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8 de setembro de 2018

Inimigos nas Sombras

Série Irmãos de de Armas
Longe das intrigas da corte, Lady Gillian só desejava cuidar da propriedade de sua família e cumprir com sua promessa de nunca se casar.

Então chegou ao castelo D’Averette Sir Bayard de Boisbaston, para adverti-la de um possível perigo e proteger a todos aqueles que se encontrassem ali. Quem era esse homem para fazer-se dono e senhor de seu castelo desse modo? Não importava que possivelmente era o cavaleiro mais bonito do reino ou que ele a fizesse repensar sua promessa…
A honra obrigava a Sir Bayard a proteger a Lady Gillian, mas não teria imaginado que para isso teria que brigar com a mesma dama. Gillian era uma mulher de caráter que não demorou para conseguir que ele começasse a conspirar. Tinha que encontrar a maneira de convencê-la de que lhe seria útil ter um cavaleiro perto, não só no campo de batalha… mas também no quarto.


Capítulo Um

Inglaterra, 1204
Os anéis de ferro da cota de malha tilintaram quando Sir Bayard de Boisbaston levantou o braço direito para que seus homens parassem.
— E bem, Frederic, o que te parece o Castelo de Averette? — Perguntou a seu jovem escudeiro, enquanto assinalava ao outro lado do vale arborizado.
Frederic de Sere semicerrou os olhos para observar melhor a fortaleza de pedra cinza sobre a elevação e se balançou com nervosismo sobre a sua montaria.
— Pequeno, não é mesmo?
— Daqui dá essa impressão, — concordou Bayard — mas recorda que nem todos os castelos têm uma estrutura circular. Pode ser que as muralhas e as demais torres que levam à estrada principal estejam do outro lado.
Assinalou as torres em ambos os lados da entrada.
— Os arqueiros têm uma boa visão do rastelo e um bom ângulo para disparar a qualquer um que se aproxime da entrada.
Bayard também tinha notado que as margens da estrada estavam limpas de árvores e arbustos, e que tinham deixado uma faixa de terreno coberto de samambaias de pelo menos trinta metros de largura a cada lado do caminho. Nem inimigos nem bandoleiros que fugissem a pé poderiam emboscar a qualquer viajante sem lhes dar tempo de desembainhar a espada e defender-se.
— Sim, já o vejo, Milorde. — Comentou Frederic enquanto retirava dos olhos um cacho de cabelo castanho.
— Em marcha para Averette. — Ordenou Bayard enquanto fustigava a seu cavalo.
Além de ser um homem temível, e certamente o tinha sido, o falecido senhor de Averette tinha sido inteligente, ao menos quanto a defesa. Nisso ia pensando Bayard enquanto ele e seus homens avançavam em silêncio pela borda do rio para o que parecia uma próspera aldeia. Passaram diante do lago com seu moinho que o provia de água, a roda girava com um movimento lento e constante. O gado mugia em um prado próximo, e ao lado algumas ovelhas cercadas, e um pouco mais à frente do caminho se escutavam os grasnidos dos gansos e o cacarejar das galinhas das granjas.
O povo em si não era muito, mas os edifícios estavam em bom estado e as pessoas pareciam bem alimentadas. Um punhado de meninos esfarrapados saíram a olhá-los, boquiabertos, de um beco entre o posto de um vendedor de velas e uma estalagem que tinha um pôster com a cabeça de um veado. À porta da estalagem havia uma jovem de abundante busto que os observou com olhos de cobiça e calculadora. Se pensava que faria ganho com ele, pensou Bayard estava muito equivocada.