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3 de setembro de 2019

Aconteceu sob o Visco

Série Noivas Secretas
Pode o felizes para sempre começar com um beijo de Natal?

Quando Oliver Townsende escapa para a casa de um amigo para uma festa de Natal, ele pretende evitar as hordas de pessoas dispostas a perseguir seus passos em Londres desde que ele herdou um ducado. 
Ele logo percebe que um pouco da paz e quietude natalina é demais para ele. Quando ele encontra a Srta. Cerian Blake, que está se esquivando de seus indesejados admiradores, os dois decidem unir forças e fingir uma paixão para manter seus pretendentes afastados. Mas quando um ramo de visco é envolvido, será que suas brincadeiras de Natal se transformarão num amor para durar todas as estações?

Capítulo Um

Oxfordshire, dezembro de 1817
Caçado é o que ele estava sendo. Caçado como uma raposa. E assim como uma raposa, ele foi forçado a… fugir.
Oliver Townsende deslizou pelo piso de mármore perfeitamente polido no vestíbulo da casa de campo de Lorde Medford. Ele contornou a imponente coluna no canto e seguiu pelo corredor mais próximo. Atrás dele, a batida de sapatilhas no chão de madeira indicava que seu voo não era em vão. Ele estava, de fato, ainda sendo perseguido.
Ele olhou para a direita. Por Júpiter, aquele gato estava correndo ao lado dele? Ele resistiu ao impulso de esfregar os olhos. Ele olhou de novo. Sim. Havia de fato um felino peludo brincando à sua direita. Medford possuía um gato? E mais importante, quem era que o gato esperava evitar? Certamente não a mesma jovem?
Oliver sorriu para si mesmo enquanto continuava seu voo. Por que exatamente ele concordou em participar da festa de Natal na casa de Medford? Sim, ele se tornara amigo do «Lorde Perfeito» e da sua esposa Kate no último ano, desde que Kate fora absolvida do assassinato de seu primo. Oliver herdara o ducado, e sabia melhor que ninguém como era ser caçado na sociedade. Ele era um jovem duque solteiro, pelo amor de Deus. É claro que a festa na casa de Medford estaria cheia de jovens solteiras com o coração preparado para se tornarem duquesas. Daí a corrida.
Oliver e o gato dobraram a curva no corredor, as passadas das sandálias de Lady Selina Kinsey ainda ecoando em algum lugar atrás deles. Ela estava chegando perto dele. Ele podia perceber isso com o aumento constante das passadas. Se ele não a conhecesse melhor, ele acharia que a filha do conde tinha levantado suas saias para correr atrás dele. Essa jovem em particular de alguma forma o pegara sob um ramo de visco. Ela exigiu um beijo não tão sutilmente logo antes de Oliver ter arrancado, sem cerimônia, a planta ofensiva do batente da porta em que estava pendurada. Resmungando alguma coisa sobre como ele tinha certeza de que Lady Medford estava procurando por esse ramo em particular, ele havia fugido tão rápido quanto suas pernas podiam. Só para perceber logo depois que Lady Selina não era de desistir facilmente.
Não havia mais nada a fazer. Ele precisava encontrar uma maneira de deixar essa festa educadamente. Lady Selina era apenas uma das várias jovens que se recusaram a aceitar um não como resposta. E suas mães? Essas formidáveis matronas eram ainda piores.
Oliver quase deslizou pela próxima curva antes de perceber que o gato havia parado de correr e estava sentado ao lado de uma pequena porta embutida na parede, lambendo a pata como se não estivesse acontecendo nada. O brilho de uma maçaneta de latão chamou a atenção de Oliver. Ele examinou a porta. O armário da prataria! Um excelente lugar para esconder. Lady Selina nunca pensaria que um duque se esconderia dentro do armário da prataria. Por favor, tomara que não esteja trancado.
Ele abriu a porta com a mão desocupada. Ah. Aberto. Que sorte. Sem dúvida, os servos de Medford eram perfeitos demais para sequer pensar em roubar o mordomo. Oliver patinou dentro do armário. O gato seguiu-o rapidamente, contorcendo o rabo com orgulho. Oliver fechou a porta atrás dele, encostou-se à madeira sólida com a palma da mão vazia (a outra ainda segurava o galho de visco), e desejou que sua respiração voltasse ao normal.
Estava escuro no armário e um pouco abafado. Cheirava a polimento de prata e a cheiro de metal. Nem um pouco de poeira, no entanto. É claro que o «Lorde Perfeito» não teria o armário da prataria empoeirado.
— É melhor você não miar e me entregar, gato — ele avisou em um sussurro.