Série De Burgh
Nobre de berço, embora selvagem de coração...
A última coisa que Elene Fitzhugh queria era se casar com Geoffrey de Burgh.
Ela só esperava que os afiados punhais que possuía lhe dessem proteção contra os modos gentis e as açucaradas mentiras daquele homem!Embora Elene Fitzhugh houvesse assassinado o primeiro marido no leito nupcial, Geoffrey de Burgh não tinha escolha além de se casar com ela.
Mas como tomar por esposa uma mulher de alma tão selvagem e apaixonada?
Capítulo Um
om um misto de espanto e horror, Geoffrey de Burgh olhou para o pedaço de graveto que tinha na palma da mão. Percebeu a reação dos cinco irmãos que o cercavam, as mal contidas exclamações de surpresa, os suspiros de alívio e os murmúrios de solidariedade, mas não deu resposta.
Apenas olhava para o minúsculo graveto, sem querer acreditar que, entre todos os de Burgh ainda solteiros, tinha sido ele o escolhido pela sorte.
Havia perdido. E agora devia se casar com a Fitzhugh.
Erguendo finalmente a Cabeça, Geoffrey viu que era observado pelo pai.
Se o conde de Campion estava chocado com o fato de que o mais instruído de seus filhos iria se casar com a endiabrada mulher, não dava mostras disso.
Evidentemente compreendia que Geoffrey tinha motivos, para ficar abatido, mas devia estar orgulhoso, já que tinha certeza de que aquele filho jamais o desapontaria.
Mais do que em qualquer outra oportunidade, Geoffrey sentiu o peso daquela
confiança e das responsabilidades que isso implicava, sabendo que não teria como fugir ao cumprimento do dever.
O rei Edward havia decretado que um dos de Burgh deveria tomar a mulher como esposa, e caberia a ele cumprir essa determinação, pelo rei, pelo pai e pelos irmãos.
Aprumando o corpo, Geoffrey tomou todos os cuidados para não demonstrar o quanto estava arrasado.
— Pois muito bem, eu a desposarei — declarou.
Não houve congratulações, já que ninguém no castelo tinha a mais longínqua ilusão de que Geoffrey seria feliz naquele casamento.
E, pela primeira vez, nenhum dos irmãos disse nada para caçoar do irmão, o que gostavam muito de fazer uns com os outros.
Mas era evidente que estavam aliviados por haverem escapado daquele capricho
do destino.
Sem querer continuar mostrando a covardia que os acometia quando o assunto era casamento, os cinco rapazes, todos destemidos guerreiros, pediram licença e
apressaram-se em se retirar.
Geoffrey não se sentia no direito de censurá-los. Quem não recuaria diante da perspectiva de um casamento como aquele?
Depois da retirada dos irmãos, ele se viu a sós com o conde de Campion.
— Sente-se — disse o pai, indicando-lhe uma cadeira.
Geoffrey acomodou-se de frente para o homem que respeitava mais do que qualquer um outro, sustentando o olhar firme do pai. Campion coçou o queixo,pensativo.
— Eu tinha esperanças de que fosse um outro, talvez Simon, embora ele seja tão
exaltado que poderia matá-la antes mesmo que a cerimônia se concluísse — disse,
fazendo uma careta.
Geoffrey permitiu-se rir do que acabava de ouvir. Simon, o segundo filho de
Campion, era um feroz cavaleiro que não tinha a menor complacência com as mulheres.
Sem dúvida, deixaria intimidada até mesmo a Fitzhugh, mas por causa do temperamento às vezes não sabia agir com bom senso.
Campion assentiu, como se estivesse concordando com o pensamento do filho.
— Bem, talvez seja melhor mesmo que você, com seu talento de negociador,
encarregue-se da tarefa. Tenho orgulho de todos os meus filhos, mas você, Geoffrey, é o que mais se parece comigo.
Geoffrey olhou para o pai sem esconder a surpresa.
Embora Campion sempre deixasse clara a afeição que sentia pelos filhos, nunca era pródigo em elogios. E aquele era de fato um elogio muito grande, porque todos os esforços de Geoffrey eram no sentido de seguir os exemplos do pai.
— Você tem a firmeza dos seus irmãos, mas também é dotado de sabedoria —prosseguiu Campion, fazendo depois uma recomendação.
— Use a cabeça e o coração, além da mão com que maneja a espada, para lidar com a mulher que será sua esposa. Contam-se muitas coisas sobre ela, mas você sabe
tanto quanto eu que muitas vezes essas histórias são exageradas. As pessoas nem
sempre são o que parecem ser. Por isso peço-lhe que, quando se casar, procure manter a mente aberta. Sei que saberá levar em consideração este conselho.
Série De Burgh
1 - O Lobo Domado
2 - O Anel de Noivado
3 - Coração de Guerreira
4 - Uma Visita Inesperada
5 - Um Lorde para Amar
6 - Noviça De Burgh
7 - O Cavaleiro Sombrio/ Reynold De Burgh
8 - O Último De Burg
Série Concluída
amei a serie...Esse livro e o primeiro são dignos de constar entre os melhores da série...Marian Pierce
ResponderExcluirGeoffrey e Elene são um dos melhores casais dos romances medievais. O que mais gosto neles é que não são um casal "agua com açucar" e os dois fogem dos esteriótipos tão comuns em romances medievais. Elene não é uma mocinha indefesa e Geoffrey não é um ogro. O romance deles é lindo, não é meloso, tem humor na medida certa e me peguei torcendo por eles o livro todo. Lindo livro. Este livro se junta a "Quando o amor acontece" e "Não traia meu coração" ambos de Johanna Lindsey e "Bodas de Fogo" de Doborah Simmons como meus romances medievais favoritos.
ResponderExcluirNão tem como não se apaixonar por este casal que é de personalidades tão distintas, eles são como fogo e gelo , mas é incrível como se completam e admito que quando li esse livro a primeira vez , me tornei de imediato fã da Elene e no começo até consegui sentir um pouco de dó do Geoffrey. rs
ResponderExcluirÉ um livro que independente de quanto tempo passe, fica gravado na mente da leitora por ser tão bom. ^^
Amei o livro!!! Perfeito!
ResponderExcluirAliás, estou AMANDO a serie toda.
O Geoff é o par perfeito para a Elene, só fico me perguntando, onde está o bendito anel de noivado (que por sinal dá nome ao livro), que não consegui encontrá-lo em nenhuma parte da história??
kkkkkkkkk
Bjs
O anel de noivado – O que ouvi de comentários sobre este livro... que era bom. Melhor casal! Aff...pois gostei não!!!
ResponderExcluirNA FOTO TEM A LOCALIZAÇÃO DO LIVRO..OLHEM POR FAVOR.
Geoffrey de Burgh.- é TDB..alto, forte, musculoso, tudo no seu divino lugar. Um dios vivo!!! E teve que se casar com a doida da Elene Fitzhugh. Que paciência de Jó o homi tem. Quer resolver tudo na diplomacia- e, até consegue! Mas há casos que um pouco mais de pulso resolve a questão. Há como desejei um tiquim da personalidade radical e teimosia do lobo Dunstan em nosso mocinho. Me zangava quando Geo – vou chama-lo assim...ficamos íntimos – não era mais incisivo com Elene. Dormir no chão por meses quando ela ficava lá na cama bem quentinha: não sior! Pode vir pra minha caminha. E só deitou com ela meses depois... paciência tem limite. Joga essa mulher na cama, na relva, na lagoa e amansa a moça, Geo! E ainda mais o ‘seu povo’ com aquelas caras de enterro e os ataques para mata-lo. Colocava todos pra ir embora... a começar pelo padre. Na primeira já era para desconfiar das atitudes deste padreco de araque. Não Geo...faltou pulso forte. Moço..psiu! Enche a tina de água... coloca Elene dentro e taca-lhe shampoo...sabão na cabeleira dela meu guerreiro lindo. E corta o cabelo dela tbm..até as coxas? É muito cabelo...
Elene Fitzhugh – A moça tem a língua afiada e tá certo que passou vários episódios ruins desde a infância. Teve que lutar para sobreviver na guarida de feras sanguinárias. Mas já tivemos mocinhas em condições piores...a saber Marion Warene do primeiro livro. E, nada em absoluto justificou a falta de higiene cabeluda. Os punhais admito e serviu bem o proposito... a manteve viva. Que ela tem dores na alma e psicológicas: Ah sim..tem! Mas nem tantas. Foi estuprada e por isso matou o primeiro marido...ah, sim! Fato... mas quantas mocinhas não foram nas nossas histórias? Vão dizer: cada caso é um caso. Cada personalidade é diferente ao passar por determinadas ações. Verdade!! Mas... aos meus olhos: Elene por ter se tornado uma guerreira no seu meio, temível, se passando por louca e filha de satã já demostra ai uma PERSONALIDADE FORTE, DESTEMIDA E CORAJOSA...então porque se esconder atrás de um cabelo sujo e longo? Não havia necessidade disso já que suas habilidades era o suficiente pra intimidar os atrevidos de seu povo. Além da alcunha de louca e filha do demo.
Contra a vontade, Elene olhou novamente para o espelho e para a feia imagem que via nele. Hesitante, ergueu a mão e passou os dedos nos cabelos. Despenteados e há muito sem lavagem, eles estavam horrorosos. Soltando um gemido ela pensou no que deveria fazer para mudar aquela situação. Logo depois levantou-se. Não adiantaria nada ficar trancada no antigo quarto. Era hora de enfrentar os demônios.
ResponderExcluirSentado diante da lareira do quarto, Geoffrey olhou para o livro que havia recebido de presente de Marion. Normalmente absorveria aquelas páginas em cada detalhe, mas naquela noite não estava conseguindo entender as frases. Devia ter ficado no salão em vez ter de subir tão cedo para o quarto, mas não queria se encontrar com a esposa. Na verdade estava preocupado com ela. Elene havia parecido muito tensa durante o jantar, com o semblante fechado e mantendo-se afastada dele.
Naturalmente Geoffrey reconhecia que havia passado dos limites na noite anterior e desde então vinha esperando uma punhalada nas costas. Simplesmente havia violado a trégua ao pedir para escovar a cabeleira dela. Geoffrey passou a mão pelos cabelos e resmungou uma praga. Já devia saber que Elene detestava ser tocada e repelia qualquer sugestão de intimidades. E que ele devia aceitar isso, pelo bem do casamento. Mesmo assim…
Ao ouvir um som vindo da porta, Geoffrey ergueu a cabeça e suspirou de alívio. Lá estava ela. Por alguns instantes ele pensou que talvez fosse melhor ficar de olho nela para prevenir um ataque, mas sabia que não era esse o motivo. Gostava de olhar para ela, com os cabelos desgrenhados, com o semblante fechado e tudo. Alguma coisa naquela mulher mexia com ele mais do que qualquer outra, por mais bela e refinada que fosse. Isso o fez pensar na perversidade do coração humano.
Coração?
Geoffrey mexeu-se, sentindo desconforto. Raciocínio. Ele era um home de raciocínio. Então sacudiu a cabeça, tentando clarear a mente. Ultimamente não vinha se concentrando como devia. Talvez fosse um problema de visão. Talvez ele precisasse de lentes para ver melhor. Isso explicaria por que via a esposa de uma forma tão melhorada, pensou, com um sorriso amargo.
Geoffrey espantou-se ao ver que ela estava usando os chinels novos. Elene tinha recebido o presente sem nenhum comentário, aparentemente com a desconfiança de sempre, mas ele se alegrava ao vê-la com os chinelos. Perguntando-se como seria o formato dos tornozelos que havia logo acima daqueles chinelos, infelizmente escondidos pela barra da túnica, ele vagarosamente foi subindo com os olhos pelo corpo da esposa, até ver que ela estava com a mão estendida para ele.
O que seria agora? Estaria ela brandindo contra ele uma faca de comida, oferecendo uma bebida envenenada ou simplesmente pretendia cortar a garganta dele? Suspirando, Geoffrey sentou-se e olhou com mais atenção, apenas para abrir a boca de espanto. Não era nenhuma arma o que ela estava segurando, mas sim uma escova. Uma escova de cabelo.
ResponderExcluirPor um longo momento Geoffrey ficou sem ação, achando que a eloqüência o havia abandonado. Ergueu as sobrancelhas, numa muda pergunta, quando ela estendeu o braço, enfatizando a oferta. Mesmo assim, Elene continuava em silencio, sem revelar muito no rosto meio escondido pelos cabelos. Simplesmente continuou parada diante dele, oferecendo a escova, o que sem dúvida significava também a permissão para usá-la.
Geoffrey levantou-se vagarosamente, tomando cuidado para não fazer nenhum movimento precipitado. Era como se uma corça da floresta tivesse vindo comer na mão dele, o que o deixava tão excitado quanto obrigado a se controlar. Não queria que a esposa saísse correndo com a criatura selvagem que era.
Queria domá-la.
O pensamento fez com que o coração dele batesse ainda mais depressa, mas Geoffrey obrigou-se a respirar com naturalidade enquanto pegava a escova. Elene estava permitindo que ele cuidasse dos maltratados cabelos dela. Era apenas isso, procurou se convencer, embora a simples idéia de tocar naqueles cabelos quase o deixasse sem fôlego. Procurando esconder a ansiedade ele fez um gesto para a grossa pele estendida no chão e, depois de um momento de hesitação, Elene se sentou ali. Geoffrey foi pegar um banquinho e o pôs no chão às costas dela. Engoliu em seco e, por alguns instantes, ficou olhando para a esposa, que mantinha a cabeça abaixada. Elene estava dando uma enorme prova de confiança ao ficar de costas para ele e Geoffrey jurou que ela não se arrependeria.
Sentando-se no banquinho, esqueceu-se do juramento tão rapidamente quanto o tinha feito, ao ver que finalmente realizaria o que havia se tornado uma obsessão. Em desarranjo, os cabelos dela caíam diante dele e o que Geoffrey pensava não tinha nada a ver com o ato de penteá-los. O que ele queria era esconder o rosto naquela massa escura de diferentes tonalidades, enfiar os dedos ali e afastar as mechas para beijar Elene no pescoço, nos ombros…
ResponderExcluirGeoffrey respirou fundo, procurando se conter. Fixando a atenção na massa de cabelos da esposa, ergueu a escova e procurou usá-la sem tocar em Elene. Era impossível. Os fios estavam terrivelmente emaranhados e logo na primeira escovada ele encontrou um nó difícil de desembaraçar. Procurou desfazer aquele nó com os dedos, com muito cuidado, mas era um trabalho demorado. Procurando trabalhar o mais longe possível da cabeça dela, às vezes dava puxões no couro cabeludo.
— Talvez seja melhor eu cortar esses nós — disse. Elene moveu-se bruscamente para a frente.
— Não! Se usar a tesoura você se arrependerá! — ameaçou, levantando-se. Geoffrey caminhou até a porta e pediu a uma serva que fosse buscar água e uma pequena bacia. Surpreendentemente, Elene não disse nada em contrário. Mesmo assim ele não quis perder tempo para que ela não mudasse de idéia. Voltou ao banquinho e pôs-se a trabalhar no mesmo nó, primeiro com os dedos e depois com a escova, soltando os fios da melhor maneira possível. Finalmente conseguiu fazer com que a escova percorresse livremente aquela região dos cabelos dela e suspirou, contendo a respiração quando a ponta da mecha caiu no colo dele. Imediatamente o sexo ficou ereto e ele olhou para a mecha de vistosa cor que tinha sobre as coxas como algo que houvesse secretamente desejado.
Teria ficado eternamente ali, naquele estado de contemplação, se a porta não se abrisse. Geoffrey olhou para a serva e mexeu-se no banquinho, um tanto sem jeito, pedindo que a bacia fosse colocada ao lado dele. Depois que a moça saiu, posicionou a vasilha de madeira sobre o banquinho e pôs lá dentro os cabelos de Elene. Embora a interrupção houvesse servido para que ele recobrasse o controle, sentiu as mãos trêmulas quando começou a enfiar os dedos na massa espessa, molhada e macia.
— Incline a cabeça para trás — ordenou Geoffrey.