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2 de dezembro de 2013

Uma Rosa Em Flor








Duncan é um jovem Conde perfeccionista que trabalhou muito duro nos últimos dez anos no mundo dos investimentos, para fazer que sua magnífica mansão fosse próspera de novo.

Agora é o anfitrião da festa de São João onde cortejará uma visitante que contempla como possível noiva.
Mas não contava com a presença de Rose, sua companheira, sua Nêmeses da juventude, que agora o enlouquece.

Capítulo Um

Escócia, Argyllshire, 17 de junho de 1826.
—Que demônios você faz aqui?
Duncan Roderick Macintyre, terceiro Conde de Strathyre, ficou estupefato olhando fixamente a esbelta silhueta inclinada diante do banquinho do piano de seu salão. O inesperado choque o encheu de incredulidade e o fez congelar na entrada do aposento.
Um homem com menos caráter teria virado seus olhos nas órbitas ao vê-la.
Rose Millicent Mackenzie-Craddock, a recordação mais amarga de toda a sua vida, o espinho mais insistente cravado persistentemente em sua carne, levantou a cabeça, elevou o olhar e riu dele, com o mesmo sorriso torto que já sorrira para zombar de sua pessoa anos atrás.
Seus grandes olhos amendoados brilharam.
—Bom dia, Duncan! Ouvi que regressou.
Seu acento suave e melodioso deslizou sobre ele como uma carícia ardente sob a pele.
O olhar dele se concentrou na extensão dos seios dela, agora cremosos. Perante essa visão, Duncan se pôs rígido em todas as partes. 
Sua reação era tanto pela surpresa como pelo descobrimento de que Rose estava aqui, era tão incômodo como inoportuno. Sua mandíbula tencionou. Os dedos apertaram a maçaneta, ele vacilou franzindo o cenho, mas entrou na sala e fechou a porta.
Então avançou até sua Nêmeses com passos suaves.
Sustentando as partituras de música que analisava, Rose se endireitou quando ele se aproximou e se perguntou por que diabos ela já não conseguia respirar. 
Por que sentia como se não pudesse sequer colocar seus olhos sobre Duncan e cruzar o olhar com o dele. Era como se a detivesse uma rígida etiqueta, e ela teria que ler suas intenções no gelado azul dos seus olhos, que reluzia tanta frieza, como as águas do lago que se divisava pelas janelas do aposento.
Eles já não eram crianças, mas ela sentiu, definitivamente, que ainda jogavam uma espécie de jogo.
O entusiasmo oprimiu seus nervos, a antecipação os deixava tensos.
A sala era grande larga. Seu intenso olhar teve bastante tempo para apreciar as mudanças no rosto de Duncan, causadas pelo decorrer dos anos, enquanto ele vinha em sua direção.
Ele estava mais velho, e muito maior. Seus ombros estavam mais amplos, tinha uns cinco centímetros a mais de altura. Mas, sobretudo, se encontrava rijo, desde seu rosto até os longos músculos de suas pernas. Parecia perigoso. Sentia-se perigoso. 
Uma aura de masculina agressividade o rodeava tangível nos seus longos passos, na tensão palpitante do momento.
Suas espessas madeixas do cabelo negro pousavam libertinamente ao redor da sua fronte e no seu rosto anguloso havia aspereza, e ainda havia a barba feita, teimosamente quadrada. 
Sem contar a viril arrogância dos seus olhos azuis, a mesma, só que agora muito mais definida. Como se os anos houvessem tirado a candura superficial e tivessem exposto seu coração de puro granito.
Ele parou a meio metro de distância. Suas sobrancelhas negras se franziram. Obrigada a levantar o olhar, Rose inclinou sua cabeça e deixou que os lábios se curvassem, novamente. O cenho dele se escureceu ainda mais.
—Repito — ele mordia as palavras. —Que demônios faz você aqui?
Rose deixou que o sorriso se aprofundasse e aparecesse a sombra do riso em sua voz.
—Estou aqui para a festa de verão, é claro.
Os olhos dele se fixaram no dela como travados, o cenho aliviou-se um pouco.
—Minha mãe a convidou.
Essa não era uma pergunta, contudo, ela respondeu:
—Sim, ela o fez. Como eu sempre a visito em todos os verões..