3 de maio de 2019

Cartas de uma Moribunda

Se devia morrer, primeiro ia culpar a  alguém... Preterivelmente a um atraente rompe corações!

Delirando com febre, Rosellen Lockharte reúne todas as suas forças para escrever várias cartas em seu leito de morte. Logo todos aqueles que a prejudicaram se inteirarão que em seu momento final foram perdoados por ela. Todos, exceto ele. Mas, por que esperar o dia do julgamento para dizer ao Visconde Stanford que pensa que ele é o mais atroz dos humanos?
A doce vingança da morte...própria Rosellen escreverá cartas de despedida e de vingança ao seu tio, à sua odiosa prima, à sua miserável patroa e ao perverso irmão de sua patroa. E ao homem que danificou sua única esperança de levar uma vida digna em Londres. Que melhor vingança que deixar que outros carreguem o peso de sua morte em suas consciências pelo resto de suas vidas? Zombou da morte e a vida zomba dela.
Mas o destino brincará com ela, pois Rosellen não só vencerá a morte como também agora o próprio homem que arruinou sua vida será quem a contragosto virá em seu resgate. Nem os anjos do céu poderiam haver predito o caos que se desatará a seguir, nem a magia do amor inesperado. . .

Capítulo Um

A senhorita Rosellen Lockharte estava morrendo. Ela podia aceitar isso, por assim dizê-lo, se não fosse pelo ruído e as luzes. Por que não podia chegar às suas últimas horas de vida em paz? Embora pensando-o bem, quando tinha tido um pouco de paz em sua vida?
Certamente não desde que tinha chegado à Seleta Academia para Jovens Distintas de Miss Merrihew.
Jovens distinguidas pela enfermidade e o contágio mais exatamente, Rosellen considerou enquanto se curvava miseravelmente na cama. Estava morrendo pela epidemia de gripe que tinha açoitado as garotas da escola. Inclusive essa nem sequer era a sua cama. Porque é óbvio, não havia ninguém com a piedade suficiente para atender à instrutora mais jovem e menos favorecida de miss Merrihew em seu diminuto quarto do apartamento de cobertura.
Rosellen e seus pertences tinham sido transportados por três lances de escadas semi destruídos a um dormitório que tinha sido convertido em uma enfermaria, onde ela podia ser igualmente ignorada e esquecida. 
Agora estava separada das outras mulheres doentes e seus gemidos, prantos e náuseas por um biombo raquítico. Mas nada separava seus olhos doloridos das lâmpadas que deixavam constantemente acesas. Quão único aliviava o calor era uma toalha empapada sobre sua testa quando uma das criadas conseguia lembrar-se de lhe trazer a toalha ou um tigela com água.
Uma taça de chá ou um caldo pareciam coisas que estavam além dos recursos do pessoal esgotado e das possibilidades de miss Merrihew.
Felizmente, como o estômago da senhorita Lockharte se rebelava ante a visão de comida de qualquer maneira, não havia nada que pudesse comer-se perto de sua cama. Por que desperdiçar um pedaço de pão com uma professora de caligrafia mau paga e pouco apreciada? Rosellen suspirou, ela mesma seria alimento de vermes dentro de pouco, isso é o que seria sem dúvida. Um soluço escapou de seus lábios secos.
— Aqui está, senhorita! — Ela escutou uma voz próxima, junto com o estrépito de uma bandeja, o qual queria dizer que era a hora de tomar o remédio. E a voz seria a da exausta criada Fanny, pois ninguém do pessoal docente se aproximava da enfermaria por temor ao contágio. — Não há necessidade de ficar tão mal. O doutor diz que deverá estar muito mais aliviada amanhã.
Cartas de uma Moribunda – Barbara Metzger
— Sei. — Rosellen choramingou. — Ouvi-o. — O médico local tinha estado parado justo do outro lado do velho biombo, ela o tinha ouvido arrastando seus pés e suas pernas instáveis e dizendo. — Sinto muito dizê-lo, mas não há esperança para esta, senhorita Merrihew. Irá para o outro lado amanhã, temo-me. — Ele nem sequer se incomodou em sussurrar, pensando que ela já estava inconsciente, Rosellen supunha.
Conteve outro soluço.
— Não é justo.
— Concordo completamente, senhorita. Lucy se foi com sua mãe e Aggie diz que se contagiou com a peste, então só ficou eu para fazer tudo. Qualquer um pensaria que a ama contrataria pessoal adicional para todo este trabalho extra, mas nada disso. Ajuda extra? Não vou viver para ver isso.
Tampouco Rosellen, mas ela não se referiu a essa injustiça. A vida em geral era injusta. É obvio que o era, todo mundo sabia isso. Exceto que este drama de morrer antes de fazer vinte e um anos parecia-lhe um truque particularmente sujo do destino. Rosellen Lockharte ia morrer antes de ter começado a viver. Nunca tinha dançado uma valsa, nunca tinha visto foguetes, nunca tinha tido um cão próprio. E agora nunca teria um filho próprio, uma horta, um amante.
Ela não tinha nada que chamasse a atenção.
Aos seus vinte anos não tinha nada destacável que mostrar, salvo as floridas caligrafias das letras p e q que ensinava às mimadas filhas da classe alta .
O céu sabia, e certamente São Pedro também, que essas moças caprichosas não podiam soletrar nem a palavra mamãe.



4 comentários:

  1. Olá, meninas!! Do meio do livro para o final fica mais interessante. Não senti um romance com humor. O mocinho demora horrores para "acreditar" na palavra da protagonista. No início a sensação que eu tive foi de confusão....me senti meio perdida no começo da história. Não é o melhor, mas da pra ler.

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  2. Eu já amei.dando risada até agora

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  3. Eu gostei muito do livro,vale aprna ler.
    Bjs

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  4. Eu gostei do livro, mas para o final parece que foi meio rápido e nas cenas românticas não tem detalhes mas dei boas risadas .

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!