O luar transformara o jardim num recanto prateado e imaterial.
Sua luz se filtrava para dentro das amplas janelas da mansão, refletindo nos cristais e pratarias o seu fulgor.
Carolina, porém, não podia se entregar à doçura que aquele momento lhe oferecia, na companhia do marquês Alexander de Brox.
Para salvar seu irmão da ruína, aceitara participar de uma farsa para enganar um rico comerciante americano, amigo do marquês. Mas... apaixonou-se por Alexander!
Como continuar enganando-o?
Capítulo Um
1896
Carolina, cavalgando de volta para casa, passou por Brox Hall.
Pensou, como sempre acontecia, que aquela era a casa mais bela que já vira.
A edificação pertencia ao período histórico favorito de Carolina, tendo sido projetada em meados do século XVII. As estátuas que encimavam o teto da edificação recortavam-se contra o céu. O que sempre a entristecia, porém, era que quase todas as janelas permaneciam fechadas.
À imponente casa estava praticamente vazia, só contando com a presença de dois vigias que lá se encontravam havia anos. O que tornava tudo ainda mais melancólico, pensou Carolina, era que o marquês de Broxburne estava em Londres.
Segundo o irmão dela, que o conhecia bem, o marquês passava o tempo se divertindo naquela cidade.
— Por que ele não volta, não abre a casa e passa seu tempo restaurando a propriedade? — indagava ela.
Carolina sabia que a resposta era a falta de dinheiro. E o mesmo acontecia com várias famílias aristocráticas.
Tudo se tornara muito mais caro. As imponentes edificações, que costumavam empregar um grande número de criados, já não tinham condições de prosseguir.
Quando Carolina se pôs de pé, pensou que deveria se sentir agradecida pela casa, ainda que pequena, onde a família de seu pai vivera por várias gerações.
O primeiro baronete foi criado durante o reinado de James II. Em cada geração subsequente, houvera um filho para herdar o título. O irmão dela, Peter, era agora o sexto baronete.
Ele sentia-se extremamente orgulhoso, tanto de seu nome quanto de sua propriedade, que era muito menor que a do marquês. O irmão de Carolina nunca ia a Brox Hall, e por isso não se sentia desolado diante dos campos sem cultivo e das sebes sem poda.
Havia naquele local dois ou três arrendatários de fazenda.
Mas Carolina pensava que eles se sentiam de certa forma desanimados, por jamais receberem a visita do proprietário.
Ela continuou cavalgando e, saindo da propriedade de Broxburne, chegou afinal à sua, que ficava numa parte afastada do condado. Com exceção de Brox Hall, não existia um grande número de famílias que fossem abastadas o suficiente para possuírem muitas terras nem, tampouco, para maior consternação de Carolina, para promoverem festas.
Houvera, no entanto, algumas recepções por ocasião do Natal. O vice-rei promoveu uma grande festa num jardim, durante o verão. Foi a única chance, pensou Carolina, para que várias pessoas que viviam naquela parte do mundo pudessem se conhecer
Capítulo Um
1896
Carolina, cavalgando de volta para casa, passou por Brox Hall.
Pensou, como sempre acontecia, que aquela era a casa mais bela que já vira.
A edificação pertencia ao período histórico favorito de Carolina, tendo sido projetada em meados do século XVII. As estátuas que encimavam o teto da edificação recortavam-se contra o céu. O que sempre a entristecia, porém, era que quase todas as janelas permaneciam fechadas.
À imponente casa estava praticamente vazia, só contando com a presença de dois vigias que lá se encontravam havia anos. O que tornava tudo ainda mais melancólico, pensou Carolina, era que o marquês de Broxburne estava em Londres.
Segundo o irmão dela, que o conhecia bem, o marquês passava o tempo se divertindo naquela cidade.
— Por que ele não volta, não abre a casa e passa seu tempo restaurando a propriedade? — indagava ela.
Carolina sabia que a resposta era a falta de dinheiro. E o mesmo acontecia com várias famílias aristocráticas.
Tudo se tornara muito mais caro. As imponentes edificações, que costumavam empregar um grande número de criados, já não tinham condições de prosseguir.
Quando Carolina se pôs de pé, pensou que deveria se sentir agradecida pela casa, ainda que pequena, onde a família de seu pai vivera por várias gerações.
O primeiro baronete foi criado durante o reinado de James II. Em cada geração subsequente, houvera um filho para herdar o título. O irmão dela, Peter, era agora o sexto baronete.
Ele sentia-se extremamente orgulhoso, tanto de seu nome quanto de sua propriedade, que era muito menor que a do marquês. O irmão de Carolina nunca ia a Brox Hall, e por isso não se sentia desolado diante dos campos sem cultivo e das sebes sem poda.
Havia naquele local dois ou três arrendatários de fazenda.
Mas Carolina pensava que eles se sentiam de certa forma desanimados, por jamais receberem a visita do proprietário.
Ela continuou cavalgando e, saindo da propriedade de Broxburne, chegou afinal à sua, que ficava numa parte afastada do condado. Com exceção de Brox Hall, não existia um grande número de famílias que fossem abastadas o suficiente para possuírem muitas terras nem, tampouco, para maior consternação de Carolina, para promoverem festas.
Houvera, no entanto, algumas recepções por ocasião do Natal. O vice-rei promoveu uma grande festa num jardim, durante o verão. Foi a única chance, pensou Carolina, para que várias pessoas que viviam naquela parte do mundo pudessem se conhecer