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16 de abril de 2024

O Highlander

Série Rebeldes Vitorianos

Pode o mais feroz mestre de batalha conquistar o coração de uma mulher?
Eles o chamam de Demônio Highlander. O temível tenente-coronel Liam MacKenzie é conhecido por sua força sobre-humana, presença imponente e paixão ardente no calor da batalha. Como Laird do clã MacKenzie, o invicto Marquês derrotou seus inimigos com toda a fúria e ira de seus ancestrais bárbaros das Highlands. Mas quando uma preceptora inglesa chega para cuidar de seus filhos, o mestre da guerra se vê enfrentando seu maior adversário…no jogo do amor.
Desafiando todas as expectativas, a Srta. Philomena não é uma solteirona de rosto comum, mas uma beleza arrebatadora com curvas voluptuosas, lábios carnudos e altivos que sacodem o Laird em seu núcleo. Não intimidada pela masculinidade crua e modos selvagens de seu mestre, a moça obstinada consegue domar não apenas seus filhos selvagens, mas a fera em sua alma. A cada dia que passa, Liam fica mais afeiçoado à Srta. Mena e mais desconfiado. Que segredo ela está escondendo por trás daqueles olhos esmeralda? Que escuridão a trouxe para sua fortaleza? E como ele pode conquistar o coração desta mulher magnífica… sem entregar o seu?

Capítulo Um

Londres, setembro de 1878 
Tire suas roupas. Não foi a primeira vez que Lady Philomena St. Vincent, Viscondessa Benchley, ouviu a ordem. Afinal, ela era esposa de um libertino violento. Mas enquanto ela olhava com olhos arregalados e incompreensíveis para o queixo do Dr. Percival Rosenblatt, ela ficou momentaneamente sem palavras. Certamente ele não poderia querer dizer que ela deveria se despir na frente dele. Apenas enfermeiras supervisionavam a terapia do banho de gelo aqui no Asilo Belle Glen. Ter um médico do sexo masculino presente era praticamente inédito.
— Mas, doutor, eu – eu tenho me comportado bem. — Ela deu um passo involuntário para trás, um tremor queimando em seu estômago quando viu a banheira, pedaços irregulares de gelo flutuando na superfície tão horrivelmente quanto cacos de vidro quebrado. — Certamente não fiz nada que justificasse isto – este tratamento.
Tratamento. Uma palavra peculiar. Um lugar com muitos significados em um lugar como este.
— Você esteve sozinha novamente. — A enfermeira Greta Schopf, sua autoproclamada inimiga aqui em Belle Glen, deu um passo à frente e agarrou seu pulso, dedos fortes afundando em sua carne, puxando as mangas soltas até o cotovelo. A alemã corpulenta, vestida com um uniforme, um vestido sombrio de gola alta, com avental e chapéu brancos, mostrou os arranhões recentes no antebraço de Mena para a inspeção do médico. — Ela também se tratou de… outras maneiras, doutor. Tivemos que amarrá-la na cama à noite para impedi-la de suas compulsões amorais.
Mena olhou boquiaberta para a enfermeira, incrédula.
— Isso simplesmente não é verdade — ela ofegou, depois virou-se para suplicar ao médico. — Por favor, ela está enganada, Dr. Rosenblatt; foi outra paciente, Charlotte Pendergast, que marcou meu braço com as unhas. E eu juro que nunca… — Ela não queria dizer isso, não queria que o calor queimasse nos olhos enrugados e turvos dele ao pensar nela se tocando. Embora, neste momento, ela faria qualquer coisa para evitar o banho de gelo. — Nunca me fiz mal… e também me abstive de… quaisquer… compulsões amorais.
Ela já havia informado isso ao médico antes, é claro, nas primeiras sessões juntos. Ela confessou que seus hematomas e arranhões não foram, na verdade, auto infligidos, mas infligidos a ela por seu sádico marido, Lorde Gordon St. Vincent, o Visconde Benchley. Nos seus primeiros dias como paciente involuntária aqui, ela fez tudo o que pôde para negar enfaticamente qualquer loucura, loucura ou má conduta sexual, porque era a verdade absoluta.
Na verdade, ela confessou freneticamente tudo sobre si mesma ao chegar aqui no Asilo Belle Glen, pois estava assustada e completamente sozinha.
A princípio, o Dr. Rosenblatt lembrou Mena de seu pai, distribuindo o leite da bondade humana por trás de sua imponente mesa de escritório. Possuidor de um rosto redondo e agradável, completo com costeletas e um queixo extra, bochechas alegremente vermelhas e uma barriga corpulenta, o Dr. Rosenblatt parecia ser um cavalheiro profissional de meia-idade, de boas maneiras.
Ela deveria saber que nunca deveria confiar em seus instintos quando se tratava de outras pessoas, especialmente de homens. De alguma forma, ela sempre estava errada.
O Dr. Rosenblatt abriu seu arquivo, lendo-o como se não fosse o único autor das mentiras contidas em suas profundezas. — Você está ficando agitada, Lady Benchley — disse ele com aquela voz suave, aquela que as pessoas costumam guardar para crianças chorando e loucos.
— Não! — ela gritou, mais alto do que pretendia, enquanto a enfermeira Schopf a puxava em direção ao banho. — Não. — Ela treinou sua voz para algo mais agradável, mais elegante, mesmo enterrando os pés no chão de ladrilhos. — Doutor, não estou nada agitada, mas preferiria muito não tomar banho gelado. Por favor. Eu, não há mais nada? Os eletrodos, talvez, ou simplesmente coloque as luvas em mim e me mande para a cama. — Ela não queria considerar as alternativas que acabara de sugerir. Ela temia os eletrodos, abominava as pequenas algemas presas em seus pulsos, tornando suas mãos inúteis para qualquer coisa.
Mas ela não temia nada tanto quanto os banhos de gelo.
— Por favor — ela implorou novamente, lágrimas de medo brotando de seus olhos.
— Você implora tão lindamente, Lady Benchley. — O olhar dele nunca tocou o dela, mas desceu mais para baixo, para sua boca e depois para seus seios que testavam as costuras de seu vestido preto apertado e desconfortável. — Mas, veja bem, eu sou seu médico e minha primeira obrigação é o tratamento de sua doença. Agora, por favor, tire suas roupas sem mais incidentes, ou elas serão tiradas para você.
A enfermeira Schopf, apertou o pulso de Mena com uma força contundente incomum para uma mulher. Ela puxou Mena em direção à banheira, prendendo a outra mão em volta do braço de Mena. — Você vai lutar comigo hoje, Condessa Fire Quim, ou vai se comportar de uma vez?
Condessa Fire Quim, era o nome que um dos pacientes lhe dera naquele primeiro dia terrível em Belle Glen. Elas foram despidas em uma sala cheia de cerca de quinze mulheres, cutucadas, apalpadas, desparasitadas e depois encharcadas com baldes de água fria. Alguém havia comentado sobre o tom incomum de seu cabelo ruivo e depois sobre o tom mais escuro de ruivo entre suas pernas. Mena havia sido chamada de muitas coisas cruéis em sua vida, na maioria das vezes por sua família, os St. Vincent, e geralmente por causa de sua altura incomum ou de seus quadris e ombros largos, mas “Condessa Fire Quim” era de alguma forma a mais humilhante. Especialmente quando usado pelas enfermeiras ou pela equipe de Belle Glen.
— Eu não fiz nada de errado. — Mena lançou mais um olhar suplicante e em pânico para a Dra. Rosenblatt, que silenciosamente embaralhou os papéis em sua pasta, sem sequer olhar para eles. — Não me coloque aí!

Série Rebeldes Vitorianos
01- O Salteador
02- O Caçador
03- O Highlander

25 de novembro de 2014

O Highlander

Série Irmãs McAlpin





O homem, como todos os demais, fora trucidado de forma selvagem.

A mulher, cujas roupas lhe haviam sido arrancadas do corpo, fora violentada pelos inimigos antes que a morte misericordiosa a levasse.
— Venha, meu filho. Amanhã voltaremos para sepultar seus mortos disse frei Anselmo, em tom compassivo.
O menino não deu mostras de tê-lo ouvido. Permaneceu imóvel, de joelhos, o rosto sem expressão.
— Precisa esquecer o que viu hoje o frade insistiu, penalizado.
— Nunca!
— Pela primeira vez o garoto quebrou o mutismo que até então mantivera. Depois, apertando os punhos até os nós dos dedos ficarem brancos, acrescentou, feroz: — Nunca vou esquecer!
A dureza e a determinação daquela criança abalaram o velho frade. Só vira antes tal ferocidade em guerreiros empedernidos por muitas batalhas.
— Quando eu crescer ... o menino continuou falando, através dos dentes cerrados, juro, pela alma do meu pai e da minha mãe, que vingarei meu povo! Os ingleses que fizeram isso, um dia, vão prestar contas à Dillon Campbell!

Capítulo Um

— Moira! Estou vendo os selvagens! De pé no balcão do seu quarto, Leonora, única filha de lorde Alec Waltham, observava os campos verdejantes.
Tão longe quanto à vista alcançava, as terras pertenciam a seu pai. A maior parte fora presente do rei Edward, em agradecimento aos serviços prestados por lorde Waltham à coroa inglesa. Alec Waltham era um dos mais fiéis amigos do rei, e a generosidade deste para com os que lhe prestavam lealdade era lendária, assim como seu temperamento volátil.
Era bem conhecido nos círculos da nobreza o fato de o rei Edward ser autocrático, de gênio explosivo, capaz de tornar-se violento diante de críticas, até mesmo dos amigos fiéis.
Deus nos ajude! Onde? A idosa aia saiu para o balcão e, protegendo do sol os olhos cansados, examinou as redondezas.
— Ali, naquela colina. Está vendo o reflexo do sol nas espadas?
— Sim. A velha criada persignou-se. Nunca pensei que viveria para ver esses pagãos dormindo sob o mesmo teto que gente cristã e civilizada. Nem comendo à mesa do seu pai. Ah, as coisas terríveis que tenho ouvido sobre eles.
— Ouvido? Quer dizer que nunca viu um escocês?
A mulher, que havia sido ama de criação da mãe de Leonora, antes desta, estremeceu.
— Não. Mas tenho ouvido muitas histórias a respeito desses selvagens. São gigantescos, minha criança, andam com as coxas descobertas mesmo na mais gélida temperatura, e vestem pouca coisa além de trapos. Vendo a expressão chocada de Leonora, continuou: — Sim, aqueles que já os viram dizem que são selvagens, violentos, com um jeito rude de falar, e faces barbudas, horríveis de se contemplar.
Os olhos de Leonora se arregalaram.
— Ah, Moira, e o que eu vou fazer? Papai me mandou ficar ao lado dele para recepcionar essas ... criaturas. Ela levou a mão delicada ao pescoço.
— Se ele fosse prudente, teria ordenado que você não saísse do quarto até esses pagãos escoceses fossem embora. Quem sabe de que maldades eles são capazes? A aia baixou a voz. Há pessoas que afirmam que eles comem criancinhas inglesas e bebem o seu sangue.
— Quieta, Moira. Não posso acreditar em tamanho absurdo! Papai nunca os convidaria para nossa casa, se fossem tão monstruosos assim.
— Não se esqueça, não foi escolha de seu pai. O rei ordenou esse encontro.
— Sim, e você acha que nosso rei iria colocar seu mais leal amigo em situação tão perigosa?
A criada não respondeu. Sabiamente guardou para si seu verdadeiro pensamento. Havia espiões por toda a parte e infeliz daquele que caísse no desagrado do trono.
A atenção de Leonora, contudo, já se voltara para os três cavaleiros que se aproximavam do fosso que rodeava o castelo. A um grito de comando, a ponte levadiça foi baixada, e o pesado portão, erguido. Os três escoceses avançaram para dentro do pátio e imediatamente a ponte levadiça e o portão voltaram a posição inicial, impedindo qualquer retirada.
— Esses escoceses, comentou Leonora, preparando-se para deixar o aposento, são ou muito tolos ou muito corajosos. Afinal, são apenas três homens contra mais de cem dos melhores guerreiros do rei dentro das muralhas.
—Dizem que basta um escocês para derrotar um exército inteiro de soldados ingleses.



Série Irmãs McAlpin
1 - A Prisioneira do Castelo
2 - Uma Rebelde na Corte
3 - Prisioneira do Esquecimento
4 - Coração Highland
5 - O Higlander Traduzido- Guerreiro Amante 
6 - O Inimigo
Série Concluída