Um cavaleiro amaldiçoado invade um castelo para reivindicar sua noiva relutante, mas quando eles ficam presos em um deslizamento de rochas mortal, eles devem lutar juntos para vencer o desespero e o triunfo sobre a morte. Para restaurar a paz nas fronteiras entre a Escócia e a Inglaterra, dois reis prometeram Lady Hilaire Eliot a um cavaleiro amaldiçoado, três vezes viúvo conhecido como “O dragão terrível".
A obstinada Hilaire fará de tudo para escapar desse destino, até mesmo enfrentar seu medo do escuro fugindo de seu castelo cercado por um túnel antigo. Seu noivo, Giric Mac Leod, está igualmente determinado a reivindicar sua noiva por direito. Mas quando ele invade sua fortaleza, suas ações imprudentes o prendem em um deslizamento de rochas subterrâneo. O desanimado cavaleiro dá as boas-vindas ao abraço da morte ... até ouvir o único som que não pode ignorar, o chamado de uma donzela em perigo.
Capítulo Um
Escócia - Inglaterra, 1136
— Depressa, minha senhora! Por aqui!
Os pés de Lady Hilaire Eliot escorregaram nos degraus escorregadios enquanto ela descia o corredor escuro e úmido, seguindo a tocha que sua criada segurava no alto.
Mesmo aqui, nas profundezas da fortaleza, Hilaire podia ouvir as batidas agourentas do aríete sacudindo os portões de madeira e as paredes de pedra do castelo.
Ela respirou uma oração silenciosa. O que ela tentava era perigoso. Mas o que seria dela se ficasse para trás era muito mais assustador.Assim, se Deus quiser, se ela não tropeçar e quebrar o pescoço ao longo do caminho, sairia do túnel pelo lado externo da parede cortina. Ela estaria no meio da floresta quando o inimigo estilhaçasse a porta do pátio interno.
— Por favor, minha senhora! — Suplicou Martha, a serva, olhando para a harpa de Hilaire.
— Você não vai deixar essa coisa amaldiçoada para trás? Em outro momento.
O barulho cessou abruptamente, anunciando a devastação dos portões externos da barbacã[2], a primeira linha de defesa.
Martha deu um grito nervoso. Mas Hilaire apenas agarrou o instrumento mais perto. Ela foi forçada a abandonar tudo o mais - sua casa, sua família, seus amigos. Ela estaria condenada se deixasse sua preciosa harpa para trás.
Ela olhou para sua serva trêmula, que sempre tinha sido mais como uma irmã mais velha para ela. Foi injusto arrastar Martha para isso. O risco deveria ser apenas de Hilaire.
— Pode voltar, Martha — disse ela, pegando a tocha. — Eu posso fazer isso sozinha a partir daqui. — Mas Martha afastou a tocha de seu alcance e ergueu o queixo teimoso. — Não estou prestes a abandoná-la, milady.
— Esta não é sua batalha. — Jurei que te manteria segura. Não pretendo quebrar meu voto.
Hilaire balançou a cabeça. A lealdade de Martha era comovente. Mas não havia necessidade de fazê-la sofrer pelas escolhas imprudentes de Hilaire.
— Não se preocupe, Martha. Eu vou ficar segura, eu prometo, — ela insistiu com uma confiança que ela não sentia muito bem. — Agora me dê a tocha para que eu possa encontrar a saída. Mas Martha não quis ouvir falar nisso. Ela balançou a cabeça uma vez, depois girou nos calcanhares e continuou a descer o corredor, falando por cima do ombro. — Eu não fiz um juramento de lealdade a Lorde William, apenas para abandonar sua filha ao primeiro sinal de problema.
Hilaire apreciava o senso de honra de Martha, mas duvidava muito que Lorde William Eliot aprovasse. Ele provavelmente preferiria que a criada trouxesse sua filha, chutando e gritando, de volta para o castelo.À frente, a passagem estreitou-se e os degraus de pedra acabaram, tornando-se menos um corredor e mais uma toca.O pulso de Hilaire disparou. Suas pernas ameaçavam um motim.
Normalmente, a ousadia de Hilaire excedia sua cautela. Ela era tão corajosa quanto seus irmãos guerreiros, tão destemida quanto qualquer um dos cavaleiros de seu pai. Mas ela tinha uma fraqueza secreta. Ela odiava o escuro - espaços fechados em particular. Às vezes, à noite, até mesmo a perspectiva de se aliviar no garderobe confinante, fazia seu coração palpitar tanto que ela definharia na miséria até de manhã.O lugar cheirava a mofo e decomposição, como uma sepultura. Ela podia imaginar ratos, besouros e vermes rastejando nas fendas úmidas de rocha mofada.
Engolindo seco para desalojar o nó de terror em sua garganta, ela forçou um pé na frente do outro, lembrando-se de que o túnel acabaria por se abrir novamente. Se ela pudesse suportar a jornada angustiante por um quarto de hora, ela emergiria novamente no ar fresco da noite.
A passagem havia sido escavada há mais de um século por seus ancestrais Eliot, que viveram em constantes guerras. Mas aqueles eram tempos mais pacíficos. Em todos os seus dezenove anos, ninguém precisou fazer uso do túnel.
Para falar a verdade, o ataque que se abateu sobre eles não foi nem mesmo uma verdadeira batalha. Tudo começou como uma negociação - uma recusa razoável a uma demanda irracional. Mas seu inimigo não aceitou essa recusa. Ele tinha perdido a paciência. O que começou como um cerco lento se tornou uma tempestade - um ataque severo o suficiente para justificar contramedidas drásticas.
— Espere! — Hilaire ergueu a mão, parando Martha. — Você ouviu isso?
A luz da tocha cintilou nas feições estreitas de Martha enquanto ela apurava os ouvidos.
— O quê, minha senhora?
A sobrancelha de Hilaire se franziu de preocupação. Ela pensou que tinha ouvido ... Mas talvez fossem apenas seus ossos rangendo de frio ou seus joelhos chacoalhando de medo.
Ela descartou seus medos com um aceno de cabeça.
— Devemos nos apressar.
O túnel tinha um ângulo acentuado para baixo ao passar por baixo da parede de cortina. Hilaire estremeceu. Rastejar para baixo foi como descer a um inferno frio.
— Cuidado com o ... — advertiu Martha, tarde demais.
O dedo do pé de Hilaire ficou preso na raiz de uma árvore. Ela tropeçou e caiu com força, caindo de jolhos no solo. Sua harpa atingiu um som discordante quando ela se segurou em uma das mãos.
— Oh, minha senhora! Você está ferida?
Hilaire amaldiçoou silenciosamente sua falta de jeito. Felizmente, suas saias de lã protuberantes haviam sofrido o impacto da queda. Sua palma estava apenas machucada.
— Estou bem. — Mas ela estava?
Série As Filhas Guerreiras de Rivenloch
0,5- A Tempestade
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!