Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo é, na aparência, um aristocrata preocupado somente com seus bens.
Ninguém poderia relacioná-lo com o assaltante e revolucionário que atormenta o juiz Burgo de Osma, um homem sem escrúpulos.
Michelle de Clermont consegue escapar da justiça de Robespierre, salvando milagrosamente a vida e fixando sua residência na Espanha, onde terá que debater-se entre a fascinação por um foragido e a atração por um aristocrata, sem saber que se trata do mesmo homem.
Comentário Revisora Waléria Vieira:O livro faz com que eu queira caçar o Lobo, um homem TDB, mas meio confuso e por vezes inseguro.
Mas encontra a sua forma do sapato e ai as coisas ficam interessantes. A história é legal, muito parecido com o Zorro, surpreende e envolve em uma trama deliciosa. Vocês todas vão querer virar caçadoras de Lobo. Boa leitura com certeza vai ter.
Capítulo Um
Burgo De Osma. Soria. 1793
Levantou a taça e brindou pelo soberano, Carlos IV, como o resto das pessoas reunidas no salão. Através do líquido ambarino observou ao jovem que, reclinado com certa indolência na lareira, deixava seu olhar perder-se para além daquele recinto.
Dom Enrique de Maqueda e Castejón atravessou a sala até chegar a ele.
Seu neto piscou ao vê-lo e esboçou um meio sorriso que foi correspondido.
- Saúde, avô. - Saúde. Por um longo e próspero reinado de nosso monarca.
Às escuras sobrancelhas de Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo, formaram um arco perfeito e um toque de sarcasmo, apareceu agora em seus lábios.
- Deixa que eu mude o brinde, avô? – propôs - Por um próspero e feliz reinado de Sua Majestade, Dona María Luisa Teresa e de seu novo favorito, Godoy.
Dom Enrique deu uma olhada nervosa a seu redor.
- Baixe a voz, demônio – ordenou - Quer que algum desgraçado o delate como contrário ao rei?
O mais jovem encolheu os ombros com um gesto de aborrecimento e despreocupação em partes iguais.
- Não sou contrário ao rei, a não ser aos excessos de nossa rainha. De todos os modos a quem importaria que alguém me delatasse?
- Importaria a mim – protestou o ancião - Se quer se matar se aliste em qualquer guerra, hoje em dia há muitas, mas não quero que o prendam em minha casa.
- Me prender por dizer em voz alta o que muitos pensam?
- Tem coisas que é melhor manter em silêncio – pegou-o pelo braço e o levou até um extremo mais afastado do salão, onde nenhum convidado pudesse escutá-los.
Sobretudo, onde não pudesse ouvi-los o juiz, dom Gonzalo Torres, um indivíduo de poucos escrúpulos e leal seguidor da caprichosa mulher que ocupava o trono da Espanha.
- Carlos, vigia sua língua. Há inimigos em cada canto.
- Está ficando pesado, velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!