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3 de agosto de 2014

Uma Dama Nunca Mente

Trilogia Romances à Luz da Lua

Alexandra, Lady Morley, uma viúva atraente, está de férias para escapar de seus credores e elaborar um plano para recuperar sua fortuna. 

Distraída pela chegada de Phineas "Finn" Burke, um inventor brilhante com um passado chocante, ela se desespera e teme nunca conseguir o que precisa... Até que eles se beijam.
Finn, ingênuo em relação à espécie feminina e focado apenas em aperfeiçoar sua "carruagem sem cavalos" para uma exposição em Roma, nunca sonhou que pudesseencontrar uma mulher como Alexandra, que é tão enlouquecedoraquanto graciosa. 
Finn anseia fazer Alexandra sua esposa, mas seus próprios planos estão no caminho...A menos que Alexandra possa sacrificar tudo para realizar seus desejos mais profundos.

Capítulo Um


A cinquenta quilômetros a sudoeste de Florença – Março de 1890
Sempre havia mantido um nível de exigência muito elevado. Enquanto outras jovens damas sonhavam em encontrar o homem perfeito, Alexandra estava determinada a encontrar o duque perfeito.
No final, havia se conformado com um marquês, mas considerando que lorde Morley havia sido imensamente rico e idoso, ela achava que seu casamento tinha sido um êxito. Sua máxima era «pede e será concedido» — afinal isso estava na Bíblia; tinha quase certeza — e não se conformar jamais com algo de qualidade inferior.
Nem sequer quando fugia dos credores.
Aquele aposento era claramente de segunda categoria. Não, nem isso. Era pouco mais que um armário, apenas maior que o guarda roupa em que armazenava seus vestidos de noite para o verão durante o resto do ano. 
Um estreito catre embutido contra a parede não deixava espaço nem sequer para uma caixa de chapéu; a única manta de lã áspera parecia o paraíso ideal para as pulgas. Era de quarta categoria, ou de quinta. Sinceramente, era inadmissível. Alexandra se virou para o proprietário.
— Creio que não seja adequado. Non possiblo. Entende? Compreende? É muito pequeno. Troppo… Hum… Petito. Somos três. Trio. E o menino.
O dono da pousada franziu o cenho. Talvez não tenha entendido seu italiano rudimentar.
— A pousada está cheia, milady. Prepararei camas no salão de jantar, muito quentinhas, muito confortáveis.
— Dormir no salão de jantar! Três damas inglesas! Não pode estar falando sério. — Alexandra soltou uma risadinha afogada para abstrair a ideia absurda.
— Mas, milady, está chovendo, a ponte está… Inundada. Todos os quartos estão ocupados!
— Por quem? — exigiu saber, erguendo-se até uma altura impressionante.
— Um duque, milady — respondeu o homem em voz baixa e reverente. — Um duque inglês, seu irmão e um amigo.
— Não me diga! Acompanhe-me aos seus aposentos, se for amável. Hum… Operários. Veja bem bom homem, — explicou com amabilidade enquanto empurrava-o pelo estreito e maltratado corredor. 
— No meu país temos um encantador costume segundo o qual os cavalheiros estão obrigados, sem exceção, a renunciar a qualquer comodidade em favor das damas em apuros. Você concordará comigo que é uma ordem perfeitamente civilizada no mundo todo, sem a qual cairíamos na barbárie, como aqueles pobres romanos. Tenho certeza que o seu duque compreenderá. Oh, sim!
Parou na entrada e deu uma olhada no aposento. Esse era muito melhor. Maior e espaçoso. Uma ordenada cama de casal grande no centro da parede do fundo, com um armário em um lado, uma lareira na outra parede, atendida nesse instante por uma jovenzinha de bochechas coradas com uma dessas cabeleiras italianas escuras e cacheadas que eram impossíveis não se invejarem nos momentos mais apaixonados.
Era simples, claro. Essa pousada estava situada em uma remota parada em um péssimo caminho toscano, longe do civilizado refinamento de Milão e inclusive de Florença, mas, Alexandra estava disposta a fazer concessões com relação aos móveis rústicos e a carência de detalhes e acabamentos adequados. E, afinal, a chuva açoitava a pequena janela e se ouvia o som do vento pelo buraco da lareira. Não poderia se permitir ser demasiadamente exigente.
— É ideal, — disse voltando-se para o dono da pousada. — Ficaremos com ele. E também com o aposento contíguo. — apontou para a porta entreaberta próxima ao armário.
Certamente o rosto do homem havia sofrido com os rigores de um longo e chuvoso inverno, parecia quase impossível que aquelas bochechas pudessem ficar ainda mais pálidas, e mesmo assim, até o último traço de vermelhidão havia abandonado o rosto dele.
— Mas, milady, este aposento já está ocupado! — Disse com voz trêmula. — É de um duque! De um duque muito importante! De um duque muito forte! E de seu irmão e seu amigo! Todos muito altos!

Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída