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18 de junho de 2014

Doce Resgate

Série Espiões da Coroa


Capítulo Um

Londres, 1815
Paciente, o caçador esperava a presa.
A mentira que o Marques do Cainewood tentava pregar era perigosa. Não cabia dúvida de que o infame Pagam, do Shalow’s Wharf, ouviria falar que o imitava e se veria obrigado a deixar o esconderijo, pois, se soubesse dos falatórios, seu orgulho monstruoso não permitiria que outro indivíduo levasse os méritos de suas próprias maldades. 

Por certo, o pirata tentaria exercer sua própria forma de vingança, e Caine contava com isso. Assim que Pagam aparecesse, Caine o teria.
E a lenda seria destruída.
Ao marquês já não restavam alternativas. A aranha não abandonaria a teia. A generosidade não tinha dado resultado. Por mais surpreendente que parecesse, entre os marinheiros não havia traidores, embora aqueles homens comuns fossem capazes de vender suas mães pela quantidade de ouro que o Marques tinha oferecido. Por outro lado, tinha sido um erro de cálculo por parte de Caine. Todos os homens do mar proclamavam que a lealdade à lenda era o motivo pessoal para rechaçar as moedas, mas Caine, cínico por natureza, e pelas amargas experiências passadas, imaginou que a causa real era o medo. O medo e a superstição.
O mistério rodeava o pirata como as paredes de um confessionário. Na realidade, ninguém jamais tinha visto Pagam. Seu navio, o Emerald, foi visto em inumeráveis ocasiões sulcando as águas como um calhau arrojado pela mão de Deus... ou ao menos assim contavam quem alardeava havê-lo visto. 
A imagem do belo navio negro produzia terror nos cavalheiros da alta sociedade, de carteiras repletas; provocava risadas dissimuladas nos indivíduos malvados e humildes preces de agradecimento por parte dos desafortunados, pois Pagam tinha fama de compartilhar os grandiosos tesouros com estes últimos.
Mas apesar da freqüência com que o navio era avistado, ninguém podia descrever um só dos diversos marinheiros a bordo, coisa que só aumentava a especulação, a admiração e o encantamento pelo o pirata fantasma.
Era óbvio que Pagam desfrutava com a variedade, pois seus latrocínios se estendiam até o outro lado do oceano, embora os ataques em sua terra provocassem a mesma consternação, possivelmente mais até. 

Pagam tomava o cuidado de roubar só os membros da alta sociedade. 
Era evidente que não queria que nenhum outro ficasse com o crédito por seus próprios ataques noturnos aos despreparados, pois deixava um cartão pessoal, que consistia em uma rosa branca de talo comprido. 
No geral, a vítima despertava na manhã seguinte e encontrava a flor a seu lado, sobre o travesseiro. 
A simples visão da rosa era suficiente para que até homens maduros desmaiassem.

Série Espiões da Coroa
1 - Dona do seu Coração
2 - Doce Resgate
3 - Despertar da Paixão
4 - Castelos
Série Concluída