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24 de janeiro de 2021

Desejos

Série Montgomery Saga
 
Jace Montgomery era um estranho em Chandler. Alto, orgulhoso e elegante, ele podia fazer o coração de qualquer mulher bater mais rápido…

Nellie Grayson, doce e tímida, só pensava na felicidade de sua bela irmã mais jovem. Com a ajuda de Nellie, Terel Grayson se converteria facilmente na beleza de Chandler, Colorado. Porém, de imediato Jace se fixou em Nellie. Pela primeira vez, Nellie foi o centro da atenção. Este era um delicioso sentimento… Tão maravilhoso como o momento em que Jace lhe deu seu primeiro beijo. Nellie estava segura de que seu romântico idílio terminaria. Quanto tempo mais Jace poderia resistir aos encantos de Terel? Seria sua irmã a mulher capaz de ganhar definitivamente o coração do galante Jace Montgomery? 

 Capítulo Um

Depois, foi dito que Berni era o cadáver mais bem vestido que qualquer uma delas teria visto em várias décadas. Não que muitas reconhecessem que haviam vivido mais que um par de décadas, em vista das maravilhas da cirurgia plástica, nenhuma queria falar a idade exata que tinha. Desfilaram em frente ao caixão e contemplaram com admiração a Berni. Não viam uma só ruga em seu rosto. Cada olho, cada vinco, inclusive alguns poros, haviam sido preenchidos com colágeno. Os seios estavam cheios de silicone, e até mesmo na morte pareciam firmes e erguidos. Os cabelos tratados com tintas muito caras, as pestanas tingidas de maneira permanente, as unhas manicuradas, a cintura com largura juvenil de cinquenta e sete centímetros, o corpo envolto em um vestido de seis mil dólares; em sua morte, tinha tão bom aspecto como tivera em vida. Houve suspiros de admiração das pessoas que vieram e a esperança de que ao morrer elas, teriam tão bom aspecto como havia sido o caso de Berni.
Só duas pessoas derramaram lágrimas em seu funeral, e eram homens. Um, seu cabeleireiro. Perderia a senhorita Berni como cliente, mas também sentiria falta de sua língua perversa e todos os saborosos mexericos que ela lhe falava. A outra pessoa que se condoeu foi seu quarto marido e suas lágrimas eram de alegria que já não teria que suportar o exército de especialistas necessários para que uma mulher de cinquenta anos parecesse ter vinte e sete.
— Irá ao cemitério? — perguntou uma mulher à outra.
— Me agradaria fazê-lo, mas não posso — respondeu. —Tenho um compromisso. Uma situação urgente, você compreende?
Janine, sua manicure, só podia conceder um horário disponível naquele dia, e temia que sua unha quebrasse.
— Comigo acontece o mesmo — disse a primeira, e dirigiu uma olhada rápida, cautelosa e ao mesmo tempo colérica a Berni, em seu caixão. Na semana anterior comprou um vestido igual ao que vestia Berni, e agora teria que devolver. Havia sido muito próprio da defunta, aparecer usando roupas da última moda, as mais modernas, as mais caras, em todas as reuniões, mas isso não
voltaria a acontecer, pensou a dama, e conseguiu conter um sorriso.
— Oxalá pudesse ir. Como você sabe, Berni e eu éramos amigas íntimas. — Alisou seu vestido de seda Geoffrey Beene. — Realmente, devo ir andando.
Antes que passasse muito tempo outras pessoas murmuraram que teriam compromissos urgentes em diversos lugares, até que em definitivo só o cabeleireiro viajou na limusine que o levou ao cemitério. Havia uma fileira de vinte coches atrás da carruagem. Berni havia organizado e pagado seu próprio funeral anos antes - mas não havia mais ninguém.
Finalmente, as palavras (escolhidas por Berni) foram ditas, a música (também selecionada por ela) foi executada e cantada, e o único sofredor foi para casa. Eles encheram o túmulo, novos pedaços de gramas ocuparam seu lugar, flores foram dispostas artisticamente em torno da elegante lápide, e o sol começou a se pôr sobre a tumba de Berni.
Quatro horas depois de cobrir com terra o caixão, nem uma só pessoa dedicou um pensamento à mulher que ocupara uma parte tão considerável da vida de cada um.
Haviam consumido a comida que ela pagou, participado de suas festas, conversadointerminavelmente com ela e sobre ela, mas nada sentiam, nada.


9- Desejos - LR
 
 

17 de fevereiro de 2012

Desejos

Série Família Hamilton
Muito mais que um sonho... 

O único desejo de Bria Hamilton é retomar de seu implacável padrasto a fazenda de plantação de arroz da família, e sabe que está se arriscando ao contratar Lucas Kincaid para ajudá-la. 
Bria não acredita que alguém, ainda mais um homem atraente como Luke, seja capaz de compreender o que aquelas terras significam para ela. 
Assim como não ousa confiar naquele sorriso caloroso, que parece prometer uma felicidade com a qual ela nunca se permitiu sonhar... 
Luke, entretanto, tem seus próprios motivos para se envolver naquele assunto, motivos que precisam ser mantidos em segredo. 
Por isso precisa impedir que sua atração por Bria o desvie do propósito de reaver a fortuna da família. 
Porém, quando Bria lhe propõe um casamento de conveniência, ele não consegue negar. 
Assim como não consegue negar o êxtase dos doces momentos que passam juntos, da paixão que ele anseia por viver com ela, e de um amor que ele jamais imaginou sentir um dia... 

Capítulo Um 
Julho de 1875 
Ela não o contrataria. Lucas Dearborn Kincaid sempre soubera que havia um risco ao se aproximar daquela maneira, mas se convencera de que havia também uma chance de ser bem-sucedido. 
Fitou o reflexo de sua futura, ou melhor, da ex-futura empregadora na superfície polida da mesa de nogueira que os separava. 
A distorção da imagem dava a impressão de uma suavidade que não existia. 
Perguntou-se em que momento ela perdera o interesse, ou se ele tinha chegado a conquistá-lo. Observara-a desviar a atenção do assunto que discutiam, mas em momento algum ela deixara de fitá-lo. 
Os olhos dela eram lindos, de um azul-escuro que lembrava a cor das safiras, embora as pedras tivessem mais vida. 
Não poucos o haviam avisado, por gestos ou insinuações, que ela era diferente. 
Alguns coçavam a cabeça, outros erguiam as sobrancelhas, procurando fazê-lo desistir da idéia, mesmo sem explicar os motivos da inutilidade de sua intrepidez. Luke não pedira detalhes para não despertar suspeitas. 
Ele observara que Charleston, apesar do potencial de comércio, tinha o comedimento de uma cidade pequena. 
E o fato de ter sido bem recebido devia-se à ânsia da comunidade em querer controlar o inimigo. Afinal, ele era um ianque. 
Bria Hamilton imaginou por que ele supunha que ela contrataria um forasteiro. 
Ianque, ainda por cima. Alguém na cidade se divertira ao enviá-lo para Concord. 
Sem dúvida, apostas estavam sendo feitas, e a soma envolvida devia ser alta. 
Ocorreu-lhe que contratá-lo seria uma excelente maneira de confundir os gaiatos locais. 
Com um leve sorriso, considerou a hipótese tentadora, mas logo desistiu. 
Não fora de maneira irracional que tinha recuperado Concord. 
Luke piscou, espantado com a alteração nas feições dela. 
Por um instante chegou a se sentir encorajado, porém logo percebeu que não era o destinatário daquele breve sorriso. Os olhos, fixos nele, mantiveram-se distantes e frios. 
— Sou um trabalhador enérgico e incansável. — Ele não sabia se estava repetindo a frase, pois os olhos dela — incrivelmente azuis — o desconcentravam. 
— O senhor já disse isso... Várias vezes. 

Série Família Hamilton
1 - O Enigma dos Hamilton
2 - Desejos
Série Concluída