Mostrando postagens com marcador Elaine C. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Elaine C. Mostrar todas as postagens

29 de agosto de 2015

O Italiano

Série Crônicas Italianas
Duas pessoas que se apaixonaram na hora errada, mas pelas razões certas...

Com a queda de Napoleão o Império Austro-Húngaro toma poder sobre o continente europeu.
Em 1820, em todos os cantos da Italia haviam revolucionários, traidores e espiões. 
Angelo Bartolini era um homem com muitas faces: bom filho e irmão, amigo fiel e um patriota incondicional.
Como membro dos carbonários, uma sociedade secreta dedicada a libertar a Itália do poder austríaco, Angelo é um homem muito procurado por seus feitos, apesar de sua fama e temido por ela, mostra seu lado sensível e desperta o desejo da tímida pintora inglesa Beatrice FairWeather.

Capítulo Um

As ruas de Turim estavam as escuras, a cidade ainda não havia despertado. Além do Rio Pó, um dos rios mais inportante da Italia, o ponto alto das montanhas mal podia ser visto com o céu nebuloso pela penumbra. Acima, as estrelas continuaram brilhando, o sol não tinha derramado a bênção de sua luz na terra úmida de orvalho.
Ângelo percorria a rua que na Roma antiga era chamavam Decumanus Maximus. O longo casaco negro parecia abafar o ruído de suas botas sobre as velhas calçadas. Passando por junto às fachadas dos edifícios que se abriam à Praça do Palazzo di Cittá, onde antes eram o fórum romano e o mercado medieval. Deteve-se repentinamente quando um som chegou a seus ouvidos, parado junto à esquina onde se elevava a base inacabada da torre do relógio, cujas obras, paradas sob as ordens de Napoleão, não haviam sido retomadas.
O súbito repicar dos cascos de um cavalo rompeu o silêncio da noite. A primeira coisa que pensou foi que o tinham seguido. Permaneceu quieto aguçando os ouvidos. Novamente ouviu o ruído e escondeu-se no vão de uma porta, escurecido por um telhado baixo. Apertou-se contra ela, engolido pela escuridão e pelo casaco. A boca estava seca e seu coração pulsava furiosamente. Angelo inspirou o ar e o reteve, deixando sua pulsação voltar normalmente.
O ruído dos cascos estava mais próximo, uma carroça puxada por um cavalo apareceu lentamente ante sua vista. Ouviu um ruído metálico e viu as leiteiras. Respirou aliviado, mas não ousou sair de entre as densas sombras. As coisas não eram sempre o que pareciam. Um movimento em falso podia lhe custar à vida.
A tensão e o nervosismo tomaram conta de seu estômago travando suas pernas. O suor lhe emanava da testa. Ficou imóvel. Somente seus olhos se moviam, seguindo o avanço da carroça, que dobrou uma esquina e desapareceu por uma viela. Ângelo não se moveu. Nem quando perdeu a carroça de vista, nem quando o rítmico repicar dos cascos se fez mais fraco. Aguardou, como mármore maciço, até que tudo ficou em silêncio. Lentamente, abandonou o refúgio das sombras e prosseguiu seu caminho rua acima. Mantinha-se próximo aos edifícios, aguçando o ouvido, atento aos sons de passos ou ao tamborilar dos cascos de algum outro cavalo.

Série Crônicas Italianas
1 - A Filha Abandonada
2 - O Italiano
Série Concluída

8 de fevereiro de 2014

A Filha Abandonada

Série Crônicas Italianas

Maresa Fairweather era a quinta filha de um homem que a abandonou ao ficar viúvo.
Mas era muito afortunada por ter Percy Bronwell para protegê-la.
Mas este, consciente de que seu amor por Maresa não era correspondido, decidiu alistar-se na marinha. Sempre tinha se sentido atraída pelo homem equivocado... Até que as fofocas dos vizinhos a obrigaram a empreender viagem e partir para a Itália.
Embora ali tampouco conseguisse trocar de costumes e, quando teve que romper um compromisso urgentemente, decidiu voltar a recorrer à ajuda de Percy.
E ele voltou a salvá-la da única maneira que lhe ocorreu: Oferecer-lhe um matrimônio de conveniência.
Depois de uma só noite juntos, Percy teve que retornar à marinha... e Maresa se converteu na mulher que estava destinada a ser, uma mulher capaz de arriscar sua própria vida para dar ao seu marido o que sempre ele tinha dado a ela, amor incondicional.
Seria muito tarde?

Capítulo Um

O senhor Samuel Livingston Bronwell era feliz por muitas razões, mas nunca havia se sentido tão contente como quando retornou para casa com sua família. Uma semana em Londres visitando os parentes de sua querida esposa era um suplício.
Samuel e sua esposa estavam falando tranquilamente quando de repente o chofer diminuiu o passo. Ao olhar pelo guichê, Samuel e Olympia sua mulher, viram o que estavam acontecendo junto ao cemitério. Afastaram rapidamente a vista ao passar junto a um pequeno grupo de pessoas reunido em torno de uma tumba aberta frente à qual o reverendo Charles Constable anunciava um funeral.
Entretanto, Stephen, o filho mais velho dos Bronwell, pressionou o nariz contra o cristal.
Um enterro! – exclamou - Quem morreu papai?
Não sei filho. Possivelmente saberemos ao chegar a casa.
A senhora Bronwell, sentada do outro lado do assento da carruagem, puxou Stephen pela manga.
- Saia da janela. Não deve olhar. Terá que mostrar respeito pelos mortos.
Percy Bronwell, o pequeno de três anos que tinha permanecido silenciosamente sentado junto a sua mãe, decidiu passar por cima dela para olhar pelo guichê.
Vê? - a senhora Bronwell repreendeu a Stephen - Agora seu irmão também quer olhar.
A senhora Bronwell sentou Percy sobre seus joelhos e baixou a cortina da janela mais próxima a Stephen. A carruagem deixou atrás o pequeno grupo de parentes e começou a descer pelo caminho sinuoso.

Série Crônicas Italianas
1 - A Filha Abandonada
2 - O Italiano
Série Concluída

23 de julho de 2011

Acima de Tudo

Trilogia Grahan
Armada com sua espada e com uma determinação que desafiava todas as convenções sociais, lady Kenna Lennox se propõe a reabrir a velha destilaria de sua família na Escócia.
Mas sua criatividade e ousadia também chamaram a atenção do sádico Lorde Walter… o homem que quase tinha acabado com a vida de sua irmã mais velha e que estava decidido a destruí-la. 

Quando Colin Montgomery apareceu em sua vida, Kenna se viu dividida entre a desconfiança e a atração por aquele corsário americano.
E em seu interior começou uma luta entre o amor e o medo de ser traída, a independência que desejava e o perigo que devia confrontar sozinha.
Mas quando uma trama de crueldade e vingança se abateu ao seu redor, viu-se obrigada a empunhar a espada para enfrentar seu inimigo e lutar por sua vida e seu novo amor.

Capítulo Um

“Ah, é a baunilha da sociedade.
SYDNEY Smith (1771-1845) - Clérigo, ensaísta e publicitário inglês.
Lady Holland’s memoir.”
O homem que atendeu a sua chamada era um latino.
— Sou Alejandro Feliciano Enrique de Calderón, ao seu serviço — se apresentou com uma reverência.
A natureza tinha sido extremamente generosa com ele, outorgando um longo e lustroso cabelo negro, ombros largos, olhos ardentes e sorriso letal.
O encanto se agarrava a ele como o linho à casca de uma árvore.
Qualquer mulher que se sentisse cativada sob seu feitiço, teria muita dificuldade de resistir.
— Você é espanhol — disse ela.
— De fato. Sou o filho caçula de uma nobre família de Castela e de um pai cujo nome e título são ainda mais compridos do que o meu. Estou a sua inteira disposição, milady.
Kenna estava pensando que ele era tão carismático como Amphion, que levantou um muro ao redor de Tebas encantando as pedras com a música de sua lira mágica.
Só que aquele homem poderia usar seu sorriso em lugar de uma lira.
— Você é membro da tripulação?
Ele voltou a fazer uma reverência.
— Sou o melhor navegante do mundo e o melhor amigo do capitão Montgomery. Também sou um cavaleiro excepcional e um bom espadachim. Conto histórias danço e toco o violão, com a mesma paixão que faço amor com as mulheres bonitas. E agora, minha encantadora dama, peço desculpas por minha indiscrição, mas tenho que perguntar, por que se arriscou a subir a nosso navio com este tempo…


Trilogia Grahan
1 - Sem Passado
2 - Honra e Traição
3 - Acima de Tudo
Trilogia Concluída

22 de julho de 2011

Honra e Traição

Trilogia Grahan

Claire Lennox, Condessa de Errick e Mains, era uma mulher poderosa em um mundo de homens. 
Por trás de sua delicada beleza se ocultava a força que levava a responsabilidade de proteger seu clã contra a ambição e a traição.
Além disso, tinha a coragem de recusar-se a casar novamente.
Oito anos atrás, quando era uma jovem impulsiva, tinha perdido seu marido por culpa de seu orgulho estúpido.
E agora, quando seus inimigos ameaçavam lhe tirar seu título e suas terras, havia um homem disposto a arriscar tudo para salvá-la.
Fraser Graham não deixava de repetir que entre Claire e ele só ficavam as lembranças. Entretanto não foi isso que lhe disse seu coração quando sequestraram à mulher que uma vez tinha sido sua inocente esposa.
Aquele difícil resgate não demorou a reavivar neles a lembrança de sua paixão… mas o orgulho e o passado impediam que pronunciassem as palavras de amor e perdão.
Fraser teria que decidir se entregaria sua espada, sua força e seu coração à única mulher que tinha amado… ou resignar-se a perdê-la para sempre.

Capítulo Um

Castelo do Lennox, Ilha de Inchmurrin,
Lago Lomond, Escócia 1741.


Diz-se que o povo da Escócia é moldado pela paisagem. Se esta afirmação era verdadeira, as quatro filhas de Lorde Alasdair Errick, o décimo oitavo conde de Errick e Mains, seriam tão calmas e dóceis como as lentas e aprazíveis águas do Rio Leven, cujo nome provém da palavra gaélica llevyn, que significa «lenta». Entretanto, isto estava longe de ser a verdade.
Na verdade, quando se pensava nas quatro jovens filhas do conde, não evocava uma imagem de rios plácidos e de leito tranquilo, nem das suaves colinas da costa sul do Lago Lomond.
Mas teria que se pensar em frases gaélicas mais bravias, como as que se empregam para descrever os acidentados vales e montanhas da costa norte do lago, onde nasciam tumultuosas cataratas e buliçosos regatos, que tão frequentemente são descritos com poéticas palavras.
As filhas do conde pareciam muito afortunadas que em 1390 o décimo quarto conde, Duncan, abandonasse o castelo de Balloch, ao lado do Rio Leven, em favor de uma nova fortaleza na ilha de Inchmurrin, não só para escapar da praga, mas também porque o considerava mais seguro em caso de ataque.
Mal sabia que, quase quatrocentos anos depois, suas agradecidas descendentes gozassem com sua escolha de uma ilha na borda sul do Lago Lomond, a melhor e maior, como o lugar adequado para construir o castelo de Lennox.
Assim foi como Lorde Errick e sua família tinham sua residência, entre as muralhas fortificadas daquele castelo, rodeados pela beleza de uma formosa e remota ilha chamada Inchmurrin.
Além de suas filhas Claire, de quinze anos, Kenna, de quatorze, Greer, de treze e a mais jovem, Briana, de dez anos, o conde também tinha três filhos, Breac, de dezenove anos, Ronaln de dezessete e Kendrew de doze.
Em uma época em que a traição, o assassinato e os complôs abundavam, os filhos do conde desfrutaram de uma infância feliz nos limites de Inchmurrin, protegidos e amados por seu pai, o poderoso conde e o chefe do antigo clã celta dos Lennox.
À medida que foram crescendo os filhos do conde, Breac e Ronaln abandonaram a ilha para acompanhar seu pai.


Trilogia Grahan
1 - Sem Passado
2 - Honra e Traição
3 - Acima de Tudo
Trilogia Concluída

2 de fevereiro de 2011

O Triunfo do Amor





Charlotte, mergulhada no trabalho de sua fazenda, vive ignorando sua feminilidade.

Mas um dia aparece em suas terras um grupo de vaqueiros dispostos a enforcarem um homem.
Charlotte, determinada a evitar qualquer tipo de intrusão em sua propriedade, impede o enforcamento e abre as portas da sua casa para a vítima, um belo californiano chamado Walker.
A atenção e a masculinidade de Walker despertam um tórrido desejo em Charlotte, que relutantemente se reencontra com a mulher apaixonada em seu interior.

Capítulo Um

Em Two Trees (Duas árvores – nome da fazenda) no Texas, havia apenas duas árvores, e as duas estavam em frente à casa da senhorita Charlotte Butterworth.
Provavelmente por isso um grupo de vaqueiros selvagens entrou cavalgando em seu jardim em meio a uma nuvem de poeira e escolheu a maior das árvores para pendurar Walker Reed.
Eram seis homens no total, cinco para administrar a justiça e outro para recebê-la.
Era um jardim agradável, cuidado da mesma forma que a casa branca de madeira a qual cercava.
Naquela tarde, em 1880, na última hora, quando o sol se fundia atrás das árvores e banhava de luz os arbustos e flores, murchas do calor, a casa, de um andar com a aparência respeitável, parecia apática.
Atrás da casa um pequeno jardim resistia ao calor intenso.
Também ali estava tudo cuidado: duas fileiras de quiabo, duas de ervilhas, abóboras e mais distante, perto da cerca, os tomates.
No organizado interior da casa de madeira Charlotte Butterworth, a quem em Two Trees todos chamavam carinhosamente de senhorita Lottie, estava na cozinha vigiando um bolo de vinagre que estava no forno de seu novo fogão Champion Monitor de seis bocas.
Assustou-se ao ouvir o repentino ruído de cascos de cavalos misturados com vozes fortes que vinham do caminho em frente sua casa e, alterada, fechou a porta de seu fogão novo com mais força do que tinha desejado.
Imediatamente agradeceu a escolha da torta de vinagre em vez da torta de Robert E. Lee, cuja massa teria certamente impedido de fechar a porta do forno.
O barulho se aproximou. Provavelmente eram novamente os bagunceiros filhos de Mason, perseguindo um magro coiote e tentando encurralar o animal assustado em sua grade. Na semana anterior tinha sido um coelho meio morto de fome. Uma mulher que morava sozinha tinha que ficar alerta ou se aproveitavam dela.
Além disso, não podia permitir que pisoteassem suas flores novamente, de modo que guardou as colheres na gaveta e a fechou com o quadril, sacudiu a farinha do avental branco e ignorando as manchas em seu nariz, entrou na sala.
Tirou os óculos, porque nunca permitia que ninguém a visse com eles, se aproximou com passo enérgico das janelas com vista para frente e olhou discretamente, — porque a tinham ensinado que uma dama sempre faz assim — através da única cortina de renda de todo o condado para ver o que era aquele ruído.
Olhando através da ampla entrada, por cima dos espirais de jasmim de Carolina enroladas nas bordas da grade, viu cinco vaqueiros do rancho Triplo K.
Como temia, estavam pisoteando seu canteiro de flores. Começou a murmurar de raiva e se propôs a sair quando percebeu que essa não era a única coisa que eles faziam.
Eles estavam amarrando uma corda grossa a sua árvore preciosa. Isso em si já era horrível, mas para seu horror, descobriu seguindo a corda — que na outra ponta havia um laço no pescoço de um desconhecido, muito contrariado, por não dizer absolutamente infeliz. Meu Deus: vão enforcar esse homem!
Charlotte disse a si mesma, e pensou que um enforcamento não era assunto seu.
Estava prestes a se virar quando percebeu onde eles iriam enforcá-lo e incrédula, disse em voz alta: Na minha árvore!
Pensando no que iria acontecer no quintal da frente de sua casa, Charlotte, pálida, ficou olhando para o cabelo preto do homem.
Mesmo da janela, viu que ele estava sujo do que parecia ser sangue e areia.
A roupa, ou o que restou dela, estava rasgada e cheia de sangue, como o houvessem amarrado a um cavalo e arrastado a distância. Era evidente que ele não tinha chegado lá de bom grado, mas o que poderia um homem contra cinco?
Charlotte observou as mãos, com bolhas e ensanguentadas, amarradas nas costas.
Com alarme crescente, ela as viu se fechando e abrindo, tencionando os músculos dos braços e reforçando as veias e artérias.
Mas o que mais a impressionou foi o rosto do desconhecido, e observou por um longo tempo, absorta em sua beleza viril, as maçãs do rosto salientes brilhando de suor, o nariz reto, queixo forte.
Quando o seu cavalo se moveu nervoso com a corda que pendia de seu lado, o homem se virou e Charlotte viu seus olhos de um azul profundo, frios e penetrantes.
Apesar de sua expressão distante, Charlotte tinha certeza de que tinham ferido o orgulho daquele homem, que parecia implacável, desafiador e muito capaz de exercer a violência e, no entanto, possuía uma aura de integridade.
Podia ser muitas coisas, mas não era um criminoso.
A posição orgulhosa de sua cabeça, costas retas, queixo apertado, a atitude tranquila, carente de humilhação e súplica, tudo isso proclamava sua inocência.
Charlotte recordou outra época e outro lugar, no qual havia contemplado com horror o assassinato de um inocente.
Só que naquela ocasião era apenas uma criança.
Charlotte Augusta Butterworth observava de trás das cortinas de renda, os olhos azuis fixos no desconhecido, sua cabeça martelava e tinha um nó na garganta, onde descansava a mão.
Nunca tinha visto um homem ser enforcado.E não estava disposta a vê-lo, se pudesse evitar.
Afinal, a árvore era sua e tinha o direito de decidir se continuaria a ser uma árvore para dar sombra ou tornar-se uma forca.

14 de dezembro de 2010

Casada com um Estranho






Lady Meleri Weatherby estava disposta a fazer qualquer coisa para escapar do casamento com um homem cruel e que não amava.

Assim decidiu romper seu compromisso com lord Phillip e saiu de Northumberland com a promessa de casar com o primeiro homem que encontrasse... sem pensar nas consequências de sua decisão.
Robert Douglas também havia sido castigado por seu destino: o orgulhoso escocês devia casar-se com uma inglesa para não perder seu castelo e o título que ostentava.
Estava quase desistindo quando cruzou com aquela jovem tão teimosa e decidida como ele.
Ambos acreditavam que o casamento era sua salvação, mas não haviam contado com a existência de um fantasma , a sede de vingança e com a mais poderosa força do universo: O Amor!!

Capítulo Um

Northumberiand, Inglaterra, 1785
Quase todas as mulheres fariam algo por casar-se com o filho de um duque.
Lady Meleri Weatherby não era uma delas.
Prometida ao Philip Ashton, marquês do Waverly, desde seu nascimento, faria algo por liberar-se daquele compromisso... Algo.
De menina, tinha adorado o, lorde Waverly. Philip era dez anos mais velho que ela e o idolatrava.
Alto, loiro e arrumado, de sorriso cativante, não era capaz de fazer nenhum mal.
Eram os dias em que se considerava a mulher mais afortunada do planeta.
Mas já nada era o mesmo.
Tinham transcorrido os anos e Meleri tinha amadurecido. Observava o mundo com olhos de mulher. O que antes adorava já não era mais que um fino verniz rachado e descascado.
Depois dele, via o homem que era Philip em realidade... Um homem cruel com os animais e com os subordinados.
De repente, compreendia que lorde Waverly não era o amor de sua vida a não ser o último homem do universo com quem queria contrair matrimônio.
Ia dando-se conta pouco a pouco, mas abriu os olhos de forma repentina em um tarde quente, quando retornava a casa depois de um longo passeio a cavalo.
Ao subir uma colina, presenciou uma cena horripilante que a deixou atônita e enojada.
Philip sustentava as rédeas de seu apavorado cavalo e açoitava ao pobre animal sem piedade com a vara.
Havia sangue por toda parte. Instintivamente, Meleri desmontou e correu para ele, gritando:
-Pare! Pelo amor de Deus, Philip, pare! Quando se voltou para ela, com a vara levantada, Meleri acreditou que ia goleá-la, e ficou gelada, com os olhos muito abertos ante aquela faceta do Philip desconhecida até aquele momento.
Viu a raiva em seus olhos vermelhos e raiva e a mandíbula fortemente contraída. Sabia que combatia o impulso de castigá-la.
-Não se meta nisso, Meleri. Não é de sua incumbência.
-Perdoe, mas uma crueldade desta magnitude não só me irrita, mas também me magoa profundamente.Jamais tinha visto a fúria nua em uns olhos.


11 de outubro de 2010

Amar é seu Destino










Toscana, Itália!

Maresa Fairwether, a quinta filha, nasceu por força de uma tragédia, cresceu embalada pelas maledicências e foi praticamente abandonada pelo pai viúvo.
Arredia e voluntariosa, Maresa teve a sorte de conhecer Percy Bronwell que sempre a aconselhou a protegeu.

Capítulo Um

Os amigos de infância cresceram e Percy, acreditando que seu amor por Maresa não era correspondido, alistou-se na Armada Real.
Com uma estranha atração pelos homens errados, Maresa continuou seus namoros inconseqüentes até os boatos aumentarem e ditarem uma mudança de cenário
Viajou para a Itália, mas não conseguiu livrar-se dos velhos hábitos.Desesperada para terminar mais um noivado, implorou a ajuda de Percy. E ele a salvou da única maneira possível.Ofereceu um casamento de conveniência.
Após a noite de núpcias,
Percy voltou a seu comando naval...e Maresa continuou sua vida, infeliz pela partida do marido.Ao saber que a vida de Percy estava em perigo nas mãos dos franceses, arriscou-se para salvá-lo e entregar-lhe o que sempre recebera dele.Um amor irrestrito.
Seria tarde demais ?
O escudeiro Samuel Livingston Bronwell esbanjava felicidade por voltar a seu lar em Yorkshire.
Uma semana em Londres, ainda mais sendo obrigado a visitar os parentes de sua querida esposa, fora difícil de agüentar.
Samuel e Olympia pararam de conversar quando o cocheiro diminuiu o ritmo da marcha dos cavalos.
Pela fresta da cortina pouco aberta, viram o cemitério, onde o reverendo Charles Constable presidia a um funeral.
— Papai, quem morreu? — Stephen, o filho mais velho, perguntou.
— Não sei, filho. Talvez saibamos ao chegar em casa.
— Saia da janela. — A sra. Bronwell puxou o filho pela manga. — Não se deve olhar. É uma grande falta de respeito para com os mortos.
Percy, de três anos, rastejou no banco e juntou-se ao irmão.
— Viu só, Stephen? Agora Percy também quer ver!
A sra. Bronwell pegou o menor no colo e abaixou mais um pouco a cortina da janela próxima ao marido, enquanto a carruagem passava lentamente pelo grupo de pessoas pesarosas.
Algum tempo depois de terem chegado em casa, a sra. Bronwell entrou na biblioteca, onde o marido se encontrava.
— Querido esposo, o senhor não vai acreditar no que a sra. Throckmorton me contou!
— Pelo contrário, querida. Não se pode duvidar de pessoas bem informadas do quilate de Agnes Throckmorton!
— Sr. Bronwell, não seja irônico, pois o fato é mesmo inacreditável. Foi a viscondessa de Strathmore, Deus que se apiede de sua alma. Eu nunca fiquei tão chocada em minha vida!
Samuel dobrou o jornal, com resignada preocupação.
— O que disse a respeito da viscondessa?
— O funeral, querido! Era dela!
— Não está me dizendo que lady Strathmore está morta, não é? — Samuel perguntou, igualmente chocado.
Olympia sentou-se no sofá em frente ao marido, ansiosa para continuar.
— Morta e enterrada. E pensar que tomamos chá juntas, alguns dias antes de nossa viagem a Londres! A sra. Throckmorton credita toda a culpa ao marido!
— Ora, vamos, Olympia, veja lá como fala sobre o visconde. Embora não seja benquisto, ele pertence a uma família antiga e honorável. Jamais mataria a esposa!
— Não o defenda, Samuel, até saber da história. Ou será que não lhe interessa?
— Tanto faz se me interessa ou não. A senhora contará de qualquer jeito.
Olympia não se fez de rogada, fez um relato minucioso dos acontecimentos e terminou com um suspiro.
— Tenho vontade de chorar, ao lembrar-me de como Teresa estava feliz por finalmente poder dar um filho homem ao marido. Ela gozava da mais perfeita saúde, quando viajamos. Uma semana depois, nós a encontramos dentro de um caixão! E o bebê? Aquela pobre criatura desamparada, inocente, sem lar e sem mãe.

16 de julho de 2009

Sem Passado

Trilogia Grahan

Quando Tavish Graham tropeçou na praia com o corpo do Sophie d’Alembert, pensou que estava morta. Logo descobriu que não só estava viva, mas também era muito mulher para ele, por isso a deixou com seu irmão James, conde do Monleigh.
Aterrorizada e apanhada na desconhecida terra de Escócia, a jovem e formosa francesa não disse ao James que era a neta do Luis XIV e que a tinham enviado a casar-se pela força com um abominável inglês, o duque do Rockingham.
Apesar de si mesmo, Sophie começou a apaixonar-se pelo James.
Mas antes de que pudesse lhe confessar a verdade, o conde descobriu seu parentesco com a realeza e se perguntou que mais lhe estaria ocultando.
Poderia resistir a ela, ou se atreveria a desafiar a França e a Inglaterra por aquela ardente e apaixonada mulher?


Capítulo Um

Terras Altas do Grampian, Costa Noroeste da Escócia, Outono de 1740.
Não estava de tudo nua. Mas quase...
Tavish Graham ignorava por que esse dia tinha decidido tomar o caminho que atravessava a estreita franja da praia, pois pelo general seguia a vereda que percorria, lhe serpenteiem, os ásperos penhascos de granito.
Possivelmente fora a divina providência a que o tinha levado a entrar na praia e a que tinha feito encabritar-se e retroceder de improviso a suas arreios.
De outro modo, teria passado por cima da mulher ali tendida.
Quem era?, perguntava-se. Alguma figura mitológica escapada de um quadro renascentista?
Umas três Horas, talvez? Coberta unicamente com uma camisa fina e molhada, jazia em um leito de rochas e areia, empapada de melancólica beleza, seu corpo tentador e, entretanto, castamente invisível.
Quieta e pálida, recordava a uma estátua antiga, pois sua beleza bem podia ter inspirado a algum venerável escultor a imortalizá-la em mármore.
Tavish desmontou e, presa de assombro, aproximou-se da misteriosa mulher.
Como tinha chegado até ali?
Não tinha nome, nem nada que a identificasse, nem havia indício algum do lugar de onde procedia: nada, salvo sua camisa e a mórbida pureza de sua carne fria e nua.
Era jovem e de tez clara, esbelta como um junco e possuidora de um corpo capaz de despertar a inveja no coração das mulheres e a luxúria no dos homens.
Permaneceu imóvel inclusive quando Tavish caiu de joelhos a seu lado, aproximou a cabeça a seu peito e aguçou o ouvido, esperando sentir a palpitante certeza de um batimento do coração que proclamasse que seguia estando viva.
Mas não ouviu nada.
Apartou a areia e se dispunha a aproximar o ouvido outra vez quando o aprimoramento do rosto da moça distraiu sua atenção.
Sua beleza era tão pura que Tavish não acreditava ter visto nunca nada parecido.
Era muito bela para morrer, disse-se enquanto lhe tirava um hilillo de alga pego aos pálidos lábios, e conteve o fôlego ao descobrir que ela o estava olhando como se acabasse de despertar de um sonho profundo.
Sua pele era fria como o gelo quando Tavish apoiou a palma da mão sobre sua bochecha.
— Quem é? —perguntou.
Ela pareceu despertar à vida ante seus olhos, e tentou cobrir pudorosamente sua nudez com suas mãos elegantes e sua cabeleira castanha
— Não tenha medo, moça. Está a salvo. vim te ajudar.
Viu que uma lágrima queda rodando de seu olho.
Ela murmurou algo inaudível e fechou as pálpebras.
Não estava morta, graças a Deus, mas logo o estaria se Tavish não a secava e lhe proporcionava calor.
Olhou a seu redor, mas não viu sinal alguma de que alguém tivesse passado por ali, nem restos do navio que tinha naufragado a noite anterior. Ignorava de onde procedia aquela bela moça sem nome, envolta em mistério.
Só sabia que não levava muito tempo na água, ou teria morrido.
Tavish ofegava com força para quando a envolveu em sua capa, levou-a a seu cavalo e a subiu na cadeira. Montou atrás dela e a apertou contra si para que o calor de seu corpo dissipasse o frio que a paralisava. Voltou garupas e se dispunha a empreender a marcha quando uma dúvida lhe fez franzir o cenho!
Onde a levaria? Temia estar muito longe de seu lar no castelo do Monleigh.
Ela estava tão fria e molhada que sem dúvida não agüentaria até ali. Sua única esperança era chegar ao Danegeld Lodge.
Seu irmão Jamie se foi ali uns dias antes, em busca de paz e quietude.
Não se deteve pensar qual seria a reação do Jamie ao ver seu aprazível retiro interrompido por uma moça quase afogada.
Claro que Tavish raramente parava para considerar tais coisas, pois, sendo o menor dos irmãos, usava seu encanto para enganar aos outros e considerava lícitos todos seus caprichos.
Tavish encaminhou a seu cavalo para o Danegeld Lodge e partiu para galope, consciente de que logo a densa bruma do mar do Norte começaria a deslizar-se terra adentro, arrastando consigo um terrível frio.
Enquanto cavalgava, ia pensando na mulher que jazia entre seus braços e no halo inexplicável que parecia rodeá-la.
O fato de não conhecê-la avivava sua curiosidade. Tinha passado quase três anos na universidade do Edimburgo, de modo que era possível que uma ou duas moças tivessem escapado a sua atenção..., embora fossem tão formosas como aquela.


Trilogia Grahan
1 - Sem Passado
2 - Honra e Traição
3 - Acima de Tudo
Trilogia Concluída