Trilogia Aincourt
Há várias gerações, terras e títulos de nobreza foram concedidos à família Aincourt pela sua lealdade ao rei.
A antiga abadia Darkwater, no entanto, veio com uma maldição: nenhum Aincourt que a possuísse conheceria a felicidade.
Devin Aincourt, conde de Ravenscar, era um verdadeiro libertino.
Ele se comprazia em gastar todo o dinheiro herdado e ignorar a administração de suas terras.
Até o dia em que sua mãe implorou para que ele recuperasse a fortuna e o nome da família se casando com Miranda, uma rica herdeira americana.
No entanto, Devin não imaginava que esta estrangeira decidida e autêntica tivesse os próprios planos: tornar suas terras rentáveis outra vez, arrancar o conde das garras da amante e conquistar seu coração — mesmo que ela tivesse de enfrentar a maldição rogada sobre os Aincourt há várias gerações...
Capítulo Um
Ela tentava alcançá-lo, os braços esticados, os olhos arregalados e suplicantes, a boca contorcida em um esgar fatal. ]
Estava pálida, a pele alva exibindo um tom acinzentado, a água encobrindo sua pele e roupas. Algas marinhas enroscavam-se em seu dorso, parecendo puxá-la para baixo em águas turbulentas.
— Dev! Ajude-me! Salve-me! — Suas palavras agudas ecoaram pela escuridão.
Ele inclinava-se para resgatá-la, mas suas mãos estavam a alguns centímetros das dela, e não conseguia deslocar-se para a frente.
Esticava cada fibra de seu corpo, mas ela continuava de maneira frustrante fora de alcance.
Ela afundava nas águas escuras, os olhos se fechando.
— Não! — gritou ele, tentando resgatá-la em vão. — Não! Deixe-me ajudá-la!
Os olhos de Devin abriram-se bruscamente, a princípio desorientados, mas, aos poucos, adquirindo compreensão. Sonhara mais uma vez com ela.
— Deus! — tremeu, sentindo um calafrio, e olhou em volta.
Demorou um instante para que percebesse onde estava. Cedera ao sono sentado em uma cadeira do quarto, vestido apenas com o robe-de-chambre.
Uma garrafa de brandy e uma taça bojuda graciosamente inclinada repousavam na mesinha ao lado da poltrona.
Ele serviu-se da bebida, as mãos tremendo de tal forma que a garrafa batia na borda da taça, produzindo um som agudo.
Sorveu rapidamente um bom gole, aquecendo-se ao sentir o líquido ardente descer pela garganta e explodir no estômago.
Passou a mão pelos cabelos negros e densos e bebeu outro gole.
— Por que você não me contou? — murmurou ele. — Eu teria ajudado. Ele ainda sentia frio, apesar da ajuda do brandy.
Levantou-se e caminhou até a cama, um andar levemente instável.
Quanto teria bebido ontem à noite? Não conseguia lembrar-se.
Obviamente, fora o suficiente para fazê-lo dormir sentado e não percorrer os poucos passos que o separavam da cama.
Não era para se espantar, pensou, que tivesse tido pesadelos.
Trilogia Aincourt
1 - A Mansão dos Segredos
2 - O Castelo das Sombras
3 - A Casa das Máscaras
Trilogia Concluída