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22 de julho de 2016

Era a Noite Depois do Natal

Série Homens do Duque
Pierce Waverly, o conde de Devonmont, esteve afastado da mãe pela maior parte de sua vida. 

Quando a nova acompanhante de sua mãe, a Sra. Camilla Stuart, escreve para dizer-lhe que a mãe está gravemente doente, ele vai para casa. 
Mas quando descobre que a bela viúva o enganou a fim de efetuar uma reconciliação de Natal, ele se recusa a ficar, a menos que ela conheça os seus "termos."
Em algum lugar, entre tentar seduzir a bela Camilla e lutar contra as lembranças cruéis de seus Natais da infância, Pierce descobre que não apenas o perdão acontece de duas maneiras, mas que o amor pode florescer mesmo no mais frio dos invernos.

Capítulo Um

Dezembro 1826
Pierce Waverly, de trinta e um anos de idade, conde de Devonmont, sentou-se à mesa no estúdio de sua casa na cidade de Londres, vendo o correio enquanto esperava que sua amante atual chegasse, quando uma carta veio ao topo, dirigida por uma mão familiar. Uma dor igualmente familiar apertou seu peito, lembrando-o de outra carta anos atrás.
Que tolo ingênuo ele tinha sido. Mesmo tendo crescido e ficado mais forte, mesmo tornando-se o tipo de filho que o pai sempre tinha afirmado querer, nunca tinha sido admitido em casa novamente. Ele passou todas as férias escolares, de Natal, Páscoa e Verão, em Waverly Farm.
E depois que Titus Waverly e sua esposa morreram inesperadamente em um acidente de barco, quando Pierce tinha treze anos, o pai de Tito, o general Isaac Waverly, tinha retornado da guerra para assumir Waverly Farm e as crianças órfãs de Tito.
Mesmo Pierce não tendo recebido uma única carta de seus pais em cinco anos, tinha estado certo de que iria finalmente ser enviado para casa, mas não. Seja qual fosse o arranjo que Titus tinha feito com os pais de Pierce, foi aparentemente preservado com o tio-avô de Pierce, o general tinha caído direto no papel de pai substituto.
Apesar de tudo isso, ele tinha cuidado de Pierce até este ter dezoito anos, quando nenhum dos seus pais aparecera em sua formatura de Harrow, reconheceu a verdade. Não só seu pai o odiava, mas sua mãe não tinha nenhuma utilidade para ele, também. Aparentemente, ela tinha sofrido com sua presença até ele ter idade suficiente para ir à escola e à casa de parentes, e depois disso ela decidiu que tinha terminado com ele. Estava muito ocupada desfrutando da fortuna e influência do pai para se preocupar com seu próprio filho.
A dor explodiu em raiva por um tempo, até que atingiu a maioridade, aos vinte e um, e viajara para casa para enfrentar os dois. . .
Não, ele não podia suportar lembrar o fiasco. A humilhação daquela rejeição específica ainda enviava uma dor lancinante através dele.
Eventualmente também silenciaria aquilo; então talvez encontrasse alguma paz finalmente.
Ou seja, se a mãe deixasse. Ele olhou para a carta e seus dedos se apertaram em punhos. Mas ela não iria. Ela tinha envenenado sua infância e, agora que o pai estava morto e Pierce tinha herdado tudo, ela pensou que poderia esquecer tudo.
Vinha tentando desde o funeral, há dois anos. Quando mencionou seu regresso para “casa”, ele perguntou-lhe por que tinha esperado a morte de seu pai para permitir isso. Ele esperava uma litania de desculpas patentemente falsas, mas ela só disse que o passado era passado. Ela queria começar de novo com ele.
Ele bufou. É claro que queria. Era a única maneira de colocar suas mãos em mais dinheiro do pai do que o que havia sido deixado para ela.
Bem, para o inferno com ela. Podia ter decidido que queria desempenhar o papel de mãe de novo, mas ele não queria mais fazer seu papel de filho. Anos de anseio por uma mãe que nunca esteve lá, por quem ele teria lutado contra dragões quando um menino, haviam congelado seu coração. Desde a morte de seu pai, não tinha aquecido um grau.
Só que cada vez que via uma de suas cartas…
Reprimindo uma maldição amarga, ele jogou a carta fechada ao seu secretário, o Sr. Boyd. Uma coisa que tinha aprendido a partir da última carta que lhe tinha escrito, quando ele era um menino, era que as palavras não significavam nada. Menos do que nada. E a palavra amor em particular era apenas uma palavra. - Coloque isso com as outras —, disse a Boyd.
- Sim, meu senhor. - Não havia nenhum indício de condenação, nenhum indício de reprovação na voz do homem.
Bom homem, Boyd. Ele sabia de tudo. No entanto, Pierce sentiu a mesma pontada de culpa, como sempre.
Droga, tinha feito certo com sua mãe, por tudo o que ela nunca tinha feito direito por ele. A herança do pai estava inteiramente sob seu controle. Ele poderia tê-la privado de tudo, se assim o desejasse - outro homem poderia tê-lo feito – mas, em vez disso, fixou-a na casa da viúva da propriedade, com abundância de criados e suficiente dinheiro para deixá-la confortável. 
Não o suficiente para viver extravagantemente - ele não podia levar-se a dar-lhe isso - mas o suficiente para que não pudesse acusá-lo de negligência.
Até contratou uma dama de companhia para ela que, no final das contas, se provou perfeita para a posição. Não que soubesse por si mesmo, uma vez que nunca tinha visto a indomável Sra. Camilla Stuart em ação, nunca a vira com sua mãe. Nunca via a mãe, de todo modo. Ele tinha estabelecido a lei do primogênito. Ela estava livre para vaguear por Montcliff, sua propriedade em Hertfordshire, quanto quisesse quando ele não estivesse na residência, mas quando ele estivesse lá para cuidar dos assuntos imobiliários, ela ficaria na casa da viúva e bem longe dele. Até agora, ela cumprira este acordo.
Mas as cartas chegavam, de qualquer maneira, uma vez por semana, como acontecia desde a morte do pai. Dois anos de cartas empilhadas em uma caixa agora transbordando. Tudo fechado. Por que teria ele que ler as dela, quando ela nunca respondera à uma única das suas quando menino?
Além disso, provavelmente estavam cheias de pedidos lisonjeadores para mais dinheiro agora que detinha os cordões da bolsa. Ele não cederia àquilo, droga.
- Meu senhor, a senhora Swanton chegou.

Série Homens do Duque