10 de maio de 2009

Olhos da Meia-Noite




Filho ilegítimo de um nobre normando, Robert Beaumont
tornou-se um dos mais implacáveis guerreiros da Inglaterra.
Em reconhecimento por seus serviços à nação, o rei o presenteia com uma propriedade, sob uma condição:
que ele se case com a irmã do homem a quem o rei deve favores...
Uma jovem que poucos homens concordariam de bom grado em tomar por esposa...

Há anos Imogen Colebrook vive isolada, nas terras frias e ermas do norte da Inglaterra, prisioneira do irmão, um homem sádico e cruel, responsável por sua deficiência... e por prometê-la em casamento a um homem perigoso.
No entanto, ao conhecer Imogen, o temido cavaleiro fica deslumbrado por sua rara beleza e pela coragem daquela jovem, condenada a viver num mundo de trevas.
Decidido a livrar sua noiva dos tormentos do passado, Robert precisa lutar contra o inimigo poderoso que ameaça destruir a frágil felicidade de ambos, e a conduzir o coração de Imogen pelo caminho da luz e do amor...


Prólogo

Mary calou-se abruptamente.
Imogen se voltou com expressão interrogativa diante do súbito silêncio, quebrado apenas pelo crepitar das chamas na lareira.
— Perdão, milady, mas o restante do discurso de seu irmão não é apropriado para ouvidos humanos.
Imogen riu, condescendente.
— Oh, Mary, você não precisa ter pudores em minha presença. Estou acostumada ao palavreado de Roger. Sinta-se à vontade para prosseguir com a leitura da carta porque certamente não estará me dizendo nada que eu já não tenha ouvido dezenas de vezes antes.
— Desculpe, milady, mas palavras como essas nunca saíram de minha boca. Não serei capaz de proferi-las.
Ao se voltar novamente para o calor do fogo, Imogen ainda trazia um sorriso nos lábios, que foi sendo substituído por contrações de pânico à medida que o significado da mensagem era absorvido.
Chegara o momento que ela sempre esperara e temera.
Naquele pequeno pedaço de papel, que Mary procurara evitar ler em voz alta, seu irmão anunciava formalmente a decisão de encerrar o jogo com sua vitória total sobre ela.
— Eu estou perdida. Agora não há mais esperança para mim.
Roger tem em mãos o trunfo que lhe garantirá a vitória.
— Imogen suspirou.
— Na verdade, eu sempre soube que jamais teria condições de vencer o jogo diabólico que ele armou contra mim.
— A esperança é a última que morre, minha menina — Mary retrucou, encorajadora, com a voz da experiência adquirida no decorrer de sua longa existência.
— As informações sobre seu noivo parecem interessantes. Parece-me um ponto positivo que ele esteja empenhado em chegar aqui no prazo de sete dias para conhecê-la.
— Não posso acreditar que toda essa ansiedade tenha a mim como motivo principal. Por que esse homem, Robert Beaumont, teria tanta pressa em reclamar uma mulher como eu para esposa?
O constrangimento impediu Mary de retrucar por alguns segundos.
— Não deveria falar assim de si mesma. Imogen baixou a cabeça.
— Você se esquece de que Robert Beaumont concordou em se casar comigo, apesar de minha deficiência, porque se tornará senhor destas terras?

2 comentários:

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