Roca prepara a campanha para o deserto a fim de concorrer à presidência da Nação.
Laura Escalante, mulher de destaque da vida cultural e política de sua cidade nunca esqueceu o índio Nahueltruz Guor, convertido no excêntrico Lorenzo Dionisio Rosas, volta a sua terra depois de seis anos para vingar-se de quem o traiu e quebrou seu coração. Este encontro irá perturbar a ambos. Eles nunca mais serão os mesmos.
Capítulo Um
A amante do doutor Riglos
A missa recém começava e as vozes se elevavam para cantar o Kyrie eléison1. Laura Escalante o entoava com vontade, movida mais por sua inclinação ao canto que por sua devoção religiosa.
O coro de meninos e os dramáticos acordes do órgão, que inundavam as naves da Catedral Metropolitana, levaram-na a aceitar que, apesar de tudo, dona Luisa del Solar tinha razão ao se opor em comemorar o segundo aniversário da morte de Julián Riglos na capela da baronesa, como era conhecida a capela da casa de La Santíssima Trinidad, construída a mando da bisavó de Laura, Pilar de Mora y Aragón, esposa de Abelardo Montes, barão de Pontevedra. Embora a rua já levasse o nome de San Martín, na mansão dos Montes os portenhos2 ainda a chamavam de La Santíssima Trinidad.
- Querida - havia interposto dona Luisa dias atrás - como você pensa reunir todas as pessoas que participarão do aniversário de Juliancito na capela da baronesa, que, apertados, só admite umas vinte pessoas? Sabe quão querido e apreciado ele era, todos seus amigos vão querer estar ali, além dos seus parentes, dos meus e dos dele.
Apesar de Julián Riglos ter voltado a se casar depois da morte de Catalina del Solar, para dona Luisa ele continuava sendo Juliancito, seu adorado genro.
Que ele o tivesse feito com Laurita Escalante só exaltou o carinho e grande respeito que ela tinha por ele. Por isso, a matrona portenha se acreditava com direito de fazer e desfazer quando se tratasse de honrar a memória de Juliancito, e Laura permitia. Dona Luisa del Solar, sentada junto a ela no primeiro banco, entoava as estrofes de Gloria com a voz estridente e desafinada, pronunciando pessimamente o latim, sem se intimidar, ao contrário, demonstrava a segurança e superioridade de uma soprano.
Laura levou o leque à boca para esconder um sorriso, afinal de contas, ninguém aprovaria que a viúva risse na missa de seu finado marido.
De fato, as amizades e conhecidos de Laura Escalante já estavam curados do espanto, e se a jovem viúva começasse a rir às gargalhadas enquanto o sacerdote pronunciasse o sermão, não teriam se surpreendido. Da Escalante esperavam qualquer coisa.
Por acaso ela não tinha dado o que falar, exatamente há dois anos, ao se negar a usar luto quando faleceu seu esposo Julián?
Nossaaaaaa,Florencia Bonelli é tudooo...que bom que traduziram (obrigada a quem traduziu),estava ansiosa para ler!!
ResponderExcluirEspero que saia mais livros dessa autora,pois infelizmente tá difícil de ser publicado aqui no Brasil viu,uma pena,as editoras estão perdendo uma ótima chance.
Bjos
Lindissimo como são todos livros da Florencia!
ResponderExcluirTbm adoro as historias de Florência Bonelli ,e essa não poderia ser diferente. Maravilhoso!!!
ResponderExcluirAmo os livros desta autora´realmente são muito bons, as personagens são muito fortes, há tramas paralelas muito envolventes e por aí vai... mas, neste segundo livro não me agradei do comportamento do mocinho, insistindo em não perdoar uma traição que nem existiu, tudo ficou muito claro e óbvio para ele, mas, fazia questão de não querer entender. E enquanto ela passava todos os anos se lamentando por ele... o bonitão estava cheio de amantes e inclusive reatou o caso com uma amante e a pediu em casamento a poucas páginas do fim do livro só porque descobriu que o único amante que a pobre mocinha teve (além dele )era seu "inimigo"(na verdade um tdb que foi muito melhor pra ela... se não fosse casado). Logo, cerca de um quarto do livro( o quarto final) vemos ele tratando ela feito um cachorro, enquanto ela rastejava a seus pés, até que ele estala os dedos e a aceita.... a mocinha era forte o suficiente para inverter os papéis... detesto ver mocinha humilhada sem dar o troco. Quem tem que sofrer são eles e não elas...
ResponderExcluirTambém amo os livros de Florência Bonelli, estamos com um pedido de assinatura para que as editoras publiquem os outros livros dela. Assinem e repassem!!! " Queremos Florência Bonelli publicada no Brasil"
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