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11 de março de 2012

A Mansão Dos Segredos

Trilogia Aincourt

Há várias gerações, terras e títulos de nobreza foram concedidos à família Aincourt pela sua lealdade ao rei. 

A antiga abadia Darkwater, no entanto, veio com uma maldição: nenhum Aincourt que a possuísse conheceria a felicidade. 
Devin Aincourt, conde de Ravenscar, era um verdadeiro libertino. 
Ele se comprazia em gastar todo o dinheiro herdado e ignorar a administração de suas terras. 
Até o dia em que sua mãe implorou para que ele recuperasse a fortuna e o nome da família se casando com Miranda, uma rica herdeira americana. 
No entanto, Devin não imaginava que esta estrangeira decidida e autêntica tivesse os próprios planos: tornar suas terras rentáveis outra vez, arrancar o conde das garras da amante e conquistar seu coração — mesmo que ela tivesse de enfrentar a maldição rogada sobre os Aincourt há várias gerações... 

Capítulo Um 

Ela tentava alcançá-lo, os braços esticados, os olhos arregalados e suplicantes, a boca contorcida em um esgar fatal. ]
Estava pálida, a pele alva exibindo um tom acinzentado, a água encobrindo sua pele e roupas. Algas marinhas enroscavam-se em seu dorso, parecendo puxá-la para baixo em águas turbulentas. 
— Dev! Ajude-me! Salve-me! — Suas palavras agudas ecoaram pela escuridão. 
Ele inclinava-se para resgatá-la, mas suas mãos estavam a alguns centímetros das dela, e não conseguia deslocar-se para a frente. 
Esticava cada fibra de seu corpo, mas ela continuava de maneira frustrante fora de alcance. 
Ela afundava nas águas escuras, os olhos se fechando. 
— Não! — gritou ele, tentando resgatá-la em vão. — Não! Deixe-me ajudá-la! 
Os olhos de Devin abriram-se bruscamente, a princípio desorientados, mas, aos poucos, adquirindo compreensão. Sonhara mais uma vez com ela. 
— Deus! — tremeu, sentindo um calafrio, e olhou em volta. 
Demorou um instante para que percebesse onde estava. Cedera ao sono sentado em uma cadeira do quarto, vestido apenas com o robe-de-chambre. 
Uma garrafa de brandy e uma taça bojuda graciosamente inclinada repousavam na mesinha ao lado da poltrona. 
Ele serviu-se da bebida, as mãos tremendo de tal forma que a garrafa batia na borda da taça, produzindo um som agudo. 
Sorveu rapidamente um bom gole, aquecendo-se ao sentir o líquido ardente descer pela garganta e explodir no estômago. 
Passou a mão pelos cabelos negros e densos e bebeu outro gole. 
— Por que você não me contou? — murmurou ele. — Eu teria ajudado. Ele ainda sentia frio, apesar da ajuda do brandy. 
Levantou-se e caminhou até a cama, um andar levemente instável. 
Quanto teria bebido ontem à noite? Não conseguia lembrar-se. 
Obviamente, fora o suficiente para fazê-lo dormir sentado e não percorrer os poucos passos que o separavam da cama. 
Não era para se espantar, pensou, que tivesse tido pesadelos. 

Trilogia Aincourt
1 - A Mansão dos Segredos
2 - O Castelo das Sombras
3 - A Casa das Máscaras
Trilogia Concluída