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10 de fevereiro de 2012

Série Corações Seduzidos

1 - Em Nome do Desejo
Ingenuamente provocante, Emily Harland desconhecia o poder de sua beleza. 

Mas ao primeiro olhar, Dominic percebeu o perigo do nascente desejo entre eles. Essa sedutora mulher poderia afastar o manto de desespero que o mantinha escondido, em segurança, e condenar a ambos ao inevitável sofrimento...
Filha de um soldado, Emily julgara conhecer as violentas forças que dominam os homens em nome do dever. 
Até encontrar Dominic Maitiand, duque de Avon, um ser humano com passado trágico e futuro vazio. Um homem que só poderia lhe conceder uma noite de paixão em seus braços ávidos por envolvê-la!

Capítulo Um

Londres, 
O duque de Avon permitiu que o valete retirasse sua casaca de lã fina. Enquanto Moss pendu­rava-a no imenso armário da mansão ducal em Mayfair, ele retirou o alfinete de gravata de safiras, com o olhar distante. Já estava se concentrando na missão daquela noite.
O mais importante de todos os mensageiros deveria chegar do continente, no meio da noite, e haviam sido tomadas todas as providências para assegurar a segurança e manter o segredo dos comunicados que ele traria de Paris. Desta vez, não poderia ocorrer nenhum engano! Só Avon e o pessoal do departamento do general Burke, em Whitehall, tinham conhecimento dos de­talhes dessa missão especial.
E era justamente esse o problema! Avon já não confiava mais em ninguém. As informações que vinham até ele dos campos de batalha na Espanha e de todos os outros contatos espalhados pela Europa, destinadas apenas ao ministério da Guerra, eram importantes demais para serem deixadas à mercê do acaso. Nos últimos tempos, começara a acreditar que os perigos sempre maiores enfrentados pelos mensageiros não se tratavam apenas de má sorte.
— Milorde?
A voz de Moss o arrancou de seus pensamentos. O valete continuou a remover seus trajes formais, deixando-o apenas com as calças negras que sempre usava para compromissos à noite. A luz das velas que iluminavam profusamente o amplo quarto de vestir do duque criavam sombras móveis no peito amplo e na musculatura perfeita de Avon. Seus ombros muito largos contratavam com os quadris estreitos que, no entanto, não eram moldados pelas roupas muito justas preferidas pelos aristocratas elegantes.
O duque de Avon lançava a moda, jamais a seguia. E, na verdade, não tomava o menor conhecimento de nenhum desses dois aspectos da vida social.
Com toda a certeza, a malha preta que Moss ajudava seu patrão a vestir não estava na moda em nenhum dos ambientes de Londres freqüentados por Avon. Não seria usada por nin­guém em qualquer de seus clubes — os mais fechados e ex­clusivos da capital — ou nas luxuosas mansões de seus conhe­cidos. Mas, naquela noite, o duque procurava passar desaper­cebido e, nos bairros da cidade que iria percorrer, nem seu rosto nem seu nome eram familiares a ninguém.
— É evidente que irá levar as Manton — declarou Moss. Avon voltou-se para observar o valete, já verificando o par de pistolas de duelo, que haviam pertencido ao seu pai.
— Se quiser, pode ficar com as pistolas enquanto me espera na carruagem, Moss. Eu levarei minha bengala que se transforma em espada pois sempre existem vantagens em eliminar um ini­migo... silenciosamente. Em especial, na minha área de trabalho.
— Vantagens para quem, milorde? Espero sinceramente que não precise se aproximar tanto de seu inimigo a ponto de usar a lâmina oculta na bengala.
Sem disfarçar a relutância, Moss voltou a guardar as pistolas em sua caixa de ébano entalhada de ouro.
— Eu pretendo apenas receber o mensageiro e mandá-lo embora, em segurança, trazendo comigo os papéis que veio me entregar. Tenho que comparecer a uma ceia à uma hora da manhã e preciso de tempo para trocar de roupa antes de ir. Não estou vestido adequadamente para um encontro romântico.
Recuando alguns passos, o duque se examinou no amplo espelho e vestiu a longa capa negra que chegava até seus pés. Então, apanhando a arma que Moss lhe estendia, verificou o funcionamento do mecanismo. Com um simples toque, a lâmina afiada e letal de aço de Toledo brilhou à luz das velas e, com a mesma facilidade, voltou a se ocultar no interior da bengala.
— Ela pouco se importa de que forma milorde está vestido — declarou Moss, ultrapassando abertamente os limites de respeito entre patrão e empregado. — Ela sabe muito bem quem é a fonte de seus luxos pessoais.
— E eu lhe asseguro que faço tudo para a fonte não secar pois... — Avon riu, sabendo que provocava a raiva do valete — considero-a uma amante excepcionalmente satisfatória. De­testaria deixá-la de mau humor.
— Você não se importa a mínima com o bom ou o mau humor dela — resmungou Moss, sem disfarçar o desprezo pela mulher em discussão. — Ela não passa de uma conveniência, nada mais!

2 -  Corações em Jogo
Eles apostaram tudo no amor!

O coronel inglês Devon Burke sabia dos perigos de sua missão. Mesmo assim, foi à França, determinado a encontrar um amigo desaparecido - o homem a quem devia a vida... ou morreria tentando!
E a misteriosa Julie de Valmé era sua única esperança de sucesso.
Antes admirada por toda Paris, Julie tivera sua vida destruída na noite em que seu pai morrera. Agora, ela vivia sozinha em um mundo obscuro e perigoso. E o único homem em quem podia confiar não percebia a fascinante mulher sob o disfarce que ela adotara para proteger-se...


Capítulo Um

Londres — março de 1815
Ninguém no quartel da Cavalaria se sur­preenderia com o fato de ainda haver luz naquele escritório em particular. Considerando as notí­cias do continente que se infiltravam lentamente como rolos de fumaça, a lâmpada na sala do Coronel Devon Burke decerto não seria a única acesa naquela hora avan­çada de uma noite de primavera.
Mas já havia meses que o homem sentado à escriva­ninha contemplava o alvorecer através das altas janelas do quartel. Para ele, o trabalho era um refúgio, uma forma de escapar do vazio.
Por fim, o enrijecimento dos músculos e o torpor que o invadira nos últimos minutos começaram a sinalizar que ultrapassara os limites de sua resistência. Pousando as mãos sobre a mesa, o Coronel Burke levantou-se. Ressentia-se com o preço que pagaria pela vigília noturna - cãibra nas costas e na prejudicada perna direita.
 Caminhou até a janela, man­cando de leve, e moveu os ombros para relaxá-los.
Deteve-se diante da vidraça e nada enxergou além da própria imagem refletida pelo vidro numa espécie de zom­baria. Os cabelos castanhos cortados no estilo militar, a intensidade dos olhos azuis, as marcas sutis gravadas no rosto cuja beleza as árduas experiências tornaram áspera, tudo isso eram detalhes que o negrume da janela não revelava. A extensão de seus ombros e o tórax musculoso cobertos pela túnica elegante, os quadris estreitos e as longas pernas, contudo, distinguiam-se com facili­dade na superfície do vidro.
As mudanças que se operaram em Devon Burke nos últimos dois anos já não transpareciam no exterior. In­capacitado para o Exército depois do episódio em Sala-manca, foi enviado de volta para morrer na Inglaterra. Ao invés disso, e a despeito dos ferimentos gravíssimos causados pela explosão de uma bomba francesa, Devon sobreviveu, para perplexidade geral. Todavia, sofreu me­ses de imobilidade e confinamento, pois corria o risco de ficar paralítico se os fragmentos metálicos alojados em sua espinha se mexessem. Aquele foi um período que preferia não recordar.
Uma das muitas coisas que não gostava de lembrar.
E era esse o motivo de ele estar ali, num ambiente mas­culino. Sempre se espantava com a facilidade com que o menor estímulo acionava-lhe memórias que tentava apagar. Bastava um fugaz aroma de lavanda ou mesmo a postura delicada de qualquer mulher caminhando pela rua. A pró­pria admissão dessa fraqueza lhe trazia à mente...
Elizabeth.
O simples nome lhe provocava dor. A dor da rejeição. Amara-a e sonhara com ela dia e noite por muitos anos. A idéia de que sua amada o esperava dera-lhe forças para durante as inúmeras batalhas que enfrentara e — com a possibilidade de recuperação oferecida pelo cirur­gião francês que seu cunhado havia miraculosamente des­coberto — mesmo ao longo dos meses de agonia em que se esforçara para atingir a recuperação completa. Fora por ela que lutara pela sobrevivência e suportara, calado, todas as dores das queimaduras e da solidão.
E então...
Deus, como fora tolo!
 

3 - Corações Seduzidos

Um escândalo explodiu em Londres: quem obrigou Madelyn Fairchild a se casar com Jean-Luc Gavereau?

Uma das mais belas damas do reino jamais se entregaria, de livre e espontânea vontade, a um aventureiro com cicatrizes no corpo e na alma!
Mas Madelyn enxergara para além do rosto marcado de Jean- Luc, encontrando a própria salvação.
Ele era um amante fabuloso, que jurou vencer todos os fantasmas que povoavam o passado da mulher amada…

Capítulo Um

Londres, março de 1817.
O súbito lançamento dos diamantes na superfície da mesa de jogos deixou os jogadores imóveis, como era a intenção do visconde de Mannering. O brilho colorido das pedras exerceu um enorme fascínio sobre os últimos ocupantes do elegante cassino. Já passava das quatro horas, e logo a aurora introduziria o novo dia. Nenhum dos homens pensava em ir embora.
O jogo estava muito interessante, as apostas cresciam com constância desde a disputa iniciada na noite anterior pelos dois jogadores. A tensão era óbvia, o cheiro das gravatas engomadas misturavase com o aroma de cigarrilhas e conhaque. Era um ambiente masculino que aproveitava de sua exclusividade: levar àquelas vidas exaustas a exaltação de arriscar grandes quantias em dinheiro.
O homem que providenciava tal oportunidade era o único que parecia inabalável com a oferta reluzente sobre a mesa. Ele embaralhava as cartas com uma graça hipnótica. Ao tocar o tecido preto que cobria seu olho direito, revelou um certo traço de nervosismo.
— Outra vez tocando nesse tapa-olho — reclamou Mannering, evidenciando a irritação. — Cada vez que você leva a mão aos olhos, eu me pego olhando para o seu rosto. Tira a minha concentração. Até parece que é de propósito. O burburinho aumentara nas duas últimas horas. O visconde, reputado pela firmeza de seus nervos, vinha bebendo bastante essa noite. E quanto mais tomava, mais aumentava as apostas.
— Não, milorde — disse o homem. — Mas que diabos você quer dizer? Os diamantes cobrem muito mais do que a aposta. Como não?
— Não — interrompeu-o a voz silenciosa para reiterar a negativa. — Olhe para eles, Gavereau. Olhe — ordenou o visconde, passando os dedos sobre as pedras e enfeites de ouro que adornavam o poderoso colar.
— São os diamantes de um Mannering, e você diz não? Já viu algo parecido? — perguntou ele com calma, enquanto recolocava as pedras na mesa. O olhar amendoado pareceu envolver-se com a exibição, mas levantou-se bem depressa para encontrar-se com os olhos do aristocrata.
— Não — repetiu ele. — Eu não sou qualificado para avaliar a autenticidade da jóia. Não sou ourives. É dinheiro vivo o que está em jogo.
— Seu francês arrogante… — Mannering interrompeu o insulto com grande esforço. — Você negaria uma oferta do rei em pedras preciosas por causa dessas regras idiotas? Todos conhecem os diamantes dos Mannering. Estão na minha família faz mais de cem anos. Sé você soubesse…
— Se você quer cobrir a aposta, então vá em frente.
— A voz estava muito calma, inflexível com os insultos. O sotaque francês ecoou pelo ambiente como um fio de ouro numa tapeçaria, pálido porém adicionando brilho ao colorido. — Você fica com as minhas fichas — sugeriu o visconde com arrogância.
— Como quiser — retrucou o jogador, sem elevar a voz, mas demonstrando o tamanho da raiva pela primeira vez. Seus dedos se fecharam ao redor de uma pilha de fichas e colocou-as em frente às cartas.
— Mais do que eu jamais conseguirei juntar. Eu lhe disse o limite que queria manter, mas você insistiu em ultrapassá-lo. Se você não tem mais nada… — provocou ele, esperando com um olhar satânico.
— Os diamantes

Série Corações Seduzidos
1 - Em Nome do Desejo
2 - Corações em Jogo
3 - Corações Seduzidos
Série Concluída

2 de novembro de 2011

Corações Em Jogo







Escondida em Baden-Baden, a cidade do jogo na Floresta Negra, Selina Wade procurava esquecer que tivera de matar um homem devasso para defender sua virtude.

Protegida por Quintus Tiverton, um jogador sem dinheiro, tentava esconder de todos ter fugido de uma casa de tolerância, onde seria obrigada a entregar seu corpo virginal a clientes pervertidos.

Mas seria frente às mesas de jogo, ao lado de gente viciada e dissoluta, que Selina iria finalmente, encontrar paz e felicidade?

Capítulo Um

1868
— Desejo contratar uma governanta para minha sobrinha que mora comigo em Paris.
Numa das mais conhecidas agências de empregados domésticos de Londres, a Sra. Devilin entrevistara Selina.
Com um vestido luxuoso de cetim e farfalhante capa de tafetá, chapéu enfeitado de plumas, ela pareceu a Selina uma pessoa vinda de outro planeta.
Selina Wade, após a morte dos pais, ficara absolutamente sem lei de que viver. Resolvera, por esse motivo, ir a uma agência, a fim do conseguir uma colocação qualquer que lhe garantisse a sobrevivência.
E embora, de vez em quando, senhoras da sociedade aparecessem para visitar sua mãe na aldeia de Little Cobham, onde morava, Selina jamais vira mulher tão elegante como a Sra. Devilin.
— Necessito de uma moça que seja bem-educada, charmosa, o que tenha as qualidades essenciais exigidas de uma jovem da sociedade — continuou a Sra. Devilin.
— Não tenho certeza... De poder satisfazer suas condições, madame — gaguejou Selina.
— Você precisa saber dançar, ter bom comportamento, e poder falar sobre vários assuntos; e, o mais importante de tudo, saber escutar.
— Ah, isso eu sei, escutar eu sei — observou Selina.
— Você tem boa aparência, menina, ainda que suas roupas sejam deploráveis.
— A senhora precisa entender madame, que Selina veio de uma pequena aldeia — interveio a Sra. Hunt, a recepcionista da agência.
A Sra. Devilin lançou a ela um olhar impaciente, gelado, e disse:
— Prefiro Sra. Hunt, entrevistar esta moça sozinha.
— Pois não, madame — replicou a Sra. Hunt saindo da sala, deixando Selina em pé, nervosa, diante da empertigada Sra. Devilin.
— Sente-se, Selina — ordenou esta. — Responda a minhas perguntas, e não minta.
— Sim senhora, madame — retrucou Selina, com voz muito suave e medrosa.
— Você é órfã?
— Sim, madame.
— Têm parentes?
Mesmo achando que não faria diferença alguma entrar em detalhes sobre isso, Selina informou-a que tinha um tio com quem poderia viver até encontrar emprego; uma prima na Escócia que não via fazia muitos anos; e outra na Cornualha, bastante idosa.

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