8 de outubro de 2019

A Promessa de um Highlander

Série Noivas das Highlands
Aulay Buchanan se retirou para o pavilhão de caça de seu clã para alguns dias de relaxamento.

Mas a beleza de cabelos negros que ele puxa do oceano, amarrada a um mastro de barco quebrado, põe fim a qualquer chance de descanso. Embora ele a chame de Jetta, ela não sabe nada sobre sua verdadeira identidade, exceto que alguém está tentando matá-la. Enquanto ela se recupera, não será fácil para Aulay protegê-la e manter sua honra intacta, quando ela erroneamente acredita que eles são marido e mulher. Jetta enxerga além das cicatrizes de Aulay, o bravo e leal guerreiro que ela tem orgulho de chamar de seu. Mas à medida que as tentativas de tirar sua vida se tornam mais ostensivas, Jetta percebe que nem tudo é como ela acredita. E se Aulay não for seu marido, ela pode confiar no desejo que arde em seus olhos, ou em sua promessa de defendê-la com sua vida?

Lynsay Sands retorna à sua série de romances históricos “Noivas dos Highlanders” com o Livro 6 que conta a história do mais velho dos irmãos Buchanan: Aulay. Embora a história seja rápida e normalmente envolvente, como as anteriores, depende muito de um vilão psicótico.


Capítulo Um

— Pescando?
Aulay notou o horror na voz de seu irmão mais novo e sentiu sua boca se contorcer com humor amargo. Mas, continuando em direção à porta do pavilhão de caça, ele apenas rosnou:
— Foi o que eu disse, Alick — pescando. Eu lhe disse que estava vindo aqui para relaxar.
— Sim, mas eu pensei que você quis dizer... relaxar, como... relaxando.
— Você quer dizer bebidas, prostitutas e tal — sugeriu Aulay secamente.
— Sim — Alick concordou ansiosamente.
—Não. — Aulay abriu a porta, permitindo que o sol entrasse em cascata no quarto. Ele então se virou para encarar seu irmão e afastou o longo cabelo que costumava deixar cair sobre o lado destruido de seu rosto. Ele não ficou surpreso quando Alick engoliu em seco e desviou o olhar dele para o quarto em geral. Aulay tinha certeza de que o clarão luminoso da luz do sol apenas destacava a cicatriz feia que lhe cortava o lado do rosto.
— Eu não estou interessado em uma dor de cabeça por beber, ou a irritação de risonhas moças de bar que gritam como bebês quando vêem meu rosto — ele rosnou enquanto deixava o cabelo cair de volta no lugar. — Eu vim para relaxar. A pesca me relaxa. Foi por isso que depois do incêndio, mandei reconstruir a cabana de caça perto do oceano, em vez de onde estava a original. Trocando os pés, olhou para fora e depois para dentro antes de dizer: — Você é benvindo para vir, se quiser. Caso contrário, você também pode retornar a Buchanan. Pois não haverá prostituição ou bebida aqui.
Alick não se incomodou em esconder sua decepção, mas sacudiu a cabeça.
— Tudo bem então, é pescar. — Seguindo em frente, ele acrescentou:
— Mas eu não vou ficar as duas semanas inteiras com você, se tudo o que faremos é pescar. Um par de dias, talvez.
— Como queiras — disse Aulay, com fingido desinteresse, enquanto ele saía da cabana. Mas, na verdade, ele estava feliz que o rapaz não pretendesse ficar muito tempo. Ele queria vir sozinho, de qualquer maneira. Ele sempre preferia ficar sozinho quando seus humores negros aconteciam, e eles sempre o dominavam nessa época do ano. Amanhã era o aniversário da batalha que levara a vida de seu irmão gêmeo e o presenteara com a cicatriz que o arruinara. Aulay sabia por experiência que a melancolia logo cairia sobre ele como um manto, e ficaria por uma boa semana ou duas. Fora por isso que ele planejara essa viagem. Ele preferia ficar sozinho para lidar com seus humores sombrios. Sua família costumava interferir e tentar fazê-lo se sentir melhor. Mas, tudo o que eles realmente conseguiam fazer era aumentar sua miséria, fazendo-o sentir-se culpado por causar-lhes preocupação.
— Bem. Onde vamos pescar então? — Alick murmurou, seguindo-o para fora da cabana.
— No oceano — disse Aulay secamente. — Onde diabos você acha que eu o levaria para pescar?
— Oh. Certo — Alick murmurou.
— Certo — Aulay concordou, e balançou a cabeça enquanto caminhava para onde seu cavalo estava amarrado com o equipamento de pesca já esperando. Ele juntou varas de pescar, redes e os outros itens que eles precisavam e os fixou em sua sela enquanto esperava que Alick acordasse.
Em qualquer outra época do ano, Aulay teria caminhado até a praia. Não era tão longe. A nova cabana estava aninhada em uma clareira, em um vale bem arborizado, de modo que estaria protegida dos ventos frios de inverno, vindos do oceano. Tornou-se um passeio curto para a praia, mas não longe o suficiente para necessitar ir a cavalo até lá... a menos que alguém se encontrasse exausto apenas em pensar em percorrer essa distância, carregando sua rede e equipamento de pesca junto com ele, como fazia agora.
Era um passeio rápido a cavalo e Aulay e Alick logo estavam no pequeno barco que ele mantinha na praia e remando para longe da costa.
— A que distância estamos indo? — Alick perguntou, depois de alguns minutos.
— Não muito longe — Aulay respondeu, pacientemente.
Alick ficou em silêncio até quase contar até dez, antes de perguntar:
— Estamos quase lá?
Aulay revirou os olhos, mas depois parou de remar e ergueu os remos enquanto avistava algo ao longe. Com o olhar se estreitando, ele espiou por cima do ombro do irmão, tentando identificar o que estava vendo.
— O quê? — Alick perguntou, observando onde sua atenção tinha ido e olhando por cima do ombro para a água, além da proa da pequena embarcação.
— Há algo flutuando na água.
— Sim. — Aulay começou a remar novamente. Ele não podia dizer o que eles estavam olhando. Era grande. Pelo menos, parte disso era. Parte disso também era estreita.
— O que é isso? — Alick perguntou, virando-se em seu banco agora, para olhar de frente e ver melhor o que estava por vir.
— Não tenho certeza — admitiu Aulay.
Ambos apertaram os olhos para a distância, enquanto o barco se movia pela água, e então Alick falou:
— Acho que é o mastro de um barco.
Aulay grunhiu, agora capaz de ver, por si mesmo, que a coisa grande saindo da água era parte de um cesto da gávea. Estava de lado, com uma metade submersa e a outra metade acima da água.
Os dois ficaram em silêncio, enquanto ele, os impulsionava em direção aquilo e então Alick disse:
— Eu acho que há um corpo deitado na outra extremidade. Uma mulher.
— Uma mulher?

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