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19 de junho de 2009

Um Herói Perfeito

Série Sterling

Desde que foi cruelmente deixada no altar com a idade de vinte e dois anos, Lady Julianna Sterling resolveu não ter nada a ver com os homens. Então fica chocada ao descobrir que tem sentimentos indesejados pelo pior da raça - um ladrão de estrada perigoso e insuportavelmente bonito que atacou seu cocheiro e a levou cativa. Pior ainda, sua ira justa rapidamente se transforma em decepção quando o foragido irresistível a liberta. O visconde Dane Graville sabe que não deveria ter revelado seu rosto para a encantadora Lady Julianna - pois ele comprometeu a missão secreta que assumiu para a Coroa sob o disfarce do notório Magpie. Agora seus caminhos estão se cruzando mais uma vez, e Dane sofre para provar novamente a doçura de seu beijo. Mas deve resistir ao que seu coração exige, pois sua paixão só pode levar a perigos além da imaginação.

Prólogo

Londres, 1814

Os murmúrios tinham começado a circular na igreja. Algo ia mal… muito mal. Apenas momentos antes, estava convencida de que não podia existir um dia mais perfeito…
O dia de seu casamento.
Na abóbada, os raios de sol iluminavam as vidraças da igreja de Saint George, situada na Hannover Square, alagando o interior da nave de uma luz efêmera e radiante.
Era um sinal. Assim tinha decidido a senhorita Julianna Sterling ao descer da carruagem e aproximar-se da igreja. Durante muito tempo, uma nuvem havia coberto a vida dos Sterling. Por isso, que tivesse saído um dia tão maravilhoso devia ser um símbolo da vida que lhe esperava, um bom agouro. Estava segura de que em um dia tão glorioso e dourado como esse, tudo tinha que sair à perfeição. Sua união com Thomas Markham seria abençoada como nenhuma outra.
E depois de alguns momentos de espera… estava começando a sentir os primeiros indícios de pânico. Thomas já deveria ter chegado.
Onde estava?
Uma mão lhe tocou o ombro. Julianna levantou o olhar e se encontrou com os olhos cinzas de seu irmão mais velho. Se Sebastian se precaveu do murmúrio que provinha dos convidados, parecia preferir ignorá-los.
—Parece uma princesa —disse com voz rouca.
Julianna se esforçou em sorrir. Usava um vestido de seda fina, cor rosa pálido —seu favorito— coberto de cetim prateado. Sapatos rosa combinando, cobriam seus pés. As mangas eram de encaixe fino de Bruxelas e a prega do vestido tinha sido coberta com bordados de casulos de rosa brancos, engalanados aqui e lá de linho prateado. Mas possivelmente o elemento mais assombroso do conjunto fosse o comprido e elegante véu que caía por suas costas e arrastava pelo chão.
—Sinto-me como se fosse —admitiu brandamente— muito obrigado, senhor. Não posso negar que você também está espetacular.
—E eu o que? —perguntou outra voz, neste caso a de seu irmão Justin—, acaso não mereço o mesmo elogio?
Julianna enrugou o nariz.
—Desesperado é o que está —replicou— se necessitar que seja sua irmã que o adule.
—Descarada! —burlou-se Justin.
Rodeada de seus morenos e bonitos irmãos, Julianna deslizou suas delicadas mãos, cobertas com luvas de encaixe, pelo oco das mangas. Durante vinte e três anos, Sebastian e Justin a tinham protegido em tudo o que tinham podido, e não é que ela o tivesse querido ou necessitado, motivo pelo que os amava ainda mais.
Justin elevou uma sobrancelha e se dirigiu a Sebastian.
—Dado que normalmente é a mãe a que se encarrega de preparar a sua filha para a noite de núpcias, espero que tenha ensinado a nossa irmã tudo o que… como posso dizer forma delicada… precisa saber…
—Na realidade, pedi a Sebastian que deixasse a ti essa honra, Justin. Além do mais, consta-me que é um homem de grande experiência, não é verdade?
Eram estranhas as ocasiões em que se podia ver Justin incomodado. Julianna desfrutou do momento.
—Além disso —seguiu com voz melosa—, não preciso. Embora não seja uma mulher de grandes conhecimentos, estou muito orgulhosa de minha imaginação, por não falar do fato de que me fiz uma viciada em escutar detrás das portas quando era pequena e lhes contavam suas conquistas. Pode-se dizer que aprendi o bastante, assim não acredito que vá escandalizar me neste ponto.
Sebastian se endireitou.
—Que demônios está dizendo…?
—Julianna! —exclamou Justin—. Agora, deixa que te diga…
—Deixem de me olhar com essa cara de reprovação. —Pareciam tão escandalizados que não pôde conter uma gargalhada. Não podia imaginar-se que seria a última vez que riria esse dia.
Enquanto seus irmãos continuavam admoestando-a, deu uma olhada à nave da igreja. Desde que era uma menina, Julianna tinha sonhado casar-se na igreja de Saint George, construída há quase cem anos e onde se casou o filho do Rei, o príncipe Augusto. Graças a Sebastian, o sonho se realizava. Foi ele quem insistiu que o casamento tivesse lugar em Saint George.
Julianna não se opôs. Não era só um sonho de menina. Sabia que, para Sebastian, era também um símbolo de prosperidade e êxito. Tinham tido que percorrer um longo caminho para que a sociedade voltasse a admitir o nome dos Sterling. Depois da morte de seu pai, tinha sido Sebastian o encarregado de restaurar a respeitabilidade de seu sobrenome.
Os bancos de ambos os lados do corredor estavam cheios de gente. Julianna notou então que algumas cabeças começavam a girar-se e olhar o percurso que ia de onde eles estavam de pé junto à porta até a fronte do altar…


Série Sterling
1 - A Esposa Perfeita
2 - Um Noivo Perfeito
3 - Um Herói Perfeito
Série Concluída