23 de abril de 2009

Amante e Inimigo





Estavam acostumados a lutar. Mas não podiam lutar contra o que sentiam um pelo outro!



Vendo nada mais que aquela beleza na almena, empunhando um arco,, Malcolm McNair pensou que tinha sido enfeitiçado por uma poderosa bruxa. Mas Rosalind de Beaumont só era uma mulher e uma dama de caráter disposta a tudo para defender seu lar da invasão.
Rosalind jamais tinha visto um guerreiro como Malcolm McNair, por isso parecia difícil esconder a atração que sentia pelo forte escocês.Mas ela era inglesa, por isso o máximo que poderia esperar dele era uma trégua.. por que então sentia que o olhar de Malcolm lhe prometia muito mais que isso ? 


Capítulo Um

Agosto de 1307
As mulheres casadas nuncam enfrentavam esses problemas.
Os bárbaros se aproximavam do lado fronteiriço do castelo Beaumont Keep e a filha solteira era a única que podia fazer levantar um dedo para detê-los . Rosalind de Beaumont bateu com o punho com frustração, fazendo que todos os objetos sob a mesa pulassem.
Onde estava Gregory Evandale e sua proposta de casamento, quando ela mais precisava de um homem que guiasse o seu povo para a batalha ?
O mordomo de Rosalind entrou na estadia, tirando- a de seus pensamentos. A rápida carreira de John desmentia seus cinqüenta anos. Deteve-se bruscamente a meio metro dela.
—Os selvagens exigem falar com o senhor de Beaumont, minha senhora.
—É uma lástima que Beaumont Keep não tenha senhor —disse Rosalind enquanto massageava as palpitantes têmporas, desejando que algo lhe ocorresse.
Era um segredo escrupulosamente guardado que o governador de Beaumont Keep não era um filho, a não ser uma filha.
Depois de que o fogo tivesse devastado suas terras três anos atrás, os leais vassalos de Rosalind a tinham ajudado a perpetuar a crença de que seu irmão não tinha perecido nas chamas junto a seus pais. O engano tinha sido uma questão de segurança até que algum dia pudesse solicitar ao rei que a casasse com o escudeiro de seu pai e tudo voltasse ao normal. E agora isto.
Para agravar ainda mais seus problemas, aquela manhã se despertou com febre e dor de cabeça.
—Temos quase vinte cavaleiros preparados —lhe recordou John, inclinando-se sobre a mesa para endireitar uma urna que se derrubou pelo murro de Rosalind.
—Cavaleiros? —repetiu ela com um bufido—. A maioria desses homens aos que chama cavaleiros nunca presenciou uma batalha. E o que podem fazer vinte cavaleiros contra uma horda de pagãos? Quantos podem ser?
—Mais de uma centena, minha senhora —respondeu John, secando com sua túnica a água que se derramou das flores.
—O que podem fazer vinte cavaleiros contra mais de cem escoceses?
Voltou-se para sua audiência, que em questão de segundos tinha aumentado na metade do pessoal de sua casa. O povo de Beaumont tinha sido atacado pelos escoceses com antece-dência, e todos se aterrorizavam em enfrentar outro massacre. Que os Santos a protegessem. Não podia permitir que sua gente voltasse a sofrer.
John limpou garganta.
—Quem falará com os invasores?
Uma só resposta cruzou a mente de Rosalind. Só uma pessoa podia falar com os escoceses em lugar do lorde. Suspirou ao pensar em Gregory, tão longe quando mais precisava dele. Filho de um nobre vizinho, Gregory tinha sido como um irmão para ela durante os anos que tinha servido ao pai de Rosalind.
Nas semanas que seguiram ao incêndio, Gregory tinha jurado que se casaria com ela assim que obtivesse a bênção do rei, e então poderiam devolver a Beaumont seu antigo esplendor. Até então, uniu-se às guerras e campanhas do rei Eduardo I, e tinham concordado em fingir na corte que seu irmão ainda vivia para proteger os habitantes de Beaumont de um senhor tirânico e cruel a escolha do rei.
A ficção não tinha sido difícil de manter, já que o rei tinha estado muito ocupado com suas campanhas pela Escócia até a sua morte recente. Mesmo assim, Rosalind desejava a segurança que lhe proporcionaria ser a esposa de Gregory após três anos e meio de luto. Por que seu herói não estava ali agora para defendê-la da ameaça?

Rosalind estava cansada de liderar sozinha todas suas batalhas. Até que tivesse a palavra de Gregory, precisava proteger o castelo por ela mesma. Não tinha protegido tanto tempo a amada propriedade de seu pai para perdê-la para as hordas escocesas que arrasaram tudo o que a rodeava uns poucos verões atrás.
—Gerta, venha até o quarto de meu pai —lhe disse para à donzela que esquentava as mãos junto ao fogo—. John, nos acompanhe e espeea junto à porta.
—Mas... —começaram a protestar John e Gerta em uníssono.
—Eu falarei com os escoceses como o senhor de Beaumont —os sossegou Rosalind, elevando o queixo em um gesto desafiante.
Sua segurança lhe falhou vários minutos depois quando subiu às almenas das muralhas exte-
riores, embelezada com a velha túnica de seu pai. Assaltada pelas dúvidas, perguntou-se como poderia dissimular sua voz feminina quando gritasse o inimigo. Talvez sua garganta rouca e áspera o fosse útil naquela ocasião, ao menos. O que faria se o chefe exigisse um encontro cara a cara?

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