Ao acordar em uma cama estranha, Henrietta Markham encontra o homem mais sensual que já conhecera.
Capítulo Um
Sussex, março de 1824.
A névoa mal começava a se dissipar naquele começo de manhã, e ele já fazia Thor, seu imponente garanhão negro, tomar o rumo de casa pelo atalho que cortava o comprido e arborizado caminho que margeava os formais jardins de Woodfield Manor.
A intensa luz do sol do começo do verão inglês atravessava as árvores altas, fazendo o orvalho na grama cintilar como se tivesse sido espalhado com uma miríade de pequeninos diamantes.
O cheiro de terra e raízes recém-reviradas levantado pelos cascos de Thor se misturava ao inebriante perfume da madressilva que circundava, irrestrita, os troncos dos majestosos teixos. A manhã estava perfeita, prelúdio de um dia sem dúvida belo.
O honorável sr. Rafe St. Alban, conde de Pentland, barão de Gyle, era o senhor de tudo o que estava a inspecionar. Todavia, mantinha-se alheio às glórias da natureza que o alcançavam de todos os lados. Mentalmente esgotado após mais uma noite insone, fisicamente exaurido devido ao cansativo galope logo de manhã cedo, seu único interesse era cair nos receptivos braços de Morfeu.
Puxando as rédeas do cavalo, Rafe desmontou do animal para desengatar o portão de ferro forjado, que se abriu para o caminho lateral de cascalhos que dava direto para sua cocheira.
O homem alto, bem proporcionado, e o enorme cavalo negro feito ébano faziam um par e tanto. Cada um, a seu modo, um glorioso exemplo de sangue azul. Espécimes supremos de músculos fortes e tonificados e com a energia no ápice da perfeição física.
A pele de Rafe brilhava, saudável. Seu cabelo negro como um corvo, refletindo a luz do sol, tinha um corte reto e bem aparado, ressaltando o perfil impecável. Os ângulos das maçãs do rosto mostravam-se corados pelo esforço do galope vertiginoso montes abaixo. O tom azulado da barba que começava a nascer só acentuava o maxilar forte e os dentes muito brancos.
Ao estilo lorde Byron, eis como uma jovem apaixonada e arfante o descrevera; um cumprimento que Rafe enjeitou com sua típica risada sarcástica, apesar de suas belas feições e sua riqueza fabulosa o tornarem um dos solteirões mais cobiçados da sociedade.
Até as damas mais difíceis se derretiam perante seu olhar distante e verve áspera, que lhe caíam muitíssimo bem.No entanto, Rafe não tinha o menor interesse em se comprometer pela segunda vez. Já tivera sua dose de casamento pelo período de uma vida inteira. Na verdade, por várias vidas.
— Estamos quase perto de casa, agora, velho amigo — murmurou ele batendo de leve no flanco suado do cavalo.
Thor balançou a cabeça enorme, expelindo uma nuvem de ar quente das narinas, tão ansioso quanto o dono pelo calor de seus aposentos.
Rafe tirou o casaco, jogou-o com displicência sobre o ombro e decidiu seguir a pé a curta distância até a casa em vez de voltar a montar o cavalo. Como não esperava encontrar ninguém tão cedo, saíra sem chapéu, colete ou cachecol. As dobras brancas e limpas de sua camisa de linho grudavam-se nas costas suadas, e a gola aberta revelava um tufo de pelos no peito musculoso.
O portão bem azeitado se abriu sem ruído, e Rafe fez o cavalo avançar, mas Thor pisou a grama com passos hesitantes e resfolegou.
Sem paciência, Rafe voltou a puxar as rédeas, com mais força desta vez, mas o garanhão recusou-se a se mexer e soltou um relincho agudo.
— Está com medo de quê?
Entretanto, a última coisa que se lembra é do ataque de um invasor e de ter sido resgatada por Rafe St. Alban, o notório conde de Pentland.
E ele parece bem mais perigoso!
Um casamento fracassado transformou o coração de Rafe em uma pedra de gelo.
Um casamento fracassado transformou o coração de Rafe em uma pedra de gelo.
Contudo, a impetuosa e atraente preceptora faz seu sangue entrar em ebulição. Quando Henrietta é acusada de roubo, Rafe se coloca de prontidão para salvá-la. Será que a inocência dela deixará este endurecido libertino de joelhos?
Capítulo Um
A névoa mal começava a se dissipar naquele começo de manhã, e ele já fazia Thor, seu imponente garanhão negro, tomar o rumo de casa pelo atalho que cortava o comprido e arborizado caminho que margeava os formais jardins de Woodfield Manor.
A intensa luz do sol do começo do verão inglês atravessava as árvores altas, fazendo o orvalho na grama cintilar como se tivesse sido espalhado com uma miríade de pequeninos diamantes.
O cheiro de terra e raízes recém-reviradas levantado pelos cascos de Thor se misturava ao inebriante perfume da madressilva que circundava, irrestrita, os troncos dos majestosos teixos. A manhã estava perfeita, prelúdio de um dia sem dúvida belo.
O honorável sr. Rafe St. Alban, conde de Pentland, barão de Gyle, era o senhor de tudo o que estava a inspecionar. Todavia, mantinha-se alheio às glórias da natureza que o alcançavam de todos os lados. Mentalmente esgotado após mais uma noite insone, fisicamente exaurido devido ao cansativo galope logo de manhã cedo, seu único interesse era cair nos receptivos braços de Morfeu.
Puxando as rédeas do cavalo, Rafe desmontou do animal para desengatar o portão de ferro forjado, que se abriu para o caminho lateral de cascalhos que dava direto para sua cocheira.
O homem alto, bem proporcionado, e o enorme cavalo negro feito ébano faziam um par e tanto. Cada um, a seu modo, um glorioso exemplo de sangue azul. Espécimes supremos de músculos fortes e tonificados e com a energia no ápice da perfeição física.
A pele de Rafe brilhava, saudável. Seu cabelo negro como um corvo, refletindo a luz do sol, tinha um corte reto e bem aparado, ressaltando o perfil impecável. Os ângulos das maçãs do rosto mostravam-se corados pelo esforço do galope vertiginoso montes abaixo. O tom azulado da barba que começava a nascer só acentuava o maxilar forte e os dentes muito brancos.
Ao estilo lorde Byron, eis como uma jovem apaixonada e arfante o descrevera; um cumprimento que Rafe enjeitou com sua típica risada sarcástica, apesar de suas belas feições e sua riqueza fabulosa o tornarem um dos solteirões mais cobiçados da sociedade.
Até as damas mais difíceis se derretiam perante seu olhar distante e verve áspera, que lhe caíam muitíssimo bem.No entanto, Rafe não tinha o menor interesse em se comprometer pela segunda vez. Já tivera sua dose de casamento pelo período de uma vida inteira. Na verdade, por várias vidas.
— Estamos quase perto de casa, agora, velho amigo — murmurou ele batendo de leve no flanco suado do cavalo.
Thor balançou a cabeça enorme, expelindo uma nuvem de ar quente das narinas, tão ansioso quanto o dono pelo calor de seus aposentos.
Rafe tirou o casaco, jogou-o com displicência sobre o ombro e decidiu seguir a pé a curta distância até a casa em vez de voltar a montar o cavalo. Como não esperava encontrar ninguém tão cedo, saíra sem chapéu, colete ou cachecol. As dobras brancas e limpas de sua camisa de linho grudavam-se nas costas suadas, e a gola aberta revelava um tufo de pelos no peito musculoso.
O portão bem azeitado se abriu sem ruído, e Rafe fez o cavalo avançar, mas Thor pisou a grama com passos hesitantes e resfolegou.
Sem paciência, Rafe voltou a puxar as rédeas, com mais força desta vez, mas o garanhão recusou-se a se mexer e soltou um relincho agudo.
— Está com medo de quê?