Trilogia Grahan
Quando Tavish Graham tropeçou na praia com o corpo do Sophie d’Alembert, pensou que estava morta. Logo descobriu que não só estava viva, mas também era muito mulher para ele, por isso a deixou com seu irmão James, conde do Monleigh.
Aterrorizada e apanhada na desconhecida terra de Escócia, a jovem e formosa francesa não disse ao James que era a neta do Luis XIV e que a tinham enviado a casar-se pela força com um abominável inglês, o duque do Rockingham.
Apesar de si mesmo, Sophie começou a apaixonar-se pelo James.
Mas antes de que pudesse lhe confessar a verdade, o conde descobriu seu parentesco com a realeza e se perguntou que mais lhe estaria ocultando.Poderia resistir a ela, ou se atreveria a desafiar a França e a Inglaterra por aquela ardente e apaixonada mulher?
Capítulo Um
Terras Altas do Grampian, Costa Noroeste da Escócia, Outono de 1740.Não estava de tudo nua. Mas quase...
Tavish Graham ignorava por que esse dia tinha decidido tomar o caminho que atravessava a estreita franja da praia, pois pelo general seguia a vereda que percorria, lhe serpenteiem, os ásperos penhascos de granito.
Possivelmente fora a divina providência a que o tinha levado a entrar na praia e a que tinha feito encabritar-se e retroceder de improviso a suas arreios.
De outro modo, teria passado por cima da mulher ali tendida.
Quem era?, perguntava-se. Alguma figura mitológica escapada de um quadro renascentista?
Umas três Horas, talvez? Coberta unicamente com uma camisa fina e molhada, jazia em um leito de rochas e areia, empapada de melancólica beleza, seu corpo tentador e, entretanto, castamente invisível.
Quieta e pálida, recordava a uma estátua antiga, pois sua beleza bem podia ter inspirado a algum venerável escultor a imortalizá-la em mármore.
Tavish desmontou e, presa de assombro, aproximou-se da misteriosa mulher.
Como tinha chegado até ali?
Não tinha nome, nem nada que a identificasse, nem havia indício algum do lugar de onde procedia: nada, salvo sua camisa e a mórbida pureza de sua carne fria e nua.
Era jovem e de tez clara, esbelta como um junco e possuidora de um corpo capaz de despertar a inveja no coração das mulheres e a luxúria no dos homens.
Permaneceu imóvel inclusive quando Tavish caiu de joelhos a seu lado, aproximou a cabeça a seu peito e aguçou o ouvido, esperando sentir a palpitante certeza de um batimento do coração que proclamasse que seguia estando viva.
Mas não ouviu nada.
Apartou a areia e se dispunha a aproximar o ouvido outra vez quando o aprimoramento do rosto da moça distraiu sua atenção.
Sua beleza era tão pura que Tavish não acreditava ter visto nunca nada parecido.
Era muito bela para morrer, disse-se enquanto lhe tirava um hilillo de alga pego aos pálidos lábios, e conteve o fôlego ao descobrir que ela o estava olhando como se acabasse de despertar de um sonho profundo.
Sua pele era fria como o gelo quando Tavish apoiou a palma da mão sobre sua bochecha.
— Quem é? —perguntou.
Ela pareceu despertar à vida ante seus olhos, e tentou cobrir pudorosamente sua nudez com suas mãos elegantes e sua cabeleira castanha
— Não tenha medo, moça. Está a salvo. vim te ajudar.
Viu que uma lágrima queda rodando de seu olho.
Ela murmurou algo inaudível e fechou as pálpebras.
Não estava morta, graças a Deus, mas logo o estaria se Tavish não a secava e lhe proporcionava calor.
Olhou a seu redor, mas não viu sinal alguma de que alguém tivesse passado por ali, nem restos do navio que tinha naufragado a noite anterior. Ignorava de onde procedia aquela bela moça sem nome, envolta em mistério.
Só sabia que não levava muito tempo na água, ou teria morrido.
Tavish ofegava com força para quando a envolveu em sua capa, levou-a a seu cavalo e a subiu na cadeira. Montou atrás dela e a apertou contra si para que o calor de seu corpo dissipasse o frio que a paralisava. Voltou garupas e se dispunha a empreender a marcha quando uma dúvida lhe fez franzir o cenho!
Onde a levaria? Temia estar muito longe de seu lar no castelo do Monleigh.
Ela estava tão fria e molhada que sem dúvida não agüentaria até ali. Sua única esperança era chegar ao Danegeld Lodge.
Seu irmão Jamie se foi ali uns dias antes, em busca de paz e quietude.
Não se deteve pensar qual seria a reação do Jamie ao ver seu aprazível retiro interrompido por uma moça quase afogada.
Claro que Tavish raramente parava para considerar tais coisas, pois, sendo o menor dos irmãos, usava seu encanto para enganar aos outros e considerava lícitos todos seus caprichos.
Tavish encaminhou a seu cavalo para o Danegeld Lodge e partiu para galope, consciente de que logo a densa bruma do mar do Norte começaria a deslizar-se terra adentro, arrastando consigo um terrível frio.
Enquanto cavalgava, ia pensando na mulher que jazia entre seus braços e no halo inexplicável que parecia rodeá-la.
O fato de não conhecê-la avivava sua curiosidade. Tinha passado quase três anos na universidade do Edimburgo, de modo que era possível que uma ou duas moças tivessem escapado a sua atenção..., embora fossem tão formosas como aquela.
Trilogia Grahan
1 - Sem Passado
2 - Honra e Traição
3 - Acima de Tudo
Trilogia Concluída
É o primeiro que leio desta autora, e adorei! Kuito bom!
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