6 de novembro de 2011

Tão Somente uma Aventura

Série Viúvas Alegres
As Viúvas Alegres são algumas respeitáveis e refinadas damas da alta sociedade, embora seus pensamentos secretos sejam muito escandalosos.

Beatrice, Lady Somerfield, está muito ocupada sendo acompanhante de sua teimosa sobrinha Emily, para achar tempo para buscar um amante, até que uma noite em um baile de máscaras, um desconhecido a faz se dar conta dos prazeres que esteve perdendo.
Entretanto, quando descobre sua identidade, qualquer aventura com ele se torna impossível.
Trata-se de Gabriel, Marquês de Thayne, a atração da temporada.
Entretanto, Beatrice cativou por completo a Thayne, que começará a suspeitar que bem pudesse ser a esposa perfeita para ele.
Mas os sentimentos de Beatrice serão tão profundos para ser capaz de romper sua promessa de não voltar a se casar e fazer frente ao escândalo quando sua relação vem à luz?


Capítulo Um

Londres, Primavera de 1813.

Não podia afastar a vista dela.
Gabriel Loughton, Marquês de Thayne, tinha ido ao baile de máscaras que se celebrava na casa dos Wallingford, com o rápido propósito de contemplar às jovens belezas dessa temporada , mas seus olhos se desviavam uma e outra vez, para a esbelta e elegante mulher vestida de Artemisa, a Guerreira.
Não se tratava de uma jovem em sua primeira temporada. Pela forma como observava os movimentos de uma bela e jovem pastora, que dançava com um cavalheiro com penacho, Thayne não se surpreenderia se sua Artemisa fosse a acompanhante da jovem. Ou inclusive, Deus não o quisesse, sua mãe.
Entretanto, não tinha aspecto de ser a mãe de ninguém. A túnica grega que usava mal dissimulava sua curvilínea figura. Inclusive o mínimo movimento, fazia com que a seda amarela deslizasse e grudasse sedutoramente em sua pele. Tinha os braços deliciosamente nus, à exceção de um bracelete de ouro, em forma de serpente que brilhava em um deles.
Thayne sempre considerara os braços de uma mulher, como uma das partes mais sensuais de seu corpo, e amaldiçoava a tão britânica moda ou sentido de decoro, ou o que quisesse que fosse aquilo, que obrigava à maioria das mulheres a cobrir, tão fascinante beleza com mangas ou luvas longas. Inclusive em um baile de máscaras, onde em geral se consentia certo atrevimento no vestir, e mostrar um pouco mais de pele, inclusive, não se via muitos braços nus.
Fossem leiteiras ou rainhas, com vestidos vandykeianos  ou de inspiração turca, quase todas as mulheres usavam os braços cobertos. Entretanto, e para deleite de Thayne, não ocorria assim com seus colos. Inclusive pôde ver algum ombro sem cobrir. Mas havia muito poucos braços descobertos, e só um par deles era de seu interesse.
Deu-se de presente a vista com aqueles pálidos e esbeltos braços, que se moviam graciosamente conforme ela falava. Desejava tocá-los, roçar suavemente, muito suavemente, aquela pele de porcelana com seus dedos e ver como estremecia com suas carícias.
Possivelmente era a palidez de sua pele que chamara sua atenção. Tinha o cabelo, ou talvez fosse uma peruca, não estava certo, coberto com pós-amarelos e brilhos dourados, que reluziam com a luz das velas. Seu verdadeiro cabelo bem poderia ser escuro, mas não achava. Sua pele tinha a translucidez usualmente associada ao cabelo claro. E isso era muito inglês. Depois de oito anos na Índia, onde tinha se rodeado de exóticas belezas de pele escura, a pele de Artemisa era um presente para os seus olhos.
E, entretanto, a sala estava cheia de belezas inglesas, com pele de porcelana e olhos azuis. Havia algo mais em Artemisa que atraía sua atenção. Seu elegante penteado intrigava-o. Usava um coque alto, seguro por passadores dourados, e as ondas de seus cabelos recordavam às estátuas antigas, com que seu pai decorava os jardins. Muitos dos convidados usavam o cabelo empoado, mas a maioria usava o habitual empoado branco. O empoado amarelo teria sido suficiente para fazer única a Artemisa, mas os brilhos dourados faziam ressaltar mais ainda.
Era uma mulher com um estilo e uma confiança em si mesma, que a destacava sobre o resto. Um longo cacho de cabelo caía sobre seu ombro e se movia de forma tal, que tudo indicava que se tratasse de seu cabelo, e não de uma peruca. O que daria para ver aquele cabelo solto e poder afundar suas mãos nele.
Maldição. Sua primeira noite de volta a Londres e já estava se comportando como um colegial, dominado por seus baixos instintos. Não sem esforço, Thayne conseguiu afastar a vista daquela Artemisa de pele de porcelana. Não tinha sentido comer com os olhos quem, sem dúvida, era esposa e provavelmente mãe de alguém. Não. Não tinha ido ao baile de máscara para procurar uma amante.
Por muito que custasse admitir, fora procurar uma futura esposa. Ou para ser mais preciso ver o que proporcionava a temporada, antes que sua mãe começasse, mal começasse o dia seguinte, a buscar e mostrar todas e cada uma das jovens, que tivessem os indesculpáveis requisitos de pertencer a uma boa família e possuir um físico bonito. Como não, a duquesa teria suas favoritas e tentaria que fosse uma dessas candidatas à escolhida. Mas Thayne não se deixaria convencer.
Seria ele quem tomaria a decisão. Tampouco tinha requisitos muito estritos. Desde que fosse razoavelmente bela e não fosse uma completa cabeça oca, estaria satisfeito. Conhecia suas obrigações. Só queria dar uma olhada rápida por si mesmo, antes que soasse o tiro de saída, para a corrida matrimonial. Antes que alguém percebesse sua volta.
Tal como esperara um baile de máscara era o acontecimento perfeito para observar o terreno, razão pela qual tinha convencido sua irmã Martha, lady Bilston, para que o deixasse usar seu convite.

Série Viúvas Alegres
2 - Tão Somente uma Aventura
Série Concluída

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!