14 de abril de 2012

Amor Eterno

Um amor pode transcender o tempo? 


O Duque não saberia dizer por que queria visitar o Templo de Luxor sozinho. 
Desde sua chegada um estranho impulso, uma espécie de predestinação, o fazia seguir pelo Rio Nilo, na direção das ruínas. 
Agora, ali estava, entre os altos pilares banhados pelo sol poente. 
E a mulher a sua frente parecia uma visão. 
Dasher aproximou-se dela e disse, 
— Quando a vi, pensei que não fosse real, mas um rosto esculpido na pedra da coluna em que estava recostada. 
O rosto de alguém que havia vivido aqui milhares de anos atrás. A moça levantou para ele os olhos incrivelmente azuis e respondeu, com voz suave e musical, 
— Sei que vivi. E o Senhor... também! 


Capítulo Um 


1892 
 — Tenho algo a dizer. O Duque de Darleston, que se preparava para voltar para o quarto, virou-se e perguntou, 
— O quê? — Edward Thetford me pediu... Em casamento. Houve um breve silêncio antes do Duque dizer, — Acho que devia aceitar Myrtle. Ele é um tanto pomposo, mas rico e um bom homem. 
Lady Garforth hesitou por alguns instantes antes de fazer a pergunta, — Imagino que você não se casaria comigo, não é? O Duque sorriu. 
— Não me lembro se foi Oscar Wilde ou Lillie Langtry quem disse que bons amantes são péssimos maridos. 
— Foi o Príncipe de Gales, e é bem verdade, no que diz respeito a ele. 
— E também seria no que me diz respeito. 
— Mas temos sido tão felizes, Dasher — disse ela, com um pequeno soluço — E você sabe que eu o amo. — Thetford é o marido ideal para você. Ele sabe sobre nós? 
— Tenho quase certeza de que suspeita de alguma coisa, mas nunca tocou no assunto. É Cavalheiro demais para me fazer perguntas embaraçosas. 
O Duque riu. — Se conheço bem Thetford, ele só sabe daquilo que o agrada e ignora o resto. Case com ele, Myrtle. Vai satisfazer todos os seus caprichos, e, além do mais, os diamantes da família ficarão muito bem em você. 
— Oh, Dasher! — Chorosa Lady Garforth escondeu o rosto no ombro dele. 
O Duque abraçou-a com carinho. Myrtle, sem dúvida, era uma doce mulher, e ele gostava muito dela. Tinham desfrutado uma relação apaixonada e ao mesmo tempo amigável nos últimos cinco meses. 
Mas se havia uma coisa que ele sempre evitava era ficar preso demais a qualquer mulher. 
— O que quer da vida, Dasher? — Myrtle perguntou. 
— Tudo, menos casamento. 
— Mas terá de se casar, cedo ou tarde. Não se esqueça de que seu pai teve quatro filhas antes de você nascer. 
— Meus pais nunca me deixam esquecer isso. 
Não era de admirar que a família o tivesse mimado desde pequeno. 
Dasher era bastante honesto para reconhecer que tantos cuidados o haviam estragado. 
As quatro irmãs o adoravam, e o pai acreditava que o sol e a lua só nasciam e se punham por causa de seu amado filho. Lembrava-se da mãe dizendo ao marido, 
— Não deve fazer todas as vontades dele. Senão, quando crescer ficará insuportável. 
O que salvou o Duque de tal destino foi o fato de ser muito inteligente. 
Na verdade, o único problema na vida de Dasher, se é que se podia chamar de problema, era evitar o casamento com uma das inúmeras damas ambiciosas decididas a agarrá-lo para si mesmas ou para as filhas. — Um dia você vai se apaixonar, Dasher — disse Myrtle. 
Ele pareceu surpreso. — Está insinuando que nunca me apaixonei? 
— Não é uma insinuação, é um fato. 
O Duque ia zombar de uma declaração tão absurda, mas, de repente, percebeu que era verdade. 
Nunca tinha sido capaz de resistir a um rosto bonito, a olhos cheios de convites e lábios provocantes. Nessas ocasiões, dizia a si mesmo que estava loucamente apaixonado. 
Agora, no entanto, pensando na curta duração de seus tórridos romances, chegava à conclusão de que Myrtle estava certa.
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2 comentários:

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