A força de seu silêncio a tocou…
Finalmente, depois de anos de torturas brutais, Callum MacKinloch está livre de seus raptores, mas sua voz ainda está aprisionada.
Seu grito não seria ouvido por ninguém, nunca.
Apesar de invisíveis, as correntes de lady Marguerite de Montpierre podem prendê-la a um casamento cruel e sem amor.
Quando Marguerite descobre Callum à beira da morte, seu coração bate mais forte, ainda que o amor deles não tenha futuro.
Mesmo assim, ela é única mulher com o poder de domar a fúria contida no peito dele.
Talvez Callum possa encontrar uma nova razão para viver...Por Marguerite.
Capítulo Um
Escócia, 1305
O som de um homem gritando a despertou do sono.
Marguerite de Montpierre sentou-se num sobressalto, agarrando a colcha enquanto encarava sua criada, Trinette.
— O que foi isso?
Trinette balançou a cabeça, os olhos arregalados de medo.
— Não sei. Mas devemos ficar aqui, onde é seguro.
Marguerite aproximou-se da janela da torre, espiando o céu escuro iluminado apenas pela lua. Os gritos do homem tinham silenciado agora. Ela bem podia imaginar o que isso significava.
Fique aqui, ordenou sua mente. Não se intrometa. O que poderia fazer, afinal? Era apenas uma moça de 18 anos. Tanto seu pai quanto lorde Cairnross ficariam furiosos caso saísse sozinha.
Mas se alguém precisava de ajuda, que direito tinha ela de permanecer no quarto? O medo não deveria encobrir a misericórdia.
— Vou descobrir o que foi — informou à criada. — Pode ficar aqui se quiser.
— Minha senhora, non. Seu pai não permitiria.
Não, ele não permitiria. Marguerite podia bem imaginar a voz autoritária do pai ordenando que permanecesse na cama. Respirou fundo, dividida pela indecisão. Se não fizesse nada, permaneceria segura e ninguém se zangaria com ela.
E alguém poderia morrer. Isso não tinha a ver com obediência, mas sim com salvar uma vida.
— Tem razão. O duque não me permitiria sair. Mas ele não está aqui, está? — murmurou, e rezou para que seu pai voltasse o mais rápido possível, pois cada dia de ausência transformava sua vida num pesadelo maior.
Guy de Montpierre, o duque DAvignois, não sabia o que estava acontecendo ali, pois o noivo de sua filha havia se comportado com grande cortesia diante da família.
O duque era um homem que valorizava riqueza e status, e Gilbert de Bouche, o conde de Cairnross, promoveria uma forte aliança com a Inglaterra. Uma filha caçula não poderia esperar por casamento melhor.
Mas embora o conde a tivesse tratado com respeito e honra, sua crueldade a horrorizava. Era um homem que acreditava piamente que os escoceses mereciam a servidão. Ele havia capturado vários prisioneiros de guerra, e ela os viu construírem muros de pedra por horas a fio.
Trinette estremeceu, olhando para o cobertor.
— Acho que não vai querer zangar lorde Cairnross saindo deste aposento.
Marguerite não discordou. Mas o grito do prisioneiro a assombrava, penetrando em sua consciência.
Tinha visto os escravos de Cairnross, homens magérrimos, com a desesperança marcada no rosto.
Dois já haviam morrido desde a sua chegada. E suspeitava, a julgar pelo berro, que outro homem estava agonizando.
— Não posso ficar parada sem fazer nada — murmurou. Do contrário, não seria melhor que o conde.
Ela colocou um vestido justo de mangas compridas, uma túnica rosada, depois uma capa escura.
— Não posso ficar parada sem fazer nada — murmurou. Do contrário, não seria melhor que o conde.
Ela colocou um vestido justo de mangas compridas, uma túnica rosada, depois uma capa escura.
A criada deu um suspiro resignado e a ajudou a terminar de se arrumar antes de colocar a própria roupa.
Passava da meia-noite, e os soldados estavam dormindo ao longo dos corredores e no cômodo maior da torre de madeira principal.
Passava da meia-noite, e os soldados estavam dormindo ao longo dos corredores e no cômodo maior da torre de madeira principal.
Marguerite ficou com as costas grudadas na parede, o coração tremendo enquanto passava sorrateira pelos homens. Seu pai havia deixado meia dúzia dos seus soldados como guardas; sem dúvida, eles a deteriam caso acordassem.
Deixou a torre de madeira e seguiu para o pátio interno. Lá, viu a causa dos gritos.
Deixou a torre de madeira e seguiu para o pátio interno. Lá, viu a causa dos gritos.
Um homem, talvez um ano mais velho que ela, jazia prostrado no chão.
As costas estavam cobertas de sangue, os tornozelos, acorrentados.
O longo cabelo escuro obscurecia seu rosto, mas ela viu que os ombros se mexiam. Ele estava vivo...
Série Clã MacKinloch
1 - Reclamada por Seu Marido
2 - Esquecida por Seu Marido
2.5 - Desejando o Toque do Highlander
3 - Voz do Coração/Brumas do Silêncio
3.5 - Resgatada pelo Guerreiro das Terras Altas
Série Concluída
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2 - Esquecida por Seu Marido
2.5 - Desejando o Toque do Highlander
3 - Voz do Coração/Brumas do Silêncio
3.5 - Resgatada pelo Guerreiro das Terras Altas
Série Concluída