1 de fevereiro de 2015

Armadilha para um Duque


Fugindo de uma armadilha, o duque deixou-se prender pelo verdadeiro amor...

O duque Gcorgic de Stevenwood escrevia uma carta em seu quarto, na Estalagem dos Carvalhos, quando um grito lancinante cortou o silêncio da noite. 

Quase ao mesmo tempo, a porta de seu quarto se abriu, e uma jovem entrou, quase desfalecida, e lançou-se em seus braços pedindo com voz quase inaudível: “Por favor, salve-me, meu padrasto quer me matar...” 
Ao olhar o belo rosto em seus braços, Georgie soube que encontrara alguém muito especial em sua vida. Só não sabia que teria um grande enigma para resolver...

Capítulo Um

1870, Escócia.
O duque de Stevenwood dirigia sua carruagem com mãos firmes através do tráfego, na direção da casa da avó. Estava ansioso por vê-la. Preocupava-se muito com ela, pois a saúde da velha senhora não era mais tão boa como costumava ser.
Sua avó fora, um dia, uma das grandes beldades de Londres, a anfitriã que oferecia as festas mais famosas e a melhor comida. Recebia toda a sociedade da Realeza, até o mais novo membro do beau monde.
Agora ela estava de cama. Embora ainda bastante bonita, tinha aspecto muito frágil. Cada vez que o duque a visitava ficava com a impressão de que seria o último encontro.
Ela lhe enviara uma carta pedindo-lhe que aparecesse o mais depressa possível. O duque então cancelara o almoço com uma linda mulher que ocupava, no momento, muitas horas de sua vida.
Mandou um recado à avó dizendo que estaria lá mais ou menos ao meio-dia.
Enquanto seguia em sua carruagem se perguntava se havia algo errado ou se a avó apenas queria sua companhia, coisa que ela requisitava de quando em quando. E ele tentava satisfazê-la à medida do possível.
Enquanto dirigia pelas ruas de Mayfair, não havia um só representante do sexo masculino que não prestasse atenção em seus cavalos. E as mulheres, estas, assim que o notavam, achavam impossível desviar o olhar do homem que tinha as rédeas nas mãos, e fitavam-no uma segunda vez, uma terceira... O duque era, de fato, muitíssimo atraente.
Certa ocasião, alguém comentara sobre seu irresistível charme, de um modo cheio de despeito:
— Qualquer mulher, bonita ou feia, rica ou pobre, deseja atirar-se em seus braços.
Mas, sem dúvida, não era apenas o aspecto dele que fazia as mães das debutantes convidá-lo para todas as festas. Tratava-se de homem muito rico e importante.
Não havia ninguém em toda a Londres que possuísse melhor ou mais impressionante acervo, como coleção de telas, de móveis e de tudo o que pudesse interessar a um bom conhecedor de arte. Na verdade, os duques de Stevenwood eram antigos amantes da arte.
De acordo com a opinião de muitas pessoas, o atual duque aumentava o valor dessa riqueza com sua aparência atraente, muito mais interessante do que tudo o que existia no enorme Palácio Stevenwood.
O nome original do palácio era Stevenwood Towers. Porém, quando a rainha Anne lá estivera a convite de um dos duques de Stevenwood, dissera:
— Vim, afinal, conhecer seu Palácio. Nenhuma outra denominação poderia descrevê-lo com mais autenticidade.
Depois disso, os Stevenwood passaram a chamar a própria residência de Palácio.
Ninguém jamais discutira acerca da mudança do nome.
A casa da velha duquesa, em Londres, era quase tão bem decorada quanto o Palácio, embora menor e menos majestosa.
Ao deixar o Palácio, por ocasião da morte do marido, ela levara consigo grande quantidade de telas e louças, as de que mais gostava. Mas em seu testamento especificara com clareza que, por ocasião de sua morte, tudo voltaria para lá.
— Quero me sentir em casa, onde quer que eu vá morar — explicara ao se mudar. — E perdoem-me por querer decorar minha casa assim, mas, ao acordar todas as manhãs, desejo me imaginar no Palácio e sentir a mesma felicidade que sentia quando meu marido era vivo.
A mãe do atual duque, que continuara vivendo no Palácio com o marido e o filho, morrera há cinco anos, sendo já viúva. A velha duquesa era portanto, no momento, a única duquesa de Stevenwood.
O duque sofrera demais com a morte prematura da mãe, pois a amava muito, e transferira para a avó todo o afeto filial. A velha senhora tomara o lugar da mãe em seu coração.


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