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11 de agosto de 2013

Vindicatio




27 A. C.
As intrigas políticas e as traições estão na ordem do dia no Império romano.

A ânsia de poder de muitos de seus Senadores os levam a cometer atos reprováveis contra seus próprios aliados e há políticos que estão dispostos a realizar infames assassinatos a fim de que prevaleça sua autoridade, acima de outros.
Aradia ignora o que o destino lhe reserva. 
Seu irmão foi acusado de assassinato e sua família declarada traidora.
A única pessoa capaz de ajudá-la na tragédia em que se transformou sua vida é o General Lucio Máximo Magno, o homem pelo qual ela sempre suspirou em silêncio.
Os dois unirão esforços para descobrir a verdade e também se conhecerem, longe da influência política de Roma.

Capítulo Um

Roma resplandecia transbordante de vitória.
Os balcões das casas senhoriais e das moradias mais humildes estavam profusamente decorados com bandeirolas, brasões e tapeçarias. 
Os cidadãos apareciam para aclamar os vencedores, com aplausos e gritos de vitória, a passagem do séquito.
A honra militar mais desejada pelos romanos era o triunfo e só se concedia ao General e chefe que alcançava uma grande vitória. Então César Augusto fazia sua entrada no Campo de Marte, para receber tão excelsa honra por seu triunfo na Hispânia. 
A pé, os amigos, parentes e legionários acompanhavam gritando vivas a plenos pulmões. A túnica que o vestia era bordada com Palmas nas barras. 
Uma toga vermelha com ornamentos de ouro completava o traje; uma coroa de louro, que havia adquirido o direito de sempre usar; e um cetro de mármore, coroado por uma águia.
O passeio triunfal acontecia em Roma, com o exército das legiões romanas.
Um grande sacrifício devia ser ofertado ao templo de Júpiter Capitolino, como agradecimento. 
A finalidade era mostrar ao povo de Roma toda a glória adquirida, assim como a riqueza conquistada. 
O glorioso desfile militar se iniciava em primeiro lugar com os carros de troféus de guerra. Os prisioneiros vinham em segundo lugar. 
O ouro adquirido os seguia de perto. Todos os cidadãos romanos queriam congratular o grande vencedor. Para o vencedor era um dia magnífico. 
O exército ficou à espera no Campo de Marte, porque não podia transpassar as muralhas servianas. 
César Augusto estava em uma cuadriga puxada por quatro cavalos em fila, e seus lictores o acompanhavam e com os quais entrou no templo para oferecer ao deus, seus louros de vitória. 
A seguir começou uma grande festa para todo o povo de Roma.
Na colina do Palatino, uma das sete colinas de Roma, e no interior de uma sala do palácio encontravam-se dois generais da completa confiança de César: 
Cayo Antístio Veto e Lucio Máximo Magno. Os dois tinham participado do assédio e posterior vitória do último baluarte hispânico conquistado, Aracillum, e esperavam com infinita paciência a chegada de César, para uma celebração em sua residência particular.
O encorpado vinho na taça de prata parecia que ser mais doce, e a música que se ouvia ao fundo aumentava o sentimento de euforia. Os dois militares aguardavam, um deles estava sentado em uma sela castrensis. 
O outro estava em pé e observando o movimento lá fora, ao mesmo tempo em que bebia o vinho dos vencedores. Transmitia uma imagem de serenidade, percepção mais afastada, que mostrava quando intervinha nas sangrentas batalhas que havia compartilhado tanto com Antístio, como com César. 
Cayo Antístio se removeu impaciente onde estava sentado. A sela castrensis não tinha respaldo e suas guardas eram baixas; e por ser dobrável podia ser transportada com muita facilidade. 
Os magistrados e os chefes militares em campanha utilizavam-na com assiduidade. 
Cayo Antístio se sentiu honrado por Augusto ter disposto sua casa, mostrando uma preferência sem igual.
— A celebração durará vários dias.