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12 de dezembro de 2013

Viciado

Amigos desde a infância, Anaís Darnby e Lindsay Markham guardaram por muito tempo uma paixão secreta um pelo outro.

Quando finalmente confessam seu amor, o futuro juntos parece assegurado, selado com um abraço ardente. 
Mas quando o devasso Lindsay é seduzido por uma dama calculista da sociedade, Anaís devastada busca refúgio na cama de outro homem enquanto Lindsay retira-se para o exótico Oriente. 
Lá, é seduzido novamente, desta vez pela sedutora fumaça vermelha e a sinistra beleza do ópio. 
De volta para casa, o vício de Lindsay é alimentado pela moda por todas as coisas orientais, especialmente os prazeres sensuais, tão em moda na sociedade de Londres. 
Em seus momentos de lucidez, Lindsay ainda cobiça Anaís, que não pode permitir que ele se aproxime, nem esquecer seu toque ardente. 
Torturado por duas obsessões, o ópio e Anaís, Lindsay deve finalmente decidir com o que realmente não consegue viver sem. 

Capítulo Um

Bewdley, Worcestershire, Inglaterra 1850.
— Levante-se milorde.
A voz rouca de seu valete penetrou através da espessa neblina em seu cérebro, perturbando o sono tranquilo e os efeitos prolongados da fumaça vermelha.
— Cai fora, Vallery, — Lindsay gemeu.
Seu valete, sempre o respeitoso cavalheiro dos cavalheiros, gemeu sob o peso de Lindsay quando o puxou para cima do divã de brocado.
— Qualquer outra vez eu o faria, milorde, mas Lorde Darnby e seus familiares estarão aqui dentro de uma hora e eu tenho de livrá-lo da devassidão de um dia.
Lindsay sentiu seu braço sendo jogado em torno do pescoço grosso de Vallery. Sua cabeça pendeu um pouco, forçando-o a abrir os olhos. Estava em seu recanto de prazer, os remanescentes da última noite de bacanal ainda estava em torno dele. 

Com a mão firme de seu valete e algumas piscadas dos olhos ardentes, Lindsay se viu lentamente acostumando-se com o mundo ao seu redor. Das janelas viu que o céu não estava brilhante com o sol, mas escuro, a cor do crepúsculo. Maldição, que horas eram?
— São quase sete milorde.
Vallery respondeu quando viu o foco confuso do olhar de Lindsay sobre o céu que escurecia.
— Você dormiu o dia todo. Agora tem esse tempo para se limpar.
Sim. Um banho e fazer a barba iriam colocá-lo em ordem. Isso sempre resolveu.
— Agora, então, você vai se banhar nas águas ou quer que eu o leve para os seus aposentos através das escadas dos criados?
— Minha mãe está por perto, então?
O rosto grosseiro de seu valete surgiu nitidamente na linha de sua visão. Vallery não era um francês efeminado que cacarejava sobre ele e suas roupas. Sua formação pouco ortodoxa e atualizada que trazia foi o que fez Lindsay desejá-lo como seu servo de maior confiança. Foi a lealdade inabalável de Vallery que Lindsay apreciou mais, não as dobras intricadas de uma gravata engomada.
— Será que estaria perambulando pelas escadas antigas transportando-o ofegante se a marquesa não estivesse voando alto nos galhos?
Vallery resmungou.
Lindsay riu e tirou o braço de seu criado. Estava sóbrio como um monge agora, embora pudesse dizer a partir do olhar de Vallery que sua aparência ainda permanecia com uma pitada de devassidão.
— Acho que minha mãe, provavelmente, cacareja e cisca como uma galinha. Ela geralmente faz isso quando espera companhia.
— Penso que você gostaria de saber que o Duque de Torrington já chegou.
— E Wallingford?
— Ainda não, milorde.
Lindsay riu quando ele puxou a gravata já desamarrada do seu pescoço.
— Não estou surpreso. Wallingford tornou sua promessa solene de nunca estar em companhia de seu pai. Por que as coisas mudariam, hoje?
Vallery não disse nada enquanto Lindsay continuou a retirar suas roupas. Como o servo obediente que era seu criado estendeu a mão para pegar as roupas amassadas, dobrando com cuidado sobre seu braço.
— Então é o banho, certo?
Com um aceno de cabeça, Lindsay envolveu suas calças sobre os braços de Vallery e se dirigiu para o banho de água mineral. Ele entrou na água quente e permitiu envolver seu corpo e mergulhar seus músculos. Com um suspiro, olhou para o teto em arco acima da cabeça, em seguida, de volta para a água que borbulhava em torno dele. 
A fonte de água mineral quente corria debaixo da casa, permitindo-lhe esse pequeno luxo. Naturalmente, ele havia projetado aquele recanto de prazer ao redor dos banhos, que agora se assemelhavam a um banho turco do Oriente Médio. 
Foi algo saído das Mil e Uma Noites. A única coisa que faltava era uma linda odalisca.
     






Leia também Pecador É um livro relacionado a este, onde temos a história do melhor amigo de Lindsay, Matthew o Conde de Wallingford e também da melhor amiga de Anaís, Jane. (Ambos são apresentados neste romance.)