Trilogia Prazeres
―Bem-vinda a Inglaterra, senhorita Jerningham.
Quill Dewland vai ao porto receber a sua futura cunhada que chega da Índia e mal pode dissimular sua surpresa; esperava ver uma herdeira e quem desce do navio em seu lugar é uma jovem despenteada e gordinha, cuja espontaneidade se choca com os estritos costumes da sociedade vitoriana.
De fato seu irmão Peter, o noivo, esta horrorizado.
É impossível que acreditem que realmente vai se casar com esse espantalho que não sabe comportar-se. Se o fizer se converterá no bobo de toda Londres.
Quill por sua parte não pensa o mesmo. Desde que a conhece, essa voluptuosa sereia embota seu sentido fazendo desejar estar no lugar de seu irmão Peter… Se não fosse pelo terrível segredo que o impede de ter qualquer tipo de intimidade com uma mulher.
Capítulo Um
St James Square, Londres, 1806.
A sorte acabava de dar ao visconde Dewland um golpe que teria derrubado um indivíduo menos forte, ou mais sensível, que ele. Olhava seu filho mais velho com a boca aberta sem fazer caso do balbuceio de sua esposa.
Depois passou pela sua cabeça uma ideia: essa mesma esposa tinha lhe dado dois filhos varões.
Sem dar mais voltas, girou sobre seus calcanhares e ladrou dirigindo-se a seu filho mais novo:
―Já que seu irmão não pode sacrificar-se no dever conjugal, será você o que se encarregue. Por uma vez em sua vida, comportará-se como um homem.
A Peter Dewland pegou de surpresa esse ataque. Acabava de levantar-se para comprovar no espelho do salão o estado do nó de sua gravata, evitando desse modo encontrar-se com o olhar de seu irmão. Em nome de Deus que se podia fazer diante uma revelação como essa?
Foi sentar no sofá.
―Suponho que esta sugerindo que me eu case com a filha de Jerningham.
―Evidentemente! ― Gritou o visconde ― Algum dos dois tem que fazê-lo e seu irmão acaba de declarar-se incapaz.
―Rogo que me perdoe ― Disse Peter com expressão realmente enojada ― Mas não tenho nenhuma intenção de me casar só para agradar você.
―E que quer dizer com isso? Casar-se-á com ela se eu lhe ordenar isso!
―Não tenho pensado me casar, pai, ordene você ou qualquer outra pessoa.
―Tolices! Todo mundo se casa.
―Isso não é certo ― Suspirou Peter.
― Foi o acompanhante de um montão de garotas apropriadas durante seis anos, se alguma tivesse gostado cederia a seus desejos, mas como esse não parece ser o caso, casar-se-á com a filha de Jerningham. E o fará porque seu irmão está incapacitado. Tive muita paciência contigo; neste momento poderia estar no sétimo de infantaria, tinha ocorrido pensá-lo?
―Preferiria isso antes que tomar uma esposa ― Decretou Peter.
―Nem pensar! ― Grunhiu o visconde dando a volta ― Seu irmão esteve entre a vida e a morte durante anos.
Fez-se um pesado silêncio. Peter fez uma careta em direção a seu irmão mais velho.
Quentin Dewland, que estava um momento olhando a ponta das botas, levantou os olhos para seu pai.
―Se Peter tiver decidido não casar-se, eu o farei ― Disse com sua grave voz.
―Para que? Não poderia fazer frente a suas obrigações como marido, e essa pequena tem direito a ter um digno de tal nome, diabo!
Quentin, a quem seus amigos chamavam Quill, abriu a boca para responder, mas a voltou a fechar.
Podia consumar o matrimônio, mas certamente não seria uma agradável experiência. Qualquer mulher merecia algo melhor que o que ele podia oferecer.
Embora suas feridas tivessem deixado de fazê-lo sofrer, as enxaquecas de três dias de duração que implicava qualquer tipo de movimento repetitivo, certamente não favoreciam uma união agradável.
―Não responde? ― Disse o visconde, triunfante ― Não estou falando por falar, nem tento fingir que é um garanhão quando não é assim. Dá conta de que poderia fazê-lo já que a garota não saberia nada até que fosse muito tarde.
E seu pai se tornou tão miserável que nem sequer a acompanhou a Inglaterra. Seja como for ― Prosseguiu dirigindo-se de novo a seu filho mais novo ― Ela vem para casar-se. E se não poder ser com Quill, será contigo. Enviarei-lhe teu retrato no próximo navio.
―Não quero me casar, pai ― Insistiu Peter marcando cada sílaba.
O visconde ficou vermelho como um tomate.
―Já vai sendo hora de que deixe de se divertir. Por Deus que me obedecerá!
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1 - Poderosos Prazeres
2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída
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29 de abril de 2010
28 de abril de 2010
Prazeres Noturnos
Trilogia Prazeres
Depois de rejeitar vinte e dois pedidos a sua mão,Sophie York se resigna a aceitar o de Braddon Chatwin, conde de Slaslow.
Evidentemente teria sido muito mais excitante aceitar o pedido de Patrick Foakes; entre seus braços se desfazia e perdia toda noção de bom comportamento.
Mas ele era um sedutor sem remédio e Sophie queria evitar a humilhação de ser enganada constantemente como aconteceu com sua mãe.
Com o tranquilo Braddon não existe essa possibilidade. Embora o rejeite, Patrick não desiste de conquistar Sophie embora para isso tenha que comprometê-la.
De modo que não duvida em disfarçar-se e fazer-se passar por Braddon em uma rocambolesca simulação de sequestro.
O truque não a engana por muito tempo, entretanto cede às carícias desse habilidoso amante.
Londres, mansão dos marqueses de Brandenbourg.
Dezembro 1804
Lady Sophie York, única filha do marquês de Brandenbourg, tinha rejeitado o pedido de matrimônio de um barão, dois cavalheiros, um punhado de senhores muito convenientes e de um visconde que tinha pedido de forma muito adequada no escritório de seu pai o privilégio de obter sua mão.
Inclusive descartou um marquês em metade de uma caçada e ao simples senhor Kissler na Ascot.
Outras garotas menos afortunadas não podiam entender Sophie.
Nas duas últimas temporadas havia feito perder as esperanças à maioria dos homens mais procurados.
Mas a partir de agora já não haveria mais pedidos de matrimônio tanto se eram oficiais como se não.
As más línguas iam estar de acordo: a jovem tinha entregado seu afeto a um homem da nobreza. Lady Sophie seria condessa na seguinte temporada.
Olhou-se no espelho e fez uma careta ao pensar nas caras de curiosidade e as numerosas reverências que teria que suportar no baile dos Dewland.
Estremeceu interiormente com uma indecisão totalmente desacostumada nela.
Não sabia se estava corretamente vestida para o anúncio de seu compromisso.
Usava um vestido de seda prateada; era possível que a cor lhe permitisse desaparecer entre a multidão de mulheres com roupas apertadas, grandes decotes e com vivas cores que abarrotavam o salão de baile.
O cinza prata era uma cor de monjas, pensou divertida, mas uma religiosa desmaiaria se tivesse que usar uma roupa como esta, era de uso Império com o corte alto e umas fitas que rodeavam o sutiã.
A marquesa de Brandenbourg entrou na habitação.
― Esta pronta Sophie?
― Sim, mamãe ― Ela renunciando à ideia de trocar-se, pois já iam com atraso.
A marquesa a observou entrecerrando os olhos.
Ela usava um vestido de cetim cinza bordado com flores que se parecia muito aos que estavam de moda uns vinte anos antes quando se casou.
― O vestido que usa é indecente ― Declarou secamente.
― Sim mamãe.
Essa era a sistemática resposta de Sophie as ácidas recriminações de sua mãe.
Pegou o xale e seu ridículo e se dirigiu para a porta.
Heloise parecia um pouco indecisa e a olhou ressentida.
A marquesa, de origem francesa, parecia pensar que o mundo era um campo de batalha e ela o general chefe. Era muito raro vê-la tão insegura de si mesma.
― Esta noite vai anunciar que aceita o pedido de matrimônio do conde de Slaslow.
― Sim mamãe.
Houve um breve silêncio. Sophie se perguntou qual seria o problema. A sua mãe rara vezes faltavam às palavras.
― Estou segura de que pedirá uma prova de seu afeto.
― Sim mamãe ― Disse Sophie baixando os olhos para dissimular sua diversão.
Educada em um convento, Heloise tinha chegado a sua noite de bodas terrivelmente mal preparada.
Casou-se com um inglês tão apaixonado de tudo quão francês não aceitava nenhum criado que não o fosse.
A babá de Sophie tinha sido francesa, as donzelas, os lacaios e naturalmente o cozinheiro eram franceses. Heloise não podia imaginar reveladoras conversas que se desenvolviam no quarto dos meninos.
Sua filha não necessitava que ninguém a pusesse a par do que os homens esperavam das mulheres.
― Pode lhe conceder um beijo, dois como muito ― Continuou Heloise ― Estou segura de que entende a importância desses limites Sophie. Sua reputação…
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Trilogia Concluída
Depois de rejeitar vinte e dois pedidos a sua mão,Sophie York se resigna a aceitar o de Braddon Chatwin, conde de Slaslow.
Evidentemente teria sido muito mais excitante aceitar o pedido de Patrick Foakes; entre seus braços se desfazia e perdia toda noção de bom comportamento.
Mas ele era um sedutor sem remédio e Sophie queria evitar a humilhação de ser enganada constantemente como aconteceu com sua mãe.
Com o tranquilo Braddon não existe essa possibilidade. Embora o rejeite, Patrick não desiste de conquistar Sophie embora para isso tenha que comprometê-la.
De modo que não duvida em disfarçar-se e fazer-se passar por Braddon em uma rocambolesca simulação de sequestro.
O truque não a engana por muito tempo, entretanto cede às carícias desse habilidoso amante.
Londres, mansão dos marqueses de Brandenbourg.
Dezembro 1804
Lady Sophie York, única filha do marquês de Brandenbourg, tinha rejeitado o pedido de matrimônio de um barão, dois cavalheiros, um punhado de senhores muito convenientes e de um visconde que tinha pedido de forma muito adequada no escritório de seu pai o privilégio de obter sua mão.
Inclusive descartou um marquês em metade de uma caçada e ao simples senhor Kissler na Ascot.
Outras garotas menos afortunadas não podiam entender Sophie.
Nas duas últimas temporadas havia feito perder as esperanças à maioria dos homens mais procurados.
Mas a partir de agora já não haveria mais pedidos de matrimônio tanto se eram oficiais como se não.
As más línguas iam estar de acordo: a jovem tinha entregado seu afeto a um homem da nobreza. Lady Sophie seria condessa na seguinte temporada.
Olhou-se no espelho e fez uma careta ao pensar nas caras de curiosidade e as numerosas reverências que teria que suportar no baile dos Dewland.
Estremeceu interiormente com uma indecisão totalmente desacostumada nela.
Não sabia se estava corretamente vestida para o anúncio de seu compromisso.
Usava um vestido de seda prateada; era possível que a cor lhe permitisse desaparecer entre a multidão de mulheres com roupas apertadas, grandes decotes e com vivas cores que abarrotavam o salão de baile.
O cinza prata era uma cor de monjas, pensou divertida, mas uma religiosa desmaiaria se tivesse que usar uma roupa como esta, era de uso Império com o corte alto e umas fitas que rodeavam o sutiã.
A marquesa de Brandenbourg entrou na habitação.
― Esta pronta Sophie?
― Sim, mamãe ― Ela renunciando à ideia de trocar-se, pois já iam com atraso.
A marquesa a observou entrecerrando os olhos.
Ela usava um vestido de cetim cinza bordado com flores que se parecia muito aos que estavam de moda uns vinte anos antes quando se casou.
― O vestido que usa é indecente ― Declarou secamente.
― Sim mamãe.
Essa era a sistemática resposta de Sophie as ácidas recriminações de sua mãe.
Pegou o xale e seu ridículo e se dirigiu para a porta.
Heloise parecia um pouco indecisa e a olhou ressentida.
A marquesa, de origem francesa, parecia pensar que o mundo era um campo de batalha e ela o general chefe. Era muito raro vê-la tão insegura de si mesma.
― Esta noite vai anunciar que aceita o pedido de matrimônio do conde de Slaslow.
― Sim mamãe.
Houve um breve silêncio. Sophie se perguntou qual seria o problema. A sua mãe rara vezes faltavam às palavras.
― Estou segura de que pedirá uma prova de seu afeto.
― Sim mamãe ― Disse Sophie baixando os olhos para dissimular sua diversão.
Educada em um convento, Heloise tinha chegado a sua noite de bodas terrivelmente mal preparada.
Casou-se com um inglês tão apaixonado de tudo quão francês não aceitava nenhum criado que não o fosse.
A babá de Sophie tinha sido francesa, as donzelas, os lacaios e naturalmente o cozinheiro eram franceses. Heloise não podia imaginar reveladoras conversas que se desenvolviam no quarto dos meninos.
Sua filha não necessitava que ninguém a pusesse a par do que os homens esperavam das mulheres.
― Pode lhe conceder um beijo, dois como muito ― Continuou Heloise ― Estou segura de que entende a importância desses limites Sophie. Sua reputação…
Trilogia Prazeres
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2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída
27 de abril de 2010
Poderosos Prazeres
Trilogia Prazeres
A ponto de fazer sua apresentação na sociedade,Charlotte Calverstill abandona Londres para passar uns dias no campo na casa de sua amiga Julia.
Esgotadas pelas intermináveis lições de comportamento, as duas estão completamente decididas a aproveitar esses poucos dias de liberdade; de modo que Julia propõe que vão ao baile de mascara de Stuart Hill.
Essas festas populares não são muito adequadas para que duas jovenzinhas da alta sociedade, mas com os disfarces postos, ninguém poderá as reconhecer.
Certamente Charlotte não tinha pensado que essa noite perderia sua virgindade, entretanto isso é exatamente o que acontece quando um atraente desconhecido a leva até o jardim.
Arruinadas suas expectativas de matrimônio, decide que ficará solteira. Três anos mais tarde, Charlotte reconhece seu amante de uma noite na pessoa de Alexander, conde de Sheffield.
Nota da Revisora Tessy: É uma história surpreendente, no começo parece ser sem graça, mas a trama se desenvolve de maneira simples e clara e você se prende no enredo cada vez mais. Não é hot, mas têm cenas bem sensuais com uma mocinha a frente de seu tempo e um mocinho meu confuso e machão, mas lindo de morrer... E com um gêmeo a reboque... kkkkk... Resumindo Adorei e mal posso esperar para ler à próxima.
Capítulo Um
Kent, Inglaterra, abril 1798.
Para Charlotte faltava uma semana para fazer dezessete anos quando sua vida deu um giro de cento e oitenta graus; sempre haveria um “antes” e um “depois”.
O “antes” era quando estava com Julia Brentorton, sua melhor amiga do colégio. Tinham passado juntas os anos de internato e tinham sobrevivido à monotonia das aulas que faziam que todos os dias parecessem iguais: latim, música, baile, educação artística, comportamento e normas sociais com lady Sipperstein.
A verdade era que esse último curso tinha sido o mais fastidioso de todos.
― Julia ― Repreendia lady Sipperstein aparecendo repentinamente atrás delas ― Cruze os tornozelos quando se sentar em um sofá…
Suba de novo as escadas, Charlotte, e desta vez faça sem mover os quadris. Você rebola de uma forma totalmente inadequada.
Lady Sipperstein era uma dama temível cujo impressionante seio sobressaía como se fosse à proa de um navio. Sabia exatamente o grau de inclinação que devia ter uma reverência conforme se tratasse de uma duquesa ou do rei, e o repetia a suas alunas como se elas fossem ver-se obrigadas a fazê-lo todos os dias.
Do mesmo modo as bombardeava com um montão de normas.
― Aos criados despede do mesmo modo que os meninos: com firmeza, rapidez e mantendo a distância.
Os presentes para os doentes dependem do lugar onde vivam, se viverem em sua propriedade devem dizer à cozinheira que faça uma gelatina de medula e a dão vocês mesmas junto com um pouco de fruta.
Se viverem no povoado ordene a algum criado que leve um frango sem cozinhar. E, naturalmente, antes de entrar na casa devem assegurar-se de que a enfermidade não é contagiosa.
Devem mostrar-se compassivas, mas não inconscientes.
As aulas supunham frequentemente uma hora de intermináveis pergunta.
― Julia! Se um lacaio entrar no salão do café da manhã com uma bochecha inchada que deve fazer?
― Mando para sua casa ― Assegurou Julia.
― Não. Primeiro deve fazer averiguações. O inchaço pode ser consequência de uma dor de dente, mas também pode ser o resultado de uma briga de bêbados. Se se tratar deste último deve o despedir. Julia O que faria se fosse dor de dente?
― Bem… Digo que vá ver o médico ― Balbuciou a aludida.
― Falso! Deve ordenar ao mordomo que atribua um trabalho afastado dos donos da casa. Não terá que consentir aos criados.
Para Charlotte o momento mais agradável do dia era a aula de desenho. Sentia-se completamente feliz na sala de aula de pintada de branco onde havia doze cavaletes. Sempre pintavam o mesmo: duas laranjas e um limão. Ou duas maçãs e uma pêra. Mas para Charlotte dava o mesmo. Entretanto Julia não opinava o mesmo; imitava a perfeição a voz maravilhada da senhorita Frollip quando preparava uma nova natureza morta.
― Hoje uma cabaça!
A Julia adorava as aulas de dança, mas não porque gostasse de dançar, mas sim pelo senhor Luskie. Este era um homem mais peludo, pai de família, robusto e afável; em resumo, segundo as professoras, não representava nenhum perigo para as jovenzinhas. Mas Julia adorava e acreditava ver algum tipo de mensagem na forma em que o lhe apertava a mão quando a dirigia dançando a equipe.
- Adoro-o ― Murmurava a Charlotte pelas noites.
Esta franzia o cenho.
- Escute Julia, é um pouco… Enfim, não é…
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Trilogia Concluída
A ponto de fazer sua apresentação na sociedade,Charlotte Calverstill abandona Londres para passar uns dias no campo na casa de sua amiga Julia.
Esgotadas pelas intermináveis lições de comportamento, as duas estão completamente decididas a aproveitar esses poucos dias de liberdade; de modo que Julia propõe que vão ao baile de mascara de Stuart Hill.
Essas festas populares não são muito adequadas para que duas jovenzinhas da alta sociedade, mas com os disfarces postos, ninguém poderá as reconhecer.
Certamente Charlotte não tinha pensado que essa noite perderia sua virgindade, entretanto isso é exatamente o que acontece quando um atraente desconhecido a leva até o jardim.
Arruinadas suas expectativas de matrimônio, decide que ficará solteira. Três anos mais tarde, Charlotte reconhece seu amante de uma noite na pessoa de Alexander, conde de Sheffield.
Nota da Revisora Tessy: É uma história surpreendente, no começo parece ser sem graça, mas a trama se desenvolve de maneira simples e clara e você se prende no enredo cada vez mais. Não é hot, mas têm cenas bem sensuais com uma mocinha a frente de seu tempo e um mocinho meu confuso e machão, mas lindo de morrer... E com um gêmeo a reboque... kkkkk... Resumindo Adorei e mal posso esperar para ler à próxima.
Capítulo Um
Kent, Inglaterra, abril 1798.
Para Charlotte faltava uma semana para fazer dezessete anos quando sua vida deu um giro de cento e oitenta graus; sempre haveria um “antes” e um “depois”.
O “antes” era quando estava com Julia Brentorton, sua melhor amiga do colégio. Tinham passado juntas os anos de internato e tinham sobrevivido à monotonia das aulas que faziam que todos os dias parecessem iguais: latim, música, baile, educação artística, comportamento e normas sociais com lady Sipperstein.
A verdade era que esse último curso tinha sido o mais fastidioso de todos.
― Julia ― Repreendia lady Sipperstein aparecendo repentinamente atrás delas ― Cruze os tornozelos quando se sentar em um sofá…
Suba de novo as escadas, Charlotte, e desta vez faça sem mover os quadris. Você rebola de uma forma totalmente inadequada.
Lady Sipperstein era uma dama temível cujo impressionante seio sobressaía como se fosse à proa de um navio. Sabia exatamente o grau de inclinação que devia ter uma reverência conforme se tratasse de uma duquesa ou do rei, e o repetia a suas alunas como se elas fossem ver-se obrigadas a fazê-lo todos os dias.
Do mesmo modo as bombardeava com um montão de normas.
― Aos criados despede do mesmo modo que os meninos: com firmeza, rapidez e mantendo a distância.
Os presentes para os doentes dependem do lugar onde vivam, se viverem em sua propriedade devem dizer à cozinheira que faça uma gelatina de medula e a dão vocês mesmas junto com um pouco de fruta.
Se viverem no povoado ordene a algum criado que leve um frango sem cozinhar. E, naturalmente, antes de entrar na casa devem assegurar-se de que a enfermidade não é contagiosa.
Devem mostrar-se compassivas, mas não inconscientes.
As aulas supunham frequentemente uma hora de intermináveis pergunta.
― Julia! Se um lacaio entrar no salão do café da manhã com uma bochecha inchada que deve fazer?
― Mando para sua casa ― Assegurou Julia.
― Não. Primeiro deve fazer averiguações. O inchaço pode ser consequência de uma dor de dente, mas também pode ser o resultado de uma briga de bêbados. Se se tratar deste último deve o despedir. Julia O que faria se fosse dor de dente?
― Bem… Digo que vá ver o médico ― Balbuciou a aludida.
― Falso! Deve ordenar ao mordomo que atribua um trabalho afastado dos donos da casa. Não terá que consentir aos criados.
Para Charlotte o momento mais agradável do dia era a aula de desenho. Sentia-se completamente feliz na sala de aula de pintada de branco onde havia doze cavaletes. Sempre pintavam o mesmo: duas laranjas e um limão. Ou duas maçãs e uma pêra. Mas para Charlotte dava o mesmo. Entretanto Julia não opinava o mesmo; imitava a perfeição a voz maravilhada da senhorita Frollip quando preparava uma nova natureza morta.
― Hoje uma cabaça!
A Julia adorava as aulas de dança, mas não porque gostasse de dançar, mas sim pelo senhor Luskie. Este era um homem mais peludo, pai de família, robusto e afável; em resumo, segundo as professoras, não representava nenhum perigo para as jovenzinhas. Mas Julia adorava e acreditava ver algum tipo de mensagem na forma em que o lhe apertava a mão quando a dirigia dançando a equipe.
- Adoro-o ― Murmurava a Charlotte pelas noites.
Esta franzia o cenho.
- Escute Julia, é um pouco… Enfim, não é…
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