Duas pessoas que se apaixonaram na hora errada, mas pelas razões certas...
Com a queda de Napoleão o Império Austro-Húngaro toma poder sobre o continente europeu.
Em 1820, em todos os cantos da Italia haviam revolucionários, traidores e espiões.
Angelo Bartolini era um homem com muitas faces: bom filho e irmão, amigo fiel e um patriota incondicional.
Como membro dos carbonários, uma sociedade secreta dedicada a libertar a Itália do poder austríaco, Angelo é um homem muito procurado por seus feitos, apesar de sua fama e temido por ela, mostra seu lado sensível e desperta o desejo da tímida pintora inglesa Beatrice FairWeather.
Capítulo Um
As ruas de Turim estavam as escuras, a cidade ainda não havia despertado. Além do Rio Pó, um dos rios mais inportante da Italia, o ponto alto das montanhas mal podia ser visto com o céu nebuloso pela penumbra. Acima, as estrelas continuaram brilhando, o sol não tinha derramado a bênção de sua luz na terra úmida de orvalho.
Ângelo percorria a rua que na Roma antiga era chamavam Decumanus Maximus. O longo casaco negro parecia abafar o ruído de suas botas sobre as velhas calçadas. Passando por junto às fachadas dos edifícios que se abriam à Praça do Palazzo di Cittá, onde antes eram o fórum romano e o mercado medieval. Deteve-se repentinamente quando um som chegou a seus ouvidos, parado junto à esquina onde se elevava a base inacabada da torre do relógio, cujas obras, paradas sob as ordens de Napoleão, não haviam sido retomadas.
O súbito repicar dos cascos de um cavalo rompeu o silêncio da noite. A primeira coisa que pensou foi que o tinham seguido. Permaneceu quieto aguçando os ouvidos. Novamente ouviu o ruído e escondeu-se no vão de uma porta, escurecido por um telhado baixo. Apertou-se contra ela, engolido pela escuridão e pelo casaco. A boca estava seca e seu coração pulsava furiosamente. Angelo inspirou o ar e o reteve, deixando sua pulsação voltar normalmente.
O ruído dos cascos estava mais próximo, uma carroça puxada por um cavalo apareceu lentamente ante sua vista. Ouviu um ruído metálico e viu as leiteiras. Respirou aliviado, mas não ousou sair de entre as densas sombras. As coisas não eram sempre o que pareciam. Um movimento em falso podia lhe custar à vida.
A tensão e o nervosismo tomaram conta de seu estômago travando suas pernas. O suor lhe emanava da testa. Ficou imóvel. Somente seus olhos se moviam, seguindo o avanço da carroça, que dobrou uma esquina e desapareceu por uma viela. Ângelo não se moveu. Nem quando perdeu a carroça de vista, nem quando o rítmico repicar dos cascos se fez mais fraco. Aguardou, como mármore maciço, até que tudo ficou em silêncio. Lentamente, abandonou o refúgio das sombras e prosseguiu seu caminho rua acima. Mantinha-se próximo aos edifícios, aguçando o ouvido, atento aos sons de passos ou ao tamborilar dos cascos de algum outro cavalo.
Série Crônicas Italianas
Como membro dos carbonários, uma sociedade secreta dedicada a libertar a Itália do poder austríaco, Angelo é um homem muito procurado por seus feitos, apesar de sua fama e temido por ela, mostra seu lado sensível e desperta o desejo da tímida pintora inglesa Beatrice FairWeather.
Capítulo Um
As ruas de Turim estavam as escuras, a cidade ainda não havia despertado. Além do Rio Pó, um dos rios mais inportante da Italia, o ponto alto das montanhas mal podia ser visto com o céu nebuloso pela penumbra. Acima, as estrelas continuaram brilhando, o sol não tinha derramado a bênção de sua luz na terra úmida de orvalho.
Ângelo percorria a rua que na Roma antiga era chamavam Decumanus Maximus. O longo casaco negro parecia abafar o ruído de suas botas sobre as velhas calçadas. Passando por junto às fachadas dos edifícios que se abriam à Praça do Palazzo di Cittá, onde antes eram o fórum romano e o mercado medieval. Deteve-se repentinamente quando um som chegou a seus ouvidos, parado junto à esquina onde se elevava a base inacabada da torre do relógio, cujas obras, paradas sob as ordens de Napoleão, não haviam sido retomadas.
O súbito repicar dos cascos de um cavalo rompeu o silêncio da noite. A primeira coisa que pensou foi que o tinham seguido. Permaneceu quieto aguçando os ouvidos. Novamente ouviu o ruído e escondeu-se no vão de uma porta, escurecido por um telhado baixo. Apertou-se contra ela, engolido pela escuridão e pelo casaco. A boca estava seca e seu coração pulsava furiosamente. Angelo inspirou o ar e o reteve, deixando sua pulsação voltar normalmente.
O ruído dos cascos estava mais próximo, uma carroça puxada por um cavalo apareceu lentamente ante sua vista. Ouviu um ruído metálico e viu as leiteiras. Respirou aliviado, mas não ousou sair de entre as densas sombras. As coisas não eram sempre o que pareciam. Um movimento em falso podia lhe custar à vida.
A tensão e o nervosismo tomaram conta de seu estômago travando suas pernas. O suor lhe emanava da testa. Ficou imóvel. Somente seus olhos se moviam, seguindo o avanço da carroça, que dobrou uma esquina e desapareceu por uma viela. Ângelo não se moveu. Nem quando perdeu a carroça de vista, nem quando o rítmico repicar dos cascos se fez mais fraco. Aguardou, como mármore maciço, até que tudo ficou em silêncio. Lentamente, abandonou o refúgio das sombras e prosseguiu seu caminho rua acima. Mantinha-se próximo aos edifícios, aguçando o ouvido, atento aos sons de passos ou ao tamborilar dos cascos de algum outro cavalo.
Série Crônicas Italianas