2 de novembro de 2011
Corações Em Jogo
Escondida em Baden-Baden, a cidade do jogo na Floresta Negra, Selina Wade procurava esquecer que tivera de matar um homem devasso para defender sua virtude.
Protegida por Quintus Tiverton, um jogador sem dinheiro, tentava esconder de todos ter fugido de uma casa de tolerância, onde seria obrigada a entregar seu corpo virginal a clientes pervertidos.
Mas seria frente às mesas de jogo, ao lado de gente viciada e dissoluta, que Selina iria finalmente, encontrar paz e felicidade?
Capítulo Um
1868
— Desejo contratar uma governanta para minha sobrinha que mora comigo em Paris.
Numa das mais conhecidas agências de empregados domésticos de Londres, a Sra. Devilin entrevistara Selina.
Com um vestido luxuoso de cetim e farfalhante capa de tafetá, chapéu enfeitado de plumas, ela pareceu a Selina uma pessoa vinda de outro planeta.
Selina Wade, após a morte dos pais, ficara absolutamente sem lei de que viver. Resolvera, por esse motivo, ir a uma agência, a fim do conseguir uma colocação qualquer que lhe garantisse a sobrevivência.
E embora, de vez em quando, senhoras da sociedade aparecessem para visitar sua mãe na aldeia de Little Cobham, onde morava, Selina jamais vira mulher tão elegante como a Sra. Devilin.
— Necessito de uma moça que seja bem-educada, charmosa, o que tenha as qualidades essenciais exigidas de uma jovem da sociedade — continuou a Sra. Devilin.
— Não tenho certeza... De poder satisfazer suas condições, madame — gaguejou Selina.
— Você precisa saber dançar, ter bom comportamento, e poder falar sobre vários assuntos; e, o mais importante de tudo, saber escutar.
— Ah, isso eu sei, escutar eu sei — observou Selina.
— Você tem boa aparência, menina, ainda que suas roupas sejam deploráveis.
— A senhora precisa entender madame, que Selina veio de uma pequena aldeia — interveio a Sra. Hunt, a recepcionista da agência.
A Sra. Devilin lançou a ela um olhar impaciente, gelado, e disse:
— Prefiro Sra. Hunt, entrevistar esta moça sozinha.
— Pois não, madame — replicou a Sra. Hunt saindo da sala, deixando Selina em pé, nervosa, diante da empertigada Sra. Devilin.
— Sente-se, Selina — ordenou esta. — Responda a minhas perguntas, e não minta.
— Sim senhora, madame — retrucou Selina, com voz muito suave e medrosa.
— Você é órfã?
— Sim, madame.
— Têm parentes?
Mesmo achando que não faria diferença alguma entrar em detalhes sobre isso, Selina informou-a que tinha um tio com quem poderia viver até encontrar emprego; uma prima na Escócia que não via fazia muitos anos; e outra na Cornualha, bastante idosa.
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!