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18 de agosto de 2009

Um Lorde Para Amar

Série De Burgh


A mando do pai, Stephen não teve escolha a não ser escoltar a feiticeira Brighid l’Estrange até o castelo de seu falecido pai.

Stephen de Burgh era humano demais para Brighid l’Estrange.
Amante da boa vida e convencido, o cavaleiro parecia indigno da nobre herança.
Mas mesmo assim Brighid sentia um poder e uma certeza sobre Stephen que respondiam aos desejos mais profundos de seu coração!
Escoltar a obstinada Brighid pelas terras inclutas e pantanosas do País de Gales enfraquecia Stephen ao extremo. 
Jamais conhecera uma mulher tão briguenta e ao mesmo tempo tão sedutora quanto a sra. l’Estrange, cujos olhos prenunciavam um destino que mudaria sua vida para sempre!


Capítulo Um

Stephen de Burgh sentia-se aborrecido.
Recostado na cadeira de madeira entalhada no salão de Campion, ergueu a taça de vinho na esperança de que a bebida aplacasse aquela sensação de fastio, que acabasse com o tédio de sua existência. Logo experimentou uma espécie de calor difuso, efeito que geralmente o agradava.
Ultimamente, porém, nem a leve embriaguez conseguia quebrar a monotonia implacável de cada dia.
Olhando ao redor, Stephen avaliou seus domínios, ou melhor, os domínios de seu pai, o duque de Campion. Servos deslocavam-se atarefados pelo salão luxuoso que era o coração do castelo mais moderno, bem equipado e famoso na região.
Ali não havia guerra, fome ou doença.
Só tédio. Em Campion, não havia uma alma com a qual pudesse afiar seu senso de humor... e a língua ferína.
Dos seis irmãos, todos moravam ou visitavam outras paragens, exceto Reynold, a quem não valia a pena atormentar.
Em vez de fisgar a isca, a exemplo de Simon, por exemplo, Reynold simplesmente lhe dava as costas amuado, um oponente indigno de seus esforços.
Sendo assim, via-se sem atividade desde a breve visita da família, no começo do ano.
Desde o casamento de seu pai com Joy. Stephen franziu o cenho à lembrança.
Joy lhe parecera interessante, pelo menos por algum tempo, após a chegada abrupta na véspera do Natal.
Mas, então, embora pouco mais velha do que ele mesmo, ela se casou com seu pai e os dois andavam tão apaixonados um pelo outro que dava enjôo olhar para eles.
Lá estavam os pombinhos, trocando beijos à cabeceira da mesa.
Stephen tentou se convencer de que estava enjoado e entediado, quando na verdade se conscientizava de uma sensação estranha, surgida com as núpcias do pai.
Não que quisesse Joy para si, pois não se tratava de nenhuma beldade em especial.
Talvez houvesse sofrido um golpe de afronta com o fato de a moça ter escolhido um de Burgh tão mais velho, mas já superara o assunto.
Infelizmente, a lembrança de seu comportamento lamentável na ocasião perdurava como fel em sua boca, que nenhuma quantidade de bebida parecia capaz de dissipar.
Com a atitude, distanciara-se ainda mais do pai, ao mesmo tempo em que se tornava ciente de seu próprio descontentamento.
Sim, apesar da alegria reinante em Campion, Stephen sentia-se insatisfeito.
Na verdade, fugia da própria infelicidade havia anos, mais esta o incomodava cada vez mais, levando-o a beber na tentiva de afogá-la.
Além de se distrair com mulheres, só aborrecia os irmãos, que haviam feito algo de suas vidas.
Ultimamente, porém, assolava-o a sensação de não ter mais para onde ir.
Atormentado com a idéia, bebeu o resto do vinho com uma avidez que pouco lembrava sua graça costumeira.
Estava bêbado, mantinha-se assim desde o Natal.
Mas não sabia como sair do fundo do poço que se tomara sua existência.
Seus pensamentos eram tão sombrios que não percebeu a aproximação do irmão Reynold, que anunciou:
— Visitantes, pai. Leais a Campion pedem uma audiência com o senhor.
Visitantes, o evento ideal para animar uma tarde de inverno medonha, considerou Stephen, servindo- se de mais vinho.
Recostado na cadeira, assistiu à entrada da comitiva liderada por duas mulheres idosas, uma dupla de aspecto estranho que não lhe despertou maior interesse. Suprimia um bocejo quando outra pessoa entrou.
Era bem mais jovem, mas tão paramentada que mal revelava detalhes, exceto parte do rosto sem contorno.
Sejam bem-vindas — saudou o duque de Campion.
As duas mulheres mais velhas se aproximaram, enquanto a jovem permanecia no lugar, como que relutante.
Stephen interessou-se ainda mais. Geralmente, os súdítos atiravam-se aos pés do duque como discípulos fervorosos.
Estaria a moça tão encantada com a riqueza do salão que criara raízes?
A mais alta das duas senhoras avançou, enquanto a mais baixa se movimentava ao redor de forma descoordenada.
— Oh, meu senhor, minha senhora! — invocou a mais baixa, sem fôlego. — Soubemos do casamento, claro, meu lorde, e viemos cumprimentá-los. O casamento será longo e cheio de fartura — entoou a mais alta, como se possuísse algum tipo de visão, e Stephen ouviu um murmúrio entre os servos próximos, algo sobre poderes místicos. Desconsiderou os comentários com um sorriso divertido.
Embora a maioria dos camponeses fosse supersticiosa, Stephen de Burgh não acreditava em nada menos tangível do que um bom vinho e uma cama macia.
Meneando a cabeça, encheu a taça de vinho e a ergueu em saudação silenciosa ao casal.
— Obrigado, senhora l’Estrange — agradecia o duque.
— Armes, meu lorde — ofereceu ela.
Por favor, sentem-se e descansem da jornada convidou Joy, num tom receptivo que irritou Stephen.
Quando iria se acostumar com a presença daquela mulher, sua madrasta, no castelo?
A casa de Campiou sempre fora uma província de homens e ele já estava velho demais para mudanças.


Série De Burgh
1 - O Lobo Domado
2 - O Anel de Noivado
3 - Coração de Guerreira
4 - Uma Visita Inesperada
5 - Um Lorde para Amar
6 - Noviça De Burgh
7 - O Cavaleiro Sombrio/ Reynold De Burgh
8 - O Último De Burg
Série Concluída