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22 de julho de 2012

A Voz do Coração

Theodosia Worth adorava sua irmã Lillian por isso a jovem estava disposta a sacrificar-se.

Lillian e seu marido Upton não haviam podido ter filhos o que enchia de tristeza a sua irmã, assim Theodosia decidiu que conceberia um filho e o entregaria ao casal.
Com essa idéia em mente viaja de Boston ao oeste para encontrar-se com um investigador que lhe desse trabalho e ao mesmo tempo ela espera, aceite ser o pai do bebê.
Mas se apresenta um obstáculo em seu caminho, o homem que deve levá-la até o povoado de Templeton onde se encontra o investigador, Roman Montana.
Theodosia sempre metida em seus livros e investigações não conhece o que é o desejo nem a atração até que conhece o atraente rancheiro. A partir desse momento todos os planos da jovem virão abaixo…Para Roman a jovem não é mais que um obstáculo em sua vida, mas necessita o dinheiro desse trabalho para poder cumprir seu sonho de ter um rancho. O que não espera é que essa bostoniana insofrível derrube as barreiras de seu coração.

Capítulo Um

- Doutor Wallaby, estaria disposto a me fecundar?
Alheia às horrorizados olhares dos passageiros mais próximos a bordo do trem, Theodosia abraçou a gaiola do louro contra seu peito, recostou-se no assento e examinou como soava sua pergunta. Desde que tinha deixado Boston cinco dias atrás, tinha estado meditando a respeito daquele pedido tão peculiar. Agora sentia a necessidade de escutá-lo com seus próprios ouvidos.
Mordiscando o lábio inferior, olhou pela janela e viu um bosque de enormes nogueiras americanas. A prímula e os cardos pintavam a borda do arvoredo de vivos matizes de rosa e arroxeado, e mariposas amarelas revoavam por cima das flores como borbulhas convertidas em ouro pelo beijo do sol.
Mas a beleza da paisagem começou a desvanecer-se lentamente. Não podia concentrar-se em nada que não fosse o estimável doutor Wallaby. De fato, Theodosia imaginava que via o rosto do célebre cientista nos reflexos do vidro da janela.
- Doutor Wallaby - começou a ensaiar de novo -, é necessário que eu conceba um filho. Você cumpre todos os requisitos no referente à paternidade do bebê, e me agradaria que aceitasse ser o pai.
O ato requerido para a concepção é, claro, um mero procedimento científico, e não acredito que me equivoque ao pensar que pode levar-se a cabo de um modo totalmente objetivo e, sem dúvida, em um tempo relativamente curto.
Murmúrios de assombro e cochichos encheram o compartimento. Theodosia fixou sua atenção em seus companheiros de viagem e se deu conta de que a observavam boquiabertos.
- Me desculpem por tê-los incomodado. Falava comigo mesma.
- Falava comigo mesma - repetiu João Batista. - Awk! - Chiou o louro e orvalhou a saia azul escuro de Theodosia.
Arrulhando a seu pássaro, ela enfrentou diretamente os olhares de todos.
- Permitam que me explique. Sou de opinião de que o ouvido deve escutar os pensamentos antes que a mente seja capaz de compreender todo seu significado e mantê-los em uma ordem separada e precisa. E se o pensamento de alguém se refere a um problema específico, é bastante provável que o mesmo problema se resolva se o pronunciamos em voz alta. Essa é a razão pela qual falo comigo mesma.
João Batista mostrou o bico entre os barrotes de sua gaiola.
- Essa é a razão pela qual falo comigo mesma - imitou.
Theodosia pulverizou algumas sementes de girassol na gaiola da ave e voltou a dirigir sua atenção a janela. Enquanto acariciava seu pequeno broche de rubis em forma de coração e as delicadas correntinhas de ouro que penduravam dele, notou que o trem diminuía a marcha. Estavam chegando a Oates Junction. Ela pinçou em sua bolsa de rede e tirou a folha de papel com o nome do indivíduo que o doutor Wallaby tinha disposto que a escoltasse até Templeton. “Roman Montana - leu. - Alto. Cabelo longo e moreno. Olhos azuis.”Theodosia supunha que o senhor Montana estaria na estação esperando-a, mas se preparou para a possibilidade de que não fosse assim. Upton lhe tinha explicado que no Sul as pessoas eram mais lentas, que seu estilo de vida era pausado. Não estava segura dos motivos que havia atrás dessa lentidão, mas decidiu que provavelmente Roman Montana chegaria tarde.
A sombra de irritação que sentiu a impulsionou a tomar uns momentos para analisar seu estado de ânimo. O trem nem sequer se deteve por completo, e ela já se impacientava ao pensar em Roman Montana. - Theodosia - se repreendeu em voz alta - a impaciência é um sentimento que raramente resulta vantajoso e freqüentemente leva a verdadeira irritação. Se efetivamente Roman Montana for pouco pontual, aceitará com serenidade e terá em conta que nem todo mundo é tão pontual como você.
No instante em que pronunciava essa declaração, o trem se deteve entre bufos. Theodosia calçou as luvas e afastou Montana de sua mente. Depois de tudo, recordou a si mesma, não tinha viajado de Boston para gozar da companhia de um texano apático de cabelo comprido chamado Roman Montana.
Theodosia soprou e quase se asfixiou com o calor abrasador que invadiu seu peito.
 - Diria-se que há um fogo invisível no ar do Texas.
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15 de agosto de 2011

A Voz Do Coração











Um encontro inesperado. A descoberta do amor!



Á pedido do primeiro-ministro, lorde Kenington parte para a índia.

Sua missão é descobrir o que acontece na fronteira Noroeste e se o objetivo dos russos é invadir a índia.

No navio em que viaja lorde Kenington conhece Aisha Warde, que também está indo a Calcutá para encontrar-se com o pai.

Como Aisha viaja sozinha, lorde Kenington faz-lhe companhia e assim impede que um passageiro atrevido a importune.

O que ele não imagina é que, muito em breve, desejará com todas as suas forças ter Aisha em seus braços!



Capítulo Um



“1880”

Lorde Kenington acordou com um sobressalto.

Olhou para o relógio do seu lado e viu que já era um novo dia.

Embarcara tão cansado no vapor da companhia P.&O.

Com destino à índia que, mal terminara o jantar trazido à cabine pelo valete, fora para a cama, adormecendo imedia¬tamente, sem sequer pensar nos problemas ou nas decisões que teria de tomar.

O dia anterior fora extenuante.

Ele havia estado com o primeiro-ministro, numa reunião que se prolongara por horas, e deixara a Downing Street com a missão de embarcar para a índia a fim de descobrir e relatar ao Sr. Disraeli o que acontecia na fronteira Noroeste daquele país.

A rainha Vitória, pessoalmente, pedira á lorde Kenington um relatório muito mais minucioso do que aqueles que lhe eram mandados oficialmente.

A índia, no momento, era extremamente importante para a Inglaterra.

Havia uma inequívoca ameaça de invasão da fronteira por parte da Rússia.

Os cossacos, montados em seus cavalos magníficos, avançavam pelo sul da Ásia, e aproximavam-se perigosa¬mente do que era considerada a mais preciosa "Jóia da Coroa Britânica".

Lorde Kenington tocou chamando Newman, seu valete, que ocupava a cabine vizinha. Então se levantou e começou a trocar-se em silêncio.

Sabendo que o patrão não gostava de conversa pela manhã, Newman entregou-lhe as roupas uma a uma, ele sempre calado, ajudou-o a arrumar o laço da gravata.

Tendo decidido tomar o café da manhã no salão, lorde Kenington deixou a cabine.

Foi primeiro para o convés para respirar o ar fresco.

O vapor quase terminara a travessia do canal da Mancha e em breve alcançaria a baía de Biscaia, onde o mar era invariavelmente encapelado, mesmo que o sol brilhasse.

Sendo bom marinheiro, lorde Kenington não se aborrecia quando o mar estava revolto. Pelo contrário, tinha prazer de observar a fúria dos elementos, as ondas se arremetendo violentas contra o casco do navio.

Andando pelo convés ele lamentou que durante a viagem fizesse tão pouco exercício.

Em Londres costumava cavalgar todas as manhãs na Rotten Row.


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