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11 de abril de 2021

Série Londres

3.5-  Alex a Indômita Sobrinha do Conde


Às vezes o amor está entrelaçado com o orgulho. Alexandra Tanner compartilhou desde pequena o amor de seus pais pela egiptología. Entretanto, não esquece a cidade em que nasceu, Londres, para onde ela retornaria com renovado entusiasmo depois de cada expedição... se lá não vivesse Daniel Bridge; um homem por quem ela está apaixonada desde que era adolescente, mas que a repeliu duas vezes. Decide não voltar a se humilhar, não lhe demonstrar nunca mais que o ama, agir como se ele não existisse. Mas o inesperado roubo de uma obra de arte no Museu Britânico os obriga a colaborar, a seguir as poucas pistas que possuem e inclusive a arriscar a vida. Daniel, apesar de querer se afastar de Alex porque não se sente digno dela, acabará por se dar conta de que não pode lutar contra o que sente por aquela briguenta, intrigante e perturbadora moça que lhe tira o sono.

3- Dias de ira, noites de paixão

Ele quer desmascarar a que acreditava ser uma vigarista.
Ela resiste a lhe contar seu segredo. Que caminho tomar quando a paixão se interpõe? Pode-se trair o coração? Sabrina Klever nunca pensou que quando todos lhe tinham dado as costas, o conde de Lancashire a salvaria. Tampouco imaginou que quase seis anos depois se encontraria, cara a cara, com o último homem que tinha desejado voltar a ver: o barão de Sheringham, que acaba de retornar da guerra contra Napoleão. O barão de Sheringam retornou com o único desejo de esquecer os horrores da guerra. O único que o manteve cordato foi evocar uns olhos violeta que o prendem a um passado feliz, antes de conhecer a fúria de um tempo de sangue e morte. Entretanto, quando encontra Sabrina vivendo na casa de seu avô, e apesar da profunda atração que sente por ela, não está disposto a que dirijam seus sentimentos. Sua missão é outra: desmascarar a mulher que pretende ficar com parte de seu patrimônio. Embora para isso tenha que renunciar à paixão.


2- Odeia-me de dia, Ama-me de noite

Nicole tenta saltar o abismo que a separa do homem que desperta sua paixão e converter o ódio em amor. 
Jason Rowland, visconde de Wickford, casa-se apaixonado por Cassandra, sem se importar com suas origens. Entretanto, ela só procura seu título e sua posição. Caprichosa e déspota converte a sua vida num inferno. Cassandra cometeu um deslize pelo qual pode perder tudo o que tem, por isso procura a ajuda de quem nunca lhe falhou: sua irmã gêmea, Nicole. Mas um acidente fará com que a vida de ambas dê um giro inesperado. Quando Nicole acorda não recorda de nada, nem sequer de seu nome. Só sabe que, conforme lhe dizem, está casada com um nobre; um homem que a atrai desde o primeiro momento, mas que não dissimula seu desprezo por ela. Mil imagens que não compreende a atormentam, pressente que existe um segredo que deve revelar, embora signifique sua perdição, e tenta manter a distância de um marido ao qual não reconhece. Mas o amor por Jason é mais forte que ela. E se do amor ao ódio há um passo curto, fará o impossível para percorrer o caminho inverso que, de inicio, parece intransponível.


1.5-  Lili, a intrepida filha do duque

A história de Lili, personagem de “Rivais de dia, amantes de noite” da série «Um romance em Londres».
Uma história de amor aparentamente difícil e cheia de segredos. Que passará quando sair à luz toda a verdade?
1818. Uma mulher não deve exercer certas atividades, sobre tudo se pertencer à burguesia e ser filha de um duque. Mas Liliana Chambers não está de acordo nem com as estritas normas sociais que constrangem à mulher, nem com o modo de atuar de um Governo que não tem em conta os desfavorecidos da sociedade. E se rebela emitindo santinhos de caráter subversivo que põem ao regente, aos pares e a toda Londres em estado de alarme. Desconhecedor de suas atividades, mas sabendo que visita as zonas perigosas da cidade para ajudar os necessitados, o duque de Hatfield pede ao visconde de Weymouth, um bom amigo da família, que faça de guardacostas de sua filha. Liliana se incomoda de ser vigiada. Patrick não gosta de ter que servir de babá; tem outros assuntos que resolver, como encontrar a P, que é quem
assina os pasquins subversivos. Ela ignora que ele quer descobri-la. Ele, que é justo sua protegida a que atua nas sombras.




Série Londres
01 - Rivais de dia, Amantes à noite
1.5- - Lili, a intrepida filha do duque
2- Odeia-me de dia Ama-me de noite
3- Dias de ira, noites de paixão
3.5- Alex a Indômita Sobrinha do Conde 
Série Concluída

18 de março de 2019

Rivais de dia, Amantes à noite

Série Londres
Uma promessa que ele romperá por causa do amor... 

Um amor pelo qual ela arriscará a vida... Bárbara Ross, depois da morte de seu único parente, vê-se obrigada a viajar de Edimburgo para Londres para ficar a cargo do tutor eleito por seu tio. Não sabe nada desse sujeito, salvo seu nome: Alan Chambers, visconde de Maine. Imagina que será um cavalheiro de idade avançada, como era seu tio, mas Maine não é, nem por indício, o que a moça espera encontrar. Alan Chambers, segundo filho do duque de Hatfield, aceitou a tutoria pela amizade que o unia a Thomas Ross, esperando ter como pupila uma menina. Tampouco imagina que vai encontrar-se com uma mulher em idade de casar-se. A atração que sente por ela desde o primeiro momento vai deixarlhe as coisas muito difíceis, sobretudo porque jurou não permitir que nenhuma mulher domine sua vida... como aconteceu ao seu pai. Uma antiga afronta e o doentio desejo de vingança de um homem unido à cobiça de possuir uma famosa esmeralda, propriedade de Bárbara, farão com que suas vidas fiquem em perigo e que ponham à prova a força de seu amor.

Capítulo Um

Inglaterra. 1818 
«Um condenado tutor!!», pensou zangada. Um fino filme de água empapava caminhos e prados, e o céu estava coberto de nuvens cinzentas. A carruagem passou por cima de um grande buraco, uma das rodas se obstruiu e a cabine se inclinou perigosamente, fazendo com que o cocheiro amaldiçoasse entredentes e a moça que ocupava o veículo golpeasse um ombro contra a porta. 
Abriu a cortina ao ver que paravam e escutou ao fundo as injúrias ásperas do seu cocheiro contra os objetos. Viu-o caminhar junto à roda, de joelhos sobre o barro, jorrando água de seu capote e de seu chapéu, que mal o protegiam da chuva. 
— O que aconteceu, senhor McBain? — Se chegarmos à cidade com esta roda, vai ser um milagre, senhorita. Tentarei remediar para ver se aguenta. Feche a cortina, cada vez chove com mais força. 
— Posso ajudá-lo em algo? A risada do sujeito chegou até ela amortecida pelo ruído da água que repicava sobre o teto do veículo. 
— Não, senhorita, mas agradeço o gesto. Bárbara fechou, recostando-se de novo no assento. Desde que saíram de Edimburgo não tinha tido senão problemas. Na realidade, desde que ocorreu a Thomas Ross morrer deixando-a imersa na incerteza e na dor.
Porque, apesar de ter sido um homem severo, de férreos costumes, que nunca lhe dispensou muitas amostras de afeto, ela o amou. Órfã desde menina, tinha-a acolhido, dando-lhe a melhor educação e sendo para ela o único pai que conheceu. 
A vida não era justa. Pelo menos para ela, parecia querer tirar-lhe sempre o que mais amava. Primeiro seus pais, logo seu tio… ele não tinha tido nenhuma doeça, nem sequer um resfriado, e ela continuava a estranhar a sua repentina morte. Encontraramno na biblioteca, com um livro nas mãos, como se dormisse. O médico disse que seu coração não quis continuar a pulsar. 
Voltava a ficar sozinha. Recriminava-se pelo abominável sentimento de efêmera liberdade que, por escassos segundos, embargou-a ao saber do seu falecimento. Tinha sido um instante, mas se arrependia: parecia-lhe repugnante e a denegria como pessoa. Apesar de envergonhar-se, confessou à sua velha dama de companhia, Cliona, com a qual não tinha segredos. 
— Não há nada de mal em que, por um instante, tenha se sentido aliviada.




Série Londres
01 - Rivais de dia, Amantes à noite
1.5- - Lili, a intrepida filha do duque
2- Odeia-me de dia Ama-me de noite
3- Dias de ira, noites de paixão
Série Concluída


15 de agosto de 2018

O Mar em Teus Olhos

Nicholas Russell, Conde de Leyssen, foi chamado à presença de Isabel I Tudor para ser encarregado de uma missão que o afastará de sua amada Londres: localizar o corsário Cook.

Um serviço complicado e perigoso que o obrigará a cruzar o oceano, misturar-se com os piores piratas de Tortuga, e acabar como marinheiro, engajado à força, no Melody Sea, o navio do sujeito ao qual deveria perseguir.
Para seu espanto, o capitão Cook é uma mulher. 
Somente sua coragem poderá mantê-lo com vida enquanto tenta cumprir as ordens de sua soberana, sem se deixar prender nas redes de um amor proibido. Entretanto, o confronto militar entre Inglaterra e Espanha continua se intensificando, e Isabel I dá carta branca a Francis Drake para atacar as costas da península.
Ninguém pode imaginar que a abordagem do navio de Sua Graciosa Majestade, quando viaja para levar a cabo um possível acordo de não agressão com Felipe II, poderá dar uma virada completa na vida de Andy Cook. Batalhas em alto mar contra os navios da Coroa Espanhola, brigas portuárias, companheirismo entre corsários… Um segredo que só será descoberto no final. Aventura e amor tanto nas verdes e cristalinas águas do mar do Caribe, quanto na corte da Rainha Virgem.

Capítulo Um

Perto dos Açores, outubro de 1586. 
As quase setenta toneladas do Melody Sea deslizavam suavemente sobre as agitadas águas do Atlântico, conseguindo seu objetivo: abordar um pesado galeão bem abastecido com destino à Espanha, procedente das possessões de Felipe II no Caribe. O gigante ruivo que se movia ao compasso do balanço do barco, no convés, anuiu satisfeito, observando com olhar crítico, como os homens sob seu comando saqueavam o navio espanhol, passando rapidamente os cofres para sua própria embarcação.
― Boa caça, não foi? ― Perguntou alguém ao seu lado. Alex Potter inclinou a cabeça examinando com atenção a figura esbelta da mulher que lhe falava. Em seu rosto apareceu um amplo sorriso que, como sempre, o fazia parecer um menino grande.
― Boa caça, na verdade, capitão Cook. Ela se mostrava eufórica, como a cada vez que entravam em combate. O montante da abordagem serviria para engrossar as riquezas da Coroa, e também para encher seus próprios cofres, pagar aos homens e consertar os danos causados ao navio pelo confronto.
― Estarei em meu camarote, senhor Potter. Se houver alguma novidade, faça-me saber. O contramestre, segundo homem no comando de bordo do Melody Sea a observou se afastar, desviando-se de alguns volumes e sorrindo aos valentes sujeitos que formavam a tripulação. Notava-se que se sentia à vontade sobre o convés do navio. Era um marinheiro a mais.
Os homens não só a aceitavam, mas estavam dispostos a arriscar a vida por ela. Conquistara-os por completo, ainda que conseguir se manter com o comando foi um caminho complicadíssimo, vencendo a resistência dos homens, empenhando-se com tanto ardor como qualquer um deles e, sobretudo, colocando-se no mesmo nível deles. Andy Cook chegara ao Melody Sea com a idade de quatro anos, causando um verdadeiro alvoroço entre a tripulação.
Uma criatura de cabelos negros e olhos verdes, que imediatamente ganhou a simpatia de alguns homens de coração duro, acostumados à pilhagem. Seu anterior capitão, Adrián Cook, a raptara da mansão familiar dos Barrington onde vivia com sua mãe, lady Eleonor. Tivera seus motivos, porque a pequena era sua filha. Lady Eleonor e Adrián se apaixonaram e a menina fora o fruto daquele amor.

21 de maio de 2017

Alma Viking




Odín, deus da guerra, tinha-o eleito.

Educado nas armas, o viking e semideus Ishkar, primogênito da casa de Vadin, estava destinado a realizar grandes conquistas.
Sayka, filha de Zollak, e Cristã, tinha tomado as armas em substituição de seu irmão menor para defender a seu povo de toda classe de invasores.
Enfrentados entre si, a cobiça, o ódio, a vingança…
Unidos a ardente fé do povo ao qual pretende submeter, conseguirão que Ishkar duvide de sua condição de semideus e de suas crenças.

Capítulo Um

«Vêm do norte, hostil e frio.Saqueiam os mosteiros, aniquilam os povos e profanam as Igrejas…»
A proa do navio, em forma de pescoço de cisne, elevava-se quase cinco metros por cima da água. Coroada pela feroz cabeça de um dragão, parecia disposta a enfrentar de igual maneira aos ventos ou às enfurecidas ondas, e fulguravam os arranjos sob o sol de meio-dia. Ishkar não pôde dissimular um sorriso satisfeito observando a nave. Com a vivacidade de um golfinho, os mais de vinte e cinco metros de comprimento do navio sulcavam o mar aproximando-os de seu destino. Um destino que tinha uma missão muito concreta: negociar ou invadir; tudo dependia dos ingleses e a favor de quem estivessem.
Em fevereiro de 1014 Knut de Store, mais conhecido pelos ingleses como Canuto o Grande, depois da triunfante invasão à Inglaterra um ano antes e o falecimento de seu pai, tinha sido proclamado rei pelas tropas dinamarquesas. Ethelredo II, entretanto, tinha aproveitado sua volta à Dinamarca para fazer-se com o trono. Ainda não tinham cessado as escaramuças e a Inglaterra se encontrava dividida em dois bandos opostos. Vadin tinha acompanhado a Canuto em algumas batalhas, era um de seus homens de confiança e gozava de seu beneplácito, mas doente como se encontrava nesses momentos delegou em seus dois filhos a incursão que lhe tinha sido encomendada.
Ishkar tinha no drakkar trinta homens sob seu comando, e um número similar em cada uma das outras naves que lhe seguiam. Agora, apoiados nos remos, tomavam uma pausa depois da fatigante e ocupada jornada do dia anterior, em que o vento não lhes tinha acompanhado, lhes obrigando a impulsionar a nave a golpe de remo. Naquela manhã, todas as velas estavam cheias e eles podiam descansar.
A madeira de pinheiro da ponte rangeu sob o peso do homem que se aproximou até ele. Se não lhe conhecesse, esse saco de músculos teria feito que fraquejasse; Goonan o ultrapassava em uma cabeça, seus ombros eram largos, seus braços poderosos troncos de aço, suas mãos grandes como maças e capazes de amassar o crânio de um homem sem esforço algum. Tudo em seu aspecto dava amostra de ferocidade e intimidava. Entretanto, seus olhos azuis olhavam Ishkar com afeto.
Uma de suas mãos caiu sobre o ombro esquerdo do mais jovem, sacudindo-o.
― O vento é hoje nosso aliado, Ishkar.
― Certo. Logo chegaremos à costa; Erik deve estar nos aguardando impaciente.
― Terá conseguido suficientes cavalos?
― Conte com isso.
Goonan fez um gesto vago e se encostou á amurada. As ondas, ao romper contra o casco da estilizada nave, salpicaram seu rosto; o ar enredou ainda mais seu avermelhado cabelo e acariciou sua espessa barba.
― Nunca gostei de me fazer de babá.
Ishkar jogou a cabeça para trás deixando escapar uma gargalhada.
― Goonan, Erik não a necessita.
― Ele teria gostado de chegar às costas inglesas sozinho e fazer o que seu pai não quer: brigar. Conheço seu irmão, a ordem de Vadin lhe fazendo aguardar o grosso de nossas forças não foi de seu agrado.
― Mas acabou obedecendo.
― Isso ainda está por se ver ― resmungou o ruivo.
Ishkar voltou a rir com humor. Desde que deixaram a Dinamarca, os deuses lhes tinham prodigalizado boa fortuna; Goonan se preocupava por nada. Chegariam à Inglaterra, tentariam conseguir as alianças encomendadas por Canuto, obteriam estanho, trigo e mel e intercambiariam culturas antes de retornar com novos apoios. Mais cedo ou mais tarde Canuto voltaria a governar sobre a ilha.
O ruivo olhou ao jovem sem intenção de unir-se a seu divertimento, mas agradecido por seu excelente estado de ânimo. Muitas vezes o tinha visto irritado e não gostava de suportar seu humor quando lhe azedava.
Para ele, Ishkar era como o filho que não tinha tido. Desde que se uniu à Vadin, um dos senhores das terras do norte, tinha estado junto ao moço. E quando o jovem foi eleito pelo muito mesmo Odín, foi a ele a quem Vadin encarregou sua educação. Tinha-lhe ensinado tudo que sabia a respeito das armas e a navegação.
Recordou aquele longínquo dia de inverno, o da consagração de Ishkar como protegido dos deuses. 
Veja vídeo do lançamento

16 de janeiro de 2016

Lágrimas Negras

Série Os Greshan
Adriana Worthington e Noelia Kendrick são encontradas, no intervalo de uma semana, assassinadas em idênticas circunstâncias. 

As investigações da polícia apontam para Eugene Bannion, mas sua irmã Thara sabe que é inocente e fará tudo o que esteja em suas mãos para demonstrá-lo. 
Inclusive é capaz de fazer-se passar pela prometida do homem mais dissoluto de toda Londres para conseguir uma entrevista com o juiz que instrui o caso. 
James Gresham saiu da cidade por assuntos de negócios, mas um inconveniente lhe obriga a retornar antes do tempo. 
Não esperava encontrar-se com uma mulher que viu uma só vez e que, para seu assombro, teve a ousadia de fazer-se passar por sua futura esposa. 
Irritado e divertido ao mesmo tempo, decide seguir o jogo enquanto lhe ajuda a procurar o autêntico assassino de quem toda Londres fala. Thara, em seu empenho por demonstrar a inocência de Eugene, não se precaveu de que o barão de Salsbury pode se tornar muito mais perigoso para ela que o criminoso que querem desmascarar.

Capítulo Um

1825, Londres
Thara terminou seu jantar, desejosa de retirar-se para seu quarto o quanto antes. Não gostava dos clientes da estalagem onde encontraram alojamento a caminho de Londres, gente muito linguaruda e com muito álcool na cabeça. Além disso, incomodava-a o obscuro olhar do indivíduo que, desde que entrara no refeitório, não deixara de a observar.
Possivelmente tinha sido uma temeridade viajar com a única companhia de sua criada, mas estava acostumada a valer-se por si mesma e já era tarde para lamentações.
Serenou-lhe o ânimo ao recordar o bebê de sua amiga Selena, a quem tinham ido visitar depois de sua recente maternidade. Embalá-lo entre seus braços, notar o calor daquele corpinho que cheirava a leite azedo e escutar seus gorjeios tinha sido maravilhoso. Até havia sentido um pouco de inveja.
Mas ela tinha optado pelo caminho da independência fazia já quatro anos, depois da morte de seu pai, e não pensava mudar de ideia apesar do bombardeio constante de seus irmãos para que procurasse marido. Em seu leito de morte, tinha prometido a seu progenitor cuidar de Eugene e de Emma, e se tinha proposto a fazer do moço um homem de proveito e conseguir um bom partido à sua irmã.
Por outro lado, estava empenhada em ganhar a vida do mesmo modo que havia feito seu pai, Alfred Bannion, por muito que a sociedade não o entendesse nem admitisse. Não era fácil, é obvio. O fato de ser mulher e, além disso, jovem, não era a melhor carta de apresentação para oferecer seus serviços como detetive. Reconhecia que não era uma ocupação usual para uma dama, mas gostava.
Seu pai lhe havia ensinado tudo que sabia, o que era muito, depois de quatro décadas trabalhando com os Bow Street Runners. Ou talvez ela fosse uma aluna interessada, porque, apesar de seu sexo e sua juventude, tinha conseguido resolver já um par de casos. Não muito importantes, certamente, mas eram um
começo e não conhecia melhor modo de incrementar a exígua herança que lhes coubera para seguir adiante.
Do outro lado do salão, o sujeito que não tinha afastado os olhos dela se recostou em sua cadeira e sacudiu a cabeça como se tratasse de limpá-la. Que diabos continha a última garrafa que bebeu? Certamente veneno, porque lhe tinha subido à cabeça como um raio, e ele até suportava bastante bem o álcool, sempre que não estivesse muito alterado.
Tudo culpa de seu companheiro de viagem, Jersey Ballington. E sua, não podia negar, afinal poderia ter recusado a segunda garrafa. Agora Jersey devia estar caído em sua cama por todo o comprimento, roncando como um bendito, e ele tinha a desagradável sensação de estar flutuando em meio a visões.
Porque aquela moça de cabelos cor mogno e grandes olhos castanhos não poderia ser mais que uma miragem. Isso sim, valia fazer a pena cair sob os eflúvios do álcool com tal poder para desfrutar dessa fantasia.
Roberta Hop, a criada de Thara, cobriu a boca para dissimular um bocejo.
— Suba e vá se deitar — lhe disse ela —, irei em seguida.
— Nem pensar, senhorita, nem pensar. Não vou deixá-la sozinha, não vou deixar. Esse pássaro não para de olhar para a senhorita, não para. 

Série Os Greshan
1 - A Baía da Escocesa
2 - Reinar em Seu Coração
3 - Lágrimas Negras 
Série Concluída

3 de dezembro de 2015

Reinar em Seu Coração

Série Os Greshan

Após o assassinato de seu pai, Tatiana Elisabeta Sminova se torna a herdeira do trono de Orlovenia. Perseguida pelos inimigos de sua dinastia, ela foge para o porto de Londres, onde será forçada a roubar para sobreviver.
Darel Gresham, Barão de Winter, é vítima de um assalto. Ele jura que encontrará o ladrão, mas o que ele não imagina é que a mulher que ele trata como um ladrão é na verdade a herdeira de um trono.

Capítulo Um

Um Palácio de Vernon, Orlovênia, 1819. 
Acariciou os cabelos da moça, ensimesmado na contemplação do jardim vestido de neve através das amplas janelas. 
Fazia mais de uma semana que nevava sem cessar e ele sentia o frio transpassar seus ossos cansados. Deixou que um prolongado suspiro escapasse de seus lábios e ela voltou à cabeça para olhá-lo. 
- No que pensa pai? Sua vista fatigada se deleitou nos traços aristocráticos da jovem: olhos grandes da cor do âmbar, cabelo sedoso e loiro, com mechas acobreadas que sempre o induziam a compará-lo com o fogo, lábios grossos, maçãs do rosto altas, nariz reto. 
Em tudo recordava a sua amada esposa, uma imagem que fez retornar a sua memória há outro tempo, em que ainda era um homem vigoroso. Apesar da diferença de idade 
- havia desposado a Alexandra quando ela contava somente dezoito primaveras e ele tinha cumprido os quarenta e um -, seu matrimônio foi um oásis de paz, coroado por um amor autêntico e desinteressado. Deus lhes tinha concedido à graça de uma só descendente: Tatiana Elisabeta. 
Agora, prestes a completar vinte e dois anos, a moça era seu único apoio. Miúda e magra, aparentava menos idade, mas era forte, valente e atrevida como foi a mulher que lhe deu a vida. 
- Quanto daria para ter sua mãe ao meu lado nestes momentos, querida -sussurrou com uma tristeza infinita. Tatiana apoiou o rosto nos joelhos de seu pai. Ela também sentia falta dela. 
Sobretudo nesses momentos, tão próxima a casar-se. Sua mãe a teria guiado como ninguém; sempre o fez. Mas já não estava com eles, tinha-os deixado há mais de oito invernos. O que teria opinado sobre seu futuro marido? Certamente teria sido de seu gosto, porque era um bom homem. 
Para Tatiana, casar-se era uma obrigação ligada à sua condição. Não podia negar-se àquelas bodas, como, tampouco, podia voltar no tempo; era seu dever para com seu país. 
Como herdeira, carecia da liberdade de que gozavam outras moças para escolher marido, mas não se queixava. Sabia de antemão a servidão que lhe supunha seu lugar na vida, o encargo de ser filha de seu pai, de ter que velar pelo bem-estar de seus súditos quando ele faltasse. 
Não queria pensar nisso, a tristeza a embargava ao imaginar-se sem sua companhia, seu apoio e direção. 

Série Os Greshan
1 - A Baía da Escocesa
2 - Reinar eu seu Coração
3 - Lágrimas Negras
Série Concluída  

15 de novembro de 2015

A Baía da Escocesa

Série Os Greshan
















Capítulo Um

Inglaterra, 1820
A chuva o estava encharcando e Adam Brenton, Visconde de Teriwood, sentiu frio. Um frio espantoso. Mas não pelo ar gélido, que formava redemoinhos com sua capa ao redor de suas pernas, mas pelo cano negro apontado a sua cabeça.
Sobrepondo-se ao assombro que o paralisava e tentando conservar a calma, olhou o sujeito que apontava a pistola. Um músculo lhe contraiu junto ao lábio superior, único indício que sentia a pressão do medo. Deu uma olhada rápida às longínquas e difusas figuras que trabalhavam sem descanso um pouco mais à frente.
Agora, pouco lhe importava o ir e vir dos marinheiros que descarregavam na praia, ainda que soubesse que eram contrabandistas. Não era uma ocupação incomum naqueles tempos. Muitos traziam mercadorias da França, e as autoridades, tão necessitadas de certos artigos quanto o povo, olhavam para o outro lado.
Mas naquela ocasião, não se tratava somente de contrabando. Não, ao menos, para o homem que agora lhe apontava a arma. Tinha-o visto entregar uma pasta ao capitão do veleiro francês. Por isso se encontrava em tão delicada
situação. Sua estupidez permitiu que o descobrissem e agora... Não, definitivamente, a palavra para o desgraçado era «traidor».
Consciente da ameaça que enfrentava, desfilaram por sua cabeça mil imagens. Um torvelinho em sequência de toda sua vida em poucos segundos, que lhe pareceram eternos. Uma furiosa frustração se apoderou dele, porque teve consciência de que ia morrer, justo quando acabava de encontrar um motivo pelo qual aferrar-se à vida, uma razão pela qual lutar.
— Suponho que não há maneira de arrumar isto, como cavalheiros.
Disse para ganhar tempo, só um pouco mais de tempo, arranhar segundos à morte.
— Não, Brenton. Não há.










Série Os Greshan
1- A Baía da Escocesa



15 de setembro de 2015

Magnólia

Magnólia casou com um homem rico, muito mais velho do que ela, para tirar sua família da pobreza.

Uma tarde, o encontrou morto no porão, onde trabalhava como restaurador. Meses depois, decidiu descer ao porão para fazer um balanço, escorrega na escada e sua vela apaga.
Um estranho aparece assustando-a, exigindo uma lista do seu marido.
Ela não sabe do que ele está falando, e para sua surpresa, o estranho a beija.
Mark é um marquês a serviço da coroa da Inglaterra, tentando recuperar uma lista de agentes ingleses que o marido de Magnólia estava prestes a vender para os franceses. Sua carruagem colide contra a dela e Mark perde a memória no impacto. Magnólia leva-o para casa até que se recorde quem ele é.
A atração mútua é muito forte e, gradualmente, Mark ganha a sua confiança e ela acaba contando seus problemas. Juntos, eles encontram a lista, mas quando Magnólia descobre a verdade, desaparece sem dar mais detalhes.
Mark sai em sua busca por meses, mesmo sem saber se ele será perdoado por Magnólia.

Capítulo Um

Magnólia Desceu um degrau. Em seguida, outro. Um terceiro. A luz pulsante chama apenas mostrava as sombras, borrando ao invés de iluminar os contornos dos móveis no porão. Magnólia tinha a boca seca e uma dor aguda na boca do estômago. Não era medo. Ou sim? resistia a pensar que pudesse sê-lo; no fim de contas, tinha estado ali muitas vezes, tinha passado muitas horas naquele lugar. Mas sempre tinha sido de dia, quando a mortiça luz do sol se filtrava pelas janelas situadas no teto. Mesmo assim, não se tinha por uma pessoa temerosa, bem ao contrário.
Nunca entendeu porque seu defunto marido tinha elegido o porão do casarão para trabalhar, quando seria perfeito qualquer um dos quartos da casa, amplos e luminosos. Suas criações de ourives demandavam luz; entretanto, o homem com quem se casou, apressada pela fome de sua família e por uma perseguição desumana, preferia restaurar e criar naquela outra estadia que sempre lhe provocara calafrios. Por isso não tinha voltado ali, a aquela catacumba úmida e lúgubre, desde que… Ao pisar no último degrau, um de seus sapatos escorrega em uma pequena mancha de azeite e esteve a ponto de cair.
Escapou uma exclamação e afiançou a mão direita no carcomido corrimão, evitando o acidente em última instância, mas sem poder sujeitar o castiçal, que caiu com um golpe seco ao que seguiram ecos ao rodar pelo chão. Magnólia ficou ali imóvel, quase sem respiração.
A imagem de seu defunto marido ocupou mais uma vez seu pensamento. Foi ela quem o encontrou, já fazia dois meses, quando desceu para reunir-se com ele levando sob o braço sua caixa de costura. As cinco em ponto da tarde. Sempre à mesma hora e seguindo idêntico ritual cada dia. Não podia saltar uma norma estabelecida pelo Roger. Assim que terminava de comer, seu marido descia ao porão para trabalhar e ela devia unir-se a ele na hora do chá. Minutos depois, exatamente quando o relógio da sala dava à hora e quarto, a senhora Merritt aparecia com o chá e tortas de limão.
Ela tinha chegado a odiar esses doces com toda sua alma, mas eram os preferidos do Roger e em sua casa ninguém podia ir contra aos seus maníacos costumes. Na tarde em que o encontrou morto ao pé da escada tinha sido uma de tantas, uma mais em sua apática vida de casada.
Quando pôde reagir e mandar chamar Lionel Arkinson, o médico da família Hunt desde que Roger nasceu, o doutor ancião só pôde confirmar o que todos temiam: ao parecer, seu marido tinha escorregado e golpeou a cabeça em um dos braços de uma cruz que se encontrou ensangüentada a seu lado.
Para Magnólia resultou obsceno que Roger tivesse perecido por causa de um objeto que significava algo no que ele que nunca acreditou. Notando que lhe tremiam as pernas, deixou-se escorregar até ficar sentada em um dos degraus, com a escuridão rodeando-a como um manto frio.
Sem vela, com a única claridade da lua que atravessava as janelas pulverizando uma pátina leitosa justo sobre o lugar onde encontrou o corpo de seu marido, o porão resultava ainda mais tétrico. Inclusive lhe pareceu ouvir a risada chiada e desagradável do Roger quando se burlava dela e o coração começou a pulsar de forma errática.
Suas mãos umedeceram o suor desceu da têmpora ao queixo, perdendose no vale de seus seios. obrigou-se a relaxar. —Por Deus, não sou uma menina temerosa na escuridão!


24 de julho de 2015

Terra Selvagem




Kenneth Malory perdeu sua esposa e o bebê que esperavam.

Culpou-se por tê-la deixado sozinha naquela manhã, e já não se importa mais em saber se vai viver ou morrer.
Por isso, abandona seu rancho e vai em busca dos assassinos.
Prometeu a si mesmo encontrar e acabar com eles. Um por um.
Abbyssinya St. James, Abby, é jornalista. 
No entanto, em Boston, vê-se obrigada a publicar seus artigos com um pseudônimo masculino. Por isso, quando herda de seu tio Thomas, um pequeno jornal, em Santa Fé, não hesita e aceita o desafio. Enquanto atravessa o país, emocionada com a aventura, nem imagina que, não só terá que enfrentar criminosos, mas o homem mais enfurecido de todo o Oeste: um maldito caçador de recompensas.

Capítulo Um

Estava morrendo.
O fato em si já não importava, mas o que o afetava, o que o fazia desistir mentalmente, era a frustrante sensação de ter perdido. Sobretudo em ter falhado com Lidia. Desde aquele fatídico dia em que tudo aconteceu, havia tratado de vingar a vida de sua esposa e do filho que esperavam, e agora, como uma foice pairando sobre ele como um manto de agonia, a única coisa em que conseguia pensar era não ter podido levar a cabo sua vingança.
Alguém falava a seu lado, mas Kenneth Malory apenas captava as palavras. Os sons se desvaneciam tal qual luzes e cores, deixando ao redor um vazio frio, mortal, contra o qual não parecia capaz de lutar. Em imagens sobrepostas e aceleradas, recordou aquela tarde, em que sua vida deixou de ter sentido...
Havia saído com a maior parte de seus homens na tentativa de recuperar algumas cabeças de gado, dispersas pelo vale.
Nada indicava, naquela fria manhã, que seu mundo poderia virar de cabeça para baixo. Ao sair, não quis acordar Lidia, porque tinham-se deitado tarde na noite anterior, ao se lançarem na cama como adolescentes ansiosos, entre risos e carícias, para depois fazerem amor de maneira lenta.
Lidia ainda era uma menina, com apenas dezoito anos completos, morena e delgada como o leito de um rio, a pele suave, delicada e feminina.
Uma criatura capaz de converter o próprio Diabo em São Miguel Arcanjo. Ao conhecê-la, acreditou que era exatamente o que precisava o que necessitava depois de ter participado de uma guerra impiedosa em que guardava tristes recordações, marcando-o com raiva e consternação. Era um porto de paz para seu espírito. Apaixonou-se por ela e foi correspondido.
Esperavam um bebê. Faltavam apenas três meses para o seu nascimento e Ken estava no sétimo céu, dede que ela havia lhe dado á notícia. A vida lhe sorria. Tinha vinte e seis anos, um rancho próprio herdado de seu avô paterno, mais de dez mil cabeças do melhor gado e vontade suficiente para fazê-lo prosperar, expandindo-o, e conseguindo para sua jovem esposa e para o filho que ia chegar, um lugar para serem felizes. Mas a maldita tormenta que havia caído na noite anterior, tinha dispersado parte do gado, e eles saíram para recuperá-los.
Desde que havia terminado a Guerra da Secessão1, apenas alguns conflitos existiam no território. Por outro lado, seu rancho estava localizado longe o suficiente da cidade, mal recebiam visitas, apesar de irem com frequência ao rancho de sua irmã Vicky, felizmente bem casada com o bom Clay.
Dois homens ficaram de guarda no rancho: o jovem Conrad Thyssen e Bob Bradfort, um velho rabugento que trabalhava ali há anos. Bradford conhecia o rancho como a palma de sua mão, resmungão ou não, era incomparável em seu trabalho, e por este motivo tinha a total confiança de Ken, que no decorrer dos anos, tinha desenvolvido um verdadeiro carinho pelo velho vaqueiro. Recuperar o gado disperso tinha demandado mais tempo do que o previsto.
Assim quando o dia terminou, esgotados e suados, mas com bom ânimo, ele e seus homens regressaram a Siete Estrellas.
Foi seu avô quem colocou o nome no rancho, baseando-se na crença dos índios, por quem sempre sentiu respeito, passado aos seus descendentes. Os Lakotas e, os pawnis se guiavam na posição das Sete Estrelas (as Plêiades), para determinar o ano cerimonial.
Faltava menos de uma milha para chegar ao rancho, quando Ken pressentiu que alguma coisa estranha tinha acontecido. Uma fumaça negra subia no horizonte manchado de vermelho. Com o coração oprimido por um medo repentino, esporeou seu cavalo, deixando os outros homens para trás.
Sua casa estava em chamas, saltou da montaria de seu cavalo, antes mesmo que ele parasse da louca corrida por ele imposta, gritando o nome de sua esposa. O corpo crivado de balas do velho Bob deixou-o paralisado, aumentando seu medo. 
Já não havia dúvida: a tragédia havia atingido a ambos, com toda crueldade. Como um louco, com as batidas do coração ensurdecendo seus ouvidos, correu para casa onde as chamas devoravam as paredes e os telhados, que desmoronou tão logo cruzou o portal.
Ken nada escutava, apenas a descompassada batida de seu sangue, surdo aos chamados de seus homens, que atrás dele, tinham começado a tentar apagar o incêndio e o preveniam sobre o perigo de um desabamento total. Desviava dos escombros e das vigas em chamas cruzando a sala. A leve esperança de que Lidia pudesse ter escapado do desastre, deu-lhe forças para entrar no corredor que levava aos quartos.
Empurrou a porta do quarto do casal. E ficou pregado no chão.






17 de março de 2015

Filhos de Outra Terra



A Inglaterra explora as colônias americanas com impostos opressivos, para manter sua guerra com a França. 

Chester Clayton, de pai americano e mãe inglesa, irá juntar-se aos rebeldes para defender seu país da tirania britânica e acaba prisioneiro em uma fazenda na Virginia. 
Terry Darnell, sobrinha dos Rains, os proprietários da fazenda Ireland, vive com eles desde que ficou órfã. 
O encontro entre os dois desencadeará paixões e ódios, mas Chester não consegue evitar de se sentir atraído pela mulher que o irrita e seduz, ao mesmo tempo. 
Uma reviravolta inesperada faz dele o capitão do exército colonial e é forçado a salvar as vidas daqueles que o mantiveram como escravo. Clayton consegue que toda a família fuja para a Inglaterra. Mas não está disposto a deixar que Terry fuja com eles. 
Tem outros planos para sua inglesa indomável. 

Capítulo Um

1774, Rhode Island 
Ele observou Yorktown através da neblina leve que cobria o mar nessas primeiras horas da madrugada. Os marinheiros do Embers estavam ocupados arrebanhando velas e percorrendo o convés molhado sob os olhos febris do seu mestre, sem se preocupar se o prisioneiro estava vivo ou morto. Na verdade, davam pouca ou nenhuma atenção se todos nós viveríamos ou morreríamos. 
A existência de um prisioneiro condenado à prisão perpétua não valia nada para aqueles homens, acostumados a lutar, constantemente, em seus porões, com os presidiários. No entanto, Chester ainda estava vivo. Apesar de tudo, respirava, e era a dor que o mantinha acordado. 
A dor e o vento frio que descia sobre seu corpo dilacerado. Tinham se passado horas desde que teve os braços pendurados no mastro, e seu próprio peso, apenas tocando o convés sujo, ameaçava desmembrá-lo. 
No início, a dor era insuportável e sob o impacto do navio, que travava uma luta contra um mar em fúria, teve que morder o lábio para aliviar a dor. Em seguida, uma vez que a angústia enlouquecedora se transformou em uma picada maçante, acabou por entorpecer suas articulações. 
Tentou não pensar, esquecer sua escravização e os fatos que o levaram a tal humilhante situação. Mas todas as suas memórias convergiram a cinco de março, em Boston... 
Boston. 1770. 
Quatro anos antes Dick Robertson entrou como um furacão no quarto que ocupava havia dois meses com seu amigo. Chegou afobado e alegre. Chester olhou para os esboços que estudava e que, desordenadamente, cobriam sua pequena mesa de trabalho em um canto da sala. 
Um dia atrás, discutiu com seu professor e estava disposto a mostrar-lhe que era capaz de pôr fim a esses planos no prazo de quarenta e oito horas. As dependências da Universidade de Harvard, construída por volta de 1636, garantia-lhes uma acomodação confortável para os estudos. Mas tanto ele como Dick preferiram alugar este quarto e dormir fora dos muros de Harvard. 
Não foi uma decisão fácil por causa da oposição por parte do conselho da Universidade e suas próprias famílias, que quase os fez desistirem. E talvez fosse sua teimosia, o que levou Dick à morte naquele dia triste e cinza no mês de março.
- Levanta sua bunda, Chester! - Ele pediu. -O povo está fazendo manifestações nas ruas! Chester se remexeu na cadeira. Tinham esperado essa reação durante muito tempo. Em 1765, quando eram apenas crianças, encenaram sua primeira fuga de casa. Eles concordaram em se juntar a um punhado de homens que decidiram protestar contra o governo britânico. 
Os custos da guerra que a Inglaterra travava com a França levaram-nos a criar uma nova taxa: o imposto sobre o selo. 


27 de fevereiro de 2015

Baía da Escocesa

Série Os Greshan

Adam Brenton, Visconde de Teriwood, é assassinado quando tenta desmascarar uma traição. Pouco depois, sua irmã Kimberly recebe a notícia, em Nova Iorque, de que Adam cometeu suicídio. Incrédula, decidi viajar para a Inglaterra para esclarecer os fatos.
Christopher Gresham, conde de Braystone, foi amigo de Brenton na infância e não se esqueceu de sua antiga amizade, apesar de ter se distanciado ao longo dos anos. É por isso que decide realizar suas próprias investigações sobre sua morte, enquanto colabora com o governo investigando os roubos de navios ingleses.
Quando Kimberly começa a investigar a vida de seu irmão, Christopher torna-se seu principal suspeito. Nem a atração nem o desejo que surge entre eles fará Kim desistir de sua decisão de se vingar do assassino de Adam.

Capítulo Um

Inglaterra, 1820
A chuva o estava encharcando e Adam Brenton, Visconde de Teriwood, sentiu frio. Um frio espantoso. Mas não pelo ar gélido, que formava redemoinhos com sua capa ao redor de suas pernas, mas pelo cano negro apontado a sua cabeça.
Sobrepondo-se ao assombro que o paralisava e tentando conservar a calma, olhou o sujeito que apontava a pistola. Um músculo lhe contraiu junto ao lábio superior, único indício que sentia a pressão do medo. Deu uma olhada rápida às longínquas e difusas figuras que trabalhavam sem descanso um pouco mais à frente.
Agora, pouco lhe importava o ir e vir dos marinheiros que descarregavam na praia, ainda que soubesse que eram contrabandistas. Não era uma ocupação incomum naqueles tempos. Muitos traziam mercadorias da França, e as autoridades, tão necessitadas de certos artigos quanto o povo, olhavam para o outro lado.
Mas naquela ocasião, não se tratava somente de contrabando. Não, ao menos, para o homem que agora lhe apontava a arma. Tinha-o visto entregar uma pasta ao capitão do veleiro francês. Por isso se encontrava em tão delicada situação. Sua estupidez permitiu que o descobrissem e agora... Não, definitivamente, a palavra para o desgraçado era «traidor».
Consciente da ameaça que enfrentava, desfilaram por sua cabeça mil imagens. Um torvelinho em sequência de toda sua vida em poucos segundos, que lhe pareceram eternos. Uma furiosa frustração se apoderou dele, porque teve consciência de que ia morrer, justo quando acabava de encontrar um motivo pelo qual aferrar-se à vida, uma razão pela qual lutar.
— Suponho que não há maneira de arrumar isto, como cavalheiros.
Disse para ganhar tempo, só um pouco mais de tempo, arranhar segundos à morte.
— Não, Brenton. Não há. — foi a resposta.
Adam sabia que só um milagre poderia salvá-lo. Nesse momento, perguntou-se por que tinha iniciado aquela errática investigação, ele, que nunca se teve por audaz, nem sequer ousado. Foi por honra? Esboçou uma ameaça de sorriso irônico. Sim, certamente foi isso, a maldita honra que o tinha levado à precária situação em que se encontrava. O pretexto que usava para justificar, na maioria das vezes, as ações mais desatinadas.
Doía deixar-se matar assim, sem opor resistência, como gado. Mais ainda, quando seu agressor tinha compartilhado com ele tão bons momentos; tinha chegado a considerá-lo seu amigo. Que idiota tinha sido, confiando nele. Agora, quando já era muito tarde, compreendia muitas coisas, todas as dúvidas se esclareciam.

Série Os Greshan
1 - Baía da Escocesa
2 - Reinar em seu Coração
3 - Lágrimas Negras
Série Concluída

1 de maio de 2012

Ariana

A promessa a um amigo moribundo obriga Rafael Rivera, conde de Torrijos, a converter-se no marido de uma herdeira inglesa. 

Ariana Seton aceita o compromisso imposto por seu avô, com a certeza de conseguir o divórcio rápido e encontrar o homem adequado para ser seu marido permanente. 
Em uma época em que a Espanha está dividida em dois bandos, os que tentavam instaurar de novo a monarquia e os que a insultam, Rafael e Ariana se verão envolvidos em um complô para assassinar o homem que subiria ao trono como Alfonso XII, enquanto lutam amargamente contra a atração que vai unindo-os.

Comentário revisora final: Linda história com uma mocinha teimosa e orgulhosa, e, um típico e lindo mocinho: irresistível, lindo másculo e heróico... Amei o fundo histórico, a intriga real, e a descrição de uma Espanha vibrante!
Sem grandes surpresas e fácil de seguir uma história romântica leve e divertida o Juan é demais kkkkk.

Capítulo Um 

Toledo Fevereiro De 1873. 
Os olhos escuros do jovem se estreitaram de modo imperceptível. 
Para os que lhe conheciam bem, era sintoma de irritação e o homem que estava frente a ele o adivinhou imediatamente. 
Viu-lhe esticar as longas e musculosas pernas e as pôr com desinteresse na banqueta forrada de cetim. Esperou. Esperou até que seu anfitrião apurou o conteúdo de sua taça, depositou-a sobre a mesinha a sua direita e se incorporou. 
Quando o fez, o estômago de Henry Seton se encolheu, seguro de não escapar a sua cólera. E não escapou. 
A voz de Rafael Rivera soou baixa, mas carregada de ira. — Henry, é a proposta mais estúpida que me fizeram em toda a vida. Seton suspirou e assentiu em silêncio. 
Ele também ele pensava que a proposta parecia uma ideia de loucos, mas não tinha outra saída. 
Devia conseguir a ajuda do espanhol e era capaz de qualquer coisa para consegui-la. 
— Rafael — disse, em tom conciliador — quer pensar de novo? Jogando faíscas pelos olhos, a resposta chegou quase em um grito. 
— Por Judas, homem! — Não é tão má ideia. 
— Para quem? — Ela não é... 
— Henry, meu amigo, me escute. — Rafael se aproximou e se inclinou, apoiando-se nos braços da poltrona que ocupava o outro — Agradeço-te o oferecimento, mas sigo dizendo que é um absurdo. Esqueçamos o tema, vamos sair para comer, vamos passear por Toledo e procuremos um par de mulheres. 
— Não vim lhe ver por... 
— Henry, não vou me casar! Disse com tanta raiva que Seton guardou silêncio uns instantes. 
Mas não demorou a voltar para a carga. 
— Estou-lhe pedindo ajuda, Rafael. 
— Está me pedindo que me ponha uma corda ao pescoço, condenação! Mas, que mosca te picou? Pelo amor de Deus! Levamos mais de seis anos sem nos ver, apresenta-se de supetão e me pede que despose sua neta a quem, seja dito de passagem, só vi uma vez em minha vida, quando era uma mucosa. 
Henry, seriamente não está louco? Devia estar, pensou ele. 
Mas o herdeiro dos Rivera era sua única salvação. Incorporou-se e passeou pela amplíssima biblioteca até reunir a coragem suficiente para lhe contar o que acontecia. 
— Rafael, sente-se, por favor, e escuta. 
— E um inferno! — grunhiu Rafael, dirigindo-se à porta-. — Sente-se demônios! O grito fez que Rafael ficasse pego ao chão. 
Girou lentamente e olhou seu amigo como se seriamente acabasse de escapar de algum centro de saúde mental. Mas o gesto de fúria do inglês era tão patente que, a pesar dele, e sem deixar de olhá-lo, tomou assento. 
— Estou morrendo. — disse Seton. 
— Como?! — Os médicos me deram um ano de vida, embora eu saiba que não fica nem a metade. Suponho que tentam me animar. 
— De que merda está falando, Henry? - sussurrou o espanhol. 
— Vejo que recuperei sua atenção. A notícia o fez perder a cor, moço. 
— Se for uma brincadeira maldito filho das ilhas! Não me faz graça. 
— Não é nenhuma brincadeira, Rafael. Morro. Algo relacionado com meu sangue, dizem. — de repente pôs-se a rir — Que ironia, meu Deus! Sempre pensei que os Seton tinham sangue quase real. Sabia que um de meus bisavôs estava aparentado com...?

11 de março de 2012

Lobo

Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo é, na aparência, um aristocrata preocupado somente com seus bens. 

Ninguém poderia relacioná-lo com o assaltante e revolucionário que atormenta o juiz Burgo de Osma, um homem sem escrúpulos. 
Michelle de Clermont consegue escapar da justiça de Robespierre, salvando milagrosamente a vida e fixando sua residência na Espanha, onde terá que debater-se entre a fascinação por um foragido e a atração por um aristocrata, sem saber que se trata do mesmo homem.

Comentário Revisora Waléria Vieira:O livro faz com que eu queira caçar o Lobo, um homem TDB, mas meio confuso e por vezes inseguro. 
Mas encontra a sua forma do sapato e ai as coisas ficam interessantes. A história é legal, muito parecido com o Zorro, surpreende e envolve em uma trama deliciosa. Vocês todas vão querer virar caçadoras de Lobo. Boa leitura com certeza vai ter. 

Capítulo Um 

Burgo De Osma. Soria. 1793 
Levantou a taça e brindou pelo soberano, Carlos IV, como o resto das pessoas reunidas no salão. Através do líquido ambarino observou ao jovem que, reclinado com certa indolência na lareira, deixava seu olhar perder-se para além daquele recinto. 
Dom Enrique de Maqueda e Castejón atravessou a sala até chegar a ele. 
Seu neto piscou ao vê-lo e esboçou um meio sorriso que foi correspondido.
- Saúde, avô. - Saúde. Por um longo e próspero reinado de nosso monarca. 
Às escuras sobrancelhas de Carlos de Maqueda e Suelves, marquês de Abejo, formaram um arco perfeito e um toque de sarcasmo, apareceu agora em seus lábios. 
- Deixa que eu mude o brinde, avô? – propôs - Por um próspero e feliz reinado de Sua Majestade, Dona María Luisa Teresa e de seu novo favorito, Godoy. 
Dom Enrique deu uma olhada nervosa a seu redor. 
- Baixe a voz, demônio – ordenou - Quer que algum desgraçado o delate como contrário ao rei? 
O mais jovem encolheu os ombros com um gesto de aborrecimento e despreocupação em partes iguais. 
- Não sou contrário ao rei, a não ser aos excessos de nossa rainha. De todos os modos a quem importaria que alguém me delatasse? 
- Importaria a mim – protestou o ancião - Se quer se matar se aliste em qualquer guerra, hoje em dia há muitas, mas não quero que o prendam em minha casa. 
- Me prender por dizer em voz alta o que muitos pensam?
- Tem coisas que é melhor manter em silêncio – pegou-o pelo braço e o levou até um extremo mais afastado do salão, onde nenhum convidado pudesse escutá-los.
Sobretudo, onde não pudesse ouvi-los o juiz, dom Gonzalo Torres, um indivíduo de poucos escrúpulos e leal seguidor da caprichosa mulher que ocupava o trono da Espanha.
- Carlos, vigia sua língua. Há inimigos em cada canto. 
 - Está ficando pesado, velho.