11 de março de 2012

Lobo

Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo é, na aparência, um aristocrata preocupado somente com seus bens. 

Ninguém poderia relacioná-lo com o assaltante e revolucionário que atormenta o juiz Burgo de Osma, um homem sem escrúpulos. 
Michelle de Clermont consegue escapar da justiça de Robespierre, salvando milagrosamente a vida e fixando sua residência na Espanha, onde terá que debater-se entre a fascinação por um foragido e a atração por um aristocrata, sem saber que se trata do mesmo homem.

Comentário Revisora Waléria Vieira:O livro faz com que eu queira caçar o Lobo, um homem TDB, mas meio confuso e por vezes inseguro. 
Mas encontra a sua forma do sapato e ai as coisas ficam interessantes. A história é legal, muito parecido com o Zorro, surpreende e envolve em uma trama deliciosa. Vocês todas vão querer virar caçadoras de Lobo. Boa leitura com certeza vai ter. 

Capítulo Um 

Burgo De Osma. Soria. 1793 
Levantou a taça e brindou pelo soberano, Carlos IV, como o resto das pessoas reunidas no salão. Através do líquido ambarino observou ao jovem que, reclinado com certa indolência na lareira, deixava seu olhar perder-se para além daquele recinto. 
Dom Enrique de Maqueda e Castejón atravessou a sala até chegar a ele. 
Seu neto piscou ao vê-lo e esboçou um meio sorriso que foi correspondido.
- Saúde, avô. - Saúde. Por um longo e próspero reinado de nosso monarca. 
Às escuras sobrancelhas de Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo, formaram um arco perfeito e um toque de sarcasmo, apareceu agora em seus lábios. 
- Deixa que eu mude o brinde, avô? – propôs - Por um próspero e feliz reinado de Sua Majestade, Dona María Luisa Teresa e de seu novo favorito, Godoy. 
Dom Enrique deu uma olhada nervosa a seu redor. 
- Baixe a voz, demônio – ordenou - Quer que algum desgraçado o delate como contrário ao rei? 
O mais jovem encolheu os ombros com um gesto de aborrecimento e despreocupação em partes iguais. 
- Não sou contrário ao rei, a não ser aos excessos de nossa rainha. De todos os modos a quem importaria que alguém me delatasse? 
- Importaria a mim – protestou o ancião - Se quer se matar se aliste em qualquer guerra, hoje em dia há muitas, mas não quero que o prendam em minha casa. 
- Me prender por dizer em voz alta o que muitos pensam?
- Tem coisas que é melhor manter em silêncio – pegou-o pelo braço e o levou até um extremo mais afastado do salão, onde nenhum convidado pudesse escutá-los.
Sobretudo, onde não pudesse ouvi-los o juiz, dom Gonzalo Torres, um indivíduo de poucos escrúpulos e leal seguidor da caprichosa mulher que ocupava o trono da Espanha.
- Carlos, vigia sua língua. Há inimigos em cada canto. 
 - Está ficando pesado, velho. 

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