28 de outubro de 2012

Muito Além da Paixão

Lord Ross Carlisle é um pesquisador cujas viagens ao Oriente Médio ao longo dos últimos doze anos lhe trouxeram fama, fortuna e desafios suficientes para distraí-lo da lembrança da traição de sua jovem e linda ex-esposa. 

No entanto, quando está prestes a embarcar em sua próxima aventura, Ross recebe duas notícias que irão mudar sua vida para sempre... 
Aos dezessete anos, Juliet Cameron tinha tudo. Filha de um diplomata inglês, ela era bonita, já viajara para vários lugares do mundo e era casada com o charmoso e atraente lorde Ross Carlisle. 
Mas um terrível segredo e o medo de um amor tão avassalador que ameaçava engolfar sua natureza impetuosa a levaram a fugir para as adoradas terras da Pérsia onde ela vivera sua infância. 
Agora, doze anos depois, uma promessa de honra leva Ross Carlisle ao território cercado de perigos onde Juliet vive. Viajando juntos numa traiçoeira missão de resgate através do exótico Oriente Médio, este homem e esta mulher, que no passado se amaram loucamente e hoje são como estranhos um para o outro, enfrentam perigos desconhecidos. 
E quando a paixão que um dia os uniu começa novamente a se incendiar sob o sol inclemente do deserto, cabe a Juliet a decisão de entregar-se àquele amor há tanto tempo negada... 


Capítulo Um 

Londres, outubro de 1840 

Lorde Ross Carlisle sorveu um longo gole de conhaque, pensando, divertido, que assistir a dois periquitos se tocar com os bicos e arrulhar era o suficiente para levar um homem aos lugares mais remotos da Terra, exatamente aonde ele estava prestes a ir. 
E não facilitava em nada o fato de que os felizes amantes eram seus melhores amigos. Talvez até dificultasse. Passeou o olhar pela confortável sala de visitas, onde saboreavam um drinque pós-jantar; conhaque para os dois homens, limonada para lady Sara, que estava nos primeiros meses de gestação e havia perdido o gosto pelo álcool. 
Os três haviam passado muitas noites como aquela, juntos, e Ross sentiria muita falta da conversa e da companhia. Enfim, lembrando-se das obrigações, o anfitrião de Ross quebrou o silêncio e ergueu uma garrafa. 
— Mais conhaque, Ross? 
— Mais uma dose, por favor. Não mais do que isso, ou não me sentirei bem para partir em viagem amanhã cedo. Mikahl Connery entornou uma pequena quantidade do líquido, cor de âmbar no cálice de ambos. 
Erguendo seu cálice, disse: 
— Que você tenha uma emocionante e produtiva viagem. 
A esposa, lady Sara Connery, também levantou o copo e acrescentou: 
— E, depois de tamanha diversão, volte para casa em segurança.
— Vou beber na esperança de que ambos os desejos se concretizem. 
— Ross dirigiu um olhar afetuoso a Sara, refletindo em como o casamento estava fazendo bem a ela. Sara era sua prima, e os dois partilhavam da incomum combinação de olhos castanhos e cabelos amarelos-ouro brilhantes, porém a prima aparentava uma serenidade tão íntima que ele nunca havia notado. 
Durante vários anos, ele só encontrava paz enquanto viajava, desafiando a si mesmo em situações que requeriam toda sua atenção e força. 
— Não fique preocupada enquanto eu estiver fora, Sara. 
O Oriente é menos perigoso do que muitos outros lugares em que já estive. Decerto é mais seguro do que as montanhas selvagens onde encontrei seu inquietante marido. Mikahl sorveu a bebida e baixou o cálice. 
— Talvez seja hora de desistir dessas perambulações incessantes e sossegar, Ross — ele opinou, os olhos verdes brilhando intensamente. Então, pousou a mão enorme sobre a de Sara. 
— Uma esposa é bem mais excitante do que uma cidade deserta e destruída. Ross sorriu. 
 — Não há entusiasta maior do que um convertido. Quando veio à Inglaterra, cerca de um ano e meio atrás, você teria gargalhado ante a ideia de casamento. 
— Mas sou muito mais sensato agora. — Mikahl passou o braço sobre os ombros da esposa e a puxou para mais perto de si. 
— É claro que há apenas uma Sara, no entanto, em algum lugar da Inglaterra, deve haver uma esposa satisfatória para você. 
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