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4 de dezembro de 2011

Sublime Tentação

Luz da minha vida...

Após a morte da esposa, Michael isolou-se em sua propriedade na Escócia, disposto a amargar sua dor. Mas, a pedido de um parente, teve de acolher em sua casa, a jovem Cathy. Decidido a continuar a viver na solidão, a única saída seria encontrar um noivo para tão graciosa dama. Decerto não faltariam pretendentes...
No entanto, quanto mais se aproximava o dia da despedida, Michael se perguntava se teria tomado a decisão certa. 
Pois, como ele enfrentaria o futuro sem a presença da encantadora jovem que trouxera luz e cor à sua vida?
Como viver sem as fantasias sensuais que ela lhe despertava, fazendo-o ansiar por beijar seus lábios e sentir o calor de seu corpo?

Capítulo Um

Dumfries, Escócia, 1817
— Cathy, vou morrer hoje mesmo. — Cathy Grant forçou um tom alegre na voz, enquanto passava a toalha embebida em água de rosas pela testa de sua prima mais velha, Sofia.— Bobagem — disse. — Você fala isso o tempo todo. Não vai morrer, apenas quer chamar a atenção dos outros.
— Bem, querida, o fato é que todos vamos morrer. — O timbre áspero de Sofia se mantinha mesmo nos dias em que sua voz não passava de um frágil sopro. — Desta vez, tenho certeza.Não, pensou Cathy tristemente. Não a deixarei partir.Sofia Tilden completara noventa anos e durante boa parte da existência dependera dos cuidados da prima mais jovem. Havia estado à beira da morte quando Cathy viera morar com ela, dois anos antes.— Quer um pouco de caldo de galinha? — Cathy ofereceu. — É bom para refazer as forças.A senhora idosa fez uma expressão de desprazer.
— O problema com as pessoas jovens e prestativas é que não respeitam os agonizantes. Acha que deixarei este mundo com o gosto de caldo de galinha na boca? Traga-me um cálice de vinho do Porto. Daquele que sir Michael nos deu no Natal passado.— Álcool não é bom para as suas condições.— Cathy, querida, você não pode me manter viva para sempre.
— Posso tentar. — Evitou chorar diante de sua benfeitora. Haveria bastante tempo para isso, depois.— Estou cansada. Todos os que eu amava, exceto você e Michael, partiram antes de mim.
— Mas o que vou fazer sem você?— O que faria se não estivesse amarrada a uma velha doente como eu? Talvez se casasse com um homem decente e criasse filhos. Sir Michael ficaria contente em acolhê-la.— Sem essa conversa — Cathy rebateu. — Ele não vai querer uma esposa de reputação duvidosa, cuja própria família a deserdou.— Isso sim é que é tolice. Faz anos que aconteceu. Todos já se esqueceram disso.— Eu não esqueci. E prefiro não tocar no assunto.— O que me dará se eu parar de falar nisso?— Um cálice de Porto? — Cathy sorriu.— Excelente. Mas bem cheio, por favor.
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7 de junho de 2010

Quase Perfeitos





Londres, 1812

Um convidado indesejável... Uma dama inocente...

O nome de Lionel St. James, definitivamente, não consta da lista de convidados para a festa na casa dos Blakely.
Apesar disso, ele vai até lá com um único propósito em mente: ver — mesmo que de longe — a srta. Mary Ann Whittaker.
Anos atrás, numa escura noite de inverno, a visão daquele rosto adorável aqueceu seu coração, e inspirou nele uma generosidade que ele não imaginava possuir...
Lionel se surpreende ao constatar que os anos não diminuíram a beleza de Mary Ann, e que ela continua doce e inocente como naquela noite, tanto tempo atrás.
Mas à medida que trocam um olhar, o coração de Lionel se enche de pesar.
Pois a passagem do tempo não foi nada gentil com sua própria reputação, e sua alma só se tornou ainda mais marcada e sombria a cada dia.
Ele teme que, se fizer a corte a Mary Ann, acabe arruinando-a.
Porém, naquela noite, tudo que ele quer é tê-la em seus braços, e uma chance de se tornar o homem que ela merece ter, por todos os dias de sua vida...

Capítulo Um,

Londres, 23 de Dezembro, 1812
Durante toda a vida, Mary Ann Wbittaker ouviu sua mãe falar dos perigos de caminhar sozinha pelas ruas da cidade.
No crepúsculo daquela tarde de inverno, enquanto lutava contra um ladrão defendendo sua bolsa, concluiu que a mãe tinha razão.
Com apenas quatorze anos, ela não era tola, e sabia dos perigos.
Mas naquele dia acreditou que chegaria à loja em plena luz do sol, e estaria em casa antes que notassem sua falta. No entanto, subestimou o tempo que levaria para chegar ao local.
— Entregue logo essa bolsa, e eu não a machucarei — ameaçou o assaltante, obviamente surpreso com a disposição da garota em brigar pelo que era seu.
— Nunca! — ela protestou.
Se ele roubasse sua única joia antes que chegasse à loja de penhores, estaria tudo perdido.
O homem se zangou. A expressão nos olhos malévolos dizia que, enquanto no início ele apenas se divertia, aterrorizando a garota desamparada e roubando seus poucos valores, agora a machucaria.
O pânico deu forças a Mary Ann, mas o ladrão, evidentemente mais forte, logo a derrubou no chão.
Ela podia sentir o hálito malcheiroso dele empesteando seu rosto enquanto lutava para se libertar.
— Solte-me! — gritava.
Então ela fez algo que jamais fizera na vida. Abriu a boca e gritou a plenos pulmões. O homem vacilou e a esbofeteou.
— Basta, sua vadia!
Fora estupidez desperdiçar fôlego gritando, ela pensou.
Havia pessoas na rua quando o ladrão a atacou e ninguém veio socorrê-la.
Sentia as bochechas arderem como fogo, e isso deu vida nova à sua luta.
Não tinha a menor intenção de terminar a vida naquele lugar sujo, fedorento, e nas mãos de um bruto.
Contudo, o peso dele a esmagava, fazendo-o rir em descarado escárnio.
Na certa a mataria, e jogaria seu corpo em um rio imundo. Sua mãe e irmãs jamais saberiam seu fim.
Sua visão escureceu enquanto os dedos grossos do brutamontes apertavam-lhe o pescoço.
De súbito, o ar retornou a seus pulmões, e o peso do homem repentinamente foi afastado do seu corpo.
Piscando para se livrar das lágrimas, olhou para o rosto do que parecia ser um deus dourado, moldado pela luz do pôr-do-sol.
Com fria eficiência, a surpreendente aparição girou o ladrão e o golpeou duramente na mandíbula. Depois de agarrá-lo pelo colarinho do casaco, atirou-o na rua.
— Suma daqui, canalha!