julian perguntou.
Liam cutucou sua montaria, um velho castrado que parecia cair em uma brisa pesada, fazendo-o aproximar-se de Julian.
— Eu ouvi falar deste lugar, senhor. Dizem que as pessoas que moravam aqui são unionistas, podemos estar em perigo.
Julian olhou para a casa. Não importava muito quem tinha possuído o lugar, se este estivesse deserto. E se não estivesse, bem, na pior das hipóteses, a velha mãe de alguém e talvez uma mãe foram deixadas para trás. Tão pequeno quanto seu bando de soldados era, eles certamente poderiam se defender contra algumas mulheres.
— Soldado Murphy, eu reconheço a sua preocupação. Mas tenho que encontrar abrigo onde eu possa trabalhar.
— Coronel, também precisamos descansar alguns minutos.

 

Série A velha Florida
1- Fugitiva
2- Prisioneira
3- Rebelde
4- Rendição
5- Glória
6- Triunfo
Série concluída

5 de agosto de 2020

Rendição

Série A velha Florida
Nada em sua vida privilegiada preparara a beleza ianque Risa Magee para os perigos e intrigas da guerra… até que bravamente remou pelas águas noturnas para levar um aviso a um amigo atrás das linhas confederadas. 

De repente, ela era a prisioneira de um homem bronzeado, com músculos ondulantes, lábios sensuais, saqueando beijos. Nada em seus anos de batalha poderia ter preparado o capitão rebelde Jerome McKenzie para o desejo que acendeu quando aquela linda e imprudente mulher descaradamente entrou em seu estado natal da Florida ― e em seu mundo.

Capítulo Um

Maio de 1862, Biscayne Bay, Florida
A noite parecia negra como um vazio eterno. O mar estava aparentemente calmo, perturbadoramente escuro sob um céu coberto por estranhas nuvens dispersas. A lua oferecia ocasionais fragmentos de luz antes que as nuvens lançassem o mundo em um reino de sombras que envolvia tudo menos o som da água batendo contra o pequeno barco e a rítmica pancada dos remos contra a água.
O som parou. Apenas o impulso manteve o pequeno barco se movendo em direção à costa.
― Por que você parou de remar? ― Risa Magee perguntou ansiosamente. Ela tinha mais do que um pouco de medo, mas estava igualmente determinada a que a guerra não destruísse mais vidas do que o necessário.
Finn suspirou. ― Risa, eu faria qualquer coisa por você, mas isto é loucura; não posso ir mais longe.
― Finn! Você não pode me largar no meio da baía ―, disse com firmeza Risa.
― Esta é uma área de frequente passagem para degoladores, ladrões e assassinos, para não mencionar os rebeldes inimigos! St. Augustine pode estar ocupado pela União, mas esta é uma península Confederada ―, Finn lembrou.
― Finn, não seja difícil. Você só tem que me pôr na ilha…
― O que poderia ser tarde demais ―, Finn protestou nervosamente. ― Eu não estou nestas águas faz muito tempo mesmo,
mas tenho sabido que os Blockade Runners1 vêm aqui com bastante frequência, e que as pessoas sãs devem ficar longe. Este é um lugar de monstruosidades selvagens!
― Vamos, agora! Os rebeldes não criaram uma ninhada de pessoas-lagarto subindo dos pântanos para lutar por eles! ― Risa lhe assegurou com exasperação.
Pedir a Finn para a ajudar havia sido um erro. Mas quem mais poderia ter sido persuadido a trazê-la aqui? Finn era um jovem marinheiro de salvamento, loiro e sardento, que vivia na Flórida desde o início da guerra; um ianque dos arredores de Boston. Um oportunista que não tinha tomado lado na guerra, no entanto era um tipo decente de oportunista, e passara grande parte de seu tempo livre ajudando na cirurgia em St. Augustine ― e favorecendo Risa com suas atenções. Ela ficara lisonjeada, mas certamente não tinha levado o jovem a sério. Especialmente quando permitira que sua vida se tornasse em um tal estranho emaranhado de relacionamentos.
Quando ela se tinha determinado a encontrar Ian McKenzie no seu covil das Everglades2, Finn parecia sua única resposta; um homem que poderia ser subornado para fazê-la descer a costa sem insistir para conhecer o propósito de tal subterfúgio imprudente. E que não iria relatar ao pai dela, o General Magee, ou simplesmente dizer-lhe que não podia ir.
― Risa, se alguém sabe que eu te trouxe aqui…
― Oh! ― Gritou Risa com frustração.

 


Série A velha Florida
1- Fugitiva
2- Prisioneira
3- Rebelde
4- Rendição
5- Glória
6- Triunfo
Série concluída

4 de agosto de 2020

Rebelde

Série A velha Florida
Alaina McMann está atordoada com a sensualidade bronzeada do major da União, Ian McKenzie. 

De repente ela está em seus braços, mergulhada no desejo. E sua honra comprometida, as opções de Alaina são: escândalo ou casamento, com um homem que em breve será seu amargo inimigo. À medida que a Guerra Civil coloca irmão contra irmão, Ian é ordenado a capturar o espião mais notório do Sul, o Mocassim. Mas ela é linda, mortal e… sua esposa. O dever exige que ele a enforque, mas o coração de Ian exige outra escolha… Um magnífico amor rebelde que pode destruí-los ou salvar os dois.

Capítulo Um

Maio 1860, Cimarrom
— Por Deus, o que diabos…
Ian viu pela primeira vez a festa estranha reunida em seu gramado quando ele levou Pye da barcaça do rio e olhou para o sul em direção a sua casa, Cimarrom. Um grupo de homens jovens, vários em uniforme, enfrentava uma jovem mulher. A mulher segurava uma espada, assim como um dos homens uniformizados.
Que loucura grosseira e perigosa acontecia no gramado de seu pai?
Ele pulou sobre Pye e correu violentamente em direção à briga, pronto para resgatar a vítima.
Só que não havia vítima. Ele ouviu a risada assim que alcançou o perímetro do grupo e continuou rapidamente e, assim, conseguiu seu primeiro bom olhar em sua convidada desconhecida, e a viu em ação.
— Parry, você diz?
— Sim, querida senhora, e ainda assim, é a força do impulso que dá ao homem a maior vantagem!
O riso surgiu do público masculino no jogo de palavras.
— A força, você diz, do impulso? Parry, empurrão, parry, empurrão, então? — Sua voz era suave, docemente feminina – com apenas a menor margem para isso. Ela era enganosamente delicada, elegante e de aparência angelical. Ela não murmurou a insinuação. Ela os jogou bem.
De fato, Ian pensou, havia algo em sua voz e maneiras que deveriam ter alertado os jovens que ela sabia do que se tratava. Ela segurava uma espada de cavalaria emprestada em boa forma em sua mão direita. A espada parecia bastante incongruente, pois ela parecia ser a epítome da mais bela e encantadora beleza sulista. Seu vestido diurno era um brocado branco e verde-azulados, adequadamente casto para a tarde, mas elegantemente ressaltado por espartilhos e saiotes de uma maneira que evocava sua cintura, alargava seus quadris e realçava seus seios.
Seu cabelo era um ouro castanho-claro; seus olhos, a essa distância, eram uma cor para combinar com seu esplendor. Ouro, também, olhos de gato, e agora mesmo… Eles carregavam o menor brilho do predador.
Ela sabia que poderia levar o homem.
De repente, avançou; houve um rápido choque de aço quando conheceu seu oponente e sofreu velocidade, rapidez, graça e crueldade impiedosa.
A espada do seu oponente voou em um arco do gramado e entrou nos arbustos.
Tendo chegado a sua casa a tempo de ver o estranho confronto, Ian McKenzie encontrou-se bastante curioso sobre a beleza pequena e tentadora que acabara de tornar um jovem arrogante em idiota.
O sujeito arrumado usava o uniforme de um tenente de cavalaria. O nome dele era Jay Pierpont; Ian o conheceu brevemente na base de Tampa. Para seu crédito, lidou com sua derrota com graça e um triste senso de humor.
— Bravo! — chorou.
O riso surgiu dentro da multidão.
— Jay! Você foi pego por uma mulher! — Provocou alguém.
A mulher em questão voltou-se para o atormentador de Pierpont.
— Bem, meu bom senhor, naturalmente, porque tive um professor tão talentoso em Jay.
A linda beleza elogiou.
— Nós provamos que a grande força de um homem não é sua melhor arma, mas sim a qualidade do pensamento dentro de sua cabeça.
— Cavalheiros! — Jay chorou. — A donzela é uma aluna incrivelmente apta.
— Certamente. Aprendi tudo o que sei deste soldado nos últimos dez minutos! — Ela concordou.
O riso aumentou novamente, e a picada da derrota de Pierpont foi acalmada. Pierpont inclinou-se para ela; ela curvou profundamente.
A dúzia de jovens que haviam estado no gramado se espremeram mais de perto, todos chamando por sua atenção, revoando como um enxame de mariposas sobre uma chama.
Seu riso era como carrilhões de vento no ar. O sorriso dela, Ian decidiu, era absolutamente letal. Na verdade, ele não conseguia se lembrar de ter visto uma beleza tão vivaz, tão graciosa e tão arrogantemente confiante em suas artimanhas em todos os dias. Ela tinha flerte como uma graciosa ciência, uma arte deslumbrante.
Os jovens sobre ela eram tolos, pensou ele. Ela estava brincando com todos eles. Ele estava, naquele momento, divertido de perceber exatamente como que um puxão poderia ter feito em suas próprias cordas do coração, se não fosse por Risa. Mas desde que estava contemplando o casamento com a muito equilibrada e linda filha do coronel Angus Magee, poderia facilmente dar um passo atrás dessa pequena encantadora e ter pena dos homens que poderiam ser pegos em sua teia. Ainda assim, era bastante incrível e ele estava prestes a saltar de Pye e insistir em uma apresentação. Mas ouviu o chamado da mãe na varanda:
— Ian!
O prazer maternal em sua voz era tal que necessariamente se tornou a mulher do momento para ele. Ele afiou Pye da multidão no gramado e abriu os quintais finais para a casa. Antes que alcançasse a varanda, balançou a perna sobre a lombar de Pye e deu um pulo do cavalo e o pousou diretamente no primeiro degrau da varanda. Ele acelerou nos degraus, abraçou Tara McKenzie e a girou sobre a varanda.
— Ah, mãe! Eu senti sua falta!




Série A velha Florida
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Série concluída

13 de julho de 2020

Prisioneira

Série A velha Florida

Quando a protegida do sul, a bela Teela Warren, viaja da Virgínia e prova o sabor do exuberante e exótico Estado da Flórida, seus sentidos são deslumbrados. 

Quando ela vislumbra o Seminole mestiço James McKenzie, o homem mais atraente que já viu, o seu coração está em perigo. A paixão proibida por James inflama a alma de Teela, mas a violência devastadora das guerras indígenas está entre eles, mas mais poderoso e destrutivo em seu caminho é o amor verdadeiro. A guerra ameaça manter Teela Warren e James McKenzie separados. Será que o amor deles sobreviverá à batalha? 

Capítulo Um

O navio Marjorie Anne cortava as águas limpas azul-turquesa através de um dos dias mais bonitos que Teela Warren poderia lembrar de ver em toda a sua vida. O suave branco das nuvens pareciam como criaturas oníricas em um céu glorioso de um tom de azul-claro. A brisa do mar era fácil, suave, tão suave sob os céus benignos. Sentia-a deliciosa, fresca e promissora contra suas bochechas quando ela se aproximou da proa do navio, seu coração lentamente disparando contra seu peito. 
 Estavam quase lá. Tampa, a cidade rústica, que cresceu arduamente em torno do posto militar em Forte Brooke. Porta de entrada para um território selvagem. Bem, ela domaria a selva, se ela pudesse. Às vezes, no navio, a doce promessa de aventura tinha sido forte. 
O tempo nem sempre foi tão doce; as tempestades haviam chegado, e um mar irritado tinha jogado e golpeado o navio. E ela tinha amado tudo, de pé na proa como fazia agora, sentindo o vento. Havia algo sobre isso que prometia liberdade, algo que a deixava esquecer… Tinha ajudado que seus simpáticos guardas da escolta não fossem bons marinheiros. 
 Trenton Wharton era de um bom 1,82 de altura, e bem mais de 90 quilos; Buddy MacDonald era um pouco mais alto e até mais pesado. Qualquer um deles poderia facilmente pegar meia dúzia de homens crescidos ao mesmo tempo, e certamente parar uma desobediente jovem mulher em seu caminho, mas nenhum dos dois não pareciam ter estômago decente para o mar. Mas, infelizmente! 
Que diferença isso fez? Não havia lugar para escapar no Atlântico aberto, no Estreito da Flórida, ou no azul do Golfo do México. Tudo o que ela podia fazer era enfrentar o vento, senti-lo em sua pele, com sua alma, e sonhar. A liberdade. Seus dedos apertaram e se esticaram sobre o corrimão enquanto observava o mar à sua frente, a terra parecendo aproximar-se cada vez mais. 
 Ela não tinha certeza quando ela e Michael Warren tinham começado a desprezar um ao outro tão completamente. Se ela pudesse apenas voltar, talvez pudesse mudar as coisas. Ela era muito jovem quando ele se casara com sua mãe, seu verdadeiro pai tinha morrido há apenas um ano antes, e ela o amava com todo seu coração. 
Michael Warren tinha entrado em seu mundo e a levara para o seu, tratando-a como ele trataria um soldado em uma das suas companhias do exército. Disciplina! Era a vida dele. E ele a tornou a dela. Mais de uma vez, ele achara conveniente quebrar ramos de pinheiro sobre seus ombros e costas. Ele a havia adotado legalmente, e com sua disciplina e determinação, simpatia não tinha lugar em sua vida bem-ordenada, ele tinha enterrado seu querido pai mais e mais profundo a cada ano que passava. 
Sua mãe tinha tentado argumentar. Mostrar que Michael Warren era um bom homem, apenas um soldado. Rígido e determinado a manter sua casa na mesma boa ordem que mantinha seus homens. Mas ele não era um bom homem. Ele poderia ter convencido sua mãe de que era bom sob o seu exterior duro, e sem dúvida, acreditava que era mesmo. 


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18 de junho de 2020

Fugitiva

Série A velha Florida


"Aceitei-a como pagamento em uma mesa de jogo, porque você é incrivelmente bela e eu a quero por essa mesma razão".

Seu olhar ardente reivindicou-a muito antes de uma mão de pôquer fazê-la dele. Tara Brent sabia que nunca poderia escapar daquele estranho sombrio e taciturno que lhe prometeu segurança, por um preço: casamento e viverem juntos na exuberante e letal região selvagem da Flórida. Ela não sabia nem mesmo seu nome, apenas sabia da promessa de paixão e refúgio em seus braços.
Jarrett McKenzie varreu sua arrebatadora noiva de Nova Orleans para sua remota plantação na Flórida, determinado a descobrir o desesperado segredo do qual ela foge. Ele não poderia lhe contar sobre suas próprias raízes Seminoles1 – ou abrir o coração dela – até que seu antigo comandante, o Presidente Andrew Jackson, declarou guerra aos Indígenas e um poderoso inimigo do passado de Tara encontrou seu caminho até a porta deles.

Capítulo um

Porto de Nova Orleans, Inverno de 1835-36
Jarret McKenzie notou a mulher desde o momento em que entrou pela primeira vez, na entrada da velha taberna do cais. Não que pudesse ver muito dela no início. Uma capa preta com capuz a cobria da cabeça aos pés. Apenas tinha certeza que era uma mulher que havia chegado por causa do giro gracioso de seu corpo quando o mestre do estabelecimento, Harold Eastwood, a abordou na entrada.
Seria uma nova empregada? Juntar-se-ia ela às fileiras das adoráveis e disponíveis damas da noite de Nova Orleans?
Ela estava atrasada para o trabalho? Jarrett se perguntou, estava intrigado, esperando que ela tirasse o manto. Se ela estava trabalhando aqui no estabelecimento e no salão de refeições finas de Eastwood, então a classe do lugar estava melhorando.
Não que Eastwood fosse uma cova total de imoralidade. Para uma taberna a beira do mar, poderia se orgulhar de ser respeitável. A maioria dos homens vinham aqui quando conduziam negócios nesta parte da Louisiana e a maioria deles contava a suas esposas sobre o lugar. Havia sempre uma boa comida, meninas bonitas para cantar músicas e tocar piano, licor de todo o mundo, uma mulher se você quisesse uma, e de vez em quando uma boa luta para escolher um lado.
O lugar estava situado no centro da cidade portuária de Nova Orleans, bem perto do rio e todos os tipos de homens e mulheres vinham aqui, trabalhavam aqui, negociavam aqui.
Nova Orleans era uma cidade que Jarrett gostava. Fundada em 1718 pelos franceses, cresceu mais tarde no século XVIII com o êxodo. Tinha pertencido a Espanha e depois voltou para a França, antes de Thomas Jefferson ter encontrado uma maneira de fazer Napoleão aceitar sua oferta na compra da Louisiana.
Jarrett tinha ido a Nova Orleans primeiro quando era pouco mais que um menino e Andrew Jackson havia ordenado a defesa da cidade contra os britânicos em 1815 e desde
então ele sentiu um carinho pela cidade. Gostava das ruas estreitas, do rio, da arquitetura encantadora francesa, espanhola e americana. Gostava das varandas de ferro forjado, dos pequenos jardins, do Mississippi5 ondulado, e da luxuriosa qualidade de vida ao longo do rio.
Vinha a Eastwood com frequência suficiente e embora tivesse uma reputação duvidosa, havia lugares muito piores do que esse ao longo do rio. Em suma, este era um lugar bastante respeitável quando comparado com alguns dos outros estabelecimentos vizinhos.
Mas, desde o momento em que viu a mulher envolvida na capa negra, Jarrett estava convencido de que ela não pertencia aqui.
— Eu dobro — Robert Trent, seu amigo e associado sentado a sua esquerda, disse com um suspiro. Robert jogou as cartas na mesa de carvalho.
Jarrett olhou para a mão dele. Três rainhas. Dois quatro. Full House6. Ele olhou para as apostas e peças de ouro na mesa. Jack Sorridente, o rico crioulo da região da baía, sentou-se em frente a ele com um amplo sorriso no rosto. Inferno. O homem pode ser capaz de explodir São Pedro, se chegasse até os portões perolados.
Jarrett tomou o tempo de deixar cair uma peça de ouro de cinco dólares sobre a mesa, depois olhou o topo de suas cartas novamente, observando a mulher na capa envolvente. Ela ainda estava tentando explicar algo para Eastwood, um pequeno homem barrigudo. Era magra e esguia, pelo menos um centímetro ou mais do que Eastwood. Jarrett se perguntou com um pouco de diversão se o estalajadeiro, cafetão, empreendedor, como gostava de chamar a si mesmo, não se sentia um pouco intimidado pela mulher.
Rupert Furstenburg, o alemão magro de St. Louis, jogou uma mão de dinheiro para baixo. — Eu aumento senhores. Cem dólares.
— Maldito, eu dobrei!








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26 de dezembro de 2017

Tesouros de Natal

Um pequeno Milagre

A caminho de um indesejado casamento além-mar, a nobre beldade francesa, Lady Tessa Dousseau reza por um milagre de Natal. 
Ela tem seu desejo atendido da forma mais inesperada, quando é sequestrada pelo devastadoramente viril pirata: Red Fox[1]. Entretanto, mares revoltos e mesmo um pirata ainda mais áspero, não podem impedir um milagre de acontecer.
 Capítulo Um

— Santo Jesus, Maria e José! — Anna Maria clamou, terror profundo brilhando em seus olhos cinzentos enquanto olhava as ondas brancas diante delas. — Aquele é um navio pirata; veja como a caveira balança solidamente em seu mastro! — Ela se benzeu uma vez, então de novo, e ainda mais uma vez. — Querido Senhor, nos salve! 
Tessa Dousseau, em pé com Anna Maria na proa do armado veleiro francês, Mademoiselle, estreitou seus olhos e olhou através das ondas, sentindo tremores de medo, excitação e o terror percorrendo sua espinha. 
De fato, o navio parecia ser um navio pirata, dirigindo-se até eles rápida e velozmente, independentemente das nuvens cinzentas, do céu ameaçador, independentemente das selvagens e temerárias ondas de pontas brancas, como se tivessem sido tocadas pela neve. 
O Mademoiselle era um bom veleiro, e enquanto estava sendo construído, pretendia-se que carregasse trinta canhões e uma tripulação de mais de cem marujos robustos para os operar. Mas, de alguma forma, ele deixou o porto com uma baixa de quinze canhões e dezenas de homens. 
Não houve tempo para equipá-lo apropriadamente, não com o inverno tão próximo de chegar. E, o pai de Tessa, o Conde de la Verre, estava muito determinado em que Tessa chegasse à ilha francesa de Dejere bem antes das festas de Natal – pois ela era, na mente dele, um presente para um amigo. 
Era quase primeiro de novembro agora, e eles estavam a menos de vinte e quatro horas de distância de seu porto. Enfrentando um navio pirata... 
— Oh, querido Deus, por favor! — Anna Maria começou novamente, e Tessa observou sua criada ajoelhar-se na proa do barco. 
Os dedos de Tessa se fecharam mais fortemente ao redor do arco de madeira do barco enquanto se lembrava o quanto ela rezou aquelas mesmas palavras, uma vez e outra, por todo o caminho em alto-mar. Querido Senhor, por favor. Querido Senhor, por favor... Ela tinha estado implorando e rezando para que um milagre a libertasse da barganha de seu pai. 
Dia após dia, hora após hora. Ela considerou pular no mar, não para tirar sua própria vida, mas para nadar para algum lugar distante na costa. Mas agora parecia que suas preces estavam prestes a ser atendidas, e da forma mais desagradável e aterrorizante. Havia um navio pirata vindo em direção a eles, estava equipado com uma bandeira inglesa – e uma outra com a caveira e os ossos cruzados – ambas tremulando fortemente contra o vento a partir do mastro do navio.
— Ladies!










16 de outubro de 2011

Novos Horizontes

Trilogia Cameron
A guerra acabou e o Sul era uma nação conquistada…
 
mas Christa Cameron sempre será uma rebelde de coração e jamais renunciará a Cameron Hall, a mansão familiar que ela salvou durante os anos de luta fratricida.
Para evitar que seja expropriada, fará tudo… como arrastar o coronel ianque Jeremy McCauley a um casamento que nenhum dos dois deseja.
Jeremy, convencido de que a vitória pode ser tão amarga como a derrota, estava ansioso para enterrar o passado.
Caso tivesse que construir um novo país e novos sonhos, teria que ser longe da lembrança da guerra civil: nas selvagens e inóspitas terras do oeste.

Capítulo Um

Cameron Hall, Planícies da Virgínia,
Junho de 1865

Fazia tanto calor, que o sol reverberava no chão e criava a impressão de que os campos e a terra ondulavam. A umidade era tão intensa como ardente era o dia.
Christa Cameron, extenuada pelo calor, ergueu-se de repente. Arqueou as doloridas costas para trás e deixou cair à pá com  que esteve limpando a terra dos tomateiros. Fechou os olhos um momento e depois voltou a abri-los.
Quando olhava  para o rio, tinha a sensação que os últimos anos não existiram. A corrente fluía como sempre aconteceu. O sol também refletia sobre o rio, e a água parecia azul e negra. Nesta distância, parecia quieto. Seu pai sempre dizia que um verão na Virgínia era como um verão no inferno. Mais calor inclusive que o sul, na Geórgia ou na Florida, ou na Califórnia. À noite, o rio ajudava a refrescar um pouco, mas durante o dia não servia para nada. Mesmo assim, o calor era algo que ela conhecia muito bem. Viveu  com ele toda sua vida. A casa havia sido construída para aproveitar melhor a brisa.
Christa virou o corpo e olhou para a casa. O rio poderia não ser tão transparente durante as tempestades dos últimos quatro anos, mas a casa era muito evidente. Havia gretas e a pintura estava descascada, tábuas soltas e aquele degrau da varando de trás que ainda estava consertado. Alguns buracos de balas do dia que a guerra tinha chegado até eles. Ao olhar para a casa sentiu-se indisposta, inclusive ficou enjoada. Então a raiva e a amargura a dominaram e os dedos dela tremeram.
Devia agradecer porque a casa continuava em pé. Tantas mansões bonitas ficaram reduzidas a cinzas; em todas as partes viam-se chaminés solitárias, surgindo como inquietantes espectros da terra queimada. Cameron Hall, sua casa, continuava em pé. Os primeiros tijolos foram colocados no século XVII. O edifício era uma grande dama, se é que alguma vez tinha existido isso. No centro da planta baixa havia um imenso vestíbulo com enormes portas duplas, que davam para o a varanda da frente para a  traseira que podiam abrir-se por completo para deixar entrar a brisa, e para que uma multidão de homens e mulheres vestidos com suas melhores roupas e joias se divertissem e dançassem no jardim iluminado pela lua.
E agora, até a grama estava destroçada.
Mas a casa continuava em pé! Isso importava mais que qualquer outra coisa. Até poderia ser que as majestosas colunas das varandas necessitassem de uma nova pintura, mas resistiam ao tempo. Nenhum incêndio as arrasou, nenhum canhão as derrubou.
E apesar da pintura descascada, três quartas partes dos campos mantinham-se férteis, seu lar continuava em pé e em funcionamento graças a ela.
Os ianques receberam ordens de não tocar na propriedade graças a Jesse. Ele era o primogênito, de modo que a propriedade era dele por lei. E Jesse lutou pela União. Os rebeldes, por sua vez, respeitaram a casa porque seu irmão Daniel lutou com o Sul. Em uma ocasião os ianques estiveram a ponto de incendiá-la, mas durante alguns minutos felizes e gloriosos toda a família, ainda não dividida entre ianques e rebeldes, permaneceu unida e brigou para preservá-la.
Todos juntos lutaram por isso, mas era ela quem cuidou e conservou a casa. Ela ficou ali quando Jesse foi para o norte e Daniel partiu para o sul. Ela aprendeu a cuidar da horta quando muitos dos escravos, a quem seus irmãos concordaram em libertar, começaram a perguntar-se se podiam ganhar a vida de algum modo no Norte. Ela os viu partir... e viu alguns poucos retornarem. Ela aprendeu a trabalhar na horta, aprendeu a plantar, a arar, a recolher o algodão. Inclusive reparou o teto do escritório de Jesse quando começou a gotejar.
Trilogia Cameron
1 - Amantes e Inimigos
2 - Tempo Rebelde
3 - Novos Horizontes
Trilogia Concluída

24 de setembro de 2011

Tempo Rebelde

Trilogia Cameron
Quando chegou a guerra, Daniel Cameron vestiu sem duvidar o uniforme cinza da Confederação. 

No meio do fragor dos canhões, sonhava com a plantação na Virgínia onde foi feliz e afortunado junto com seus irmãos, amigos e serventes.
Sonhou com esse mundo evanescente até que uma bala cruzou em seu caminho e despertou junto ao anjo que salvou a vida.
Callie Michaelson acolheu o ferido e entregou apaixonadamente ao homem, sem renunciar a seus ideais ianques nem à memória do marido que morreu lutando contra os rebeldes. Até que um dia o eco da violência fratricida chegou às portas de sua fazenda e obrigou a trair seu inimigo.
Ele jurou vingar e ela se esforçou por esquecer, por apagar de sua vida a lembrança daqueles dias nos que a morte e o ódio pareciam muito longínquos.
Mas de noite Callie seguia ouvindo as palavras daquele coronel sulino que cuidou e que amou: “Voltarei para buscar”...


Capítulo Um

Sharpsburg, Maryland
Setembro de 1862

Assim que Daniel caiu, a realidade e os sonhos começaram a se fundir.
Eles chegaram a cavalo rodeados de glória, uma unidade de cavalaria com cavaleiros extraordinariamente destros, todos em suas fabulosas montarias, espadas brilhando ao sol do verão, os chapéus com plumas voando como os estandartes de antigos cavalheiros. Ah, mas isso é o que eram, os últimos cavalheiros; lutavam pela honra, pela glória, pelo amor, pela intangível essência que personificava um povo...
Não, isso era o que foram. O amor ainda estava lá, assim como os sonhos de honra. Mas estava há muito tempo lutando para continuar a acreditar na glória da guerra. E vistos de perto, nem ele nem seus cavaleiros eram tão esplêndidos. Tinham os uniformes  rasgados e esfarrapados, suas botas estavam gastas, os rostos magros e surrados. Sim, cavalgavam com suas espadas de aço brilhando ao sol da manhã, e quando gritavam suas ordens rebeldes eram tão ferozes como magníficos e impressionante de se ver. Cavaleiros do destino, cavaleiros da morte.
Ele não havia perdido seu cavalo enquanto esteve engajado em uma batalha. Não enquanto  batia com a espada com homens vestidos de azul, cujas caras não ousava olhar de muito perto.
Foi uma bala de canhão que explodiu justo nos calcanhares o que derrubou do cavalo. Durante poucos, breves e vibrantes minutos que pareceram vacilar entre a vida e a morte, soube o que era voar. Tudo foi tão indolor...
Mas depois desabou contra o chão e a terra o abraçou com avidez. Foi então quando apareceu a dor abrasadora e aguda, que perfurou suas têmporas, inclusive quando a grama perfumada e fértil campo de Maryland seduziu sua pele. Nesse momento chegou uma escuridão repentina e inóspita.
E então os sonhos.
Durante um instante ouviu o terrível assobio dos canhões, viu as chamas que ardiam contra o precioso azul do céu de verão. Ouviu e sentiu os cascos dos cavalos, o som metálico do aço e os horríveis gritos dos homens. Depois desapareceu, como se uma brisa pura e limpa tivesse varrido tudo.
O rio James. Ele podia sentir a brisa que vinha do James, aquele doce frescor que acariciava seu rosto. Ele podia ouvir o zumbido das abelhas. Ele estava deitado na grama na encosta do gramado em casa, em Cameron Hall, olhando para o céu azul acima, observando as nuvens brancas soprando à deriva. Ouvia os cânticos lá abaixo, no defumador. Algo suave e monótono, espiritual. Soava uma voz masculina profunda e grave e um coro de lindas vozes femininas ao redor. Não precisou abrir os olhos para ver o defumador e a casa, e a interminável ladeira de grama verde onde ele jazia que baixava até o rio, e o cais do rio e os navios que vinham para transportar a colheita ao mercado. Tampouco precisou abrir os olhos para ver o jardim, repleto de brilhantes rosas vermelhas do verão como uma tapeçaria encantadora que desciam pelo atalho, que partia da enorme e ampla varanda alpendre da parte de atrás da casa. Conhecia tudo aquilo como a palma de sua mão. Era sua casa e a amava.

Trilogia Cameron
1 - Amantes e Inimigos
2 - Tempo Rebelde
3 - Novos Horizontes
Trilogia Concluída

23 de julho de 2011

Trilogia Cameron

Trilogia Cameron
Veemente e orgulhosa, Kiernan é uma mulher leal, leal ao sul e a um estilo de vida que agora vê desaparecer. 
Mas também é uma mulher apaixonada na infância pelo primogênito de uma grande plantação da Virgínia que decidiu unir ao norte e lutar contra os seus, quando o país se partiu em dois. E ela decidiu esquecê-lo, brigar contra ele e odiar para sempre. Valente, teimoso e enormemente atraente, o coronel Jesse Cameron viu agora o uniforme azul do exército ianque. Também é o homem que entregou há tempos atrás seu coração a uma jovem bonita e rebelde. Mas isso foi antes que a guerra mudasse tudo, antes que seu país se partisse em dois, antes que ela jurasse esquecê-lo, brigar contra ele e odiar para sempre.
A guerra os separou, mas um destino cruel os uniu de novo.


Capítulo Um

Harpers Ferry, Virgínia.
16 de outubro de 1859, meia-noite.

—Soou um tiro!
Kiernan sentou na cama. Lacey Donahue, com seu cabelo escuro coberto com um gorro de dormir, aproximou uma vela aos pés de sua cama e inclinou sobre ela, angustiada.
Meio adormecida, Kiernan tentou compreender o que estava acontecendo.
—Um tiro? Quem foi?
—Não sei! —murmurou Lacey.
—Quando? Onde?
—Não sei, mas sei que ouvi! —Insistiu Lacey.
—Lacey, eu não ouvi nada — disse Kiernan para acalmá-la.
Sua gordinha anfitriã se aconchegou aos pés da cama e Kiernan se deu conta que Lacey precisava de companhia.
— Alguma coisa acontece na rua. Eu acordei e vi as pessoas fora! —disse Lacey.
—Lacey, fora onde? A rua é pública — começou a dizer Kiernan, mas Lacey a interrompeu nervosa.
—Não, querida! Há estranhos armados rondando por aí. Não, espera, não rondam, movem-se às escondidas. Por Deus, Kiernan, tente entender o que quero dizer. Ali fora há pessoas que não têm direito de estar lá!
Kiernan pulou da cama, correu para a janela e puxou as cortinas. Olhava ao longe, para a esquerda, via Potomac e os trilhos da ferrovia que ia até Maryland. Um pouco mais perto, distinguiam os edifícios da fábrica de armas. A lua já saia e seu pálido reflexo iluminava a rua.
—Eu não vejo nada — disse.
—Afaste-se! —advertiu Lacey— Não deixe que a vejam!
Kiernan escondeu um sorriso e se afastou. Olhou para o exterior e pensou em como a cativavam a noite e a beleza das montanhas e os vales daquele lugar, onde confluíam os rios Potomac e Shenandoah. Havia uma bonita lenda sobre Shenandoah, a donzela a índia que amou tanto e tão intensamente seu valente Potomac; suas lágrimas formaram aqueles rios quando ambos se separaram.

Trilogia Cameron
1 - Amantes e Inimigos
2 - Tempo Rebelde
3 - Novos Horizontes
Trilogia Concluída

14 de janeiro de 2011

O Senhor dos Lobos

Trilogia Viking

No século IX Melisande, uma indômita condessa gaulesa, deve contrair casamento com Conar MacAuliffe, um viking chegado da Escócia e conhecido como Senhor dos Lobos.

Melisande sente imediatamente uma irresistível atração pelo belo escocês, mas fiel a sua natureza rebelde se mostra distante e esquiva.
Entretanto, quando Conar parte para a guerra, a saudade se apropria dela.
Mais tarde as adversidades e um inimigo comum unirão para sempre o casal.

Revisora Ana Claudia
Adorei o livro, apesar da mocinha mimada, egocêntrica e algumas vezes muito chata, vale à pena ler, pois o mocinho compensa os defeitos dela. Mesmo sendo um feroz guerreiro ele também é paciente e carinhoso e além de tudo tem pegada. As cenas hot não são muitas, mas são muuuuiiito quentes.

Revisora Ana Paula G.
Só uma palavra: AMEI!!!!!!!!!!!!

Capítulo Um

Primavera do ano 885
Costa da França

— Melisande! Melisande! Seus navios chegaram!
Ao escutar estas palavras, Melisande, que tinha estado andando de um lado a outro em uma atividade febril, ficou paralisada no meio de seu quarto da torre, imersa repentinamente em muitos temores e esperanças.
Nunca tinha acreditado que ele retornaria!
Mas ao ouvir Marie do Tresse que anunciava a chegada dele aos gritos do passadiço de madeira, frente à porta aberta da torre, não lhe cabia dúvida de que vinha cumprir a promessa de recuperar o que era dele.
Olhou um momento a cara ansiosa de Marie, soltou a cota de malha delicadamente esculpida que levava na mão, atravessou com precipitação a sala e correu pelo passadiço do muro de pedra para esquadrinhar o mar por cima do passadiço.
Sim, em efeito, dirigia-se para a costa.
Tinha vindo pela primeira vez em um dia como aquele. Parecia que tinha passado tanto tempo! Será que ia surpreendê-la sempre na adversidade? Sempre tinha que se perguntar se vinha em seu resgate ou para liquidá-la por completo.
Dessa vez não havia dúvida: tinha vindo pelo que considerava dele.
Sentiu frio e calor. Tocou a face com o dorso da mão, e notou o rosto ardendo e a mão gelada.
“Meu deus! — pensou — Vem para cá! Vem para cá!” estremeceu. Parecia que tinha transcorrido muito tempo desde a ultima vez que o viu! Como se não tivesse o bastante com mil dinamarqueses sob as ordens do aborrecido Geoffrey, às portas de seu castelo! E agora ele! Depois de tanto tempo. Talvez tivesse esquecido a maioria das coisas que tinham ocorrido.
E talvez recordasse tudo!
Que situação tão grotesca! Os dinamarqueses não lhe inspiravam nem a metade do medo que o infundia ele!
Não. Medo não.
Sim! Tinha medo! Medo por tudo o que tinha feito.
E medo pelo que sua chegada significava.
Já estava muito perto. Podia ver seu navio, via a ele!
Era uma nave extraordinária, com uma enorme escultura de proa em forma de dragão, que ele comandava da mesma forma que muitos anos atrás, quando o viu pela primeira vez.
Calçava as mesmas botas, apoiava um pé no leme e levava os fortes braços cruzados sobre o peito musculoso.
Atrás dele se agitava, sacudida com força pelo vento marinho, uma capa vermelha, fechada no ombro com um antigo broche gravado com símbolos celtas. O vento alvoroçava também seu cabelo abundante e loiro como o sol.
Ainda não podia ver seus olhos, mas tampouco precisava vê-los; conhecia-os muito bem.
Sim. Recordava sua cor, um azul assombroso e penetrante. Azul do céu, azul marinho, mais profundo que o cobalto, mais resplandecente que uma safira. Olhos que ao olhá-la a transpassavam e despiam sua alma.
— Então não ia vir?


Trilogia Viking
1 - Rendição Dourada
2 - A Mulher do Viking
3 - O Senhor dos Lobos
Trilogia Concluída

6 de janeiro de 2011

A Mulher do Viking

Trilogia Viking
A ferocidade dos nórdicos era bem conhecida ao longo das costas da Inglaterra.

Eric tinha sido enviado ao mar pela primeira vez quando era só um menino.
Ser viking era um modo de vida.
E ele era viking.
Enquanto os relâmpagos iluminavam o céu e o mar se agitava à medida que se aproximavam da costa inglesa, perguntou—se o que o tinha feito mudar.
A mudança não aconteceu com rapidez nem facilidade. Tinha sido como o lento derretimento das neves na primavera, entrando em seu coração e seu ser.

Rhiannon voltou a estremecer e tirou uma flecha.
Esticou o arco com resolução.Tremeram—lhe os dedos.
Jamais tinha tentado matar um homem.
Agora devia fazê—lo.Fechou os olhos, inspirou profundamente e quando voltou a abri—los não compreendeu o que tinha ocorrido.
O vento parecia sussurrar que o viking de cabelos dourados seria parte de seu destino. Impaciente, afastou essa sensação e jurou que não voltaria a tremer.

Nota da Revisora Ana Paula G.
Amei esta trilogia desde que fiz a revisão final de Rendição Dourada, o primeiro livro desta série!
Linda história, personagens cativantes, cheios de paixão e personalidade! Trechos hot, mas tudo de extremo bom gosto e sensualidade! Heróis e heroínas apaixonantes, histórias cheias de detalhes de época coisa que eu adoro!

Capítulo Um

A primeira proa dragão apareceu no horizonte no mesmo instante em que o primeiro relâmpago riscava o céu e o primeiro terrível trovão retumbava no firmamento.
Depois surgiram numerosas proas dragões, semeando o pânico nos corações já receosos. Com as altas proas erguidas e selvagens sobre as águas, como bestas místicas, os vikings entravam nos portos levando destruição e morte.
Os navios vinham do oeste nesse dia, mas nenhum homem ou mulher se deteve para pensar nesse detalhe ao ver o enxame de navios vikings que navegavam com as velas tão cheias que pareciam a ponto de romper—se.
Viram a interminável fileira de escudos que cobriam de proa a popa as embarcações e observaram que era o vento, e não os remadores, que as faziam avançar como a ira de Deus.
Os raios e relâmpagos iluminavam e faziam crepitar o céu cinzento.
O vento assobiava, rugia e depois ululava, como se pressagiasse a violência que aconteceria. Vermelhas e brancas, as velas vikings açoitavam o céu escuro e cinzento como o aço das armas, desafiando ao implacável vento.
Rhiannon se achava na capela quando ouviu a primeira voz de alarme.
Orava pelos homens que batalhariam contra os dinamarqueses em Rochester.
Rezava por Alfredo, seu primo e seu rei, e por Rowan, o homem a quem amava.
Não tinha suspeitado que o perigo viria sobre sua costa.
A maioria dos homens tinham partido para prestar seus serviços ao rei, já que os dinamarqueses estavam se reunindo ao sul. Estava sem exército.
Egmund, seu mais fiel guerreiro, já ancião, que tinha servido muitos anos a sua família, encontrou—a ajoelhada na capela.
—Senhora! Navios dragões, milady!
Por um momento ela pensou que o homem estava louco.
—Navios dragões? —repetiu.
—No horizonte. Estão vindo para cá!


Trilogia Viking
1 - Rendição Dourada
2 - A Mulher do Viking
3 - O Senhor dos Lobos
Trilogia Concluída

16 de maio de 2010

Rendição Dourada

Trilogia Viking

Dois Audazes Guerreiros,
Duas Terras Orgulhosas, Unidos pela Paixão ....E a Vingança
Príncipe Olaf da Noruega
O Senhor dos Lobos, o dourado guerreiro Viking que chegou com seu navio,em forma de dragão, para construir um grande reino na Ilha Esmeralda.

Princesa Erin
Filha do grande rei Irlandês, Erin é uma beleza de cabelos negros que Jurou uma implacável vingança contra o legendário Norueguês que trouxe morte e destruição a sua amada terra natal.
Para construir uma grande aliança entre Noruegueses e Irlandeses contra os invasores Dinamarqueses, seu próprio pai, o rei da Irlanda a ofereceu, em Matrimônio, ao seu mais odiado inimigo.
Cativada pela gigantesca força de Olaf, seduzida por seu poder, Erin jurou a si mesma que nem a cólera de sua espada nem o fogo de seus beijos poderiam fazer cambalear a lealdade de seu orgulho e a paixão de seu coração.
Da Fúria dos Vikings, livrai-nos! Oh!Senhor!

Capítulo Um

Irlanda a.D. 852
De uma das janelas do Grianan, a casa do sol das mulheres, Erin MAC Aed olhava fixamente para os elegantes edifícios de madeira e as serpenteantes construções de Tara, a antiga e tradicional residência do Ard-Righ ou Grande Rei dos irlandeses. Não fazia muito tempo que tinha acabado a reunião na grande sala de banquetes, e sua mãe tinha sido chamada no Grianan por seu pai.
Após, Erin tinha guardado vigília na janela, desejando desesperadamente ver seu pai.
Mordia o lábio inferior enquanto esperava impacientemente ver seus pais voltarem de seu passeio.
Era uma bonita vista.
O afresco verde da grama deslumbrava, sob o sol de tal forma que parecia um campo de reluzentes esmeraldas, e na distância, o pequeno rio que rodeava o prado mais ao sul, assumia o matiz das safiras.
Os gansos passeavam tranqüilamente sobre o rio, e as vacas e os cavalos descansavam prazerosamente nas colinas.
Mas Erin hoje não podia prestar atenção à beleza e à paz que se estendia ante ela. Olhou fixamente a grama e ao céu sentindo como se o mundo girasse. Não podia se concentrar, estava obcecada pelas lembranças.
Visões do passado se impuseram à realidade, e embora tragasse furiosamente, permaneciam as lembranças de fogo, de sangue, e as pisadas dos cascos dos cavalos como ensurdecedoras pulsações...
A garoa parecia instalar-se por cima do resplendor do sol na dourada tarde, e ela se também claramente, dois anos atrás, sentada junto a sua tia, Bridget do Clonntairth, no jardim.
Bridget, doce Bridget, tinha estado tão alegre. Mas então soou o alarme e Bridget a obrigou a fugir.
Erin se voltou a tempo de vê-la enterrando sua pequena adaga com punho de pérola profundamente em seu próprio coração, ante o terror da chegada dos vikings. Continuando, os agudos gritos se multiplicaram, rivalizando com o rufar terrível dos cavalos dos vikings, enquanto abriam caminho sobre o reino de seu tio, em Clonntairth.
Até agora Erin podia ouvir os horripilantes alaridos de guerra dos vikings, os penetrantes lamentos dos indefesos irlandeses.
Até agora podia cheirar a fumaça do fogo, escutar à própria terra tremer pelo estrondo...


Trilogia Viking
1 - Rendição Dourada
2 - A Mulher do Viking
3 - O Senhor dos Lobos
Trilogia Concluída