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25 de fevereiro de 2018

Rosas e Espinhos

Série Worthington Hall
Estamos no primeiro trimestre do século XIX, cada vez mais as mulheres se perguntam sobre seu papel em uma sociedade governada pelos homens.
Marjorie está há um ano em Nova Iorque, com novos amigos e novas experiências, embora isso não faça com que se esqueça de Henrietta e Robert. 
Na casa da condessa vai-se celebrar uma festa de aniversário e espera-se a chegada de William nas próximas semanas. 
Marjorie se prepara para voltar para Worthington para passar o verão, mas não imagina que vai encontrar seu amor de novo. O amor de Henrietta e Robert sofrerá uma dura prova que abalará este apaixonado casal. Última novela da série Worthington Hall que começou com «Ensina-me a te amar» e continuou com «Aprendendo a te querer».

Capítulo Um

Henrietta contemplava encantada o seu marido, que punha sempre a voz mais doce para falar com o pequeno Rob. Sustentava-o em seus fortes braços com enorme desenvoltura e passeava pelo jardim lhe falando de todo o tipo de coisas, especialmente de todas aquelas que pensava lhe ensinar quando aprendesse a caminhar. 
Ela voltou a agarrar a carta de Marjorie para relê-la e sentiu a saudade que sempre a invadia quando pensava em sua cunhada. Sentia muito sua falta e embora o fato de saber que era feliz em sua nova vida amortecesse em algo o seu pesar, uma parte dela tinha desejado que não se aclimasse tão facilmente a esse novo mundo. «Meus queridos irmãos: Hoje suportei bastante bem a chegada de sua carta. 
É a primeira que leio sem que me caia nenhuma lágrima. Eu adorei o vestido que me enviou, é precioso e como sempre tem razão: celeste é a cor que mais me favorece. Sinto-me feliz ao saber que o pequeno Rob se acostumou tão bem à sua vida em Worthington Hall, claro que não sente saudades porque não há um lugar que considerasse melhor para viver. 
Na segunda-feira passada chegou a carta do William. Estará aqui em duas semanas e ficará conosco até que juntos empreendamos a volta a Londres. 
A condessa está muito bem, já se acomodou com perfeição a esta cidade. Tem bons amigos, além do senhor Granger do qual já lhes falei em outras ocasiões, e não tem tempo de aborrecer-se. Além disso, aqui é como uma atração para todos, nada menos que uma condessa! Natalie, a neta do senhor Granger, converteu-se em minha melhor amiga e tenho que dizer que nunca nos deveriam julgar por nossas características, que não poderiam ser mais opostas. 
Também lhes posso dizer que já faz mais de dois meses que a condessa não despediu ninguém do serviço, assim acredito que, por fim, conseguimos estabilizar a situação, embora não deixe de estar atenta e siga seus conselhos ao pé da letra, me adiantando a qualquer eventualidade. 
Esta casa é enorme, não tanto como Worthington Hall, mas muito mais que a maioria desta cidade, e há muitas coisas que se deve ter em conta, mas a dirijo muito bem. Esta tarde tive um prazer inesperado. Conheci a Catherine Sloper, uma mulher das mais interessantes. Estou segura de que você gostaria muito dela, Henrietta. falámos sobre você, é uma entusiasta de seus escritos, não perde um artigo seu. 
É uma mulher surpreendente, independente e com uma conversação das mais amenas. Não se casou e vive com sua tia em uma formosa casa nesta mesma rua. 
Tinha ouvido falar dela, mas até hoje não tinha podido dar-lhe mais que uma saudação. Em nada se parece com a outra Catherine de que te falei em minha anterior carta, a esposa do doutor Travis. Sinto dizê-lo mas segue me parecendo uma mulher mesquinha e que com sua pouca inteligência e empatia faz mal a todo aquele que o permite. Segui seus conselhos e trato de me manter o mais afastada possível de seu raio de ação, mas sua filha não me põe isso nada fácil. 
Ao que parece Rachel Travis acredita que podemos ser amigas, apesar de que não tenho feito nada para merecer tal distinção, muito pelo contrário. 
Terminei o último quadro da série de Central Park. Natalie foi uma amiga excelente e me acompanhou muitos dias sem queixar-se por ter que estar horas sentada em um banco lendo, enquanto eu me isolava em meu mundo, já sabem a que me refiro. 
É uma excelente amiga e me ajudou a suportar o fato de estar longe de vós…» Henrietta respirou fundo e olhou para seu marido que seguia passeando com o pequeno Rob em seus braços. Nos dias posteriores à ida de Marjorie se deu conta de até que ponto a jovem tinha feito mossa em seu coração. A relação que tinha estabelecido com sua cunhada era a de uma verdadeira irmã. Sem invejas, sem falsidade de nenhuma classe, somente um sincero afeto, uma verdadeira preocupação pelo bem-estar da outra, sem que houvesse a mais mínima fibra de ressentimento entre ambas. 



Série Worthington Hall
1 - Ensina-me a te Amar
2 - Aprendendo a te Amar
3 - Rosas e Espinhos
Série Concluída

6 de maio de 2017

Aprendendo a te Amar

Série Worthington Hall
Henrietta e Robert seguem com sua apaixonada relação. 
Dois temperamentos fortes unidos por um poderoso laço de duas pontas: amor e respeito.
Marjorie, a irmã de Robert, vive com eles e reúne seu amor pela leitura com seu talento para pintar. 
William Harvey, o melhor amigo de Robert, se converteu em alguém importante para ela.
A vida no Worthington Hall caminha suave e tranquila, até que um acontecimento inesperado voltará a pôr suas vidas ao avesso.

Capítulo Um

—Esta mulher é impossível!
Lorde Worthington bateu a porta ao sair o que fez tremer as paredes. Subiu sobre Tormenta quase de um salto e se afastou à galope de Worthington Hall como se temesse que o perseguisse o próprio demônio. Marcus moveu a cabeça e, sem saber se ria ou preocupava-se, voltou para seu trabalho.
Sua esposa estava aos pés da escada com os braços estirados em ambos lados do corpo e os punhos apertados. Estava furiosa, mas sabia que não podia demonstrá-lo. Era uma dama.
—O que eram esses gritos? —Marjorie apareceu no alto das escadas esfregando os olhos.
Henrietta se sentiu mortificada ao estar consciente do espetáculo que haviam dado. Subiu correndo e agarrou a sua cunhada pelos ombros acompanhando-a até seu quarto.
—Peço-te desculpas, Marjorie, não deveríamos nos comportar deste modo —disse entrando atrás dela na habitação.
—Como se fosse a primeira vez! —disse Marjorie sorrindo ao sentar-se na cama e olhar a sua cunhada.
Henrietta ficou vermelha, como sempre. Já tinha descartado a possibilidade de livrar-se daquela estúpida debilidade. Imaginava-se tendo oitenta anos e ficando vermelha por qualquer tolice. Sentou-se junto a Marjorie olhando para a porta.
—Não sei como controlar seu gênio —disse.
—Seu gênio? —disse Marjorie surpreendida—. E o teu?
Henrietta a olhou desconcertada.
—Quando passei a viver aqui faz um ano, foi uma pessoa contida, inclusive um pouco enrijecida, nada a ver com a pessoa que é agora —disse a jovem—. Vi-os discutir e não te reprime, irmâzinha.
Henrietta abriu a boca assombrada, mas voltou a fechá-la e meditou sobre isso. Marjorie tinha razão, não se continha quando discutiam, suas forças se mediam em igualdade, algo que violava todas as normas de comportamento de uma esposa. A segurança que tinha, aumentando dia a dia estava fazendo que suas reservas frente aos outros estivessem desaparecendo. Se não tomasse cuidado, qualquer dia discutiria com ele sobre o voto feminino em meio de um jantar com convidados.
Henrietta levou a mão à boca emocionada por aquele descobrimento. Pensou que possivelmente Robert acreditava que lhe tinha perdido o respeito e se sentiu terrivelmente mal.
—Tenho que ir ver seu irmão —disse ficando de pé.
—Agora? —perguntou Marjorie rindo.
Henrietta assentiu.
—Sim, e aproveitarei para perguntar ao senhor Diamond por sua filha, soube que está grávida —disse Henrietta.
—Não me parece boa idéia —respondeu Marjorie ficando de pé—. Por que discutiam sobre a Mary?
—Não era nada, minhas tolices.
Henrietta deu as costas temendo que sua cara falasse por ela, e sentou-se à frente da penteadeira de sua cunhada. Marjorie se aproximou por trás e a abraçou apoiando o queixo em seu ombro. As duas jovens se viram refletidas no espelho. Ambas tinham olhos grandes e expressivos, mas o nariz de Henrietta era menor e afilado e os lábios da Marjorie eram
mais carnudos. Igual aos de seu irmão. No que sim, se assemelhavam muito era na suave pele de cor rosada, que tendia a avermelhar-se quando as violentavam de algum modo.
—Pareço-te bonita, Henrietta? —perguntou Marjorie de repente.
Sua cunhada a observou e um enorme sorriso se desenhou em seus lábios.
—É preciosa, Marjorie.


Série Worthington Hall
1 - Ensina-me a te Amar
2 - Aprendendo a te Amar
3 - Rosas e Espinhos
Série Concluída

22 de abril de 2017

Ensina-me a te Amar

Série Worthington Hall
Henrietta e Lídia, as duas filhas de lady Margaret Tomlin, não receberam o mesmo carinho por parte de sua mãe. 
Para lady Tomlin, sua filha mais velha é feia e desagradável, enquanto Lídia é um modelo de perfeição.
Henrietta é uma mulher à frente de seu tempo, que não precisa de adulação para levar uma vida feliz. Lídia é a prometida de Robert, Lorde Worthington, e em breve celebrarão suas núpcias.
Ou não, porque o destino vai surpreender a estas duas irmãs. Amor apaixonado e intriga na Inglaterra do século XIX.

Capitulo Um

Henrietta Tomlin se olhava no espelho com aquela expressão entre ácida e deprimida, com que sempre enfrentava esse momento tão dramático: a aprovação de sua mãe.
—Henrietta já te disse que a cor verde não te favorece em nada — disse lady Margaret olhando sua filha com reprovadora expressão. —O vestido branco teria sido muito mais adequado para… seu físico.
Henrietta sabia perfeitamente o que sua mãe estava dizendo, em sua cabeça tinha escutado, uma a uma, todas as palavras que lady Margaret não tinha se atrevido a pronunciar.
«Henrietta esse vestido foi feito para uma jovem bela e não para alguém com um físico tão vulgar e comum como o seu.»
—Querida minha — disse sua mãe, aproximando-se dela e fazendo um gesto que queria ser uma carícia em uma de suas pálidas bochechas —Não deve se angustiar, já sabe o que sempre digo, o mais importante é reconhecer nossos defeitos e carências. Não é aconselhável esperar que sejam os outros que descubram por nós.
—Sim, mamãe. Já me disse isso muitas vezes e graças a você tenho todas as minhas carências muito assumidas. Meu nariz é muito pequeno, meus olhos muito grandes, minha boca excessiva… — recitou a jovem.
—Isso! É igualzinha a seu pai — sorriu lady Margaret caminhando para a porta —Tem tempo para se trocar, mas se apresse, saímos assim que sua irmã estiver pronta. Lídia! Aonde vai?
—Ver minha irmãzinha. OH, Henrietta, está linda! A cor verde combina com seus olhos.
Lídia era a filha mais nova dos Tomlin. Era uma jovem elegante e muito bela, que em nada se parecia com sua irmã mais velha. Lady Margaret sempre dizia que era como ela, quando era jovem.
—Estava a ponto de tirá-lo — disse a primogênita da família.—Mamãe pensa que não me favorece em nada.
—Por que diz isso, mamãe? — disse Lídia olhando sua mãe —Está muito bonita.
—Para isso teria que sê-lo — murmurou lady Margaret.
—O que disse mamãe? — perguntou Lídia, arrumando a saia do vestido de sua irmã —Não fale tão baixo para que eu não te entenda.
—Deve terminar de se arrumar, Lídia, a festa é em sua homenagem e não pode descuidar de nenhum detalhe.
Lídia olhou para sua irmã com cara de aborrecimento, aproveitando que sua mãe estava de costas e não podia vê-la.
—Já estou quase pronta, mamãe, só tenho que pôr as jóias e descerei. Tenho certeza que papai estava te procurando — mentiu.
—Este homem não sabe fazer nada sem mim! Não sei o que vai ser dele no dia em que eu não esteja!

Série Worthington Hall
1 - Ensina-me a te Amar
2 - Aprendendo a te Amar
3 - Rosas e Espinhos
Série Concluída