26 de outubro de 2018

Rebelde

Série Guerreiros MacKinnon
Acusados de um crime que não cometeram, os irmãos MacKinnon enfrentam uma sentença de morte a menos que aceitem servir a Coroa Britânica e lutar contra os franceses.

Aliados com as tribos indígenas que vivem no deserto, os guerreiros das Highlands escocesas compõem uma nova classe de soldados, Os Rangers MacKinnon.
O major Connor MacKinnon despreza o seu comandante, lorde William Wentworth, mais que a qualquer homem. Porém, quando Wentworth pede que vá resgatar sua sobrinha dos índios Shawnee, que a tomaram como prisioneira, Connor aceita, embora espere encontrar em lady Sarah Woodville um ser tão despresível quanto seu tio. Para sua surpresa, encontra uma garota valente e bonita, mas em perigo e desesperada. No entanto, a única maneira de libertar Sarah é Connor derrotando o guerreiro Shawnee que a sequestrou e a reclamando como sua esposa.
Devastada pela tragédia que assolou sua vida protegida em Londres, lady Sarah não está preparada para a dureza das colônias fronteiriças, nem para a atração que sente por Connor. Contudo, quando chegam a civilização, é ela quem deve protegê-lo. Se seu tio descobrir o que Connor teve que fazer para salvá-la, o matará. Mas, as chamas da paixão, uma vez acesas são difíceis de apagar. Quando o desejo se transforma em amor, Connor terá que desafiar todo um império para manter Sarah ao seu lado.

Capítulo Um

20 de março de 1760, a noroeste de Albany
Lady Sarah Woodville lutava para manter-se ao lado do seu captor, os pulmões doendo pela respiração e uma pontada, parecida a uma afiada adaga, nas costas. Implacável, ele puxou-a para frente, ajustando o cordão de couro que segurava seus pulsos. Os dedos dos pés estavam rígidos pelo frio e suas coxas ardiam pela estrada íngreme colina acima. Cada passo era uma agonia, com os pés cheios de bolhas e os calcanhares em carne viva pelo couro molhado de seus novos sapatos. E, no entanto, não se atrevia a pedir que a soltasse, nem sequer que fossem mais devagar.
Sabia que ele a mataria.
Ela estava navegando com a Sra. Price, sua acompanhante e Jane, a nova criada da senhora em Nova York, pelo rio Hudson em direção a Albany, onde tinha planejado implorar ao seu tio William que a ajudasse, quando o capitão tinha se encontrado com icebergs de gelo bloqueando o rio. Tentou abrir caminho, mas terminou com o navio encalhado em um banco de areia ao lado da colina ocidental. Desfazendo-se em desculpas por seu erro de julgamento, enviou imediatamente alguém em busca de ajuda, assegurando a Sarah que Albany não estava longe, rio acima.
Mas o estômago da Sra. Price não conseguiu tolerar o balanço do navio encalhado. Para ajudar a aliviar seu mal de mar, o capitão, Sarah e Jane haviam desembarcado, junto com outros passageiros que ficaram enjoados.
Mas, assim que puseram os pés na colina, ouviram um tiro de mosquete e o capitão caiu morto.
Então, os mais terríveis gritos que poderiam ser concebidos saíram da floresta, seguidos por homens pintados, segurando mosquetes, facas e machados. E, em questão de momentos, todos os que haviam deixado o navio, além de Sarah, Jane e um jovem, haviam sido mortos, seus cabelos ensanguentados pendurados nos cintos de contas.
Tio William enviaria soldados. Ele poderia até enviar seus Rangers.
Sarah tinha contado oito atacantes, mas só podia ver a três agora, seu captor e os dois que carregavam Jane e o menino. Só em raras ocasiões, os índios olhavam para os seus prisioneiros e nunca com preocupação, seus rostos terríveis à vista, pintados em tons de vermelho e preto, com a cabeça raspada, exceto uma só mecha de cabelo sobre o couro cabeludo como uma crista, seus corpos estavam cobertos de peles curtidas e pintadas.
E pensar que ontem ela havia dito a Jane que esperava ver um índio.
Por quanto tempo caminharam? Sarah não podia dizer. A dor em seus pés tornou-se insuportável e ainda assim não teve escolha senão suportá-la. Os índios seguiram um caminho através de pinheiros altos, evitando a neve sempre que podiam, com o solo inclinado para cima e a floresta escura em torno deles. E, de repente, na distância, Sara ouviu o som dos tambores militares.
Soldados!
Os índios também ouviram. Pararam, falaram um com o outro com palavras silenciosas que Sarah não conseguiu entender. Jane inclinou-se contra uma árvore, tentando recuperar o fôlego e seus espessos cabelos vermelhos, depois que caíram dos grampos, ficaram pendurados nas costas numa trança longa. O menino olhou para Sarah, com medo em seus olhos verdes, seu rosto polvilhado com sardas. Vestido de entrecasaca, tinha aspecto de morar na fronteira. Quantos anos ele teria? Nove? Dez? Sua família estava entre os mortos?
Pobre criança!
A mente de Sarah derivou até os pensamentos de sua própria família. O que eles fariam quando descobrissem que havia sido levada pelos índios? Será que os pais se arrependeriam de mandá-la para longe? Ou seria sua culpa ter deixado à segurança de Nova York? Se ela tivesse sido a filha que sua mãe queria que ela fosse e não tão envolvida em sua música, não haveria nenhum escândalo e ela estaria segura em sua casa em Londres, longe desse lugar selvagem e terrível.
O menino se aproximou dela, como se estivesse buscando o conforto de uma mãe.
Não pense apenas em si mesma, Sarah, que vergonha! Você tem dezoito anos e ele é apenas uma criança.
Ela sorriu e ofereceu encorajamento silencioso. Então seus captores voltaram e olharam para eles como se estivessem cientes deles pela primeira vez. Aquele que segurava sua corda estendeu a mão, pegou uma mecha de seus cabelos entre os dedos e esfregou, seus olhos escuros cravados nos dela. Ela sentiu seu coração encolher sob seu olhar frio, mas se forçou a sustentar seu olhar, recusando-se a deixá-lo ver o quanto a assustava.
Nunca revele seu verdadeiro eu aos que não te amam de verdade.
As palavras de lady Margaret vieram até ela, um eco longe no tempo.
Então, novamente, ouviu o toque do tambor. Tão abruptamente quanto pararam, os índios começaram a se mover de novo, arrastando Sarah e os outros mais rápido desta vez, primeiro colina acima, depois para baixo, até que a dor nos pés de Sarah fosse tão insuportável que ela teve que lutar para não gritar, com lágrimas nos olhos. Então, finalmente, os índios pararam, deixando-os descansar perto de um córrego congelado na base da colina, inclusive libertando-os de suas amarras, como se soubessem que seus prisioneiros estavam muito exaustos para escapar.
Um dos índios entregou a Sarah um odre de água e fez um gesto para que bebesse. Assim o fez e com gratidão. Mas quando quis dar o odre a Jane, o arrancou de suas mãos.
Seu captor ajoelhou-se diante dela, com um par de mocassins nas mãos e olhou atordoada, como ele descartava os sapatos e as meias rasgadas e lavava suas bolhas com a água do odre e depois deslizava os mocassins macios e quentes em seus pés. Mostrando em seu rosto uma máscara fria de indiferença, se levantou e se afastou para falar com os outros. E por um momento, Sarah ficou sozinha com Jane e o menino. Ela encontrou o olhar do menino.
—Você é um jovem muito corajoso, como se chama?
—Thomas Wilkins, senhorita. —Thomas deu um sorriso triste, seu olhar caindo para seus mocassins. —Acredito que vai te manter com vida, pelo menos.
Suas palavras a surpreenderam.
—O que você quer dizer?
—Eles lhe deram água e mocassins, mas não a nós. —Seu olhar caiu a seus pés de novo. —Eles pensam que nossos soldados não poderão te seguir se você tiver mocassins em seus pés.
—Mas e você, Thomas e minha doce Jane?
Não muito mais velha do que ela, Jane tinha sido uma fiel companheira de Sarah desde que tinha sido enviada a Nova York para ficar com o governador DeLancey. Jane não enrugou o nariz para Sarah como as outras, pelo contrário, ela mostrou simpatia e compreensão, apesar do escândalo. Desde a morte de Lady Margaret, que tinha sido a única amiga de Sarah.
Ela deu a Sarah um sorriso trêmulo.
—Você deve continuar, eu acho, minha senhora, mas tenho medo de que nós dois ficaremos neste lugar solitário.
Um arrepio que não tinha nada a ver com o frio deslizou pelas costas de Sarah.
—Não! Não diga tal coisa!

4 comentários:

  1. Olá! faz meses que tento entrar para o grupo, mas ao clicar no link dá que a pág não existe.
    Fico muito triste, pois é meu blog favorito e não consigo mais baixar meus queridinhos.
    bjos.

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    Respostas
    1. Juliana qdo vc clica no link da minha página em de estar online no facebook, se não tem facebook leia ajuda, e na minha página peça amizade à moderação elas vão olhar seu perfil e aprovar, aí sim vc entra no link do grupo pois o grupo é secreto! bj

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  2. Eu gostei muito desta série e linda. Não tinha lido nada desta autora antes, mas gostei da série.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!