17 de julho de 2019

Cúmplices nas Sombras

Série Irmãos de de Armas

Um foragido com mais honra que a maioria dos cavaleiros salvou Lady Elizabeth D’Averette de um destino pior que a morte, e ela decidiu recompensar sua valorosa intervenção. 

Entretanto, não pagaria um preço muito alto ao dormir em sua cama, embora fosse castamente? Finn apreciava a coragem, uma virtude que Lizette tinha em abundância. Seu caráter aventureiro parecia com o dela e estava disposta a acompanhá-lo em uma perigosa missão para resgatar ao Ryder, o irmão de Finn, e trazer à luz alguns segredos muito bem guardados da corte real. No entanto, era possível que uma nobre tão bela pudesse chegar a querer a um plebeu irlandês?

Capítulo Um

Midlands, 1204.
— Acreditava que ia enlouquecer se tivesse que seguir sentada nessa carroça. — Se queixou Lady Elizabeth de Averette, enquanto levantava a barra da saia e se dirigia para beira de um riacho.
— Não acha que deveríamos ficar com os homens? — Perguntou sua donzela que olhava nervosamente à escolta de soldados que também tinham desmontado.
Os homens brincavam e amaldiçoavam entre eles enquanto levavam os cavalos para água ou os deixavam pastando na erva abundante que havia ao lado da estrada. Alguns tinha tirado de seu alforje pedaços de pão ou davam goles de cerveja. 
O líder do cortejo, Iain Mac Kendren, não fazia nenhuma coisa nem outra. Estava com braços nos quadris e com os pés bem plantados no chão, como se fosse uma estátua, apenas o ligeiro movimento de sua cabeça dava a entender que estava vivo e vigilante.
— Ontem à noite ouvi o hospedeiro falar sobre um ladrão que assalta aos viajantes por esta área. — Disse Keldra quase sem respirar pelo medo. — Um homem enorme, bárbaro e espantoso!
Lizette, como conheciam suas irmãs e o povo de Averette, a olhou com um sorriso condescendente. Keldra só tinha quinze anos e não estava acostumada a viajar. Não admirava que se assustasse com qualquer história de ladrões, por mais exagerada ou desatinada que fosse.
— Segundo uma das moças, é um ladrão muito bonito. Também disse que não rouba às mulheres se elas derem um beijo, mas me parece algo saído de canção de um menestrel. Mas, seja como for o ladrão, temos cinquenta homens para nos proteger, além do Iain Mac Kendren, e estou segura de que não nos acontecerá nada.
— Isso espero. — Sussurrou Keldra como temesse que o ladrão pudesse ouvi-la.
Lizette, sorridente e encantada de sair da fechada carroça, tirou a tiara de prata e o véu de seda e se agachou à beira do riacho.
— Se ele se contenta com um beijo em vez de minhas roupas e joias, acredito que até poderia me divertir conhecendo-o.
— Milady...! — Exclamou Keldra escandalizada, o qual demonstrou o pouco que conhecia a sua senhora.
Lizette pegou água com as mãos e a levou aos lábios.
— Você não gostaria de beijar um canalha bonito?
— Não se for um foragido!
— Eu preferiria beijar a um foragido bonito do que alguns cortesãos, que acham obviamente que eu quero casar com eles. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!