Quando menos se espera...
Ao comprar um castelo em ruínas em Sussex, Roger Mathieson fica surpreso por descobrir que seu plano de reformar a propriedade contraria os moradores locais.
Ansioso para ser aceito na comunidade, ele decide cortejar uma jovem do condado.
A princípio, Madeline Piper parece não retribuir seu interesse... até que ela o surpreende com uma proposta audaciosa!
O noivado de uma inglesa com um escocês não seria visto com bons olhos pela sociedade provinciana, mas a precária situação financeira de seu pai impele Madeline a aceitar a corte do belo e atraente Roger.
Madeline sabe que será uma tarefa difícil convencer os arrogantes membros da sociedade local a aceitar um forasteiro... mas, o amor tem seus próprios meios...
Sussex, Inglaterra, 1818
- Em nosso último encontro a senhorita não foi tão amável - disse Roger, erguendo uma sobrancelha de modo inquiridor.
Madeline Piper fitou Roger Mathieson, sem conseguir acreditar que estava sendo tão pouco cavalheiresco a ponto de lembrá-la da última vez em que haviam se encontrado, um mês antes.
Nesse momento estavam no passeio ladeado de árvores que conduzia aos muros do castelo Pelworthy. Uma brisa suave agitava as abas de seu chapéu e as mechas douradas dos cabelos que lhe emolduravam o rosto. Devia se sentir satisfeita, pois o castelo sempre fora um de seus lugares favoritos quando criança, assim como o cenário do vale Chilchester logo abaixo, que era incomparável.
Seu coração batia descompassado, sentia os joelhos fracos e a boca estava seca. Até o momento só havia trocado amenidades, porém Roger não se mostrava tão receptivo como desejara. Ao contrário, parecia disposto a não ser amável.
Madeline respirou fundo, tentando acalmar as batidas do seu coração.
- Não tive intenção de ser desagradável na última vez em que conversamos - replicou apressada. Roger conteve o riso.
- A senhorita atirou um relógio na minha cabeça. Madeline comprimiu os lábios para se dominar.
- Se bem recorda, fui muito provocada.
- Porque pedi a senhorita em casamento. Considera isso uma provocação?
Madeline sentiu as faces em fogo.
- Bem... Sim, é claro, por que...
Deteve-se de modo abrupto. As coisas não se encaminhavam como desejara, e se não tomasse cuidado, refletiu, não conseguiria realizar o propósito pelo qual viera ao castelo. Respirou fundo e falou:
- Gostaria que esquecêssemos nosso último encontro.
- Estarei pronto a obedecer - retrucou Roger com um brilho malicioso no olhar - se me conceder o beijo que lhe pedi e que me foi recusado.
Madeline sentiu uma onda de ódio subir até seu cérebro como lava incandescente.
- Como ousa?!
- Exatamente como pensava - comentou Roger, encostando-se em uma parte do muro do castelo. Cruzou os braços sobre o peito para dar mais ênfase ao que dizia. -Então, o que deseja comigo, srta. Piper? Pois não acredito que tenha vindo fazer uma visita de mera cortesia. Mas quem sabe, talvez, esteja enganado. Por acaso veio até aqui para dizer que me apresentará à sociedade de Chilchester?
Madeline se afastou, não com o propósito de ir embora, mas para recuperar o autocontrole. Como era fácil para Roger deixá-la nervosa! Nenhum homem antes dele, e por certo nenhum cavalheiro, conseguira isso.
Pelo menos a ira que acabara de sentir a deixara mais calma, entretanto como deveria proceder? Ignorava, pois jamais tivera que implorar por alguma coisa.
Lágrimas inesperadas surgiram em seus olhos, e tratou de piscar evitando-as, recusando-se a fraquejar. Não se tornaria chorona por causa de um homem, muito menos pelo horrível escocês que invadira as vizinhanças com tanta arrogância. Ora! Chegara a se apossar das encantadoras ruínas de um castelo e iria reformá-lo pedra após pedra! Homem horroroso!
Porém esse não era o dia para ser rancorosa, pensou. Era a filha de Lucrecia Cowdray Piper do ramo dos Kent Cowdray, e de Horace Piper, de Fairlight Manor. Sua mãe morrera havia muitos anos, mas as boas maneiras e o decoro que ensinara estavam muito arraigados na mente de Madeline.
Conhecia seu dever em relação a todas as coisas, e pretendia cumpri-lo, mesmo violando seus escrúpulos. Existiam problemas financeiros a levar em consideração, e isso era mais importante do que evitar uma aliança fora de seu meio social.
Com esses pensamentos Madeline estremeceu de leve. Casar-se com um escocês era algo que sempre julgara impossível e inadmissível, e lhe haviam ensinado que seria como adquirir uma doença. Como encarar destino tão cruel?
Sussex, Inglaterra, 1818
- Em nosso último encontro a senhorita não foi tão amável - disse Roger, erguendo uma sobrancelha de modo inquiridor.
Madeline Piper fitou Roger Mathieson, sem conseguir acreditar que estava sendo tão pouco cavalheiresco a ponto de lembrá-la da última vez em que haviam se encontrado, um mês antes.
Nesse momento estavam no passeio ladeado de árvores que conduzia aos muros do castelo Pelworthy. Uma brisa suave agitava as abas de seu chapéu e as mechas douradas dos cabelos que lhe emolduravam o rosto. Devia se sentir satisfeita, pois o castelo sempre fora um de seus lugares favoritos quando criança, assim como o cenário do vale Chilchester logo abaixo, que era incomparável.
Seu coração batia descompassado, sentia os joelhos fracos e a boca estava seca. Até o momento só havia trocado amenidades, porém Roger não se mostrava tão receptivo como desejara. Ao contrário, parecia disposto a não ser amável.
Madeline respirou fundo, tentando acalmar as batidas do seu coração.
- Não tive intenção de ser desagradável na última vez em que conversamos - replicou apressada. Roger conteve o riso.
- A senhorita atirou um relógio na minha cabeça. Madeline comprimiu os lábios para se dominar.
- Se bem recorda, fui muito provocada.
- Porque pedi a senhorita em casamento. Considera isso uma provocação?
Madeline sentiu as faces em fogo.
- Bem... Sim, é claro, por que...
Deteve-se de modo abrupto. As coisas não se encaminhavam como desejara, e se não tomasse cuidado, refletiu, não conseguiria realizar o propósito pelo qual viera ao castelo. Respirou fundo e falou:
- Gostaria que esquecêssemos nosso último encontro.
- Estarei pronto a obedecer - retrucou Roger com um brilho malicioso no olhar - se me conceder o beijo que lhe pedi e que me foi recusado.
Madeline sentiu uma onda de ódio subir até seu cérebro como lava incandescente.
- Como ousa?!
- Exatamente como pensava - comentou Roger, encostando-se em uma parte do muro do castelo. Cruzou os braços sobre o peito para dar mais ênfase ao que dizia. -Então, o que deseja comigo, srta. Piper? Pois não acredito que tenha vindo fazer uma visita de mera cortesia. Mas quem sabe, talvez, esteja enganado. Por acaso veio até aqui para dizer que me apresentará à sociedade de Chilchester?
Madeline se afastou, não com o propósito de ir embora, mas para recuperar o autocontrole. Como era fácil para Roger deixá-la nervosa! Nenhum homem antes dele, e por certo nenhum cavalheiro, conseguira isso.
Pelo menos a ira que acabara de sentir a deixara mais calma, entretanto como deveria proceder? Ignorava, pois jamais tivera que implorar por alguma coisa.
Lágrimas inesperadas surgiram em seus olhos, e tratou de piscar evitando-as, recusando-se a fraquejar. Não se tornaria chorona por causa de um homem, muito menos pelo horrível escocês que invadira as vizinhanças com tanta arrogância. Ora! Chegara a se apossar das encantadoras ruínas de um castelo e iria reformá-lo pedra após pedra! Homem horroroso!
Porém esse não era o dia para ser rancorosa, pensou. Era a filha de Lucrecia Cowdray Piper do ramo dos Kent Cowdray, e de Horace Piper, de Fairlight Manor. Sua mãe morrera havia muitos anos, mas as boas maneiras e o decoro que ensinara estavam muito arraigados na mente de Madeline.
Conhecia seu dever em relação a todas as coisas, e pretendia cumpri-lo, mesmo violando seus escrúpulos. Existiam problemas financeiros a levar em consideração, e isso era mais importante do que evitar uma aliança fora de seu meio social.
Com esses pensamentos Madeline estremeceu de leve. Casar-se com um escocês era algo que sempre julgara impossível e inadmissível, e lhe haviam ensinado que seria como adquirir uma doença. Como encarar destino tão cruel?
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!