Série Noivas por correspondência
Capítulo Um
—Não se atreva a bater nessa criança! Henrietta Wentworth colocou seu prato de biscoitos e feijão a seu lado e levantou-se do tronco caído ao lado da fogueira onde estava sentada.
—Ele é meu filho. Vou bater nele se quiser. A senhora Lucille Templeton havia agarrado o braço de seu filho de sete anos, Griffin, enquanto ele tentava escapar após ter “acidentalmente” derrubado um prato de feijões no colo dela.
—Olhe para o meu vestido! Mrs. Templeton lamentou-se, encarando seu vestido de viagem de veludo verde, que estava claramente arruinado. Ela apertou ainda mais o braço do menino até que ele fez uma careta e disse: —Este pirralho diabólico derramou o prato de propósito. Ele merece a surra que irá levar.
Hetty cerrou os punhos e deu três passos para colocar-se de frente a Sra Templeton. —Você vai bater nessa criança sobre o meu cadáver. Deixe ele ir.
—Hah! Mrs. Templeton bufou. No entanto, ela afrouxou seu aperto, e Griffin se soltou e fugiu. Ele desapareceu por trás da carroça Conestoga em que todos tinham viajado desde Cheyenne, no Território de Wyoming, até Butte, no Território de Montana, onde a Sra Templeton estava destinada a se tornar uma noiva por correspondência.
A família Templeton incluía a viúva Templeton, sua filha de nove anos de idade, Grace e seu filho de sete anos, Griffin. Hetty tinha dificuldades para imaginar como a senhora Templeton havia trazido ao mundo uma filha tão boa quanto Grace, embora ela não tivesse dúvidas sobre o nascimento do problemático Griffin.
A despeito disso, não havia nenhuma semelhança entre os três Templeton e nenhum deles parecia ter a idade que diziam ter.
A senhora Templeton, com seus cabelos tingidos de loiro, seus olhos castanhos como terra e uma figura robusta, parecia ter muito mais do que vinte e oito anos.
Grace era rechonchuda, com um flamejante cabelo vermelho e olhos verdes, e seus seios já estavam começando a despontar, o que dizia a Hetty que ela provavelmente tinha doze ou treze anos, ao invés dos nove que ela afirmava ter.
Seu irmão, Griffin, era um garoto magricela, com olhos castanho escuros e negros cabelos revoltos que faziam Hetty se coçar para não pentear. Hetty imaginava que ele tinha passado dos sete anos há três ou quatro anos atrás.
Não menos estranho era o baixo e esguio, mas bastante forte homem chinês que agia como seu guia, protetor e motorista, Mr. Lin Bao, que afirmava ter chegado à América dez anos atrás para trabalhar na estrada de ferro intercontinental. Hetty aprendera que os chineses utilizavam seu sobrenome antes de seus nomes, então o primeiro nome de Mr Lin era Bao, que ele disse rimar com vaca. Mr. Lin agora trabalhava para o homem que iria se tornar marido da senhora Templeton, o senhor Karl Norwood.
—Se eu pudesse escolher, senhorita toda-poderosa— Mrs. Templeton murmurou enquanto balançava suas saias para retirar os feijões das dobras —teríamos deixado você para apodrecer naquele vagão onde a encontramos.
Hetty não tinha dúvidas daquilo. Ela nunca havia conhecido uma pessoa mais preguiçosa e egoísta do que Lucy Templeton em toda sua vida. Era frustrante que ela devesse sua vida a ela.
A senhora forçara o senhor Lin a parar perto da carroça Conestoga aparentemente abandonada porque ela queria pilhar qualquer coisa que houvesse dentro da carroça, mas alguém já havia feito isso. Tudo que ela descobriu foi Hetty, desidratada, fraca pela perda de sangue e com uma ferida infeccionada causada pela flecha profundamente enterrada em seu ombro.
Se não fosse pela avareza da senhora Templeton, Hetty estaria morta.
Embora, para ser honesta, fora a medicina do senhor Li que a mantivera viva. Ele usou remédios misteriosos do Oriente para trazer Hetty de volta à vida durante as sete semanas em que eles viajaram para o norte. A senhora Templeton afirmava ser uma enfermeira, mas não sabia muita coisa sobre cuidar de pessoas. Hetty lançou um olhar rápido para o jovem chinês, que estava sentado quieto perto do fogo, fumando um comprido cachimbo branco.
—Se dependesse de você, Lucy— uma voz feminina acusou — você teria deixado Hetty naquele vagão para morrer.
Hetty não vira Grace aproximar-se pelo lado oposto da fogueira, mas ela já vira a garota defender seu irmão dos abusos da mãe por vezes suficiente para saber que, aonde Griffin estivesse, Grace também estaria.
—Eu cuidarei disso, Grace— Hetty disse, sabendo que a senhora Templeton ainda estava zangada o suficiente para descontar na filha.
O aviso dela veio tarde demais. A senhora Templeton esticou o braço como a língua de um réptil, agarrou um punhado dos cachos de Grace e deu um forte puxão. —Você é a culpada por isso. Eu nunca deveria ter trazido vocês dois comigo.
Grace lançou um olhar assustado na direção de Hetty.
Hetty não podia imaginar uma mãe que desejasse ter deixado seus filhos para trás. Uma mãe que se sentia livre para estapear rostos e puxar cabelos. Uma mãe que considerasse seus filhos um incômodo. Não era a toa que Grace parecesse tão assustada. O coração de Hetty doeu pela garota.
Uma mentira desesperada.
A promessa de um “Para sempre”
Quando a noiva por correspondência de Karl Norwood se depara com um fim prematuro no caminho para o Território de Montana, Hetty Wentworth intervém para ocupar seu lugar. Hetty não tem ideia de como vai fingir ser tudo o que não é - inclusive a mãe de dois filhos. Ela só sabe que sua mentira é necessária caso ela queira salvar dois órfãos do terrível destino que sofreu quando criança.
Karl desconfia quando uma mulher muito mais jovem do que ele esperava chega com duas crianças que não se parecem nada com ela. Mas sua noiva por correspondência é tão bonita que ele não se opõe - até que ele percebe que sua nova esposa encantadora está mentindo. . . sobre tudo. Pode uma mulher ser forçada a guardar segredos e um homem impedido pela desconfiança terem esperança de encontrar a felicidade nos braços um do outro?
A promessa de um “Para sempre”
Quando a noiva por correspondência de Karl Norwood se depara com um fim prematuro no caminho para o Território de Montana, Hetty Wentworth intervém para ocupar seu lugar. Hetty não tem ideia de como vai fingir ser tudo o que não é - inclusive a mãe de dois filhos. Ela só sabe que sua mentira é necessária caso ela queira salvar dois órfãos do terrível destino que sofreu quando criança.
Karl desconfia quando uma mulher muito mais jovem do que ele esperava chega com duas crianças que não se parecem nada com ela. Mas sua noiva por correspondência é tão bonita que ele não se opõe - até que ele percebe que sua nova esposa encantadora está mentindo. . . sobre tudo. Pode uma mulher ser forçada a guardar segredos e um homem impedido pela desconfiança terem esperança de encontrar a felicidade nos braços um do outro?
Capítulo Um
—Não se atreva a bater nessa criança! Henrietta Wentworth colocou seu prato de biscoitos e feijão a seu lado e levantou-se do tronco caído ao lado da fogueira onde estava sentada.
—Ele é meu filho. Vou bater nele se quiser. A senhora Lucille Templeton havia agarrado o braço de seu filho de sete anos, Griffin, enquanto ele tentava escapar após ter “acidentalmente” derrubado um prato de feijões no colo dela.
—Olhe para o meu vestido! Mrs. Templeton lamentou-se, encarando seu vestido de viagem de veludo verde, que estava claramente arruinado. Ela apertou ainda mais o braço do menino até que ele fez uma careta e disse: —Este pirralho diabólico derramou o prato de propósito. Ele merece a surra que irá levar.
Hetty cerrou os punhos e deu três passos para colocar-se de frente a Sra Templeton. —Você vai bater nessa criança sobre o meu cadáver. Deixe ele ir.
—Hah! Mrs. Templeton bufou. No entanto, ela afrouxou seu aperto, e Griffin se soltou e fugiu. Ele desapareceu por trás da carroça Conestoga em que todos tinham viajado desde Cheyenne, no Território de Wyoming, até Butte, no Território de Montana, onde a Sra Templeton estava destinada a se tornar uma noiva por correspondência.
A família Templeton incluía a viúva Templeton, sua filha de nove anos de idade, Grace e seu filho de sete anos, Griffin. Hetty tinha dificuldades para imaginar como a senhora Templeton havia trazido ao mundo uma filha tão boa quanto Grace, embora ela não tivesse dúvidas sobre o nascimento do problemático Griffin.
A despeito disso, não havia nenhuma semelhança entre os três Templeton e nenhum deles parecia ter a idade que diziam ter.
A senhora Templeton, com seus cabelos tingidos de loiro, seus olhos castanhos como terra e uma figura robusta, parecia ter muito mais do que vinte e oito anos.
Grace era rechonchuda, com um flamejante cabelo vermelho e olhos verdes, e seus seios já estavam começando a despontar, o que dizia a Hetty que ela provavelmente tinha doze ou treze anos, ao invés dos nove que ela afirmava ter.
Seu irmão, Griffin, era um garoto magricela, com olhos castanho escuros e negros cabelos revoltos que faziam Hetty se coçar para não pentear. Hetty imaginava que ele tinha passado dos sete anos há três ou quatro anos atrás.
Não menos estranho era o baixo e esguio, mas bastante forte homem chinês que agia como seu guia, protetor e motorista, Mr. Lin Bao, que afirmava ter chegado à América dez anos atrás para trabalhar na estrada de ferro intercontinental. Hetty aprendera que os chineses utilizavam seu sobrenome antes de seus nomes, então o primeiro nome de Mr Lin era Bao, que ele disse rimar com vaca. Mr. Lin agora trabalhava para o homem que iria se tornar marido da senhora Templeton, o senhor Karl Norwood.
—Se eu pudesse escolher, senhorita toda-poderosa— Mrs. Templeton murmurou enquanto balançava suas saias para retirar os feijões das dobras —teríamos deixado você para apodrecer naquele vagão onde a encontramos.
Hetty não tinha dúvidas daquilo. Ela nunca havia conhecido uma pessoa mais preguiçosa e egoísta do que Lucy Templeton em toda sua vida. Era frustrante que ela devesse sua vida a ela.
A senhora forçara o senhor Lin a parar perto da carroça Conestoga aparentemente abandonada porque ela queria pilhar qualquer coisa que houvesse dentro da carroça, mas alguém já havia feito isso. Tudo que ela descobriu foi Hetty, desidratada, fraca pela perda de sangue e com uma ferida infeccionada causada pela flecha profundamente enterrada em seu ombro.
Se não fosse pela avareza da senhora Templeton, Hetty estaria morta.
Embora, para ser honesta, fora a medicina do senhor Li que a mantivera viva. Ele usou remédios misteriosos do Oriente para trazer Hetty de volta à vida durante as sete semanas em que eles viajaram para o norte. A senhora Templeton afirmava ser uma enfermeira, mas não sabia muita coisa sobre cuidar de pessoas. Hetty lançou um olhar rápido para o jovem chinês, que estava sentado quieto perto do fogo, fumando um comprido cachimbo branco.
—Se dependesse de você, Lucy— uma voz feminina acusou — você teria deixado Hetty naquele vagão para morrer.
Hetty não vira Grace aproximar-se pelo lado oposto da fogueira, mas ela já vira a garota defender seu irmão dos abusos da mãe por vezes suficiente para saber que, aonde Griffin estivesse, Grace também estaria.
—Eu cuidarei disso, Grace— Hetty disse, sabendo que a senhora Templeton ainda estava zangada o suficiente para descontar na filha.
O aviso dela veio tarde demais. A senhora Templeton esticou o braço como a língua de um réptil, agarrou um punhado dos cachos de Grace e deu um forte puxão. —Você é a culpada por isso. Eu nunca deveria ter trazido vocês dois comigo.
Grace lançou um olhar assustado na direção de Hetty.
Hetty não podia imaginar uma mãe que desejasse ter deixado seus filhos para trás. Uma mãe que se sentia livre para estapear rostos e puxar cabelos. Uma mãe que considerasse seus filhos um incômodo. Não era a toa que Grace parecesse tão assustada. O coração de Hetty doeu pela garota.
Não achei na pasta, desculpa, estou ansiosa pra ler. Obrigada
ResponderExcluirDesculpa, consegui encontrar
ResponderExcluirAguardando o 4!!❤️❤️
ResponderExcluirOi gostaria de saber se tem algum lugar aqui aonde pedimos ajuda pra achar um livro, se não me engano antes tinha um campo de procura-se romances. Se puderem me ajudar a achar um livro histórico aonde a mocinha tem cancer de mama, é um pouco antigo já é eu queria muitos achar ele. Lembro que o mocinho não se importava com nada até conhecer a mocinha. Desculpa se comentei no lugar errado, espero que possam me ajudar.
ResponderExcluirGislaine lá no grupo, pode postar lá que elas ajudam a achar o livro. boa sorte, bj
ExcluirEu amo livros q tem crianças. Essa série é bem legal. Recomendo.
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